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DEBAIXO DO TAMARINDO

VOZES DA MORTE

No tempo de meu Pai, sob estes


galhos,
Como uma vela fnebre de cera,
Chorei bilhes de vezes com a
canseira
De inexorabilissimos trabalhos!

Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,


Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da
nervura,
Eu, com o envelhecimento dos
tecidos!

Hoje, esta rvore, de amplos


agasalhos,
Guarda, como uma caixa
derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!

Ah! Esta noite a noite dos


Vencidos!
E a podrido, meu velho! E essa
futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!

Quando pararem todos os


relgios
De minha vida e a voz dos
necrolgios
Gritar nos noticirios que eu
morri,

No morrero, porm, tuas


sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas,
trilhos,

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