1) O documento discute cadeias produtivas, cadeias de valor, clusters e arranjos produtivos locais no contexto do agronegócio. 2) Cadeias produtivas referem-se às etapas de produção, distribuição e comercialização de bens, enquanto cadeias de valor englobam também as fases de comercialização e distribuição. 3) Clusters referem-se a grupos econômicos de empresas integradas em determinada região que se beneficiam mutuamente, e arranjos produtivos locais descrevem como agentes de cadeias prod
Original Description:
Clusters
Original Title
Cadeias Produtivas,Cadeias de Valor, Cluster e Arranjos Produtivos
1) O documento discute cadeias produtivas, cadeias de valor, clusters e arranjos produtivos locais no contexto do agronegócio. 2) Cadeias produtivas referem-se às etapas de produção, distribuição e comercialização de bens, enquanto cadeias de valor englobam também as fases de comercialização e distribuição. 3) Clusters referem-se a grupos econômicos de empresas integradas em determinada região que se beneficiam mutuamente, e arranjos produtivos locais descrevem como agentes de cadeias prod
1) O documento discute cadeias produtivas, cadeias de valor, clusters e arranjos produtivos locais no contexto do agronegócio. 2) Cadeias produtivas referem-se às etapas de produção, distribuição e comercialização de bens, enquanto cadeias de valor englobam também as fases de comercialização e distribuição. 3) Clusters referem-se a grupos econômicos de empresas integradas em determinada região que se beneficiam mutuamente, e arranjos produtivos locais descrevem como agentes de cadeias prod
PROFESSORA: Cristiane Miranda Martins APOSTILA: Cadeias produtivas, cadeias de valor, cluster e arranjos produtivos. Este texto foi retirado do livro Fundamentos de agronegcios de Massilon J. Arajo. CADEIAS PRODUTIVAS E CADEIAS DE VALOR Na dcada de 1960, surge na Frana, mais precisamente na Escola Francesa de Organizao Industrial, o conceito de filire (fileira = cadeia) aplicado ao agronegcio. Como uma caracterstica de escola voltada para processos industriais, a concepo francesa embute muitos princpios e processos, de interdependncia e de mtodos. Em 1985, Morvan define filire como: uma seqncia de operaes que conduzem produo de bens, cuja articulao amplamente influenciada pelas possibilidades tecnolgicas e definida pelas estratgias dos agentes. Estes possuem relaes interdependentes e complementares, determinados pelas foras hierrquicas. A anlise de filire (ou cadeia produtiva) de cada produto agropecurio permite visualizar as aes e inter-relaes entre todos os agentes que a compem e dela participam. Assim mais fcil: Efetuar descrio de toda a cadeia da produo; Reconhecer o papel da tecnologia na estruturao da cadeia produtiva; Organizar estudos de integrao; Analisar as polticas voltadas para todo o agronegcio; Compreender a matriz de insumo-produto para cada produto agropecurio; Analisar as estratgias das firmas e das associaes. As principais caractersticas de cadeias produtivas so as seguintes: Refere-se a conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vo sendo transformados e transferidos os diversos insumos, em ciclos de produo, distribuio e comercializao de bens e servios. Implica em diviso de trabalho, no qual cada agente ou conjunto de agentes realiza etapas distintas do processo produtivo; No se restringe, necessariamente, a uma mesma regio ou localidade; No contempla necessariamente outros atores, alm das empresas, tais como instituies de ensino, pesquisa e desenvolvimento, apoio tcnico, financiamento, promoo, entre outros. As anlises efetuadas para cada produto dentro de uma viso de cadeia produtiva, como concebida, levam possibilidade de no incluir, nas inter-relaes, todos os segmentos econmicos, aps a produo. Como o prprio nome diz: cadeia produtiva. Ento, h necessidade de um conceito mais amplo, que englobe todos os segmentos at o produto chegar ao consumidor e que inclua as agregaes de valores, as fases de comercializao, a distribuio, etc. Da surgir, muito recentemente, a idia de cadeia de valor, como sendo um conceito mais abrangente, que inclua esses segmentos. CLUSTERS E ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS Entre as diversas definies de cluster, a que mais se aproxima do sentido que aqui se quer entender a seguinte: um grupo econmico constitudo por empresas instaladas em determinada regio, lderes em seus ramos, apoiado por outras que fornecem produtos e servios, ambas sustentadas por organizaes que oferecem profissionais qualificados, tecnologias de ponta, recursos financeiros, ambiente propcio para negcios e infra-estrutura fsica. Todas estas organizaes interagem, ao proporcionarem umas s outras os produtos e servios de que necessitam, estabelecendo, deste modo, relaes que permitem produzir mais e melhor, a um custo menor. O processo torna as empresas mais competitivas. Os estudos dos agronegcios efetuados sob a ptica de sistemas agroindustriais, da escola de Harvard, ou de filire (ou cadeia), da escola francesa, visualizam o conjunto de participantes e de operaes para a produo, processamento e mercadologia de um produto especfico, incluindo as possibilidades tecnolgicas e as estratgias adotadas pelos agentes envolvidos. Porm, em ambas as concepes, no ficam claras as inter-relaes entre sistemas e entre cadeias produtivas diferentes, mas complementares. Como por exemplo, em se estudando a cadeia produtiva do milho, no ficam claras as inter-relaes com o sistema agroindustrial da soja, da suinocultura, da avicultura, das indstrias de leo ou de amido ou de farinhas, nem delimitam espaos regionais especficos. Cluster significa aglomerado e o estudo dos clusters agroindustriais procura mostrar as integraes e inter-relaes entre sistemas (ou cadeias) do agronegcio, em um espao delimitado. Por Professora Cristiane Miranda Martins
Disciplina Cadeia Agroindustrial de Vegetais
exemplo, os sistemas agroindustriais da soja e do milho tm vinculaes diretas montante e jusante de
outros sistemas agroindustriais. Ento, quando esses sistemas agroindustriais encontram-se integrados entre si, em determinada regio, possvel denomin-los como um cluster. Em alguns pases, como na Itlia, no especificamente em agronegcio, denominam-se distritos industriais a esses aglomerados, delimitados em determinadas regies e envolvendo toda a cadeia produtiva. Assim, ao analisar o agronegcio do milho e da soja, observa-se que a produo agrcola desses produtos est diretamente integrada e inter-relacionada a montante com a produo de insumos e prestao de servios e a jusante com as agroindstrias e com a produo animal (aves, sunos, bovinos e outros). Essas indstrias por sua vez produzem farelo, leo e outros derivados. Estes dois ltimos produtos destinam-se a outras agroindstrias ou seguem para a distribuio, que os destina ao mercado consumidor. O farelo obtido segue para fbricas de rao. Estas produziro os insumos bsicos para a produo animal, como aves, sunos, peixes, bovinos e outros. Por sua vez, os resduos gerados nas granjas de aves e de sunos tambm podero ser utilizados como insumos (alimentos) para bovinos e peixes ou como insumos (adubos) para a soja e o milho. Os animais obtidos so destinados aos frigorficos para abate, gerando carnes e processados e farinhas diversas (carne, ossos e sangue), que iro para as fbricas de rao, retornando ao ciclo produtivo dos sistemas agroindustriais. As carnes e processados seguem para os segmentos de distribuio, que os destinam ao mercado consumidor. Ento, quaisquer empreendimentos econmicos ou anlises em situaes semelhantes no podem restringir-se a determinado sistema agroindustrial isoladamente, porque existem interdependncias entre sistemas, dentro de determinados espaos. As vantagens dos clusters, em relao a sistema isolado, esto exatamente na integrao com outros sistemas, de modo que h possibilidade de sinergismos entre as diversas atividades, aproveitamento de produtos, subprodutos e resduos de um sistema para outro, bem como possibilidade de utilizao de estruturas fsicas para mltiplos sistemas, permitindo economias de escala, trocas de informaes, menor dependncia a segmentos externos, diminuio de custos, etc., enfim, como maior competitividade das empresas isoladamente e do conjunto. Os arranjos produtivos locais (APLs) significam a maneira como todos os agentes de determinadas cadeias produtivas se organizam e se inter-relacionam, inclusive com outras cadeias produtivas, em determinado espao e territrio. Com objetivo de tornar o conceito mais abrangente, de modo a incluir todas as variveis, so considerados tambm os sistemas correlacionados, de modo que se deve tratar de uma abordagem no mais de APL, mas de Arranjos e Sistemas Produtivos Locais (ASPLs). Esse tipo de abordagem para anlise regional tem sido utilizado mais recentemente, j no sculo XXI, sobretudo nos estudos para projetos de desenvolvimento regional. O resultado final uma rede de interrelaes, envolvendo todos os segmentos direta ou indiretamente relacionados a determinado produto. Um APL deve ter a seguinte segmentao: 1. ter um nmero significativo de empreendimentos no territrio e de indivduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, 2. que compartilhem formas percebidas de cooperao e algum mecanismo de governana. Pode incluir pequena, mdias e grandes empresas. A viso APL e de ASPL resulta da necessidade de melhor entender e desenvolver determinada localidade e um aprofundamento da viso de clusters. Normalmente, quando se analisa uma cadeia produtiva, so enfatizadas somente as relaes e inter-relaes econmicas e tcnicas como os nicos elementos necessrios para a competitividade dos agentes envolvidos. No entanto, outros aspectos tm de ser considerados, como as relaes polticas e sociais e o espao onde elas se realizam, por isso a necessidade de constituio de APL, ou mais precisamente, de ASPL. Essa constituio permite efetiva implementao de polticas e de propostas de desenvolvimento, com a participao local de todos os agentes interessados, como empresrios, trabalhadores, polticos, instituies prestadoras de servios e entidades representativas, de modo a buscar as solues mais viveis. A evoluo de um APL segue aproximadamente um padro, que pode ser dividido em quatro fases: embrionria no h ainda uma atrao de firmas correlatas e a cooperao baseada, principalmente, em relaes familiares; crescimento do mercado iniciam-se inovaes para consolidar economias de escala e h uma preocupao maior com qualidade, com a competio se concentrando nos preos; maturidade a competio acirra-se em torno de qualidade, flexibilidade, design ou marca e a cooperao aparece entre os diversos segmentos da cadeia de valor, tanto a jusante como entre as firmas em um mesmo nvel, e as economias de escala no tm mais papel de destaque; ps-maturidade a proximidade geogrfica no a condicionante principal, e o arranjo pode ter outro direcionamento para algum setor correlato.
Professora Cristiane Miranda Martins
Disciplina Cadeia Agroindustrial de Vegetais
AGORA OBSERVE A FIGURA ABAIXO. ELA MOSTRA A INTEGRAO ENTRE SISTEMAS
AGROINDUSTRIAIS (CLUSTERS). FAA AS LIGAES DA FIGURA COM CADA ETAPA DESCRITA NO TEXTO.