MITOCONDRIAL DE ABELHAS AFRICANIZADAS (Apis mellifera L.)
DO BRASIL”. Afonso, Juliana 1,2(IC); Collet, Thaís2 (PG); Lino e Silva, Otávio 2 (PG) Del Lama, Marco Antônio2 (O) juafonso_bio@yahoo.com.br 1 Centro Universitário Central Paulista - UNICEP; 2Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Genética Evolutiva de Himenópteros.
Em 1956, foram introduzidas no Brasil algumas rainhas de Apis mellifera
scutellata com o intuito de obter uma abelha híbrida mais produtiva e com comportamento defensivo menos acentuado. Vinte e seis dessas rainhas, que se encontravam em quarentena, escaparam e iniciaram o processo conhecido como africanização. Neste processo, ocorreu a hibridização na natureza entre as abelhas introduzidas e as que aqui já se encontravam provenientes da colonização européia. Em menos de 50 anos, os enxames africanizados, com características predominantemente africanas, colonizaram boa parte do continente americano, sendo uma das mais espetaculares invasões biológicas conhecidas. Estudos têm sido realizados a fim de se averiguar a constituição genética das populações resultantes por meio de análises morfométricas, alozímicas e de polimorfismos do DNA mitocondrial e nuclear (microssatélites). Dados prévios do nosso laboratório demonstraram que as regiões mitocondriais COI-COII e ile-ND2 são suficientemente polimórficas para traçar o perfil da variação populacional; no entanto, a origem racial e geográfica dos padrões não pode ser completamente estabelecida. Neste trabalho, objetivamos determinar a origem geográfica dos padrões encontrados para os genes COI- COII e ile-ND2 mediante a associação com os padrões de restrição por BclI e TaqI da região COI. Amostras de 242 colônias provenientes do Brasil, Espanha, Itália e Chile tiveram o DNA extraído e amplificado por PCR para esta região mitocondrial. Em seguida, o fragmento amplificado foi submetido à digestão pelas duas nucleases. Seis padrões de restrição para BclI e oito padrões para TaqI foram identificados. Um dos padrões TaqI foi encontrado somente em amostras do Chile, país onde não ocorreu a africanização da abelha melífera. Não foi encontrada associação completa entre padrões BclI e TaqI, de forma que vinte e seis das 48 combinações possíveis foram encontradas. A associação com os sete padrões conhecidos para a região intergênica COI-COII (sítios DraI) gerou 35 haplótipos compostos, alguns dos quais apresentam maior freqüência. Devido ao fato da região COI ser transcrita e traduzida, as diferenças nucleotídicas entre os padrões serão conhecidas mediante sequenciamento, de forma a determinar a proporção de mutações sinônimas. Ao término das análises, a magnitude da variação nas regiões mitocondriais COI-COII, ile-ND2 e COI e sua distribuição nas populações africanizadas do Brasil poderá ser estimada a partir da construção dos haplótipos compostos.
FAPESP
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 17., 2009, São Carlos.