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SOCIOPOLÍTICAS
DA EDUCAÇÃO
1
SOMESB
Abordagens Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
Sociopolíticas
da Educação
Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira
Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Superintendente Administrativo e Financeiro ♦ Samuel Soares
Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
Diretor Geral ♦ Waldeck Ornelas
Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy
Diretor de Tecnologia ♦ Reinaldo de Oliveira Borba
Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Jean Carlo Nerone
Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy
Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves
Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel
♦PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
♦PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno e Idalina Neta
Coordenação ♦ João Jacomel
Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,
Ederson Paixão, Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior,
Israel Dantas, Lucas do Vale e Marcus Bacelar
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource
2
ÍNDICE
3
Educação a Distância ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 44
Parâmetros Curriculares Nacionais para os anos iniciais - PCN’s 44
O Plano Nacional de Educação - PNE (2001-2010) ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 46
Abordagens Objetivos e Prioridades ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 47
Sociopolíticas Estes mesmos objetivos e metas são repassados aos municípios? 48
da Educação Formação política do professor ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 48
4
“ Um dos maiores desafios do Ser Humano é o de
encontrar o segredo de fazer tudo, e a tudo fazer
bem, segundo a união entre o que indicam: a ciência,
através do método preciso pela ordem dos fatos; a
filosofia, através das deduções lógicas e racionais; e
a religião, através da noção exata de bom sentimento,
”
aliado a noção exata de moral, ética e estética
elevadas.
Maribel Barreto
5
Abordagens
Sociopolíticas
da Educação
6
Apresentação da disciplina
Karen Sasaki.
7
Abordagens
Sociopolíticas
da Educação
8
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS
DA EDUCAÇÃO
Sociologia e Educação
Desde já, posso imaginar que você está se perguntando em que medida a sociologia
pode lhe ajudar se você vai ser professor do ensino básico, não é mesmo? Afinal, a sociologia
parece ser uma disciplina de gente que só vive para estudar... coisa de intelectual avançado...
/algo do tipo: você mesmo!!! É isso aí! A sociologia irá permitir que possamos entender
melhor a função da educação e sua relação com a sociedade e a cultura.
O que é sociedade? Um pergunta muito fácil... Mas, de resposta complexa. Não
podemos nos permitir em acreditar que sociologia se resume em um aglomerado de
pessoas que convivem num ambiente comum. Só para termos um exemplo, dá uma
olhada no dicionário mais próximo que você tem... Encontrou diferentes conceitos? Qual
você adotaria?
Analisemos uma coisa: todas as pessoas têm um conceito de sociedade. Afinal,
ela é bem conhecida, pois todos os seres humanos vivem em uma. Até os animais vivem
em sociedade.
Mas, o interesse aqui é tratar da sociedade de seres humanos.
Toda sociedade possui seus mecanismos próprios, ou seja, possui um sistema
familiar, um sistema cultural com suas normas (o que deve ser obedecido, quem deve
ser respeitado), hábitos e costumes.
Neste sentido, a sociologia preocupa-se com a dinâmica das sociedades. A primeira
pessoa que usou esse termo foi um eminente pensador francês chamado Auguste Comte
(1798-1857), o qual designou a sociologia como ciência da sociedade. Depois de Comte,
há uma tríade clássica da sociologia: Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber, os quais
chamaremos pelo sobrenome. Deixemos a intimidade, de chamar pelo primeiro nome,
aos brasileiros.
Pois bem, Durkheim conceituou a sociologia como sendo “a ciência das instituições,
da sua gênese e do seu funcionamento, ou seja, toda crença, todo comportamento instituído
pela coletividade2”. Weber por sua vez, disse que a sociologia é “uma ciência que se propõe
compreender por interpretação a atividade social e com isso explicar causalmente seu
desenvolvimento e seus efeitos3”.
1 ALVES, Rubem. Por uma educação
romântica. In: ABREU, Antônio Suarez.
Curso de redação. 12. ed. São Paulo:
Ática, 2004. p. 55.
3
COHN, Gabriel (Org.). Weber. São
Paulo: Ática, 1979.
9
Assim, a sociologia é uma ciência que se não reduz a estudar
os fenômenos sociais, mas também procura entender os processos
e estruturas que contribuem para o funcionamento ou não dos
Abordagens
sistemas sociais.
Sociopolíticas A sociologia é um tipo de interpretação e de conhecimento
da Educação
de tudo o que se relaciona com o homem e com a vida humana em
sociedades, um método de investigação que busca identificar,
descrever, interpretar, relacionar, e explicar regularidades da vida
social4.
10
Assim, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais7 (você já ouviu falar neles?
Mais adiante esclareceremos todos os detalhes sobre eles. Por agora, vejamos o que eles
têm a nos ensinar) os conhecimentos sociológicos permitem uma discussão acurada de
como as diferenças étnicas, culturais e regionais não podem ser reduzidas à dimensão
socioeconômica de classes sociais, assim como das formas como ambas se retro-
alimentam.
Enfim, a sociologia permite ao aluno uma visão mais aprofundada sobre os processos
sociais, analisa a escola como um grupo socialmente estruturado, explica a influência da
escola no comportamento e na personalidade dos alunos, e também estuda os padrões de
interação entre a escola e os demais grupos sociais8.
A discussão sociológica colabora para a escola e o professor enfrentarem o desafio
que lhes está colocado a partir da sua realidade social, garantindo ao aluno a possibilidade
de despertar sua consciência e expandir seus conhecimentos, de forma que atue como
sujeito sociocultural, voltado para a busca de caminhos de transformação social. Gravem
isso, pois será o desafio que devemos superar durante o nosso curso.
Émille Durkheim
O seu objeto de estudo foram os Fatos Sociais, estes que só podem ser observados
através dos seus efeitos sociais. Para Durkheim, fato social é “toda maneira de agir fixa ou
não, susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é
geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria,
independente das manifestações individuais que possa ter10”.
Os Fatos Sociais possuem três características essenciais:
7 BRASIL. Parâmetros Curriculares
Nacionais. Tema transversal: (a) generalidade - é geral, ou seja, está no âmbito de toda a
pluralidade cultural. Disponível em:
http://www.mec.gov.br. Acesso em 02 sociedade independente da vontade individual que possa ter o
de out. 2003.
indivíduo; (b) exterioridade - eles são exteriores à consciência
8 OLIVEIRA, Pérsio Santos de.
Introdução à sociologia da individual das pessoas, independente das manifestações que ele
educação. 3. ed. São Paulo: Ática,
2003. possa fazer; e (c) coercitividade - ou seja, eles mantêm uma relação
9 COSTA, op. cit., p. 59.
Max Weber
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se relacionam. Seu objeto de estudo foi a ação social, sendo que a razão era a característica
máxima de seu estudo. Weber caracterizou a ação social em quatro tipos:
Vale salientar, que as ações afetiva e tradicional, quando executadas, não são
motivadas pelo racionalismo e que todos os tipos de relações estão intrinsecamente
relacionadas.
A relação social, por sua vez, depende da reciprocidade dos indivíduos e da
situação, sendo que a durabilidade da relação não é um fator preponderante para classificá-
la. Quanto maior o grau de racionalidade, maior é a previsibilidade das ações e maior
a facilidade para a normalização.
Weber também discutiu os tipos de dominação, que podem ser:
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tal modo que alguns professores não se sentem à vontade se não tivessem
essas fileiras com as quais trabalhar: poderiam achar que a classe se tornaria,
então, desordenada e desocupada, ao menos em sua aparência. Todavia,
Abordagens cabe ressalvar que as novas metodologias de ensinagem já estão derrubando
Sociopolíticas esse paradigma tradicional.
...
da Educação
EM SÍNTESE
Conseguimos analisar os conceitos de Durkheim sobre
consciência individual e coletiva e sua relação com a cultura; o
conceito de socialização do ponto de vista deste autor; e os conceitos
de ação e relação social, e dominação que estão presentes nas
teorias de Weber e seus desdobramentos para a análise da dinâmica
da sala de aula.
14
Educação: para Paulo Freire educar é um ato político, pois se assume um
compromisso com o outro, para que este possa ser sujeito da sua história e do seu processo
de aprendizagem. Segundo ele é impossível pensar em educação sem afirmar que: “a leitura
do mundo precede a leitura da palavra”.
Metodologia: a metodologia que ele utilizou durante toda a sua vida foi o método
dialógico, o qual não é apenas um método ou uma teoria pedagógica, mas uma práxis que
tem como objetivo libertar a opressão atuante na nossa sociedade.
Para ele é impossível qualquer ação humana sem comunicação dialógica, sendo
que essa comunicação tem que ser horizontal, posto que se trata de sujeitos sociais que
compartilham a experiência de transformarem o mundo e se autotransformarem. O conteúdo
do diálogo é justamente o conteúdo programático da educação
15
Enfim, a concepção de educação de Paulo Freire, não pode ser
percebida apenas como uma crítica à educação bancária, tradicional e
autoritária, mas como uma práxis que comporta uma ética pedagógica, política
Abordagens e epistemológica profundamente democrática. Afinal, educar é libertar o ser
Sociopolíticas humano da opressão, do determinismo neoliberal, reconhecendo e
da Educação percebendo-o como um ser histórico e temporal, que faz sua própria história!
Cultura e educação
O que é Cultura?
Já parou para pensar se você tem cultura? Quem tem cultura? Existem algumas
pessoas que tem mais cultura do que outras?
A preocupação com a cultura é um fato permanente da humanidade. Todos querem
entender os caminhos que levaram as civilizações a se constituírem, bem como, entender
as perspectivas futuras de relacionamento entre elas.
É a partir da educação que os homens conseguem ensinar uns aos outros como
fazer as coisas, ou seja, ensinam como eles devem “aprender”. Estamos falando de educação
num sentido bem amplo, e não só aquela que se restringe à escola.
Desta forma, o ser humano consegue transmitir seus conhecimentos para outro, seja
aqui no Brasil numa tribo de índios bem afastada da zona urbana, ou numa grande metrópole
como Nova York, nos Estados Unidos. Mas, embora isso ocorra em todos os lugares, esse
processo de transmissão não se dá de uma única forma! Sabe
por quê? Porque existe um elemento social chamado
diversidade cultural, ou seja, as culturas das sociedades
humanas são diferentes. Cada sociedade possui uma
identidade.
Embora no mundo existam escolas, os professores são
diferentes e os métodos de ensino também! Alguns
professores são mais autoritários, outros mais compreensivos,
outros ainda carismáticos, enfim, existe uma infinidade de
diferenças entre eles. Mas, uma coisa com certeza eles
possuem em comum: uma identidade. Qual seria a sua? Já parou para pensar?
Podemos dizer que a lógica interna de cada realidade cultural é traduzida nos
costumes, nas formas de habitação, no vestuário, no trabalho e em tantas outras expressões,
e assim, constituem a identidade.
A definição do conceito de cultura causa certa ambigüidade ao ser relatado, pois
temos duas compreensões acerca deste conceito. A primeira é a que o senso comum
normalmente utiliza; e a segunda é a definição científica sob a perspectiva antropológica.
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CONCEITO DO
“SENSO COMUM”
O conceito de cultura, no entendimento do
senso comum, é empregado para o sinônimo de
educação, sofisticação, intelectualidade, ou seja,
pode-se “medir” o grau de cultura de uma pessoa de
acordo com a quantidade de livros que ela já leu,
quantas línguas ela fala, ou pela sua capacidade de
memorização. Ex: Maria é muito culta porque já viajou
para muitos países ou já leu muitos livros na vida.
CONCEITO ANTROPOLÓGICO
A ótica da antropologia define a cultura sob um
aspecto diferenciado. Assim, entende-se por cultura um
conjunto de normas que ditam o bom relacionamento
dos indivíduos com o meio social e natural em que se
insere dizendo como o mundo pode e deve ser
classificado.
Cultura é tudo aquilo que o homem faz,
ou pensa, ou sente enquanto membro de um
grupo, isto é, enquanto participa de qualquer
forma de existência coletiva16.
A antropologia entende como cultura as maneiras
características de viver em coletividade de um certo
grupo social que são dinâmicas, ou seja, acompanham
o “desenvolvimento” coletivo. Por exemplo, a
metodologia de ensino que a professora da sua mãe
usou com ela é a mesma que você utiliza com seus
alunos? Possivelmente não! Ou seja, existe uma
dinâmica que promove mudanças na sociedade.
E a Cultura? O que tem a ver com a sociedade e a educação? Esta pergunta deixo
para você refletir um pouco... Vamos lá?
A educação consiste numa ação exercida por um ser humano sobre outro ser humano
- mais freqüentemente, por um adulto sobre uma criança – para
permitir ao “educando” a aquisição de certos traços culturais
16TOSCANO, Moema. Introdução à (saberes ou maneiras de agir tanto técnicas como morais), que os
sociologia educacional. 10. ed.
Petrópolis: Vozes, 2001. p. 45. costumes, o sentimento ou uma convicção refletida consideram
desejáveis.
17
Em sociedade, vivenciamos, em nosso dia-a-dia,
um conjunto de símbolos que nos foram ensinados
através de gerações ou pela educação formal que
Abordagens caracterizam a cultura.
Sociopolíticas A cultura e a educação fazem parte da
da Educação sociedade na medida em que uma compõe e
sustenta a outra. Como isto ocorre? Funciona como
um sistema que norteia a conduta das pessoas
em sociedade. Assim, a cultura consiste naqueles fenômenos
que criam um sentido de identidade comum entre um grupo
particular: uma linguagem ou um dialeto, a fé religiosa, a identidade étnica, ou a localização
geográfica. Trata-se de fatores subjacentes que dão lugar a compreensões, regras e práticas
compartilhadas que governam o desenvolvimento da vida diária. O comportamento cultural
entendido assim se caracteriza fundamentalmente porque é aprendido.
Precisamos aprender os conceitos relativos à articulação entre sociedade, cultura e
educação porque vivemos em sociedade, criamos e partilhamos conteúdos que são e se
tornam culturais, de nosso espaço e de outros.
Quando vemos alguma coisa diferente da nossa cultura, geralmente tomamos uma
posição de negar a outra cultura ou achá-la esquisita, estranha, anormal, engraçada, atrasada,
evoluída etc.. Você tem essa postura?
Por exemplo, na Índia não se come carne vermelha porque a vaca é
reconhecida como um ser sagrado, próprio do Divino. Ou ainda, no Líbano
(um país no oriente e de cultura árabe) não é comemorado o dia de Natal
porque as pessoas não acreditam que Jesus Cristo foi um enviado
de Deus, isto é, o salvador da humanidade. No Iraque, por sua vez,
poucas são as mulheres que conseguem vencer as barreiras do
preconceito para fazer um curso superior ou usar calças. Para os
iraquianos as mulheres servem para ficar em casa cuidando dos
filhos!
Estes exemplos causaram algum impacto sobre você? Certamente para quem come
carne bovina diariamente pode ser um tanto diferente saber que em outro país as pessoas
nunca comeram carne, ou que não acreditam em Jesus Cristo como salvador, ou ainda, que
as mulheres de outro lugar não podem estudar até o nível superior e usar calças. Isto é o que
denominamos diversidade cultural.
Esses comportamentos coletivos nos fazem lembrar do conceito de cultura, ou seja,
cada país possui seus traços culturais próprios. Porém, nosso propósito é refletir sobre o
nosso comportamento em relação à cultura do outro para podermos entender o que significa
etnocentrismo.
18
ETNOCENTRISMO
é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como
centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através
dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é
a existência.
...
como reflexo da atitude do grupo social ou ainda por imposição, inclusive pela força, de
culturas externas.
EM SÍNTESE
Podemos concluir que a cultura do outro não
17 ROCHA, Everardo Guimarães. O que é é estranha, atrasada, engraçada, anormal ou
etnocentrismo. São Paulo:
Brasiliense, 1999. Col. Primeiros qualquer outro nome que consigamos dar. A cultura
Passos. p. 7-22.
do outro é simplesmente DIFERENTE.
19
Teoria da Cultura de Massa
Abordagens
Nesse momento nós iremos falar um pouco sobre a Cultura de Massa.
Sociopolíticas Você já ouviu falar sobre isso? Então vamos
da Educação
explorar um pouco alguns autores que analisam e
discutem essa temática.
Para início de conversa, vamos tentar
conceituar o que é “cultura de massa”? Vamos lá... Podemos
afirmar que a cultura de massa possui três características:
ela é produzida para consumo;
não possui de caráter reflexivo;
busca agradar sentimentos e emoções menos nobres.
Escola de F
Frrankfur
ankfurtt
20
Marshall McLuhan (1911-1980)
McLuhan discorda dos teóricos da Escola de Frankfurt. Ele acredita que os meios
de comunicação de massa:
“Os meios de
aproximam os homens;
comunicação de
diminuem as distâncias territoriais e sociais;
massa
transformam-se na única fonte de informação de
não são
uma parcela da população;
característicos
podem funcionar como um elemento de coesão
apenas da
através da padronização dos gostos;
sociedade
podem contribuir para a formação intelectual do
capitalista,
indivíduo.
mas de toda
Para ele o mundo se transformaria numa “Aldeia
sociedade
Global”.
democrática.”
Umberto Eco
21
Ainda assim, ele ressalva que a reprodução em série tirou o caráter
“mágico” da arte e música erudita. Mas, por outro lado, deixou a arte erudita
sair dos palácios e museus que só pessoas abastadas tinham acesso.
Abordagens
Sociopolíticas
da Educação
Como escapar das imposições da indústria cultural?
Qual o papel da educação nesse contexto?
A indústria cultura fez da educação a mesma coisa. Há indícios de que hoje existe
uma “educação de massa” que longe de elevar o nível cultural geral, produz apenas um
“analfabetismo educado” preocupado apenas em “encaixar” mais profissionais no mercado
de trabalho sem formação humana integrada. Portanto, a educação perde sua função crítica
e se torna integrada com as exigências da economia, deixando apenas a cultura amena,
pouco exigente e conformista.
Para refletir...
Ser culto é diferente de ser sábio. Nós queremos
ser sábios ou cultos? O sábio tem cultura, mas não é
escravo dela, ele usa a cultura a seu favor, mas não é a
cultura que manda nele. Não é a televisão nem a
sociedade que diz a roupa que ele deve vestir, nem é a
novela que diz qual deve ser o seu procedimento
familiar. O sábio vai além da cultura, ainda que tenha
ela em si.
Você pode estar se perguntando em que medida os estudos culturais podem contribuir
para o aprendizado da área de educação. Assim, com a finalidade de resolver estes
questionamentos nós iremos discutir, nesta, aula a contribuição da antropologia para a análise
do processo educativo.
Qualquer sociedade humana contempla em si um sistema educativo que assiste à
reprodução social. Graças à educação, a cultura passa de um indivíduo para outro, de uma
geração para a geração seguinte. E é através do processo educativo que a criança vai se
condicionando ao grupo em que está inserida, dando-lhe ao mesmo tempo aptidões capazes
à sobrevivência.
Desde que nasce, a criança vai apreendendo as categorias sociais através de grupos
sociais cada vez mais alargados: o grupo doméstico, família, vizinhos, escolarização ou
não, meios de comunicação etc..
O processo educativo se dá pela necessidade de
transmissão de uma memória coletiva e assume diferentes SANTOS, Luís Carlos dos. O
18
22
Nas sociedades tradicionais:
a criança é muito cedo afastada dos pais para ficar ligada ao ensino, longe da vida
quotidiana;
o professor é o responsável pela passagem do conhecimento erudito à próxima
geração;
nesse momento histórico o processo educativo é menos prático.
EM SÍNTESE ...
No primeiro caso, o processo educativo funciona estritamente
ligado à vida cultural, mas é extremamente forte. Por um lado, faz
a subordinação do indivíduo ao grupo e às suas normas e, por outro,
prepara a substituição das pessoas que desaparecem, mas cujas
habilidades precisam ser resgatadas para a memória social.
No segundo caso, a escola e o professor são unificadores da
história e da cultura em prol da produção. O professor é a parte do
ensino que deve incluir à mente cultural, o saber oficial pragmático
do conhecimento livresco.
Isto nos ensina que existem diferentes meios de transmissão
cultural: a tradição oral e a escola.
23
E a educação?
ANTROPÓLOGO EDUCADOR
Afirma que as categorias do
Deve assumir a responsabilidade de construir o conhecimento que
pensamento não devem ser
transmite aos seus alunos.
impostas.
Não procura manter suas opiniões Tem que aprender a ouvir as opiniões dos alunos e, na dose certa,
e categorias de experiência sobre direcionar seus pensamentos para fins inteligentes.
os fenômenos que estuda.
Procura assumir o ponto de vista Procura enxergar e se adaptar ao contexto sociocultural dos seus alunos
do grupo que estuda para melhor para poder se relacionar bem. Ou seja, se o professor ensina na zona
compreendê-lo. urbana e rural ao mesmo tempo, certamente ele não pode impor o mesmo
ritmo de ensino nos dois locais.
Ressaltam que o conhecimento não Por isso, o educador precisa se aproximar da realidade cultural dos
pode ser estudado como atividade seus alunos. Por exemplo, ao alfabetizar procurar associar as palavras
isolada de seu contexto cultural. do alfabeto aos objetos conhecidos pelas crianças.
Reconhece que as ações e Por isso reconhecer que o contexto sociocultural e as ações das crianças
linguagem utilizadas pelos estão relacionadas. Logo, não é justificável trabalhar com exemplos
indivíduos dependem do seu fora da realidade da criança, como por exemplo, visita a um shopping-
contexto cultural. center para uma criança da zona rural.
Enfim, o antropólogo pode ensinar ao educador que “as pessoas sabem fazer bem o
que é importante para elas”. Se os educadores reconhecerem que a cultura, seja ela oral ou
escrita, tem sua importância de acordo com o seu contexto, certamente a educação andará
a passos largos.
24
Atividades
Complementares
1. Durante esse período que estudamos, discutimos muitas posições teóricas,
dos clássicos aos contemporâneos. A partir dos nossos estudos, elabore um texto
resumido de 1 página sobre o papel da sociologia na formação do educador, com
base nos autores pesquisados.
25
FUNDAMENTOS SOCIOPOLÍTICOS
PARA A EDUCAÇÃO
Abordagens
Sociopolíticas
da Educação Um panorama geral sobre Política
26
Bem comum é a soma das condições concretas que permite, aos membros de uma
sociedade, alcançar um padrão de vida civilizado, compatível com a dignidade humana.
Há várias formas de poder. Destacamos, aqui, três. Elas têm, em comum, o fato de
contribuir para a instituição e manutenção das sociedades desiguais ou não. Senão,
vejamos:
27
EM SÍNTESE ...
Os professores são profissionais essenciais no processo
Abordagens de mudança das sociedades, pois contribuem com seus saberes,
Sociopolíticas seus valores, suas experiências nessa complexa tarefa de
da Educação melhorar a qualidade social da escolarização. Por isso, a escola
precisa passar por profundas transformações em suas práticas
e culturas para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
O sistema escolar é um sistema aberto que tem por objetivo proporcionar a educação.
Por isso, nós vamos estudar alguns aspectos importantes dele, tais como: a idéia de sistema
educacional, escolar e de ensino bem como as relações que se estabelecem entre sistema
escolar e sociedade.
De maneira plena, a educação realiza-se através de uma diversidade de agências
sociais e não somente através da escola. Por esta razão, denominamos “escolarização”, a
educação dada na escola. “Sistema de ensino” é a expressão mais usual e a que tem sido
consagrada na legislação, inclusive na Lei n. 9394/96. Iremos falar sobre essa lei daqui a
pouco...
Sistema educacional, sistema de ensino, sistema escolar. Afinal, qual a diferença
entre eles?
28
Contribuições da sociedade para o sistema escolar
...
campo do conhecimento científico provêm da atuação de professores universitários.
EM SÍNTESE
Assim como o sistema escolar tem acesso à sociedade o contrário
deve também ser efetivado, pois a educação é um investimento de alta
rentabilidade, individual e social, transformando-a e favorecendo-a.
29
Estrutura do Sistema Escolar
30
Não dispomos de recursos financeiros suficientes (ao contrário, parece ser cada vez
mais precária a situação financeira dos sistemas escolares). Os recursos existentes nem
sempre são bem empregados. Um universo de crianças (na zona rural e nos grandes
aglomerados urbanos) continua sem possibilidade de frequentar escola. Os currículos e
programas não se atualizam com a velocidade exigida, o pessoal docente, muitas vezes,
não tem a qualificação necessária. Há uma excessiva evasão e repetência. Não formamos
os técnicos de que precisamos e formamos em excesso para determinadas ocupações
cujo mercado de trabalho está saturado.
Na medida em que consigamos superar os problemas de natureza econômica, ir-
se-ão criando condições mais favoráveis para o aperfeiçoamento do sistema escolar.
Todavia, estamos diante de um círculo vicioso que precisa ser rompido. O crescimento da
economia não pode prescindir de um razoável aperfeiçoamento do desempenho do sistema
escolar. Assim sendo, não podemos ficar passivamente à espera de condições mais
favoráveis, mas precisamos ajudar a criar estas condições, procurando, assim, uma
participação ativa no processo de desenvolvimento, por intermédio de um esforço
considerável para melhorar o funcionamento do sistema escolar brasileiro.
31
Órgãos Regionais - Delegacias
Representam o Ministério da Educação e do Desporto nas
respectivas áreas de atuação no território nacional.
Abordagens
Sociopolíticas Órgão Colegiado
da Educação O Conselho Nacional de Educação – CNE é um órgão normativo e
tem organização e atribuições definidas em legislação própria.
Ao desempenhar suas funções, o Ministério da Educação e do
Desporto conta com a colaboração do Conselho Nacional de Educação
e das Câmaras que o compõem. Suas funções são definidas como
“normativas e de supervisão”.
Porém, o MEC exerce as atribuições do Poder Público Federal
em matéria de educação e, para isso, cabe-lhe formular e avaliar a política
nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino e velar pelo
cumprimento das leis que o regem.
Compete ao Conselho, subsidiar a elaboração do Plano Nacional
de Educação e acompanhar sua execução; manifestar-se sobre questões
que abranjam mais de um nível e modalidade de ensino.
O Conselho é organizado em duas Câmaras: Câmara de Educação
Básica e Câmara de Educação Superior.
São atribuições, dentre outras, da Câmara de Educação Básica:
examinar problemas e oferecer sugestões na área da educação infantil,
ensino fundamental, educação especial e ensino médio e tecnológico.
O Conselho Nacional de Educação pública periodicamente a
Revista Documenta, onde estão registrados todos os pronunciamentos,
pareceres e legislação geral complementar, para a administração da
educação no País.
32
As Secretarias da Educação de cada estado são os
principais órgãos encarregados de colocar em execução a política
educacional, de acordo com as normas estabelecidas traçadas
pelos respectivos Conselhos Estaduais. Estas Secretarias
possuem departamentos e setores especializados que cuidam
dos problemas de cada nível e modalidade de ensino.
A educação básica é administrada por órgãos centrais e
regionais, permitindo-se, assim, a descentralização administrativa
e a delegação de competências.
Financiamento da Educação
Caro aluno, você percebeu que, ultimamente, há um interesse maior por parte de
todo o pessoal envolvido no magistério, de aluno e da comunidade em geral, com relação
ao financiamento da educação? Talvez, depois da leitura deste texto, você possa entender
mais este interesse.
Pretendemos identificar a origem dos recursos públicos destinados à educação e
conhecer os resultados obtidos no ensino fundamental, com os recursos do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério,
mais conhecido como: FUNDEF.
Pela Constituição de 1967, o percentual de “12% sobre a receita geral de impostos”
para fins educacionais foi revogado pela supressão da política de vinculação de recursos.
Além dos impostos, a sustentação financeira do ensino recebia verbas não orçamentárias,
como o salário-educação, incentivos fiscais, fundo especial da Loteria Federal, Loteria
Esportiva Federal e Fundo de Investimento Social – FINSOCIAL.
33
Existem muitos impostos no Brasil. Uma fatia deles é destinada à
educação, e às outras áreas: saúde, esporte, agricultura etc. Fundamental,
então, é que se priorize a distribuição dos recursos disponíveis no orçamento.
Abordagens No artigo 68, da Lei n. 9.394/96, estão detalhadas de onde provêm os
Sociopolíticas recursos públicos destinados à educação:
da Educação
[ ]
I - receita de impostos próprios da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - receita de transferências constitucionais e
outras transferências;
III - receita do salário-educação e de outras
contribuições sociais;
IV - receitas de incentivos fiscais;
V - outros recursos previstos em lei.
FUNDEF
Em 24 de dezembro de 1996 foi criado o Fundo de Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e Valorização do Magistério FUNDEF – Lei nº 9.424.
O FUNDEF trouxe como inovação a mudança da estrutura de financiamento do ensino
fundamental no País, pela subvinculação de uma parcela dos recursos destinados a esse
nível de ensino. Ele é um fundo instituído em cada Estado da Federação e no Distrito Federal,
cujos recursos devem ser aplicados exclusivamente na manutenção e desenvolvimento do
ensino fundamental público e na valorização de seu magistério.
Em cada Estado o FUNDEF é composto por recursos do próprio Estado e de seus
Municípios, sendo constituído por 15% do Fundo de Participação do Estado (FPE), Fundo
de Participação dos Municípios (FPM), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), Recursos relativos à desoneração de exportações, de que trata a Lei Complementar
nº 87/96 e Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (IPI-exp.).
Os recursos do FUNDEF constituídos na forma acima é redistribuído,
automaticamente, ao Estado e seus Municípios proporcionalmente ao número de matrículas
no ensino fundamental das respectivas redes de ensino, constantes do Censo MEC do ano
anterior.
Para o funcionamento do FUNDEF criou-se o “Conselho do Fundef – CEACS”. Os
Conselhos instituídos têm o objetivo de dar acompanhamento e controle social dos recursos
do Fundo (Art. 4o).
Nos municípios, os Conselhos são formados por, no mínimo, quatro membros, que
representam a Secretaria Municipal da Educação ou órgão equivalente, os professores e
diretores das escolas públicas do ensino fundamental, os pais de alunos e os servidores
das escolas públicas do ensino fundamental.
34
Você sabia?
Os membros do Conselho não recebem qualquer remuneração pela
participação no colegiado?
É responsabilidade do Conselho acompanhar o censo escolar anual?
Não devem ter estrutura administrativa própria?
1 planejamento escolar usando, pelo menos, 60% dos recursos. Outros profissionais,
que atuam no ensino fundamental, poderão ser pagos com o restante dos recursos.
4 Não pode pagar cursos de capacitação para profissionais que estejam fora do ensino
fundamental.
35
!
A
população, em Isso nos ensina o tamanho do
especial, a
mais carente, compr omisso que é
compromisso
Abordagens
Sociopolíticas precisa ser administr
administrar ar dinheir
dinheiro o púb
públicolico
da Educação beneficiada.
Afinal, o
destino dado
às verbas públicas já está definido, faltando apenas o acompanhamento claro para que
chegue ao local previsto. E essa responsabilidade é também de cada membro da escola.
As necessidades básicas das crianças (especialmente as mais carentes) precisam
ser assistidas. Não pode ser destinada toda a responsabilidade à escola. As carências
não são apenas na escola, mas decorrem inclusive, de questões sociais que ultrapassam
seus muros.
Como membros da sociedade, é nosso direito e dever fazer parte da administração
e acompanhar a gestão para a reestruturação social e econômica.
Aquele velho ditado: “se cada um fizesse sua parte, o todo seria diferente”.
Vamos acreditar nisso e fazer diferente.
36
Atividades
Complementares
Titãs - Go Back
37
POLÍTICA, EDUCAÇÃO E
Abordagens CONSCIÊNCIA
Sociopolíticas
da Educação
Educação para crianças com idade inferior a 7 anos Educação Básica Educação Infantil
Ensino de 1o. Grau Ensino Fundamental
Ensino de 2o. Grau Ensino Médio
Ensino de Superior Educação Superior
38
Comparada à Lei n. 5.692/71, a nova LDB define mais diretamente a educação
básica, desde a educação infantil à educação média.
Fundamentalmente, esta estrutura didática oportuniza uma reflexão mais consistente
pois se compromete com níveis de ensino antes não obrigatórios, como a educação infantil,
por exemplo.
“A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores.” (art.22)
O artigo 92 da lei, ao tratar das incumbências da União, afirma: “IV. estabelecer, em
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes
para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos
e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum.”
* Na atual lei a recuperação deve ter uma programação paralela ao longo do ano
letivo, diferentemente da lei anterior (5.692/71) que destacava a sua oferta “entre
os períodos letivos regulares”.
E DUCAÇÃO I NFANTIL
NFANTIL
39
E NSINO F UND AMENT
UNDAMENT AL
AMENTAL
40
O que a nova lei preconiza para
este nível de ensino?
* Ele pode ser organizado com uma duração maior que oito anos;
(art. 32).
*
Propõe a implantação gradativa da escola de tempo integral; (art. 34, parágrafo
22).
Objetivando dirigir o planejamento curricular, a nova lei traça orientações específicas
em seus artigos 26, 27 e 28 que podem ser vistos assim:
Os currículos do ensino fundamental devem ter uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura e da
clientela como no nível médio.
Os sistemas de ensino promoverão adaptações necessárias à adequação dos
currículos à zona rural e às peculiaridades de cada região. Essa adequação abrange
conteúdos, metodologias, materiais de ensino.
E NSINO M ÉDIO
41
As orientações apresentadas para o ensino fundamental, no que
concerne à base nacional comum e parte diversificada, carga horária de aula
e dias letivos, apresentam-se da mesma forma para o ensino médio. Algumas
Abordagens especificidades são verificadas. Senão, vejamos:
Sociopolíticas O destaque à educação tecnológica, à compreensão do significado
da Educação da ciência, das letras e das artes; ao processo de transformação da sociedade
e da cultura; à língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso
ao conhecimento e exercício da cidadania.
42
E DUCAÇÃO P ROFISSIONAL
De acordo com a LDB, esta formação não se coloca como um nível de ensino, mas
como um tipo de formação que permeia toda a vida do indivíduo em idade profissionalmente
produtiva.
O artigo 39 cita: “a educação profissional, integrada às diferentes formas
de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente
desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva”.
“Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino
fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem
ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação
profissional”.
Em prosseguimento às diretrizes ditadas para a
educação profissional, estabelecem os artigos 40 e 41:
“Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em
articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias
de educação continuada, em instituições especializadas ou no
ambiente de trabalho”.
“Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho,
poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou
conclusão de estudos...”
Educação Especial
43
Educação a Distância
http://www.mec.gov.br/sef/estrut2/pcn/
aos Sistemas de Ensino, particularmente aos professores, subsídios pdf/livro01.pdf. Acesso em 02 dez. 2004.
44
à elaboração e/ou reelaboração do currículo, visando à construção do projeto pedagógico,
em função da cidadania do aluno.
Objetivos dos PCN de 1ª a 4ª- estabelecer uma referência curricular e apoiar a
revisão e/ou elaboração da proposta curricular dos Estados ou das escolas integrantes dos
sistemas de ensino.
Composição dos PCN 1ª a 4ª-
I. Introdução - A elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais constituem o
primeiro nível de concretização curricular. São uma referência nacional para o ensino
fundamental; estabelecem uma meta educacional para a qual devem convergir as
ações políticas do Ministério da Educação.
II. Poderão ser utilizados como recurso para adaptações ou elaborações curriculares
realizadas pelas Secretarias de Educação, em um processo definido pelos
responsáveis, em cada local, segundo nível de concretização curricular.
III. O terceiro nível de concretização refere-se à elaboração da proposta curricular
de cada instituição escolar.
IV. O quarto nível de concretização curricular é o momento da realização da
programação das atividades de ensino e aprendizagem na sala de aula. É quando o
professor, segundo as metas estabelecidas na fase de concretização anterior, faz
sua programação, adequando-a àquele grupo específico de alunos.
Os documentos estão organizados em duas partes. Cada uma delas pode ser
consultada de acordo com o interesse mais imediato: aprofundamento teórico, definição
de objetivos amplos, eixos temáticos norteadores para seleção de conteúdos da disciplina,
discernimento das particularidades da área, sugestões de práticas, possibilidades de
recursos didáticos, critérios de avaliação, entre outros.
Além dos conteúdos específicos de cada componente curricular, existe um conjunto
de temas proposto (Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde e Orientação Sexual)
que recebeu o título geral de Temas Transversais e Ética, os quais indicam, também, a
metodologia proposta para sua inclusão no currículo e seu tratamento didático.
São apresentados os critérios para defini-los e escolhê-los:
Urgência social: eleger, como Temas Transversais, questões graves, que se
apresentam como obstáculos para a concretização da plenitude da cidadania,
afrontando a dignidade das pessoas e deteriorando sua qualidade de vida.
Abrangência nacional: buscou contemplar questões que, em maior ou menor
medida e mesmo de formas diversas, fossem pertinentes a todo País.
45
Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental:
esse critério norteou a escolha de temas ao alcance da aprendizagem nessa
etapa da escolaridade, em especial no que se refere à Educação para Saúde,
Abordagens Educação Ambiental e Orientação Sexual, já desenvolvidas em muitas escolas.
Sociopolíticas Favorecer a compreensão da realidade e a participação social:
da Educação os temas eleitos em seu conjunto, devem possibilitar uma visão ampla e
consistente da realidade brasileira e sua inserção no mundo, além de desenvolver
um trabalho educativo que possibilite uma participação social dos alunos.
Meio Ambiente e Saúde: a primeira parte aborda a questão ambiental a partir de
um breve histórico e apresenta os modelos de desenvolvimento econômico e social
em curso nas sociedades modernas. Discorre sobre o reconhecimento, por parte de
organizações governamentais e lideranças nacionais e internacionais, da importância
da educação ambiental, enfatizando as noções comumente associadas ao tema. Ao
final dessa primeira parte, encontram-se os objetivos gerais do tema Meio Ambiente
para todo o ensino fundamental.
O documento de Pluralidade Cultural trata da diversidade étnica e cultural, plural em
sua identidade, enfatizando as diversas heranças culturais que convivem na população
brasileira, oferecendo informações que contribuam para a formação de novas mentalidades,
voltadas para a superação de todas as formas de discriminação e exclusão.
A segunda parte, referente aos conteúdos específicos, critérios de avaliação e
orientações didáticas, é dirigida para as primeiras quatro séries. Em cada área ou disciplina,
os PCN’s orientam o professor sobre a seleção dos conteúdos indicados, usando os
materiais diversificados, avaliando as habilidades e conhecimentos que serão objeto da
avaliação nacional.
A nova Lei de Diretrizes e Bases deu aos professores suficiente espaço para, unidos,
construírem a escola fundamental em que trabalham como digna do progresso do homem
no século XXI. Será lamentável perder-se a oportunidade de iniciar com os professores a
discussão da relevância dos conteúdos no currículo, para a construção de uma escola como
a “dos sonhos” de Frei Betto, onde “é mais importante educar que instruir, formar pessoas
que profissionais; ensinar a mudar o mundo que a ascender à elite”.
46
O Plano Nacional de Educação – PNE é uma reivindicação antiga dos educadores
brasileiros. Já a Constituição de 1934 contemplava sua previsão legal como instrumento de
gestão e de planejamento da educação nacional.
No PNE para o decênio 2001 - 2010, a primeira característica reside no fato de o Plano
Nacional de Educação ter tramitado no Congresso Nacional, sendo submetido à análise,
discussão e aprovação pelo Poder Legislativo. A segunda característica resulta diretamente de
seu caráter legal. Trata-se de um documento que possui legitimidade assegurada,
antecipadamente na Constituição Federal e na LDB.
Pretendemos fazer uma análise do documento e buscar compreender as políticas que
estão envolvendo o dia-a-dia da educação neste primeiro decênio do milênio.
Tem duração de dez anos e os estados, o Distrito Federal e os municípios devem elaborar
planos decenais correspondentes, para adequação às especificidades locais e a cada
circunstância.
A duração de dez anos possibilita a continuidade das políticas educacionais
independentemente do governo, caracterizando-o mais como plano de Estado do que como
plano governamental, o que é uma das vantagens de sua aprovação como lei.
Objetivos e Prioridades
*
Ampliar para nove anos a duração do ensino fundamental obrigatório com início
aos seis anos de idade, à medida que for sendo universalizado o atendimento na
faixa de 7 a 14 anos.
*
Assegurar que, em três anos, todas as escolas tenham formulado seus projetos
pedagógicos, com observância das Diretrizes Curriculares para o ensino
fundamental e dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
*
Ampliar, progressivamente a jornada escolar visando expandir a escola de tempo
integral, que abranja um período de pelo menos sete horas diárias, com previsão
de professores e funcionários em número suficiente.
47
* Prover, nas escolas de tempo integral, preferencialmente para as
crianças das famílias de menor renda, no mínimo duas refeições,
apoio às tarefas escolares, a prática de esportes e atividades
Abordagens
artísticas, nos moldes do Programa de Renda Mínima Associado a
Sociopolíticas Ações Sócio-educativas.
da Educação
Tanto no processo educativo quanto no ato político, uma das questões fundamentais
dizem respeito à clareza sobre: a favor de quem e do que, isto é, contra quem e contra o que
desenvolvemos a educação e a atividade política.
48
Quanto mais clara estiver esta questão na prática, maior a percepção da
impossibilidade de desvincular a educação da política.
Ao conceber a educação como um processo permanente, no qual nos educamos
continuamente, não é válido, segundo Freire, falar de educados e não educados, mas, sim,
de graus de educação relativos. Uma outra categoria de análise encontrada em seu trabalho
é a do papel do trabalhador social em um processo de mudança. Este tem uma atuação
destacada na desmistificação da realidade distorcida, o que provoca o descobrimento da
verdadeira dimensão na qual está imerso o trabalhador e o que poderá ser conseguido por
meio da percepção crítica desta realidade. Assim, mediante a conscientização dos indivíduos
com os quais trabalha e de sua própria conscientização como produto do contato com eles,
cumprirá o trabalhador social, o papel de agente de mudança.
A sua tarefa formadora se dá na interioridade das lutas populares, na intimidade dos
movimentos sociais de onde se origina, dos quais não pode afastar-se e com os quais
precisa aprender sempre.
É no interior da prática que se dá a formação política do professor da escola é através
desta que os professores vão adquirindo consciência de que os seus interesses se integram
aos interesses da maioria dominada da população brasileira. Uma prática coletiva exige
reflexão sobre a situação vivida, a reflexão é que permite produzir o conhecimento sobre a
real situação, caso contrário, não se pode elaborar planos de ação nem optar diante deles,
bem como empenhar-se em sua realização.
Ao considerar fundamental que o professor seja portador de uma sólida formação
política, concebe-se que o conhecimento da realidade seja indispensável. Este
conhecimento é o que lhe permite compreender o que é mais relevante para ser ensinado e
como deve sê-lo, tendo em vista os fins educativos articulados com uma realidade social
concreta.
A escola da atualidade se encontra às voltas com a questão da qualidade do ensino.
Este problema vem preocupando tanto os segmentos populares quanto os setores
dominantes. Os segmentos populares já têm a compreensão de que uma baixa escolaridade
reduz significativamente suas oportunidades de emprego; e, os setores dominantes, que
em tempos anteriores temiam aumentar o nível intelectual da população, atualmente, em
conseqüência da revolução tecnológica, passou a preocupar-se com o ensino de qualidade,
uma vez que os meios de produção de que dispõem precisam de mão-de-obra cada vez
mais qualificada para que se opere, de modo eficaz, os instrumentos tecnológicos e, assim,
manterem-se competitivos no mercado.
49
Atividades
Complementares
Abordagens
1.
Sociopolíticas
da Educação
Consulte os textos estudados e confirme ou negue as afirmações
seguintes. Às negativas, reescreva-as corretamente:
a. As contribuições da sociedade para o sistema escolar são maiores
que as contribuições do sistema escolar para a sociedade
b. A realidade educacional brasileira está apresentando, nos últimos 5
anos, um funcionamento, adequado para atender a demanda que a sociedade
vem exigindo.
c. Infelizmente, os recursos financeiros existentes nem sempre são bem
empregados provocando implicações graves no investimento à educação.
d. A educação Infantil é um dos assuntos da competência do MEC
e. Compete ao Conselho Nacional de Educação, elaborar o Plano
Nacional de Educação e acompanhar sua execução.
f. A prioridade dos municípios é a educação infantil e o ensino
fundamental.
50
EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI
51
A situação era muito grave?
Bastante! Para termos idéia desse quadro, basta saber que havia 900
milhões de adultos analfabetos no mundo e cerca de 100 milhões de crianças
Abordagens fora da escola.
Sociopolíticas Assim, Jomtien manifestou a intenção de assegurar educação básica
da Educação para a população mundial, além de renovar sua visão e alcance. Com esse
evento, educação fica no centro das atenções mundiais, destacando sua
prioridade e importância, principalmente da educação básica (Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), em estabelecer metas e compromissos para
o ano 2000.
Mas, de que trata, exatamente, o compromisso assumido pelos países naquela
conferência? Qual o sentido da “Educação para Todos” e seu recorte, o de educação
“básica” para todos?
Esse projeto propagou a idéia de que a educação deveria atender as exigências
básicas de aprendizagem de crianças, jovens e adultos. O conceito refere-se àqueles
conhecimentos teóricos e práticos, capacidades, valores e atitudes indispensáveis ao sujeito
para enfrentar suas necessidades básicas em sete situações:
1) a sobrevivência;
2) o desenvolvimento pleno de suas capacidades;
3) uma vida e um trabalho dignos;
4) uma participação plena no desenvolvimento;
5) a melhoria da qualidade de vida;
6) a tomada de decisões informadas; e
7) a possibilidade de continuar aprendendo.
Sendo os grupos humanos diferentes, suas carências básicas também o são, cada
país necessitaria obter meios para satisfazê-las, segundo a cultura, setores e grupos sociais
segundo as perspectivas de sua resolução ao longo do tempo.
52
E como garantir estas metas estabelecidas?
Assim, uma Carta foi aprovada sugerindo aos nove países os procedimentos a serem
adotados tendo em vista a criação daquelas condições. Vejamos a síntese:
Essas mesmas formulações vão estar presentes nos documentos gerados por uma
avalanche de seminários realizados no Brasil, após o de Jomtien.
Após o impeachment do presidente Collor, em 1992, as bases políticas e ideológicas
para a educação lançadas na Conferência Mundial de Educação para Todos, começam a
fertilizar a mentalidade brasileira, inspirando a publicação do Plano Decenal de Educação
para Todos, em 1993, já na gestão do ministro da educação Murílio de Avellar Hingel, no
governo Itamar Franco, vice-presidente de Collor e seu sucessor. A histórica disputa entre
correntes privatistas e publicistas se repetiu. O Fórum Nacional realizou extenso trabalho
junto aos parlamentares e em eventos que aconteceram por todo o país. Contudo, à medida
que a lei da educação nacional era traçada, o governo embutia, por meio de decretos,
resoluções (Nova LDB 9.394/96 conforme citamos no texto anterior) e medidas provisórias,
o seu projeto educacional, articulado às determinações firmadas em Jomtien e aos grandes
interesses internacionais, como atestam os documentos da CEPAL (Comissão Econômica
para a América Latina e Caribe).
53
O Relatório para a educação do século XXI
Elaborado entre 1993 e 1996, o Relatório Delors é um documento
primordial para se compreender a revisão da política educacional de vários
Abordagens países na contemporaneidade. Apresenta orientações aos vários níveis
Sociopolíticas de ensino e revela uma concepção bastante nítida do papel e
da Educação possibilidades da educação para garantir a sobrevivência dos valores na
sociedade. Além disso, apóia recomendações para a formação docente.
Desemprego e a exclusão social podem ser percebidos até nos
países ricos, aumentando as desigualdades sociais em todo o mundo. Por conta
desta análise, o documento indica as principais inquietações a serem resolvidas
no próximo século:
1. tornar-se cidadão do mundo, mantendo a ligação com a comunidade;
2. mundializar a cultura preservando as culturas locais e as potencialidades
individuais;
3. adaptar o indivíduo às demandas de conhecimento científico e tecnológico
- especialmente as tecnologias de informação -, mantendo o respeito por
sua autonomia;
4. recusar as soluções rápidas em favor das negociações e consensos;
5. conciliar a competição com a cooperação e a solidariedade;
6. respeitar tradições e convicções pessoais e garantir a abertura ao
universal.
1. o planeta Terra que habitamos e de que todos somos cidadãos é uma entidade
única, fervilhante de vida;
2. a ecologia do planeta deve ser preservada das destruições insensatas e da
exploração selvagem;
3. o amor e a compaixão, a amizade e cooperação devem ser estimuladas, agora
que a nossa consciência desperta para a solidariedade planetária;
4. as grandes religiões do mundo na luta pela supremacia devem parar de se
combater, e cooperar para o bem da humanidade;
5. eliminar o flagelo do analfabetismo em todo o mundo;
6. a educação holística deve ter em conta as múltiplas facetas – físicas, intelectuais,
estéticas, emocionais e espirituais – da personalidade humana e tender, assim,
para a realização deste sonho eterno: um ser humano perfeitamente realizado
vivendo num mundo em harmonia.
54
Para refletir...
Será que um documento é
suficientemente capaz de transformar a
conduta das pessoas? Não seria uma questão
de consciência?
55
envolvente; aprender a viver juntos a fim de participar e cooperar com os
outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via
essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do
Abordagens saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos
Sociopolíticas de contato, de relacionamento e de permuta.
da Educação O aprender a conhecer significa a aprendizagem dos científicos e
culturais que nos ajudam a distinguir o que é real e o que é ilusório, e a ter
assim um acesso inteligente aos saberes de nossa época. Neste contexto, o
espírito científico como uma aquisição fundamental da aventura humana, é indispensável.
Aprender a conhecer também significa ser capaz de estabelecer pontes entre os diferentes
saberes, entre estes saberes e seus significados para nossa vida cotidiana; entre estes
saberes e significados e nossas capacidades interiores.
Já o aprender a fazer significa a aquisição de uma profissão e dos conhecimentos
e práticas que lhe estão associados. Toda profissão no futuro deveria ser uma verdadeira
profissão a ser tecida, uma profissão que estaria ligada, no interior do ser humano, aos fios
que a ligam a outras profissões. No fim das contas, ‘aprender a fazer’ é um aprendizado da
criatividade. ‘Fazer’ também significa fazer o novo, criar, trazer suas potencialidades criativas
à luz.
Quando tratamos do respeito às normas que regem as relações entre os seres que
compõem uma coletividade estamos nos referindo à aprendizagem do viver juntos,
segundo o expresso no Relatório da UNESCO. Todavia, estas normas devem ser realmente
compreendidas, admitidas interiormente por cada sujeito, e não sentidas como pressões
externas. Envolve, diretamente, reconhecer-se a si mesmo na face do Outro. Trata-se de um
aprendizado permanente, que deve começar na mais tenra infância e continuar ao longo da
vida.
Por fim, o aprender a ser.
56
Reflexões sobre consciência e educação
57
modificações psíquicas, ao total estado de consciência de uma pessoa e/ou
seu estado normal de vigília, sendo que os estados de vigília além do normal
são geralmente considerados como estados alterados de consciência. Sob
Abordagens esse aspecto ela é considerada como susceptível de desenvolvimento, de
Sociopolíticas ampliação e refinamento, tanto que seu grau de sensibilidade e profundidade
da Educação pode variar de pessoa para pessoa.
Em suas primeiras obras, Freud, o maior expoente da psicanálise,
exprimiu a crença de que a vida psíquica
consiste em duas partes, a consciente e a inconsciente. À
parte consciente, ele associou a um iceberg, cuja porção
visível é pequena e insignificante, representando somente
um aspecto superficial da personalidade total; e ao vasto e
poderoso inconsciente, como um enorme recipiente
contendo os instintos, que são a força propulsora de todo
comportamento humano. Freud, mais tarde, reviu essa
distinção simples consciente/inconsciente e introduziu os
constructos do id, ego e superego.
Durkheim, considerado por alguns autores como o
“Pai da Sociologia”, foi o mais expressivo sociólogo a
reconhecer a importância do estudo da consciência. E, na
contemporaneidade a sociologia vem se questionando sobre o tema consciência, haja vista
a dicotomia que se estabeleceu ao longo da história desta ciência no que se refere ao
duelo entre indivíduo versus estrutura social, gerando duas vertentes teóricas, por um lado
as microteorizações e, por outro, as macroteorizações.
Segundo a concepção durkheimiana existem dois tipos de consciência: a coletiva e
a individual; e, para compreender o sentido que Durkheim atribuiu a estes dois conceitos
volte algumas aulas atrás e releia o conteúdo que trata sobre a sua teoria das duas
consciências.
Assim como em Durkheim, também para Marx a noção de consciência é inseparável
de uma certa compreensão da relação entre indivíduo e sociedade. Marx, em sua teoria,
investiga as relações econômicas, também consideradas “inelutáveis”, que representam
para ele o motor preponderante do desenvolvimento sociohistórico e a principal chave para
compreendê-lo. No curso do desenvolvimento automático das relações econômicas, dois
grupos sociais produzem “explosões sociais”: um grupo de proprietários dos meios de
produção – burguesia, os minoritários – que se opõe a um outro grupo de pessoas
desprovidas dos meios de produção – proletários, a maioria. E é a partir dessas relações
antagônicas que emerge a consciência.
Assim, vimos que para Marx e Engels, a consciência é, antes de qualquer coisa, a
consciência dos vínculos imediatos das relações sociais, ou seja, de uma pessoa com os
outros indivíduos. Entretanto, num determinado momento ou dentro de um processo, para
ser mais preciso, a sociedade se dividiu em interesses antagônicos. A partir daí, as idéias,
representações e valores que compõem a consciência dos seres humanos, além de
representar as relações reais a que se submetem, devem também justificá-las na direção
da manutenção de determinados interesses, ou seja, a consciência pode se tornar ideologia.
Para os idealistas, a consciência é a “alma”, uma substância imaterial, eterna, imortal,
com capacidade de autonomia, capaz de deixar ou abandonar o corpo em determinadas
circunstâncias, como no sono ou na morte. Esta idéia de consciência como “alma” surgiu na
Antigüidade. Foi uma forma de resposta às perguntas que não tinham uma dimensão
esclarecedora absolutamente persuasiva. Posteriormente, de modo singular durante a Idade
Média, o conceito de alma encontrou vasta fundamentação teórica.
58
Assim, enquanto educadores e pesquisadores podemos analisar que a consciência
é o resultado de um pensar inteligente, sendo a inteligência uma faculdade humana que nos
possibilita:
E a educação?
59
sistema formal de ensino, a tornar-se apenas em um
profissional competente e aculturado, esquecendo-se que
para além do saber e sentir, existe o ser; que para além
Abordagens da cultura, existe a sabedoria; que para além do poder,
Sociopolíticas existe a plenitude. Gerando com isso o que tão bem
da Educação conhecemos: uma civilização cujos pilares estão
baseados na corrupção, na violência e na volúpia.
O resultado é um sintomático caos coletivo
produzido por aqueles que foram notoriamente instruídos ao invés de
serem verdadeiramente educados.
A mudança virá quando percebemos que somente faz sentido uma ciência com
consciência, enfim, através de uma educação verdadeira, capaz de produzir um ser humano
capaz de se autoconhecer.
Se retomarmos a conflituosa situação da educação na atualidade, nos deparamos
com a inflexibilidade teórica da comunidade científica. O simples fato de conhecer, descobrir
e trazer algo de novo para a comunidade científica, muitas vezes e, não raro quase sempre,
se torna um desafio, pois o “novo” traz consigo a “semente” da refuta e da descrença.
Para concretizarmos o grau de significação do estudo da consciência no âmbito
educacional é importante citar um trabalho intitulado como Projeto de melhoria da
Consciência Social - Solução de problema social, uma pesquisa realizada por Maurice
Elias da Universidade de Rutgers, nas escolas de Nova Jersey (EUA), nas séries do jardim
de infância, em comparação com não-participantes sobre o seu grau de consciência social.
O resultado foi que os alunos que eram “trabalhados” por seus professores no campo da
“consciência e inteligência social” tinham:
* maior auto-estima;
*
comportamento menos anti-social, autodestrutivo e socialmente perturbado,
mesmo quando acompanhado até o ginásio;
60
e nos divertindo; outras vezes estamos embaixo buscando
alternativas rápidas e inteligentes para superar os obstáculos
e retornar para o nível de alegria.
Assim, é provadamente verdadeira a teoria de que
quanto mais consciência tem o ser humano, menos conflitos e
menos desequilíbrio ele tem e, na sociedade produz. E que
nossa conduta denuncia nosso grau de consciência;
e toda conduta é um exemplo; e todo exemplo
enquanto não educa, no mínimo, motiva.
61
Atividades
Complementares
Abordagens
1.
Sociopolíticas
da Educação
Vamos abrir espaços para reflexões diante dos temas
estudados:
O artigo 2o da LDB declara: “a educação dever da família
e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais
de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando,seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Faça a sua interpretação!
62
Segundo ele, esse modelo começou a ser questionado no
século XX, com estudos sugerindo a retomada da visão integral
do homem e a valorização daquilo que os cartesianos haviam
abandonado. “Não que a hipertrofia da razão não seja importante.
Tanto foi que chegamos a essa tecnologia moderna, avançada,
que ninguém pode descartar. Mas hoje é fundamental retomar a
unidade perdida. Não se trata de voltar atrás, mas de dar um novo
passo”, afirma.
Há quatros anos, o Colégio Módulo, em Caraguatatuba, no
litoral paulista, resolveu inserir essa proposta em seu projeto
pedagógico. Atualmente, os alunos da primeira à quarta série do
ensino fundamental, além das tradicionais aulas de matemática,
português e biologia, têm holística no currículo. O programa do
curso é dividido em quatro partes: corporal, intelectual, emocional
e espiritual.
Na primeira, são dadas orientações sobre cuidados com
o corpo, em termos de alimentação e exercícios físicos, e
ensinadas técnicas de massagem e relaxamento. Na parte
intelectual, os estudantes trabalham valores como respeito,
responsabilidade e solidariedade, por meio de redação, pinturas
ou dinâmicas de grupo. Do lado emocional, são discutidas
especificamente as emoções mais evidentes da infância, como
raiva e medo, com os alunos aprendendo a reconhecer esses
sentimentos. E a parte espiritual do programa apresenta aos
estudantes formas de autoconhecimento.
“Nas escolas brasileiras, a holística começou a ser
introduzida recentemente, por isso, cada instituição de ensino está
montando seu modelo de acordo com suas experiências e clientela.
Conosco é assim também: a cada ano revemos nosso projeto”,
explica Laucidéa Agostinho Ribas Sampaio, psicóloga e
professora de educação holística do Módulo. Mas a proposta do
colégio não envolve apenas os alunos. O diretor Carlos Francisco
Focesi esclarece que todos os funcionários (porteiros,
professores, administrativos) e pais integram o processo. “Nós
adequamos o ambiente para torná-lo propício para a humanização
dos nossos alunos”, diz.
A professora Maria Luiza Pontes Cardoso, autora de
Educação para uma Nova Era – Uma Visão Contemporânea para
Pais e Professores (Summus, 163 págs., R$ 23), avalia que a
holística surge neste momento como um complemento ao ensino
tradicional, se preocupando com a dimensão espiritual do homem.
“Até aqui temos privilegiado a educação profissional,
cognitiva principalmente – mais até que a emocional e a social –
, deixando de lado tudo o que diz respeito ao objetivo do ser
humano, isto é, à busca de paz e felicidade.” Em seu livro, a
professora contextualiza a holística nas ciências e a especifica na
educação, indicando as diversas correntes que aplicam a proposta
(leia quadro ao lado). “Quando se fala em holismo, o objetivo não
é educar apenas o intelecto, mas também desenvolver a
sensibilidade das pessoas”, esclarece Maria Luiza. Outro defensor
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da educação integral é Elydio dos Santos Neto, docente e
pesquisador do programa de mestrado em educação da
Universidade Metodista. Estudioso da psicologia transpessoal de
Abordagens Stanislav Grof, as experiências de Santos Neto a respeito da
Sociopolíticas consciência humana fundamentaram sua tese de doutorado na
da Educação PUC de São Paulo, em 1998. Ele explica que o termo transpessoal
significa “além do pessoal”, isto é, “parte do individual”, e considera
a espiritualidade, o cosmos, o ecológico.
“Aí começa uma discussão interessante. Dentro da
educação existe uma pergunta que parece óbvia, mas não é: ‘O
que é educar?’ Educar depende da concepção de ser humano
que você tem; se ela é estreita, minha maneira de educar será
igualmente estreita”, afirma o professor.
Segundo ele, uma perspectiva cientificista, positivista, que
considera apenas os sentidos materiais do ser humano, fornece
uma concepção de educação que é mais voltada ao trabalho
intelectual. “Mas a finalidade da educação é auxiliar as pessoas a
desenvolver suas vidas, o ‘como é que se faz para ser gente’ –
indicando quais são as dimensões da personalidade que é preciso
desenvolver para poder construir a vida individual e coletivamente”,
completa.
Para o professor, emocional, moral e espiritualmente, o
homem não acompanhou a evolução científica e tecnológica.
Muitas dimensões do ser foram suprimidas em prol do
desenvolvimento material que, segundo ele, originou uma
sociedade excludente. “Dois terços da humanidade não podem
consumir a tecnologia e a ciência maravilhosa que produzimos”,
diz.
Apesar do discurso envolvente dos defensores da chamada
educação integral, o tema ainda gera preconceitos. “Para muita
gente, holística tem cheiro de incenso”, brinca Laucidéa. Embora
o Colégio Módulo deixe claro que não segue nenhum tipo de seita,
doutrina ou religião, alguns pais de alunos, quando vão matricular
seus filhos, torcem o nariz para o projeto pedagógico da escola.
As perguntas mais freqüentes são: “O que vai ser ensinado?”,
“Como a escola vai falar de fé e religião?”. Segundo a psicóloga,
à medida que essas dúvidas são sanadas, a resistência se dilui.
“Quando falamos em espiritualidade, não trabalhamos o
catolicismo ou o budismo, mas sim a importância da
espiritualidade para ter equilíbrio na vida. Assim como você cuida
do corpo, deve estar atento à alma, ou espírito, porque é uma
energia que faz parte do conjunto”, esclarece Laucidéa. Para ela,
o autoconhecimento contribui para a educação ao tornar o indivíduo
mais centrado, concentrado e com capacidade de intelectualização
mais desenvolvida.
Claudenir Belintane, do departamento de Metodologia de
Ensino da Faculdade de Educação da USP, comenta essas idéias
com um pé atrás. Diz que ainda não é possível definir uma proposta
holística no ensino. Segundo ele, o que existem são idéias
esparsas aplicadas à educação. “O ensino tradicional foi montado
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tendo como base o paradigma cartesiano. Todos os livros didáticos
seguem essa linha, que não deve ser descartada. Não se pode
fazer uma ruptura com o passado de maneira tão abrupta”, avalia.
Para ele, muitas escolas usam o termo holístico apenas como
estratégia publicitária para atrair alunos. “É preciso tomar cuidado
com isso”, diz.
Do outro lado, Elydio dos Santos Neto tenta dirimir
desconfianças. “Minha proposta ainda choca a tradição
universitária, que está acostumada ao saber positivo; mas é preciso
lembrar que a psicologia transpessoal não depõe contra isso.
Embora a metodologia científica seja necessária, precisamos
reconhecer também a complexidade da condição humana.”
Mas as coisas parecem estar mudando dentro das
universidades. Em 1988, quando Ruy Cézar Martins foi apresentar
sua tese de doutorado (O Renascimento do Sagrado na
Educação), na PUC de São Paulo, teve seu projeto – que foi
classificado como “esotérico” – recusado como proposta inicial.
Dez anos depois, defendeu-o na Unicamp. Um sinal de mudança
é que hoje a PUC aceita teses muito mais avançadas nessa
direção, como, por exemplo, a de Santos Neto. Recentemente, a
faculdade de educação da universidade criou uma cadeira (O
Autoconhecimento na Formação do Educador) e convidou Martins
para ser o professor titular.
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Atividade
Abordagens
Sociopolíticas
Orientada
da Educação
Estimados alunos,
ORIENT AÇÕES P
ORIENTAÇÕES ARA A A
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ATIVID ADE
TIVIDADE
66
TEXT
TEXTOO PARA ANÁLISE
PARA
Rubem Alves
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forma de uma pessoa. Assim aconteceu com todos os grandes líderes
políticos. Gandhi, com sua marcha do sal e sua mansidão. Kennedy, com
seus sonhos de um progresso solidário que transformaria o mundo. Martin
Abordagens Luther King: lembra-se do seu discurso “I have a dream”? E Hitler (o
Sociopolíticas Diabo também produz líderes), que mobilizou um povo com três idéais
da Educação maravilhosas: limpeza, saúde e beleza.
O pensamento vivo está ligado à ação possível. Pensamos para
poder agir. O que está além da nossa possibilidade de ação não é pensado.
E o campo das ações possíveis das pessoas comuns é o espaço do seu
cotidiano, aquilo que está ao alcance de suas mãos, na casa, na rua, no
bairro, na cidade.
O senhor, ao se dirigir ao povo, fala sobre coisas grandes, programas
de governo, acordos com o FMI, estabilidade monetária, combate à inflação,
novos empregos, coisas muito boas – mas abstratas. Sonhos não se fazem
com abstrações.
Abstrações pertencem ao discurso dos sociólogos, economistas e
administradores – não entram no imaginário das pessoas. Seria bom que
o senhor convidasse, como assessores, alguns poetas. O Manuel de
Barros e a Adélia Prado, por exemplo. Quando eles falam, todo mundo
se comove, porque os poetas têm o poder de dar vida às abstrações.
As pessoas ouvem o líder quando ele fala sobre coisas que
compõem o seu cotidiano: o medo da violência (é inútil falar sobre a
construção de novas penitenciárias ou a compra de novos carros para a
polícia) e aquilo que as comunidades podem criativamente fazer, a
insegurança quanto ao futuro, as crianças abandonadas que enchem as
ruas, a saúde, as filas nos hospitais, a velhice desamparada, a ecologia, a
natureza, a sujeira, o lixo. Há uma poluição estrutural-empresarial, como a
que aconteceu na baía de Guanabara. Mas há uma poluição que resulta do
fato de as pessoas acharem normal a sujeira. Jogar garrafas de plástico
nas praias e no mar, jogar latas de cerveja nas matas são, para elas, gestos
inocentes e normais. As empresas que usam garrafas plásticas e latinhas
de alumínio bem que poderiam fazer algo para educar povo. A mídia,
especialmente a televisão, poderia fazer muito mais para ensinar o povo a
sonhar e pensar. Escrevi carta ao Sr. Roberto Marinho e ao ministro da
Educação sobre o assunto, que foram publicadas pela Folha. Mas eles
não deram sinal de vida. Espero que o senhor dê.
Como administrador, o senhor poderá fazer muitas coisas
importantes – o Plano Real, por exemplo -, umas boas, outras más. Não é
possível acertar sempre. Mas, como mestre e como intérprete de sonhos,
o senhor poderá fazer o que é essencial: criar um povo. Bonito seria que
seu próximo discurso começasse como o de Luther King; “Eu tenho um
sonho...”.
FONTE: ALVES, Rubem. Carta ao Sr. Presidente da República. Jornal Folha de São
Paulo. 21 fev. 2000. Sessão Tendências e Debates. Disponível em [http://www.suigeneris.
pro.br/literatura_variedades09.htm] Acesso em 16 set. 2004.
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Glossário
ALIENAÇÃO: A alienação evoca experiências como a despersonalização diante da
burocracia, sensações de impotência para influir nos eventos e processos sociais e um senso
de falta de coesão nas vidas pessoais. É o ato do indivíduo tornar-se ou permanecer estranho
ou alheio a si mesmo e aos outros. Pode ser descrito como um estado de estranhamento ou
distanciamento em relação aos outros, aos produtos do próprio trabalho, ao dinheiro, à autoridade,
aos padrões sociais etc..
ARTE: Uma das instituições sociais primárias, que procura resolver simbolicamente o
enigma da vida, do mesmo modo como faz a religião no plano espiritual. A importância sociológica
da arte e das obras de arte reside em que são manifestações de uma psique coletiva que
mediante a obra artística, une o artista com o seu público. Por meio de uma irracionalização
consciente, a arte eterniza uma determinada cultura.
CAPITAL: É todo bem utilizado pelos seres humanos na produção de outros bens ou
serviços. O ser humano recorre ao capital ou instrumentos de produção na sua atividade
produtora, pois dessa forma obtém maior eficiência no seu trabalho. O dinheiro é o capital sob
forma financeira.
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COMUNIDADE: Designa os agrupamentos humanos nos quais se verifica um grau
elevado de intimidade e coesão entre seus membros, engajamento moral e uma garantia de
comunidade.. Indica um grupo de pessoas dentro de uma área geográfica limitada que interage
dentro de instituições comuns e que possuem um senso comum de interdependência e
Abordagens integração. O que une uma comunidade não é a sua estrutura, mas um estado de espírito,
Sociopolíticas um sentimento de comunidade.
da Educação
CONSCIÊNCIA: Faculdade humana que possibilita distinções entre situações duais
da vida do ser humano. É entendida no sentido sociológico como o acúmulo de experiências
da sociedade que é transmitida aos seus membros. Psicologicamente é um elemento subjetivo
onde ficam registradas as impressões, experiências e memória do ser humano.
CONSCIÊNCIA COLETIVA: Conceito elaborado pelo sociológico francês Émille Durkheim (1858-
1917). Significa a soma de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade, formando
um sistema autônomo, isto é, uma realidade distinta que persiste no tempo e une as gerações.
CONSUMO: É a fase final das quatro atividades econômicas básicas do processo econômico. Para
alguns, o consumo é a distribuição de bens para a satisfação de necessidades humanas; para outros é o
emprego da riqueza disponível. No sistema capitalista a distribuição se dá por meio de trocas monetárias.
CULTURA: A cultura compreende um conjunto complexo que inclui conhecimentos, artes, leis,
crenças, moral, costumes, enfim tudo o que o ser humano adquire como membro de sua comunidade e
permanece viva através das gerações.
ESCOLA: Institucionalização do ensino; uma das instituições de ensino, porque, além da escola
propriamente dita, existem outras instituições de ensino, como a família.
ETNOCENTRISMO: Concepção na qual o centro de tudo é o próprio grupo a que o indivíduo pertence;
tomando-o por base, são escalonados e avaliados todos os outros grupos.
FUNCIONALISMO: O termo funcionalismo tem pelo menos dois sentidos e dois usos em ciências
sociais. Num deles, exprime uma atitude diante dos fatos sociais baseada no princípio filosófico segundo o
qual tudo o que existe numa dada sociedade tem um sentido, um significado. No outro, diz respeito a uma
postura substantiva, expressando a idéia de que tudo o que existe numa sociedade contribui para seu
funcionamento equilibrado para manter o sistema social em operação.
IDENTIDADE CULTURAL: O conceito de identidade cultural, noção chave em meios políticos, culturais,
aponta para um sistema de representação (elementos de simbolização e procedimentos de encenação
desses elementos) das relações entre os indivíduos e os grupos e entre estes e seu território de reprodução
e produção, seu meio, seu espaço e seu tempo. Processo através do qual indivíduos e grupos se definem
como possuidores de características culturais comuns, definidoras do seu modo de ser, pensar e agir.
MERCADO: Instituição social na qual trocam-se livremente mercadorias (bens, recursos, serviços),
em geral usando como meio o dinheiro ou outras mercadorias.
MERCADO DE TRABALHO: Expressão geral que serve para designar a esfera de relações
econômicas nas quais os patrões procuram empregados, e estes, ocupação. Sob alguns aspectos o mercado
de trabalho, da mesma forma que o mercado de gêneros, está regulado pela lei de oferta e procura.
MORAL: Conjunto de normas associadas a idéias sobre formas lícitas e ilícitas de comportamento,
conjunto esse aceito e sancionado por uma determinada sociedade. É preciso não confundir moral com
ética. Ao passo que todas as sociedades humanas possuem uma moral, a existência de uma ética liga-se a
um certo grau de desenvolvimento cultural.
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NEOLIBERALISMO: Doutrina desenvolvida a partir da década de 1970, que defende a absoluta
liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em
setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo.
SISTEMA DE ENSINO: Conjunto de normas que disciplinam, em seus vários aspectos, o processo
educativo institucionalizado.
UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization): Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, foi criada em 1945 para promover a paz e os direitos
humanos com base na “solidariedade intelectual e moral da humanidade”. É uma das agências das Nações
Unidas para incentivar a cooperação técnica entre os Estados Membros.
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Referências
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Abordagens
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