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| A LINGUA LATINA. | OBRAS DO DR, CASTRO LOPES. emerson, Novo system para esiudar 2 Hingus Jatinas um grosso'volume ernie do 00 paginas: presniado pelo Governo Tmporial ¢ de> piado como livro de consulta no Tinperial Collegio de Pedro 1, (Ba edicio) Epitome Mistozise Sacre, obra igualmente approvade pelo Con selho de Insirucciio Publica da. Corte. Musa Latiaa, traduegin para verso Tatino das melhores HERS de ‘Marilia de Diveeo. os deveres dos inomens, versio de Sylvio Pellico, destinads 8s es ‘colas de instraegto primaria, catechtsmio de Ageieuttuen, para uso das oseolas de nstruceso pe maria do Brazil. Medico de Kove, edigfo completamente xeformaa © mnelhoradae MessurreigGes, Poosias. heaters do Dr. Castro Lopes. contendo as seguintes pecas! ‘Ansaroacana, tragedia em verso, 4 actos. ‘A-spucagto. drama em 8 actos. © coxrapre: sozaxo, comedia em 5 actos.” Mew xcanto esr xawueTRa, comedia om 8 actos. ‘as mums cnagas, comedia om $ netos. vA manemacko pas amotsrenes, comedia om 8 actos. Uns rmusouno, comedia om unt acto, SAMIRY’ BREVEMENTE 4° LUZ “PanusTRAs PUTLOGOPICAS SOUNO © DESTINO DA HUNANIDAPE: A SUA MAGESTADE IMPERIAL ® Senhor MD. Pedro Sequinds. SEnnor. Quando nao fossem mais que sufficientes os motivos que tenho, para nesta occasizo manifestar 0 mest vivo veconhecimento, dedicando-Vos o presente livro; impu- nha-meeste grato dever a benigna attenedo, que Vos “Aprouve Dispensar-lhe, Dignando-Vos Ler suas toseas paginas, e Dirigir a sou obscure auctor, venvolta com py mais animadoras palavras, sabias observagoes de competente Juiz. Esta prova, Senhor, que do mais ardente amor pelas lettras patrias ‘Acabaisde Dar, enchendo-me de louvavel orgulho, 6 tambem 0 forte antemural, com que impa- vido posso agora aguardar a sorte do meu livro, e 0 juizo da posteridade. Permitti portanto, que como expressivo signal de profndo respeito ¢ acrisolada adhesto, veuha depor o fructo de minhas vigilias na Augusta Mao, Que sub- missamente beija 0 Vosso reverente, fiel, e agradecido subdito Axtowio bz CastHo Lares. | PARECRR SUBNTTIDO. AO CONSBEND DE NSTRUCGAD. IMlustrissimo Senhor.— Correspondendo & conflancs em nos deposia- da por ¥_ 8, temos a honra de aprosentarIhe o nosso parecer S00 fg grammatice latina do Dx. Antonio de Castro Lopes, ane ¢ soguinte: Pain gvammatica 6 dividida om Guas partos. Na primeira o sex aveiofs o> plicando ao Istim o methodo de Robertson, espde em derescis ligdes todos Je principioe goraes da arte; ¢ na segunda as ospecialidades, quo se 8% tam das rogras; as figuras, motrficagto, e outros tractados para Wins ine Sienogao clementar eomploia: em urna o outra e dowtsina & em gers) or esta o explicada eom elareza. Samos pots do parecer quo esta grammaies jaye sor preferda fs mals aerediladas,at6 agora sogaidas no uso das aulass ‘igo so porque reune om nin s6 compendio todas as materias que o alumn? fen obrigado a ostuday em. diversos, como porque ensinando-The 95 E- teitos pola praxe dos exemplos, 0 habibta desde Logo a app)ien-los tt tua versio. de phrases apropriadas da lingua nacional o latina, tornando- the desta sorte a tooria mais amena, © conseguinds prepara-lo ‘melhor para entrar com mais desenbarago nas primeiras (raduetbes dos livros lassicos Tous, guande a V. 8. Rio de Janel, 28 do Agosta do 1855.— Tis se Dis Banos! Pacheco da Silva, Dignissimo Reitor do Tmperiat Cok Gabriet jogio de Pedro TI (Assignados) Pr. José da Purifleagdo Pranco- de Medviros Gomes,— Jorge Furtado de Mendonea. APPROVAGAO E ADOPCAO, Gopia.—Rio do Jancivo.— Ministreio dos Nogoctos do Imperio, om27 de “Agosto de 1855.—Sua Magestade o Tmperador, conformando-se com 0 pare- ‘cor do Conselho Director constante do Officio de V. S. do 25 do corrente: Ha por bem, naconformidade do Art. 56 do Regulamento de 17 de Feve- yeiro de 1854, approvar e mandar que soja, adoptada nos estabeleeimentos publicos de instrueco secundaria, a grammatiea da lingua Intina, com posta segundo o methodo de Robertson, pelo Dr. Antonio de Castro To- pes. © que communica a V. 8. em resposta ao dito oilleio. ‘Dous Guarde a V.S.— (Assignado) Luis Pedreira de Coutto Fervas. Sr. Inspector Geral interino da Tnstruceio Primaria ¢ Secundaria do Mu- nicipio da Corte, Conforme.— M. de Oliveira Fausto, Secretario. PREFACIO TERCEIRA BDIGAO. ‘A despeito do triste abatimento, em que progressivamente vaio cahindo as letras no Brazil,sobretudo na Capital do Tmperio niio obstante o apparato official, sempre crescente, de que cercam a instrucgao publica, nao foi ainda decretada a aboligao do estudo do latim. TE para agradecer tamanha generosidade ; embora 0 en- sino deste utilissimo idiema, indispensavel na carreira lit- teraria, principalmente onde se falla a lingua portugueza, sua dilecta primogenita, seja tao pela superficie subminis irado, como douradura pelo processo de Galvani. Ainda se estuda, ou para fallar a verdade, se finge esttl- dar latim ; e porque ainda se conserva essa apparencia, ex- plicado fica o appareeimento da terceira edigao do « Novo SYSTEMA PARA ESTUDAR A LINGUA LATINA. » Expargaia de alguns erros typographicos, tem a presente edigao accrescimos, ¢ melhoramentos, que sé poderd bem aecouhecer, quem attentamente confrontal-a com as ante- riores. ‘A geral acceitagdo desta obra didactica no paiz, e fora delle, as auctorisadas opinises de distinetos professores da Corie, e das Provincias sobre as incontestaveis vantagens de ser por ella feita o ensino do latim, sto do publico conhest- xu PREFACIO DA TERCEIRA EDICKO. das, por tormos mencionado alguma dessas opinides na pre- eedente edigdo ; daremos por tanto agora, como prova in suspeita da excellencia do « Novo s¥srista » o valiosissime parecer do illustrado Visconon pu Casrntsio, que até 0 pro- poz ao CONSHLEO DE, INSTRUCGKO PUBLICA DE PORTUGAL para ser adoptado nos Lyc@os daquelle Reino, sem que nds 0 ti- ‘vessemos sabido, ou por qualquer modo pedido, como bem se vé das palavras do mesmo parecer, que é como se segue. © VISCONDE DE CASTILIO (Antonio Foliciano de Castitho) No Correio Mercantil de 11 de Abril de 1862 I¢-se 0 se- guinte : 0 Sr. Conselheiro Cartilho (Antonio) escrevendo a seu irmao o Sr. Conselheiro Castilho (José) a respeito do « Novo SYSTEMA PARA ESTUDAR A LINGUA LATINA » do Sr Dr. An- tonio de Castro Lopes, exprime-se nestes termos + « Apresentei 0 sen livro sobro ¢ estudo do Iatim a0 Con- SELHO GERAL DE INSTRUCQAO PUBLICA COM a seguinte pro- posta : « Senhores.— Tenho a honra de offerecer 4 vossa consi deraciia e juizo a obra, que traz no frontespicio o seguinte: « Novo SYSTEMA PARA ESTUDAR 4 LINGUA LATINA composto por Antonio de Castro Lopes, Doutor pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, ex-lente de latinidade do Im- perial Collegio de Pedro I, Official da Secretaria de Es- tado dos Negocios da Imperio, natural do Rio de Janeiro. Obra adoptada nos estabelecimentos publicos de instrac~ cho secundaria. Indooti discant, etc. Segunda edigtio cor- teeta, ¢ augmentada,— Rio de Janeiro. B. L. Garnier, 1 yreiro-editor. Rua do Ouvidor 69.— 1859.— a ARR RRR AA « Eu por mim, lendo attentamente este livro de auctor, nem conterraneo, nem conhecido meu, tao util o julguei, que em yol-o apresentar com especial recommendacao, entendi abrir a porta a um consideravel melhoramento. AAR PREFACIO DA TEROEIRA BDIGRO. xu « De quantas disciplinas se professam barbaramente mal, ¢ ja de seoulos, nem uma, a nao ser a do ler e escrever, pode pedir mecas ao latim estudo de annos amargu- « rados, odiosos, dando commumente em resultado wm « escassissimo conhecimento dessa lingua, a qual, pela « ayersiio, que eniao se Ihe ganhou, nunca mais se cultiva, «@ vem a esquecer-se em menos annos do que levra a « grangear-se, Donde provem tamanho mal ? Da irraciona~ « lidade, do contra-natural do systema invariavelmente se- « guido nesse ensino, alids facil de si, ¢ 86 abstruso, repu- « guante e esteril, por se carecer de philosophia na maneira « de 0 apresentar. Os fabricantes das Artes latinas, ¢ os Pro- « fossores, que 86 por ellas se governam, seguem 0 cami~ « nho opposto Aguelle, por onde a mestra universal levow « sempre em toda a parte os homens, e mais ainda as ere- ancinhas, desde 6 bergo, sem custo, sem lagrimas, sem. demoras, ao conhecimento da lingua materna. Estudando ¢ fallando, aprendemos todos a lingua do nosso paiz; & gramutica é para esse conhecimento uma superfiuidade, aque nem todos chegam, talvez menos de um por mil, « Para 0 ensing do latim esquecen esta experiencia propria, «este grande facto universal; fez-se da grammatica, 0 «-ponto de partida ; era um escandalo em philosophia, ¢ néo se vio tal. A grammatica, mera formulagio de corollarios « colligidos no uso do ouvir ¢ do fallar, do entender ¢ do « traduzir, tomou-se pelo principio do mesmo fallar, ¢ do «tudo, Esta inversdo absurda do effeito em cansa, este « plantar de arvores com as ramus e fractos para baixo, « para dentro da torra, 0 as raizes para o sol, tiveram por « comminagao a esterilidade ; 0 peior é que a mais rigorosa « pave do castigo nao eahio sobre os violadores da natu- « veza ; os Innocentes & que foram as vietimas. « Era tempo de se applicar j4 ao ensino do latim a enge- « nhosa, e mais natural teoria de Robertson, seguida com xv PREPACIO DA TEROBIRA EDIGRO. « vantagens incontestaveis no ensino das linguas vivas, por « que a distinogao de vivas e mortas era para aqui inteira- «monte descabida, B’ isso 0 que faz com o presente volume 0 Dr, Castro Lopes. 0 exito, segundo parece, tem corres « pondido As suas diligencias. Na America ainda se perdéa ds « creacaes uteis. « Sem affirmar que este livro seja esmerado por igual em «todas as suas partes, persuadido até de que em alguns « ponetos de secundaria Importancia se the poderiam fazer «alteracces, que o auctor nao deixaria de agradecer « aceitar, acho que assim mesmo a adopeso do Novo Sys~ « 7pMA, quando menos como tentativa a imposigio delle of « ficialmente nos Lycéos de Portugal por espago de alguns « anos, para experiencia, seria uma resolugdo bem digna « de ser proposta ao Governo por um Conselho illustrado, « desejoso do progresso, e nao pusillanime para trepidar « diante de qualquer sombra de novidade. Si o Brazil disser «que nos antectdew nesta reforma, nao poss ao menos dizer que « Portugal nem para ihe seguir 0 exemplo tem alma. « Mais quizera en ainda pata cabal reconstituigto do en- sino do latim; ¢ si houvesse de propdr esse mais, bavia de ‘ ser abonado por factos de minha propria experiencia; mas « Deus me livre de sobresaltar os animos do Conselho com qas-ultimas ousadias. Tenho aprendido 4 minha ensta nao i haver cousa mais contraproducente, mais desgracada, ‘mais fanesta que apresentar togo da primeira_vez uma ‘« verdadé toda, especialmente si é das muito proveitosas. J& « nao ser’ pouco, si o systema de Robertson for efficazmente « attendido; adoptado elle, si contra minhaespectativa o for, « fique para algum outro temerario, @aqui a cem annos, « lembrar que ser& born restaurar-se logicamente abda obra. « Lisbéa, 9 de Novembro de 1861.—Anlowio Feliciano de « Castilho, » Rio de Janeiro de 1879. wr | CONVEM LER 0 espirito ainda 0 menos reflectido comprehende pelo movimento accelerado que impelle todos os elementos so- ciaes do paiz, que entramos em uma nova phase: tudo in- dica a chegada de uma época de civilisacsio, pois bem de perto sda aos mesmos idolatras do estacionalismo o rodar triumphante do carro do progresso. Este crescente desenvolvimento, e animadora reacefio, que mais sensivelmente se hao manifestado na ordem ma~ terial, estendérao seu influxo aos dominios intellectuaes. Posto que incipiente jé uma Repartieso especial dirigida por um dos mais conspicnos Brasileiros, o Exm, Sr. Conse- | Iheivo d'Estado Eusebio de Queiréz Coutinho Mattoso Ca i mara, se occupa com os negocios da instruceso publica, | que até agora jouversio em criminosa postergacao. ‘ A esta nova ordem de cousas & sem duvida devido desentorpecimento daquelles, que sem estimulo algum, ¢ muito menos o da gloria, havitio concorrido até entao para augmentar o numero dosindifferentes em materia de lettras. Era pois tempo pera que tambem o fluido vivificante da reforma, penetrando por toda a parte, revolucionasse 0 es- ‘tudo das linguas classicas, e substitwisse o inveterado sys- + tema de ensinar rotineiramente o latim. ‘Tal é hoje a nossa tentativa. Ninguem ignora que desde longos annos a marcha ge- | valmente seguida para o ensino do latim tem sido, além de morosa, ingrata e arida; causa esta determinante da fre- quente esquivanga e desergio dos que tentam estuda-lo : XVr CONVEM LER. numerosos sie os exemplos dos que, tendo encetado, des- prezam, ou amed: rontados pelas difficuldades ou eufastiados da aridez dos seus rudimentos, 0 conhecimento de um dos mais poderosos indispensaveis auxiliares na carreira lit- teraria. Indubitayelmente por seme!hante motivo é que al- gumas vozes tem-se jf levantado pedindo a extinceao do ensino desse idioma, em que estéo estampados eternos mo- delos de cloquencia, de poesia e de historia. Quando todas as nagdes cultas da Europa veneram e es- tudam a lingua que falliram os Varrdes ¢ 08 Ciceros, nés que fallamos aquella, que na phrase de Camdes—com pouea corrupedo cré que é latina,— lamentamos 0 tempo perdido em aprendé-la, esquecidos de que a ella devemos tudo quanto ¢emos de bello, de sublime, de harmonioso, e de puro na lingua vernacula! ! Castigar tao feia ingratidao de filhos para com uma mai, que Ihes prodigalisa tio apreciaveis dons, é sem duvida um rigoroso dever ; ¢ Aquelles que comprehendem o grave prejuizo resultante do olvido e abatimento, em que vio ca- hindo as lettras, por certo incumbe a tarefa de evitar que um fanesto apedeutismo engendre a perversio do gosto, que de dia em dia vai desapparecendo. Para restaurar portanto o estudo desta lingua sdbia, pri- meiro alimento que devem receber todos quantos se de- dicam a0 cultivo das sciencies ¢ lettras, cumpria exemi- nar entre as muitas, qual mais prepoderante causa de sua decadencia, afim de que, removendo-a, fosse alcancada a reivindicagao de seus féros. Hssa causa, que nao tardou em se nos fazer conhecida, 6 o methodo de ensino invariavelmente seguido ha seculos ; methodo contrario 4 natureza, e cujos resultados sé excep~ cionalmente se tem mostrado satisfactorios. Como prova do que acabamos de dizer veja-se quanto é avultado o numero dos que ainda sob as melhores condigoes de intelligencia ¢ er CONVEM LER. XVI applicagso nao primam no conhecimento do latim, sendo entretanto eminentes em outros ramos litterarios de niio menor difficuldade, Com effeito parece incrivel que, gastos tres, quatro, e@ mais annos no tirocinio de uma lingua tao consanguinea da nossa, cuja pronuneia (hoje de pura con- vencao entre nds) nada tem de dificil, seja ella nao obstante muis ignorada e desconhecida, que outras muitas que se aprendem em menos tempo, e com mais facilidade, apezar de diversificarem mais da nossa, no sé na pronuncia, cons- trucgiio © completa dissemethanga dos vocabulos, mas até mesmo nos caracteres alphabeticos. Nao soffre pois contestagio que a proverbial difficuldade do latim é mais extrinseca, do que intrinseca ; e que conse- quentemente todo o vieio reside no methodo. Na verdade, quando se considerar que o estudo do Iatim comeca pela fiel recitagao das declinagbes e conjugaces, pela decoracao de principios e regras geraes, cuja applica~ cdo o estudante s6 muito depois vem a conhecer, ¢ ordina~ riamente nao acerta em fazé-la; quando bem se reflectir que esse espago de tempo precioso empregado ua penosa obrigagao de reter na memoria as formulas abstractas dessas declinagdes © conjugagses, poderia ser de outro modo apr Yeitado, forgoso seré confessar que tai lingua assim ensina- da deve gerar no animo dos que a estudio um justifiendo tédio, effeito dessa postica difficuldade, ¢ didascalica aridez, Remediar esse mal, substituindo por outro mais vantajoso 0 methodo antigo, deve portanto ser um servigo real foito & mocidade, e 4 classe pedagogica, que por propria experien~ cia comnosco reconheceré a verdade do que acabamos de expor: nic tendo porém a immodestia de erer que resolve- mos 0 problema do verdadeiro meio de ensinar, nutrimos todavia a firme eonvicgao de que vamos introduzir um sys- tema novo, e mais proficuo para o ensino da lingua latina ; systema, cujos resultados sio maravilhosos quando appli- 2 xvi CONVEM LER: ado a0 inglez, 20 allemio, ¢ ultimamento a0 frances; fal- femos do systema de Robertson, qne, por ser ume novidade de incontestavel proveite, tem por isso mesmo encontrado oa infalliveis amigos do stare que, © muitos advers vais tera ialvex de encontrar hoje, qe alguem teve & idéa de applical-o a0 latim. 1 (0 inethodo de Robertson, como se sabe, tem Por base principal a traduegto interlinear de ym texto da lingua que ke vai aprender: bem conhecida a significagto de cnda pa palavra, formute-se entre 0 professor ¢ 0 alumno um dia~ Jogo, que versa sobre o assumpto do texto; mas de tal modo sao feitas pelo preceptor as perguntas, que necessariamente 0 iscipnlo The deve dar as respostas com palavras, caja si- gnificacso jh conkece: apés este vantaloso exercicio segue » Souma rninuciosa analyse grammaticnl de cada palavra do texto; ¢ 4 medida que os factos vio sendo analysados, Vai tambem 0 discipulo vendo, por assim dizer, desentranha~ namuse dotles as regras © preceitos, que destiarte agradavel- monte se insinuam.Por meio da tradwegio interlinear apho%s flo olle rapidamente @ sigaificagio de cada palevray APP endo igualmente a eonhecer desde logo, pela parte analy- fica do systema, niio s6 a natmreza das palavas @ Ses 0" tidentes, mas tambem o mecanismo da construce3? das phrases, ¢ as leis que a ella presidem. Ainda com esses YO Cabulos conhecides, mas dispostos de diversos modos, for vnamese novas phrases, cujas leis syntaxieas devem ser 58 mnosmas, que preside & construcgao das phrases do texto: veins novas phrases sao 0 thema que deve ser vertide pare a lingna estrangeira; desta maneira se adquire tambem flesde a primeira ligho tanto a pration da versio Par > ingua vernacula, como a da composigno para a estranha. ‘onde asin perfanctoriamente deseripto © methollo de Robertson, entvemos em algumas consideragbes Aeeres ao seu emprego em uma lingua morta, ye cCONVEM LER, Ix A primeira e principal objecgao dos ineredulos regvessis~ tas sobre & possibilidade da applicacao do methodo de Ro- bertson ao latim repousa no principio gratuito por elles es- tabelecido de que o ensino das linguas vivas differe do das mor- tas. Esta proposicao tao imponents, quao insustentavel, s6 poderd ser provada por um eireulo vicioso, o que basta para fazer conhecer a sua falsidade. Com effeito, bem desejara mios saber qual é a ifferenca radical entr viva, e uma morta uma lingua quanto a nds, parece-nos 86 haver a se~ guinte; que aquella, por isso qne tem cultiyadores, péde auginentar o seu material engrossando o sen vocabulario com aacquisicéo de novos names & medida que forem sur- gindo novas cousas, que reclamem 0 baptismo convencional da linguagem ; entretanto que a lingua chamada morta, por isso que os povos que a fallaram recebéram de nacbes vencedoras nova lei, novos usos, ¢ nova lingua, flea estacio- naria, tal qual existia até & epoca, em que foi substituida, conservando aquelle numero de vocabuilos, e de formulas precisas para exprimir as necessidades de entao. Eis a unica differenca essencial entre as linguas vivas © mortas ; pois quanto 4 pronuncia, nao a podemos conside- rar, sindo como circumstancia totalmente accidental. Pergunmtaremos portanto agora: g seré aquella unica dif- ferenca que nos impediré de aprender a lingua morta pelo mesmo systema, porque nos é ensinada a viva ? Ninguem por certo o diva, depois de um momento de reflexio. Em verdade, sio conhecimento, por exemplo, do latim serve-nos principalmente pare a intelligencia e interpretacio dos au- ctores, que nessa lingua escrevéram (no tempo em que era “tambem fallada}, e sendo absurdo suppor que as formulas da linguagem escripta sao differentes das da lingua fallada, 2b porque nao se poder, para comprehender esses mesos auctores, que podemos suppdr outros tantos individwos pri- vados da faculdade de exprimir sons, mas s6 communicaveis XX CONVEM LER. por meio da eseripta § porte ao se poderd, dizemos nds, applicar ao latim 0 methodo de Robertson, que tao vantajo~ eer ents é empregado no ensino das Tingaas vivas ? Sap~ ponde que por wma ease imprevista deixava de ser fallada f Tingua ingleza, que todos 08 que © fajlam, deixavam de gxistir ; que mais ninguem havie que Jembrasse da sua extravagante pronuncia 5 perguntaremos nos, 3 nao seria ‘ possivel, mesmo decorridos ‘muitos seculos, empregar pare ‘9 ensino dessa lingua entio morta o methodo que tao pro- o viva ? Supponde tam- s eitosamente a fez conhecer qnand jem que Robertson, o inventor do ‘maravilhoso systema de Givin no tempo, de Cicero, tempor on eu methodo elle 0 hoje 0 faz como ensino das linguas, fue o latim era lingua viva s¢ ave pelo 5 Uitmnava aos esirangeltos entio, come Fogler; supponds ainda mais qe o S60 11 havia escapa- aaainp vandalism dos Darbaras, @ que tne chegado até ngs, como outrns obras dessas 60S | dizei-nos, gseria im- praticavel hoje o ensino da Tingne jatina pelo sew methodo, pelo methods do proprio Raberison, ue figuastes ensinan- i vo aos estrangeiros o latim entio HOSUS yivag Taos argu- mentos nos parecem inveplicaveis, Ea am palavea, por que lingua Iatina existente faleso fe" para, exprimir ae pasas de hoje, nao se segtee que ella REO DOSS ser fal- Tada (preseindindo da exactidao da, prenanelt) qnerento acemarmo-nos no perimetro mesmo assim vyastissimo da tivitisagdo romana daquelles tempos. aarrcontemos agora com os methodos até aqui seguidos ne ansine do Tati, e com o netaal a ragrehia A natarema jrumana relativamente & linguagem- Que a natureza 60 melhor guia, quando pom se sabe com | prehenilor sua sada expressto, @ principle Qt temos por Faconeinsso, e fonte donde manam as mals verdadeiras con | i sequoncias : observemos pois a natureza sob 0 ponto de vis- | jada linguagem. Acrianga seré para 2650 estrangeird 5 © CONVEM LER. XXT qualquer parte do orbe onle nasga, um paiz para ella ess tranho. F’ ordinariamente depois da residencia de tres para qnatro annos que este estrangeiro falla a lingua do paiz em que se acha; nfo porque muito antes nfio conhega 0s ter- mos proprios de éada cousa, mas porque os orgaos da vor nao estavam até entao desenvolvidos,e porque desenvolvida nao estava tambem a sua intelligencia: ougamol-o porém fallar; e veremos que elle conjuga verbos, concorda adje- ctivos com substantivos, emprega preposicces,conjunccdes, interjeigdes, usa de ellipses, de idiotismos; finalmente que sabe as regras principaes da syntaxe, Dizei-nos vés agnra qual agrammatica, por onde aprenden estacrianga, que ignora todas as linguas, a fallar qualquer dellas eonforme se acha collocada neste on naquelie paiz? Qnacs foro os prineipios, as regras, os preceitos geraes, que Ihe ensind~ ram para em virtude delles compér com mais facilidade que qualquer outro individuo, que j& sabe uma lingua interme- diaria da que vai aprender ; que j& tem uma intelligencia desenvolvida, ¢ que entretanto, eateris paribus, no compde, nem traduz tio rapidamente, com tanto acerto, e até mes- mo com tanta elegancia? A resposta ser&, que o uso, que & prastica sao os melhores mestres. E’ justamente esta confis~ silo que nos conver para a questéo actual: @ practica @ 0-us0 devem pois ser nas lingnas a base principal do ensino; e consequentemente s6 deve ser bom proficuo para apren- der qualquer lingua 0 methodo que baszar-se de preferen- cia na practica e uso ; sendo perfeito aquelle que acompa- nhando a marcha danatureza fizer preceder a practica. a theoria, como acontece com o systema de Robertson. « Nao 6 possivel, dizia o celebre Dumarsais, comprehender os principios geraes e abstractos antes de conhecer as idéas particulares que elles suppoem. » A verdade, que esta pro- posieao encerra, se mostra em toda a sua plenitude nos me~ thodos até hoje seguidos no ensino do latim ; methodos, seek xxi CONVEM LER. qne fazendo sempre anteceder 0 principio a0 facto, a regra a0 exemplo,davam em resultado a triste verdade do axioma que ha pouen menciona:nos. Mais algumas palavras, e termine- mos estas consideragdes, 0 novo systema para. estudar a lings latina, empreganio o methodo de Robertson, tem por fim ensina: o lntim, como se fosse uma lingua viva; 0 que nada deve terde admira~ vel depois das reflextas, que apresentimos: pelo Novo sys~ tema ficam satisteitos o3 seguintes que tos;a saber: apren~ der no menor espago de tempo possivel o maior numero de palavras ; conservar sem custo, ¢ agradavelmente na me- moria as suas inflex: 2s, isto 6, as declinagaes e conjuga- Ges; aprender mais pela practica, do que mesmo pela expo- sigio de regras, 0 modo «le eonstruir phrases, de conformi- dade com a indole da! 4a; accommodar-se & variedade das intelligencias, offerecendo a umas a analyse, a outrasa teoria, a algumas a synthese, e a todas sem excepeio a practiea: as consequencias necessarias desta innovagio para © latim serao portanto :—amenisar o estudo de uma lingua, que até hoje tem sido arido ; @ abreviar o prazo do ensino sem prejuizo, mas atécom mais proveito dos que a estu- darem, Cumpre-nos agora declarar quaes as fontes, onde beb&mos a doutrina exposta no nosso livro; pois quanto ao areabougo do Novo systema, 6 claro que sendo esta a primeira obra que apparece adaptando 0 methodo de Robertson ao latim, nao tivemos matriz para fundi-la. Por um consciencioso eseru~ pulo nao proserevemos jamais regra alguma, que nio esti~ vesse confirmada por exemplos dos classicos latinos ; dia e noite meiitimos lendo as velas paginas do encyelopedico ‘Varviio,dos eruditissimos Vossio. Despauterio, Schopp, San~ ches, ¢ Perizonio; sendo-nos tambem grandes auxiliares Alexander Adam, e 0 egrogio hellenista, ¢ no menos ce lebre latinista Burnout, que, apezar de seguir no ensino do CONVEM LER. xxm latim a mesma marcha que seus numerosos predecessores, soube comtudo expér com mais clarezae ordem a substan- cial doutrina,que de am modo indigesto e confaso se encon- iza no jf citade Vossio. Nao pedimos lonvores, net encomios para a pr prodneeao; mas quizeramos nao vé-la considerada como um desses muitos teabalhos litterarios, que sendo mais ou menos novissimas edigoes de outros jf conhecidos, vem apenas augmentar o caialogo das livrarias: nao procuramos exagerar, mas desejaramos que fossem reconhecidas as dif- ficuldades, com que Inctimos, os embaragos que muitas yeres nos cereéram na confecgio desta obra ; embaragos e dificuldades, que furam superados, gragas ao ardente amor das lettras, a uma actividade, e forga de voniade, que por niin se manifestarem atravéz de atordondora azafama, nos negam aquelles,que nada mais nos podem exprobrar. Si al- guma gloria péde vesultar deste tosco trabalho, nao nos com~ pete ; nem aceitamos, porque tola deve reflectir sobre a me- moria de dous illustres vardes (*), que j& dormem 0 somno da cternidade, ¢ a quem devemas 9 gosto por essa lingua, em cujo conhecimento jamais os poderemos igualar. Concluamos. A literatura latina 6 como uma vasta cidade encantada, ornada de alegres pragas, {cortada de bem alinhadas ruas, docorada de magestosos edificios, de pomposos templos, gi- gantescas arcarias, estatuas de marmore, columnas monu- mentaes ; mas antes que os viajores, que a ella se dirigissem para admivar tanta grandeza, e magnificencia, chegassem 4s suas portas,pelo menos tinham de ser gastos tres, quatro, ou mais annos de fastidiosa peregrinagio : 4 e quantos nao affrouxevam nos primeiros mezes dessa jornada amedron~ tados dos aridos desertos que percorriam antes de tocar ao sente (+) © Padre Jofio Alexandre da Silva Paes, ¢ Agostino José Gaspar. xxIV CONVEM EER. termo de sua viagem?j quantos um ponco mais perseveran- tes, vencendo as tortuosidades do caminho,mesmo assim fati- gados,nao interrompiam a romaria, perdendo deste modo o tempo inuitilmente ?, quantos, emfim, custa de mais atu- rado esforgo apenas se aproximavam da opatenta cidade, ¢ mal podiam contemplar-Ihe 03 altos zimborios, ¢ cupolas, dando confasn noticia de algum dos seus portentosos monu- mentos? g Mas porque tio inaccessivel éra essa linda cidade? Porque os guias,que aliés bem Ihe couheciam a posicio, nfo cuidaram até aqui de busear um atalho para porelle condu~ zivem os caminhantes; resultando disto que poucos tinham animo de affrontar as devezas para chegar ao termo da viagem;e muitos cansavain,ou temiam leva-la ao cabo. Hoje porém essa formosa cidade, que para ser visitada éra mister até agora atravessar longos, tortuasos, ¢ quasi impervios ca~ minhos, communicard com o estrangeiro por meio de uma estrada larga, recta, plana, e bordada de apraziveis ala~ medas, em cnjo centro deslisario rapidamente wagons ¢ lo- comotivas de nova especie, porque sem duvida o systema de Robertson péde bem ser denominado « caminho de ferro das Hinguas. Rio de Janeiro, 1855. DIRECTORIO Para uso do novo systema. ‘TRABALHO DO PROFESSOR. Explicar, reproduzindo com tnda a claroza possivel, as naples preli- miriares, cujn Teltura repetida recommendara ao glumno sem eomtndo 0 obrigar a decora-las épsis verbis, Ensinar, a0 menos nas primeivas liees, a pronuneia das palavras do texto latino conforme entre nés se usa. Fazer as perguntas mencionadas na corversardo, exigindo em resposta as regras expostas na analyse. Fazer as perguntas da recapitulapto. ‘Mandar declinar os nomes, e eonjugar os verbos (por escripto) que viorem em cada liglo, segundo os quadros respectivos. ‘TRABALHO DO ALUMNO. Estudar as nogSes preliminares, sondo-lhe peri ‘psis verbis. ittido no docora-las Decorar fiélmente o texto latino de eada li¢io com a respectiva tra- ducgio intertinear, observando exatamento 2 pronuncin das palavras la- finas conforme os aeceiitos. Responder com as palavras latinas do texto is perguntas da conner- sapito, Ler ums ¢ muitas vezos com a maior attongio possivel a analyse, de modo que fiqaom gravados na memoria os preeeitos ahi oxpendidos» Aeairando até ipsis verbis, quando fOr possivel, as regeas & observagdes escripias em letiraitalica. XXxVI DIRECTORIO Fazer nas horas do estado, & apresentar por escriplo ao professor, composieto, devendo para este fim obsorvar escrupulosamente as regras ‘expostas da analyse, © 08 quadros das declinagbes o conjugagbes. ‘Apresentar por escripto ao professor a declinagio dos nomes e a con- jugagio dos verbos que por aquelies Iho fOrem raareados. onsERVACOE: Partindo do prineipio— quem nai estudar wina lingua estranha deve ao menos ter nockes geracs da grammaticn da Lingua vernacula —, omittimos definigBes geammatieass, 2 conjugacio portagnezs, ¢ 8 trae duegiio dos casos nas declinagies : no obstante, 0 professor polerd ‘quando juigar necessario, supprir esta omisstio voluntaria, Cada regra ou observagiio exposta na analyse 6 mareada por um nu mero + por meio desse numero posto entre parenthesis & que remottore~ ‘mos o altumno para ler a regra ow observacio jt feita, Convom nfo passar de uma para outra ligto, sem que a precedente es- teja bom sabida. Com cada ima das ligdes devem sor estudados os quadros nellas indi eados: por oxemplo na 1é ligfio sto indiendos os quadros n.1 ¢ n.2 fo professor deve mandar doclinar por eseripto, segundo o quadro n. 1, fo substantivo fominina amicitia, @, © 0 adjectivo clarus, a wm, na terminagio feminina : ainda pelo quadvo n. 1 (segunda declinagio para mascntinos ou fomininos) 0 substantive masculino populus, i, ¢ 0 ad- jective commoius, a, wn na terminagio masculina : ainda pelo mesmo ‘quadvo n. 1 {sogunda declinagio para nentros) o substantive neutro domum, i, 00 adjectivo egregius, a, wm na terminacio neutra: polo guadvo n. 2 mandar copiar o verbo Esse, ow conjugar por este algum dos seus compostos apontados no dito quadro n. 2, ‘A mesina marcha deve ser seguida nas outras ligdes com os quadkos: soguintes. Depois do dadas pela primeira ver as 16 ligdes, deve o professor, nx reeoragio destas, mandar estudar 05 eapitulos da segunda parte de PARA 0 USO DO NOVO SYSTEMA. XXXVI modo quo ds nogfes preliminares corresponda o capitulo pri primeira ligdo o capitulo segundo @ assim por diante de sorte que # ul- ima, lighio correspondda o ultimo capitulo da segunda parte. As figuras, a prosodia, © a art fo alumno tradazir os poelas. ‘metrica devem sor estudadas quando © professor péde nos eursos publicos comecar a explicar a primeira Vipdo, ¢ cada nina das outras da seguinto modo: mandard escrever em fam grande quadro (ytlgarmente pedra) o texto latino sem a traduego interlinear: 08 alumnos conservando fechados os livros, dovem dar-the em portuguaz a significagio das oragies Tatinas, & medida que estas fo- rem pelo professor perguntadas : pide tambem o professor em vez de mandax eserever o texto Taino, exigiry a traduegiio portagueza deste, dividindo-o om pequenas phrases, que perguntari ealteadamente aos alumnos, conservando estes fechados os seus livros ; passaré depois ts porguntas da conversacdo, seguindo 0 que ji acima expuroros. Apezar do marearmos aquio modo pratico de usar do Novo Systema, declaramos que poderd elle ser modiffeado, conforme o coneurso das siveumstaneias, © 0 conselho da experiencia 0 reclamarem, ( ( PRIMEIRA PARTE. thbe theatoe —_ NOVO SYSTEM (Gite a Meee fe A et ee PARA Bstobar A LINGUA LATINA. NOCGES PRELIMINARES. 1. As letras, com que se eserevem as palavras latinas, si0 as mesmas, de que Usamos nas portugnezas. ‘A, B,C, DE, Fy G WH, 1, J, Ky Ly Hy Ny 0, Py QR, 8, T, 0, 1, X,Y, % a,b, & dy fy gy hy td ty Uy 8, Ys Be Seis slo vagaes: a, ¢ 4, 0, u, y; mas o y pertence propria~ aente 4 lingua grega, ¢ 86 se emprega nos vocabulos, que do grego se derivam, como: hyarinthus, jacintho (Abr). ' Duas yogaes reunidas em uma sé syllaba formam um diphthongo : 0s principaes da lingua latina sto: ae, oF, au, eu, por exemplo, Casar, Cesar, cwna, ceia, laus, louvor, léuea, egua. ‘{ terminagao cus £0 6 diphthongo na interjeieio, heus, old, e nos nomes gregos, como Morpheus, Morpheu : em tedas as qunis palavras as duas vogaes se pronunciam separadamente; por exemplo : Dé-us, Dens, mé-us, meu, easd-us. queijo. (Os diphthongos ee ui ‘sio muito menos usados. Bi s6 & ‘diphthongo na interjeigao hei, ai de mim; em quris, aos quaes, e om algumas contracgbes poeticas, Ui ¢ sempre de Inithongo na interjeicio hei, oh!; 0 mais das vezes em fuic, a este; em cis, ao qual, € nos compostos de cui. Bm odes as mais palavras,ci e wi se pronuncian separadamente, como cin pulé-i, do poco, su-i, seus; fu-i, eu fui ow estive. ‘Nas inscripgoes e manuseriptos antigos os diphthongos ae 07 erdo escriptos com as vogaes separadas ; depois porém, I, Lm, My O% Pr Ge Ms 8 4 LINGUA LATINA para maior commodidade da leitura, introduzio-se 0 uso de perrevé-los com as Vogaes reunidas deste modo: @ @ Sere ontras dezanove lettras sfio consoantes +b, ¢ 4 fr Jy Tay jy ly by Ms My Bs Ge Mo 89 te Oy Ge % Jule Jagoantes dividem-se em mudas, semivogaes, iguidas, @ druplices. ‘As mudas so: D, 6, dy fy Jy Pre & [As senvivogaes S80 : Ly my My 1 8- Destas chamao-se liquidas : 1, m. m, 7} Masmen sé so liquidas nas palavras gregas. ea uplices sao 2 e £. 0 equivale a es ow gs; como so ve has palavras dit, general, que s@ deve pronuncior dus 5 @ ten, Fei, que se deve promtineiar regs. O x equiivale a dous s Guando esti no meio de uma palavra, como patriza, qe oo Sronuncia patrisso ; € a ds ow sd: no principio de qualqyer Vocabulo representa ds como Zephyrus, Zephiro, que se eve pronunciar Detphyrus ; ¢ sd no meio como Hares, que s¢ Pro- nuneia Esdras. Oésem duvida alguwa um signal de aspiragio, que nate inde ua quantidade das syllabas, mas que serve s6- Mente para pela pronunciagao, distinguirem-se as palavras que sem elle poderiam confundir-se. . ‘6, era para o8 latinos representado com o mesmo signal, com’que era avogil 4, que se tornava consoante, quand col Socada entre duas vogaes, por exemplo, may ior; e cra voral, quando seguida de uma consounte, como t assim. Ue ettra dos Gregos, usada_pelos latinos em lugar do @ prmeipalmente quando seguida da vogal 4, era mais por Yuxo, do que por necessidade empregada. 3 era vepresentada com o mestno signal, com que o era a vogal w; assi n so escrevia sifua, b »sque, que péde (er ves Gyllabas como apui por ser vogal a quarta Lettra ; ou Gnas Sy iabas, fazendo consoante a dita lettra, como silva. Bsta atade de treca da letra w por ©, ¢ de ¢por jé muito fre- quente no verso latiuo. ‘Guano depois de y vem a yogal u seguuida de outea vogal, o wliga-se vogal seguinte formando tina s6 syllaba, come anges, cobra, lang-wor. Janguides, Em algumas palavras Gufdin a Yogal u depais da latina g @ seguda de outra vores pronuncia-se separadamente, como por exemplo, argu-€-76, arguir. By em o mesmo som que oce ok: & sempre seguido da vyagill u, que faz corpo com esta consoante, eis parque 1, ¢ Ya'das palaveas latinas qui, 0 qual, quam, a qual, nao So diphthongos. NOGORS PRELIMINARES, 5 ‘As letras ch, ph, ti, eps foram admittidas no latim para substituirem as lettras gregas que erao representadas cada uma dellas por um 36 signal, @ que tinham um som parti- cular. 0 ch tem sempre 0 som dec, koug (que 6 sempre o jnesmo) ; 0 pl. sda come f tendo antes de sip (pf) : 0 th soa como 1 com uma aspiractio, que hoje é impossivel conhecer + © ps sda justamente coino as duas lettras de que 6 formado para repfesentar a lettra grega a que corresponde. 4. 0 alphabeto latino propriamente dito consta portanto de vinie e uina lettras, que sio cinco vogaes: 4, @ i, 0, (nao se conta y por ser grega) ; ¢ dezaseis consoantes: D, ¢ dy f, gy he ky Le m, m, Dy GM 8, fy @, (DRO Se Conta com O Por ser lettra graga nao usada pelos antigos, nem ov e oj por serem transformagdes das vogaes w ¢ i, como acima ‘mos- 4ramos.) '5. Sendo impnssivel hoje saber qual era a maneira exacta, pela qual os latinos promunciavarn as palavras da sna lin Bnay tem cada uma das nagdes modernas accommodado a Droguneia do latim 4 da sua lingua nacional. Entre nds tem Sido sempre uso pronuncia-lo dando a cada uma das lettras Yogaes um som nao duviduso, exprimindo-as o mais cla~ yamente possivel, de modo gue nfo se possa na pronun= ciagto confundir oe como, nemoocomou. A lotta t no fim das palavras tem-se dado geralimente o som de d, sto que alguns Mestres 0 pronunciam como ¢. Nenhuma as letiras componentes de uma palavra deve ser omittida na proniineiagdo, salvo as leitras dobradas. As syllabas fl- aes ai, em, wm pronunciatn-se como as das palavras por. tugnezas terminadas com (“’) til. A syllaba #seguida de vogal pronuncia-se como ci, excepto antes de 5, ov #. 6. As vogges ou tem um som breve, e sao designadns por este signal (“~), ou. tem um som longo, e sio desiguadas por estoutra (“"); quando tem umas vezes som longo @ Ouivas breve, como na poesia succede, chamam-se cammurs. 7. Bm geral, uma vogal antes de outra vogal 6 breve, conto por exemplo na palavra incuréa, deseuido ; na qual a Yooal % por estar antes da vogal a pronunein-se com som rave. Esta regra soffre exeepedes, por exemplo no nome Marja, em que a mesma vogal i, apezar de estat auies da ‘Yyogal a pronuncia-se com 0 som longo, como em porsugile: 8, 03 diphthongos siio longos ; ¢ sempre que duas ou mais vogaes se contrahem, a vogal resuliante desta con- irncgdo é longa. ‘9. Uma yogal antes de duas ou mais consoantes 6 longa; por exemplo o nomo Achilles, Achilles, em que oi é longo por estar antes das duas consoantes W. A vogal tambem 8 6 SINGUA LATINAS longa no verso, ainda que uma dag consoantes esteja no fim Peetavra om que so achar & VORA), © omira consoante no Srineipio da palavra seguinte, POF Gxemnplo, nestas dias sed priate a noite, onde a vogal ¢ & longs Die estar antes das pensoantes den, embora o esteja no fim da primeira pala- conse n no prineipio da. segunda, 95 Oa? porom no verso estiver uma Vogs) ber He fm de uma palavra, @ a palavr a seguints principiar por duas ume, Pelguasoantes, aquelle vogal nao Ser Tonga por esta fazio ; ha comiudo rarissimas excepcoes desta regi ZO oma vogal antes das cousoanies © 9% © sempre Tonga, porque sendo estas lettres ‘consideradas duplices, & Noga’ tambem coasidera-se come St estivesse antes de Tees consoantes, & por isso é longa. He eepanndo aumia Vogal brove esta antes de consoante anudae de onira consoante liqnida, 6 formando a muda ea Hiquida a syllaba seguinte, ® ‘vowal assim collocada, n& ude preva, eno verso Pode Sex ou DEVE. TH Tonga, por Bremplo na palavra golucris, passno sO qual a vogal ué exemple Mraca, mas pode ser on brove on Tonge NS ‘poesia, pon daso que ests antes da manda ce de Tiquida r, e ambas bstas lettras concorrem para @ formacao da syllata seguinte Gquella, om que se acta n Vora Me 13, Oh nao influe por sua presence sobre a quantidade dad vogaes, pois considera-se sempre como am signal de aspiracto. ‘Og signaes, que acima mostramos, com que se marcim as syllahas. breves e longas, chamen-se ‘aecentos ; @ 30 SC OR- SyMuvam nos Discionarios para gaiar He relativamente & quantidade das syllabas; nos Tino jatinos classicos, © Hesmo em quaesquer outras obras escriptas em latim, nio sao empregados. oa P ee nga latina oito especies de palavisy Ar silo: Nome (substantivo e adjectivo), Pronanits Verbo, Participio, Fomtgta, Conjuncgi., Adoerbio, o INETICA ‘Em latim nao Feito tmensn signifignigualmente mest 4 107 ‘umarmest. Se ae tingiia porcagneza, tem ¢ TDR lous nurneros grammaticass : 0 Singular, © 0 Plural: aquelle sise tata de sé. pessda om coust ; este at se tral de mais de uma pessda ou cousa. 16, Og generos dos nomes so tres : mascutino, feminino € neutro. Conhece-se 0 genera a que perience uum nome, ow pela siguiente, eo Seno nome, ow pela sua, ferminazla, Isto e pela suas letras finaes. Do genero jaseulino’séo todos 08 Tides que convem somente ao homem, (7 animaes do vom masculino, por exemplo : Anionius, ‘Antonio ; pater, pals NOGUES PRELIMINARES. 7 cerous, veado ; do genero feminino sio todos os nomes que convem sémente 4 mulher, ou aos animaes do sexo feminino, por exemplo : Eva, Eva ; mater, mii ; ceroa, corea.. © uso estendeu’a distinceso dos’ generos dos nomes As consas inanimadas ; ¢ assim dizemos que capillus, eabello; ipanis, plo; elavus, prégo ; sio do genero masculino : que fnchora, anchora; luna, lua; flamma, chamma, sao do ge~ | nero feininino. 17. além destes dous generos, ha iambem o genero neutro (da palavra latina newtrim, nem um, nem outro), em que se incluem todos os numes que nfo sio'nem do genero maseu~ | Tino, nem do feminino; por exemplo : acgéum, vinagre 5 i celui, cé0 5 tintinnabéilum, campainha. 18. Muitos nomes ha que sao communs dos dous generos, chamados geralmente communs de dous, isto é, maseulinos, ou i femininos, conforme o sexo da pessda, ou do animal de que se fala; por exemplo: conju (masculino, si significa ma- ido; feminino, si significa mulher); harres (masoulino, si si- guifica herdeiro, feminino, si significa herdeira) ; saczrdos {masculino, si significa sa¢erdote ; feminino si significa sa~ cerdotiza) ; parens (masculino, si significa pai); feminino, si significa mai) ; mus (masculino, si significa, rato; feminino, si significa rata); sus (masculino, si significa porco; femi- nino, si significa porca). 18'a. Outros nomes finalmente existem, que tem uma s6 terminagio cum sé genero para exprimir qualquer dos seX0S, aque o animal pertenee ; por exemplo : corcus, corvos passer, pardal; aquila, aguia; taes nomes chamam-se epicenos, a 185. Alguns nomes latinos se encontram nos classicos, i que tem indistinctamente ora wm genero, ora outro :a estes ! nomes os Grammaticos chamam incertos ; pois umas vezes encontram-se como masculinos, outras como femininos, e oulras finalmente como neutros ; por exemplo dies, dia, que umas vezes 6 feminino, outras masculino ; specus, caverna, ora masculino, ora feminino ; sal, sal, ora masculino, ora neutro. 18 c. Nem sempre os generos dos nomes correspondem-se em portuguez e em latim : flos, flor, é masculino em Jatim, feminino em portuguez ; pinus, pinheiro, feminino em latim, masculino em portuguez ; eapuz, cabeca; os, bocca; bullfrum, i manteiga, sio neutros em latim, e femininos em portuguez. 4 0 uso eos Diccionarios melhor ensinardo a conhecer o genero dos nomes. | 19, O nome (quer substantivo, quer adjectivo) niio é, como i acontece em portuguez, invariavel nas suas lettras finaes!; \ tem differentes maneiras de terminar, ea estas diversas ter- 8 LINGUA LATINA, | minagges dé-se 0 nome do easos. O nome pois (substantivo wimefeotivo) tem seis c1sos, ow seis maneiras differen es de ou aioe pot meio das quaes exprime diversas, idéns + oF termina’ Ramam-se: Nominative, Vorativo, Genitivo, Daina, sels etna, @ Ablativo, 8 que alguns Grammaticos chamam ‘tambem seaxto caso (1), j BO Nominaiivo ¢ 0 Voeatico chamarn-se casos rectos Of dipostos ; 08 outros obliquos ou indirectos.. Destes seis cas alguns se assemelham entre si; assim pois : 1.eSempre 20 plural, ¢ guasi sempre no singular, 0 Vocative é igual a0 No~ eae; Bet Toros os nomes neutros tem tres gases some Prenat? Fae sito: Nominativo, Vocatino, Accusativo « no piv ral estes tres casos acabam em; 3.° 0 Dativo e Ablativo do plural de qualquer nome sao sempre semelhantes: DL. A recitagao seguida dos seis casos de um nome, tanto no singular, como no plural, chama-se declinagao. a eatinco declinagoes para os nomes substantivos, iste | 6g, de cinto maneiras differentes podem vorminas os Seis Ct Gos eubsiantives latinos, tanto no singular, como no plural. 1s aero a qual das cinco declinagdes pertence wm sub- Stantivo latino pelo Genitivo do singular. i gana og Homes adjectivos ha somente tres declinahesy \ que tambem se conhecem pelo Genitivo do singular, ¢ se Guha pelas tres primeiras declinacoes dos subsianiy™® Os adjectivos, quanco so comparativos, ‘em em geral a termi- sai or para o genero mascalino e ferninino ; © a iet=n ass pao ne is fro za terminagao issimus, issima, issimura, propria dos adjectivos superiativos, pa Alguns nomes latinos ha, mas em peguero numero, eujas Totiras finaes ou desinencias nunca varia ® qo cad er pot isso andectinocis ; taes So cepe, cobala 5 ele golo; sindpi, mostarda; Jerasdlem, Jurusaleth (cidade) 5 Aste, Feieeaas (eidade) ; Joseph, Jox6 ; Abrétham, Abrabao- sea todo e qualquer discurso ha sempre A pessoa ane j faiiny ¢ que se chama primeira pesséa, express ex 1oKine pelo provome ego, ou; a pess6a a quem se falla, © que Se chama | Finda. pesoda, expressn em latim pelo pronome, fe, Wt 5 6% __ Satbay Ae quem Se falla, e que se chara ferecing peas Te Pressa em latim pelos pronomes #2, esie; le, elle ou aguelle; | | hic, este. : va eeetsm-se estes pronomes pessaaes. Os ronoMes 69>, 20 + | i tu, tir; nao tem genera proprio; empregam-se qhal em ref fo tid go homem ou & mulher; quer em referencia aos ar : (1) Varrio chama tambem 0 Ablativo caso luting, talver pordne t 08 Grogos nfo o tem. NOCOES PRELIMINARES. 9 mars de um ou outro sox, sts pronomes egp, et: t,t 5 @ 0 pronome reflexivo da terceira pessda sui, de si, tem uma Geclinacso propria, differente de qualquer das cinco decli- nagoes. ‘36, Toda a palavya, que estiver no singular, ¢ nao for equ ett, 6 sujeito de fereeira pessdx do singular ; toda nquella, que estiver no plural, © nao fOr nos ou 20s, & sujeite de tercetra pessén do plural. . 97. Os verbos latinos tem quatro conjugagées, isto &, quatro maneiras differentes, pelas quaes as tres pessdas, tanto no singular, como no plural, terminam ; @ conforme ¢ esta ter- minagao, assim se conhiecem ce modas, tempos, e pessdas dos mesnios verbos. . ‘Os quatro modos principres dos yerbos sio, 0 indieativo, o conjunction, 0 imparatino, 0 infinito. Os tres primeitos *odos constituem o modo fintto, isto &: todo o verbo que esté no indicatino, conjunctivo, ou tmperativo, est& por isso mesmo no ‘modo finito. ‘28, Chamam-se requlares todos os verbos, que seguem uma destas quatro conjugagbes ; erregulares todos os que se apar- fam da conjugagio, a que pertencem, em algum ou em todos 08 seus tempos © pessdas 29. Os verbos sho: actives, passives, depoentes, ¢ semi-de- poentes. 30. Os sitio de aredo transitiva, como laudo, eu Louvo; ou de acpto in transitiva, como jento, ew almogo. ‘31. Os pessizos som a terminacao em or, como castZyor, et sou enstigada ; 08 depoentes sao aguelles, que tendo a termi- nagio em or tem significagzo activa e podem ser transitivos, como piscor, eu pesco ; ou intransitives como pralior, eB pe~ Jejo; os semi~depoentes sio os que terminando ex o apresenvam em ‘alguns tempos a forma dos verbos passives, tendo en- tretanto significagao activa, como seja 0 verbo audeo, en ous, ue faz no perterito perfeito ausus-sum, forma esta propria Jos verbos passivos. 32. Ha tambem verbos, que terminando em 0, @ conju gando-se em todos os sens tempos coma actives, tem comindo Signifieagio passive, como sejam : vapitlo, eu sou agoutado ; véheo, ex'sou vendido. Alguns Grammaticos chnmam a estes verbos depoentes em 0, em contraposicio aos depoentes em or. 33. Chamam tambemalguns Grammatieos verbos communs aquelles, que se encontram debaixo da forma de depaentes, @ tem umas vezes significacto activa, outras passiva ; por ex- emplo + erimfnor, eu accuso, ou eu Sou accusado. ‘A denominagao de depoentes dada aos verbos, que tem si- activos tern em geral a terminagio em 0, e ou i ' | 10 LINGUA LATINA. gnificagao activa, apezar de terema, pende de que estes verbos foram primitivamente usados com ae forma activa; mas a depuseram depois adoptando a forma passiva, © consorvando somento a significagaa activa, que Jetinham je mesmo assim, totos ou quasi todos os verhos hoje chamados depoentes, conservam ainda nos Participios (quer do presente, quer do preterito, quer do futuro), a forma dos participios dos verbos em 9. 34. 0 verbo esse, ser ou estar, tem Uma conjugacio espe cial; chama-se auziliar, porque auxilia a conjugagao dos ‘yerbos passivos nos tempos compostos. 35, Os participios Intinos stio adjectivas, em euja signifi- cagao se envolve idéa de tempo: desta dupla natureza, isto & dle participarem da propriedade dos adjectives (por serem declinnveis), © das qualidades dos verbos (por envolver a sua significagao a idéa dos tres tempos presente, passado e futuro) ‘yem-lhes o nome de Participio. 36, Diz-se geralmente Participio activo, aquelle cvja sigui- ficagato se resente da significacao activa do verbo de que pro- code, como: igndrans, ignorante, ou o que ignora, ou o que ignorava ; iguoratdrus, 0 que hade ignorar ; Participio pas- sioo aquelle que tem a'significagto passiva do verbo, donde se deriva, como: vellicalus, 0 que fot beliseado; vellicandus, 0 qne ha de ser beliscado, o que deve ser beliscade. ‘37. As terminagdes ns e urus (masculina), «ure (feminina), urum (nentra), sio proprias do Participio actin: as termina. 02s us, a, um (masculina, feminina ¢ neutea) © dus, da, dum fmasculiva, fominina e néutra}, stio privativas do Partieipio passivo, 38. Os participios em tus, a, um, ¢ os acabados em dus, da, dum, dos verbos depoontes, podem muitas vezes ser waduzidos como participios passives, por isso que acimna dissemos—que fodos O11 quasi todos os verbos depoontes conservam ainda nos Darticipios a forma dos verbos terminados em 0. ‘30. Os participios do faturo dos verbos passivos formam uma especie de nomes verbaes, que se declinam s6 no sin- gular tem apenas Genitive, Datino, Accusativo e Ablatioo: taes nomes verbaes chamam-se Gerundios. ‘40. Designam-se, grammaticalmente fallando, por Gerun- dios em di, si esto out Genitivo; por Gerundios em do, si esto ‘em Dativo ou Ablativo; e por Gerundios em dum, si estao em ‘Aocusiitiva, Bem que estes nomes verbaes sejam formados por participios do futuro dos verbos passivos, ¢radusem- se tambon hha voz cetina, e tem a propriedade de reger, assim como os verbos donde procedem, os mesmos casos que estes ultimos regem. ‘41, © Gerandio em do (quando representa Ablativo) e 0 Ge- NOGORS PRELIMINARES, u rundio em dum encontram-se muitas vezes precedidos de al- guma preposicio propria deste dous casos ( Ablativo @ Accusa~ fivo). Exemplo do Gerundio om di: laudandi, de louvar (repre~ senta Genitivo) ; exemplo do Gerundio em do: laudando, a Jotivar ou para louvar (representando Dative) ; de louvar, por Jouvar, em lowyar (representando Ablativo); exemplo do Ge- yundioem dum (este representa sempre Accusativo, regido de alguma Preposicao clara ou occulta) ; lawdandum, a louvar, para louvar. 42, Ha além dos Gerundios outra especie de nomes verbaes formados pelos Participios do preterito dos verbos passivos; taes nomes chamam-se Supinos ; s0 da quarta dectinagao, @ 86 86 usam em Aerusativo e Ablativo do singular. 43. Os Supinos tem como os Gerundios a propriedade de reget os mesmos casos, que os verbos donde procedem. Quando estes nomes verbaes esto em Accusativo, cha- mam-se Supinos em wn; usam-se ordinariamente depois de verbos que exprimem movimento, ¢ nunca sto precedidos de preposigao; por exemplo: venia spectastum, venho para ver. jwando estes mesmoz nomes verbaes estao em Ablativo, chamam-se Supingsem u; usam-se quasi sempre depois de adjectivos, ¢ nunca siio precedidos de preposigao; por exem- plo : mirabile visu, admiravel de ver-se. 44. 03 Supinos ém %, tem geralumente significacao passive eniratanto que os Supinas em wn tem de ordinario signifi- cacho actioa, 45. Nos nomes substantivos e adjectivos, pronomes, verbos e participios, ha, além das propriedades, que acabamos de examinar, duas cousas a considerar, que silo: 0 sou radical, @ a sua terminagdo ow desinencia. 46. Chama-s¢ radical a parte do substantivo, adjectivo, pronome, ‘verbo, ou participio, que nao varia, que nao muda, inalmente que ¢ sempre a mesma, tanto nas declinagdes dos nomes, como nas conjugagdes dos verhos : terminagio ou desi~ nencia $a parte do substantivo, adjective, pronome, verbo ou patticipio, que varia, que muda, finalmente que nédo é sempre a mesma, tanto nas declinagdes, como nas eonjugagées. Nas palavras amphor-a, talha; claud-ue, cOX0; nost-er, NOSSO; am-o , eu amo ; aina-ns, amante; as lettras amph, claud, nost, gam da quarta e quinta palavra, x0 0 seu radical; as lettras, que crescem além destas em cada uma das mesinas pala- ‘veas, so 0 sua desinencia ou terminagdo. 47. As Preposigévs latinas,ow regen casos ow compoempalavras. Os unicos casos regidos em latim por preposigdes si0: 0 Ae- cusativo @ 0 Ablativo, As preposicdes que entram na composi-~ cio das palavras modificam a significacio destas, conforme a | i \ ey LINGUA LATINA, jdéa que ellns exprimem. Exemplo de preposicdo regendo “Acoustyivo 1 inter amicos, cubre amigos ; exemplo de propo Signo regendo Ablatira: sing pecunia, sem dinheiro ; exemplo de preposicao compondo palavras :pro-oideo, eu prevejo (¥ej0 anies); inter-positio, mter-posicdo (posigao entre). } nome da preposiga dado pelos Grammaticos a esta pelavra procede de ane ‘ella se colloca qiiast sempre antes (pra) } caso, quo rege, ot da palavra em cuyja eomposi¢no entra. ‘Da Praposigia, Conjuncedo, Arlverbio e Taterjeieto trata- vemos especialmente na Segunda Parte deste Systema, 48, Para os prineipiantes, e para. os qne tem pouco uso de tradizit latim, ha nesta lingua uma diffenldade, que nas modernas nao existe ; e vem a ser que em latim as palavras estao atranjadas em uma ordem tnl, que para os esirange Tos parece tima verdarleira desordem’: ensretanto-esta dixpo- Signo ¢ arranjo peciliar das palavvas nos eseriptos 1ntitios nada tem de cnprichoso, mas antes depende da indole ¢ a= racter eaphonico e harmonioso deste idioma. St observarmos em, veremos que em Portugwez mesmo, quando fellamos usando de certas transposighos ¢ invertondo a ordem natural das palavras (nao de win modo excessivo), sabe-nos uma Line guagem mais cadente, e mais harmouiosa: é esta tambem a fazao porque a lingaagem poetica em todas as Nagdes, para ser harmonica e eadenciosa, altera acollocagao das phrases, emproga transposicoes, ete. Nao é porém esta apparente desordem da lingua lating’ tao grande, que impossibilite sua comprehensio ; @ 9 "0 de ler os aseriptos latinos classicos familinrisa-uos de modo que facilmente e som mnita, demora podemos traduzir do Jatim para o portuguez, e verter com ® mesma construceso oracdes portuzuenis para o latim. Nao se péde dar uma regra infallivel para escrever em latim usando de hyperbaton (figure, pela qual a orem na- tural das palavras 6 mais ou menos invertida) de que usam. 0s latinos ; mas pode dizer-se em geral que as idéas capt taes sa0 exprossas om primeiro Lugr, seguindo-se-thes do- pois as outras, e finalmente o verbo. Bxemplo: Alexander Da- ‘Frum fugavit : traduzidas estas palavras na ordem em qiie se acham, diremos: Alexandre Dario afagentou. Bm portu- guez nao se péde saber, dita assim a prsposi¢ao, si foi Ale- Eandre quem afugentox Dario ; on si foi Dario quem afugentow ‘Alecandre ; entretanto que em latim nao péde haver a menor duvida, ou equivoco, pois pelos casos en que estéio os nomes ‘Alenandre e Dario conhece-se perfeitamente qual & 0 Sujeito, @ qual 0 Complemento directo do verbo afugeniou ; ¢ ainda mosmo que se dissesse : Dartum Alerander fugavit ; ou Fugd- ‘NOGOES PRELIMINARES. 13 vit Alexander Dartum ; cu Dartum fugdvit Alexander, 0 pensa~ mento seria sempre o mesmo, isto 6, Alecandre afugentou a Dario. Aqui terminamos as Nogdes Preliminares, guardando para depois dos exercicios praticos formados pelas Ligdes 0 desen- volvimento completo de cada uma das partes, de que Consta a oracao latina. Para, facilitar aos prineipiantes o estudo, reservamos pars mais tarde, afim de no fatigal-os, ou aiedrontal-os logo no comego, todas as particularidades relativas ao co~ nhecimento.desta lingua. Hsta retardacao porém em nada diminue as vantagens, que o presente systema de ensino ossa offerecer ; porguanto o que éabsoluiamente essencial, foi nestas Nodes exposto, @ acha-se exemplifieado nas se- guintes Ligdes, | | PRIMEIRA LICAO. Casa est bona, Digitus est magnus. Acchonpana 6 boa. © dedo grande. | . . . | Templum erit magnificum. Servi Petri | © tomplo ha.de ser magnifies. Os eseravos de Pedro sunt heri Antonii. Amicitia est egregium sf sonhiores de Antonio. A amizade ‘um excelente donum coli. Portze Rome fuérunt clause, presente do ofo. As portas de Roma estiveram —fechadas, et popiilus erat commétus; quia bellum © opovo —estava abalado; porque @ guerra erat funestum patris: fuga autem non ‘era funesta & patria: a fugida porém no erat decéra viris adéo claris: vie erant honresa para verdes to illustres; as yuas_estavam deserts; forum verd plenum. Maria, avia desertas; — praga massa. Maxia, avd 16 LINGUA LATINA. Didici, balbi, gibbi, simi (que), erat de Diogo, gnge, _eaxeunda, dv maria chalo (ely valga ac peta. Lucretia, rarum exemplum vambra 6 Yosga. —-‘Latereci, aro exomplo pudicitize, fuit formosa. © Deus, o demine de honostidade, for formosa. 0 Deus, 6 sonhor mundi! Digne fii! © inquiste puer! Qo mando! O'digno, lhe! —-—«O" teavesso Tapa CONVERSAGAO. © que se diz sor boa?—Como achoupana?—0 que £8 plural os sitbstantivos neutros da quarta declinagao (120) ? Quantos sfio og adjectivos qne se declinam como lle, Iild, Iiliéd (Quadre a. 9} % Quaes sio elles (Quadro n. 9) # Qual & propriamente a significado de Zio (120 0) 2 Qual ¢ propriamente a significagtio de Islé’ (120 0) ? tantivo é da quarta declina- Ligho QUARTA. 61 Qual é propriamente a significagio de Zé (120 b} 2 Hm que differe a quarta da terceira declinagio (Quadro a. 12 nova)? Como se couhece um verbo da 3.* conjugacto em la~ (115) Para conjugar qualquer verbo o que é indispensavel sa~ ber primeiro (119) 2 Qiiaes siio og tempos (si silo os da 1.*, ou si 0s da 2.* serie) que se pédem conjugar logo que se conhece a conj ugacao a que pertence o verbo, isto 4, logo que se conhece a pessoa do presente do indicativo, © 0 presente do infinito (119) ? (Bsta perguata dis sémente respeito aos verbos activos). Para que é preciso conhecer a primeira pessoa do singu- lar do preterito perfeito de um verbo (117) ? (Esta pergunte dis. respeito sémente aos verbos activas. ) Quaes sio os tempos e partes do verbo activo que para serem conjugados faz-se necessario conhecer o supino do mesmo verbo (117} ? Quacs edo 05 verbos da 3.* conjugacsio que experimentam nos tempos da L* serie wma pequena moilifiereao em algu~ mas de suas pessoas (118)? Qual 6 0 modelo porqne se conjugam taes verbos Quadro n. 10 A)? Bin que differe Ipse de Fdem (119 a) 2 Quando um adjectivo latino est na terminagio nowtra, nfo havendo na mesina oragto, nem em alguma immediata aubsiantivo do mesmo genero, a que elle se refira, qual ¢ 0 substantive que se deve subentender para concordar com esse aljectivo (119) ? Ein que differe o verbo Do, Dis, dos verbos da primer conjugagao, a que elle tamhem pertence (120 a) ? COMPOSIGAO. ti Estes meninos quebraram, aquelle areo.— Estas arvores nao produzem os mesmos fractos.— Pedro nio andava a cayallo, mas tinha magnificos sellins.— Nenham soldado defendera essa cidadelia, porque os inimigos temem o nosso exercito, ¢ no accommetiem (fazem impeto).— A cayalla~ ‘ria acommetieu (fez impeto) com grande velocidade, aterrou 0 povo, & (que) mesmo a Cesar (¢ 0 proprio Cesar). Minha irma abafaya os seus gemidos por temor de tua avé.— Nos eramos feridos pelas espadas dos habitantes desta itha, porque elles faziam grande tumulto e mostravam-se funestos a todos.— 0 templo todo (todo inteiro) estava occupado pelos filhos de Jesus, nosso Senhor.— 0" meu pai, eu des= 62 LINGUA LATINA. preso o dinheiro, porém amo a virtude; esta éa chave das portas do o60:— Tu promeitias-me (a mim) essa liteiva, 08 teus eseravos, 6 os (eseravos) de tua irmi.— Este general no castiga og seus soldados, porém chama-os (estes solda~ dos) filhos e irmios.— Este’ poema nao foi terminado ; ¢ parte delle (poema) deve ser amada pela irma de Maria.— Aquella habitacso ¢ admiravel ; tem grandes arvores; estas produzem aquelles fructos, e mesmo 0 dono (senhor) ‘o pro- prio dono), e todos os habitantes da mesma chamam-a (a habitagiio) 0 seu Paraiso. — Yds cobristes o rosto (semblante) com 08 dedos, mas comprimistes a coxa deste soldado.— Nao consinto (soffro) esie tumulto ; os soldados hao de re- gressar, e hio de defender o senado,— Este touro ferio aqnelle’ yeado com os chifres.— Cobre esta cama com aquolle lengol.— 0 pai eo filho oceupavam o mesmo carro e sds atterravam com as suas espadas todos os cidadaos.— Eu fui illuminada por Deus ; ¢ mereci manificos dons. QUADRO N. 9. Beelinagio dos pronomes demensivatives. Singular. Singutar Este, esta, isto (esta causa) ste, esta, isto (sta cousa). om... Hie, hive, hoe. Noin... 15; 60, id. Geneve» Hts paos es | Gen... Hats | pare ote Dat... Fiaie, $ — gonoros. | Dat... Ei, generos. Ace... Bune, hane, hoe. Bur, eam, ia. Able. Hos, hae, hoo. Eo, ea, e0. Plural. Phurat. Nom... Hi, hi, hie | Nom... Ti, em, oa. Gen... ovum, haram, hovum. | oram, efrum, edvum. Dat.Adl. His, (para os $ goneros), see. Tis ou Bis, (qualquer dos Hos, has, hme, | 2 para os 8 generos. | Aco... Hos, 095, 0a. Singular. Singular. ile ow cquetle, atta ow aquatta,| 0 mesmo, « snesma, a mesma aaguilto (aguelta cousa) cousa. Nom... Ie, ia, fina. Nom... Tem, edem, Ydem. Gene iis, Jpn oe oe |Get, | yn Dat... Ti, generos, | Dat.... idem, } genes dec... Tim, Hla, Hlad. Bnndem, eandem, Yom, Abl.... Ilo, illa, illo. Eddem, eddem, eddem. Pluvat Plurat. Nom... Ii, iller, ila. Tidem, ewdem, cidem. Gen... Maram, iliram, sora, Borandem, ehrundem, Dat. Ad. This, (para o8 8 goneros}, edrundom, ‘Ace..... los, las, ila. Dai.Adl. Fisdem om Hisder, (para 0 tvs gonoros). Bosdem,casdem, idem (") ec. (4), Reto adjeotivo declina-se como —I2, 03, f@,—— juutando-se-Ine somente a gullaha dew U nominative do singulag ne termiiagto masculina é— Wem — Shiver do -~Isdem,— ena terminagio nevtra 8— iaem em Jugar de — idem, © aajectivo — idem — dliffere do — Iyse — tanto como 0 adjectivo mesmo differs snestas amngies portuguozas: O Par MASHO castigow o jo; elles sao dhos do GrgSaf0 Pai ;"0s primeira oragio deve dizersse ema latin —Ipse pater casti- gatit tua 2 @'na cowunda: — Ml sunt fil qjusdem pateis, (Continnagie do Quadro N. 9} Alins, alia, sind outro, outra, outra couse (por opposigéo a todos ow muitos). stl, isti, istiid, esse, essa, isso (ossn cous). ‘Tpst, ips%, ipsum, 0 mesmo, @ mesma, a mesma couse. Tins, eli, alum, adgum, alguna, alguna consa, e Nulins, a wo, {composto de no ¢ uttns}. ‘Uter, utr, utrum, quel dos dous, qual das duas, qual das duas cousos. Nontir, neutr¥, neutrum, nem um, nem outro, &e. (composto de ne e abr.) ‘Ulorgut, utsiqne, uirumque, sn ¢ outro, uma ¢ outre, uma ¢ ovtra eons. Ulervis, ubivis, wirumvis, qual dos dows quiserdes, qual das duas tuicordes, qual das das eousas qrsizerdes. Ulertthel, utetibet, utrumbibot, qualquer que nos agrade, &e. Dievenags, wractnqne, wlzwmoamaue, quatqusr dos doas que... qualquer das das que... &. ‘Alter, altgen, altrumm, outro, oxtre, om aaas parsons, ot de duns cousas). ‘Alter“ler, aleriva, altertiram, wn ¢ ouiro, &e. (Este adjectivo com- posto go Alter, o do titer, ismbom se decline deste moto — alter Stor, al tra tra, ettiram ttewm) Solus; sla, sblum, sé, wnico, &e. ‘Polus, tola, totum, todo inteiro, toda inteira. Uns, wna, unum, tm sé, roma $6, wine sb couse, Boles quinze adjectivos deslinam-se como — ill, a, id —com as se sguintes diffsrengas: 1.° e6monto— Alius ¢ Tste—tem a lerminaglo nous do singular acneata om—uel—; todos os mais a tem om — Tm —: 2° toos fazem © genitivo do singular em — ius —, sondo 0 i longo, excepto — Alter —, que faz —Altorns — com o Y breve: #.¢ nentium daties tem Vo~ cativo, oxcopto— Unus, a, ura, Solus, a, um—,e— Totits, a, am.— ("1 ve. couse (fallande simente do (}) Oslumno deve declinar, por ezoripto, cada um destes 15 adjectives. | | | undo a. 18. Modelo des vorbos ae teresiva confuses i VOZ ACTIVA { Tego, is, texi, tectum, tegeve, commie. rxpicasty0 coxroxersvo rwenirivo i 3 °, (am | gS. Tog oto, Belg Toa} is, -]e8. tog} as, |S” Tope ito | es) s it IS Gis [Bp reeiti ow itote | ge) & Yorns, |S | amas, |S Teg-unto. EB gP. Teg) itis, | SP. Tog) atts, BE | gP. Tes) its, . SPIN 3 ant Vane. INFINITO = nero ees. pane, weer, e3(. se, fram PP Mompo da Le sort) Ea\ gs |Z8. Tog) tres, |regre, cabri Ba43 IS Set. ener. rump. x anats que pERP. ef s Sbimus, [8 ( Gxzmiis |" {lempo da 2.* serie) i EB ( Sp. weg} avitis, | |2P. Tog] Betis. [Texisse, iercoderta. | FS Copan Girent. | ruruxo ‘ncempsrro af {Tect-urum, am, um, esse, ha- ie am, . B2\ 8, wee ver de cobrir. gels la Porono PERvEITO 7a} Eas, eot-tvam, am, um, faisse, £2( Sp. nea aver deter eobeto, = ent. GERUNDIOS af ¢ « . al bu, (Es. voxl em’ [er Teg-endl, de cobrir, Bye mlme [sofas eo em eg aE. S Sas, [S ( driiaus | P#,c00rir g2] 8 sie” Ep, mex{ teltie, (402 Tegendum, a cobrin. BET Sp. rox} Me JSP Bes GMS Wor, Yog-endo, de cotrir, vo- By Beant oul = brink. rina gafé Bam, |S gg sam PARTICIPIOS BN Ss. vex! te 3s. Tox! isses, ga} gs. Tex ie 5 est. PRES. B PRET, INPERE. Fe ee ee ee 295. rams, 18 issti cobria, cobrindo, BETS. Tox} ratis, | SP- Tex) isettis, ria, cobvind | nals Brant |S issont. vuruno (8s wo, | ltcct-tius, a, um, 0 que ha | 23 ( 3s. om eis, de cobrir, para cobrir. 3ei2 bk i SUPINO | Bays, (sims i Ba| Se. Tex) eritis, |4cc. Tect-um, « cobrir, para | a3\z trint cobrir, ‘E\3 wint, [3% 1H Por este modelo se eoningom 8 vorbos aotivos da toreaire conjusacto. | QUADRO N. !IOA. Hodele para os verbos da torceiea conjugaele que fezem a. pelmeira pessoa do presomte de Indleative em to (. VOZ PASSIV Capio, is, C&pi, Captum, Capére, (roman). anpicarivo. |p. Cap—iebamus.| IMPERATIVO. | INFINITO. vesun | ONE Tassos, | estos / ‘ap—iebant, \ 8. Gap—io. ee P. Cap—iunto. — loap—ienat P. Cap—innt. UEDEO. CONJUNCTIVO. |Cap—iendo. awenrerzo, |S: Cap—iam. paesewmn, [C@P—fendum. S. Cap—ivam. S. Cap—iam, | panszernz0. Gapiebaz. |p, oyprinnns, | GBPTHE [epson cap Cap—iehat- Cap—ietis. |p cay saunas. ientis. Cap—ient. Cap—iitis. Cap—innt. VOZ ACTIVA, Capior, Capéris, ow Capeire, Captus Sum, Capi (snR TOAD). INDICATIVO. rurene. | CONJUNCTIVO. |Cap—iendo. prusunte. —{8, Gap—iar. 8. Cap—iar. Cap—iendum. i S. Cap—ior, Cap—leris ov) Cap—tiris 6%] exnmere10 00 | igre. cap—idre, | P. Cap—iuntur. oruns. | i apenas Cap—ittur. Cop2iatur | H veernestro. —{p, Gap—iemur. |P.Cap—iamar, |Cap-iendus, a, \ ) S. Cap—igbar, Cap—iémini. | Cap—iaimini. um. | , Cap—icbiris ow] Cap—ientur. | Cap—iantar. i sebave, IMPERATIVO. i . INFINITO. I Cap—icbite. | onuseers, i P. Cap—icbamne. ceunexpios. ne |P. Cap—inntor. Cap—iendi. () Aqui vem 0.08 tempos @ a8 pessone onda se accrescenta 0 Z: nos mals tempos @ pessoas, conjogamese e010 Tego, 4 (QuadEO t 10), OW como Pegor, Ys. (Giatro iy = sacri Quadro n. 11, Modelo dos verbos aa tercetea conjugagio (. | VOZ PASSIVA. FEGOR, éris ou ere, TECTUS SUM, Tégi, sen conmRto. \ nxpreansv0 conroxersvo parative aes br, § ( 8. Hog ~tittow tog Bi | B8.qog..] tis ow Bro, |ES. Teg... itor, Be Tus, nl [= Tepito pays ‘imiir, = amur, Sp, Tex—imini ow Be] Ep. og. { iming, Bp. Teg.) Smini, 2 teg—iminor (**) | e\8 untur, g antur. 2 Teg—untor. eae ls eer, ENFINITO | Ba| 38. Tex.) ebiris ES. Teg..9 Bre PRES, & PRET. EHP. g2)8 hati. 3 é ITe—i, ser coderto. 3) & ebaimatix, 3 par. Pony. Eat q.PER. Be SP. Teg. } ebamini, SP. Teg.. 2 tremini, rectum, am, um, RS\8 ebantix, |S Brentur. “oo ov fuleae for gas ir, sido eoberto. 2 Ss. tog} tis ov &e, pore cS S Shur. reot—um, iri ow teg- 22) eo a, (om endem,” am, um, Ber gr tee.) esse ou fuse, hae= Ess a ‘erde ser eoberto. 5 mle uso amy | GHRUNDIOS Bol Ss, roce,) 82 7% Tat, |Sy ayygp,) sim ow fubvim| gon, Toyondls de a 3° ‘Dect. os ow fnisti 3s Prk) sis ou futris, | vw cobeno. aeals est ou fuit. [© sit ow fuérit. [poe Teg—endo, « Be) ie, $ fine, Soro oe i3 sO My ser eoberto, para ge z sumus ov fuie| 2 { simus'ow tu8-| Sor court. ” a) 3. mus, IS ~ rimus, a SP. Teck. ee EP. Tect./ +. |ace. Teg—endum, Bg[ ger) esttsow tuts] 87 "| sits om tail “ine sor caverta eels sunt, faérant] & tis, [Abn Toge-ondo, enn 3 oufasre |. sint ou feésint| ys cobowtn, sonata a ws os my uasajum, — | coperta | SS. Toot, | kame tere" Ss, ees, } essemou Suis") parrrcrpros Bol S eras ot fins essence fuiseet ° a3 : lg i meres B32 2 Verat ow fudvat |= essebowfuisset) roo, as a, um, 0 nel? is @, a, g {2% ue foi coberto.. ges ‘eras on ft | § esseimtis oul 1? Wicoverton 2e)5 vimus, |S Iuisstmns, |ipgy gue. a, uu, i Be ct} ete ov 18] SPT. | eats ns EONS, | s/s vit, 3 satis, 58 iran ttc Pel bertos i —e\3 rant, 3 \cssee | supxvo als 1, a, umn, 0, L422. Tec—tu, de ser EB Ss. tect. | us, a, um, tris coberto Rey {seen —— Be) 5,2, a,Bvimils,| | Por este modate conju] tt). Reta sugunde Ee | Se.tea.} re, oy tits, pete & wrk ie nae a oneal ES\s 4, m, a, brunt, lesire confogacto- ter rus veans uaadae QUADRO N. [2. Quarta declinagie ()- Singular, Plural. Nom. ¢ Voe..., Curtis, earvora| N.,Voe. ¢ ce... Curr Gen.. Curis. Dat, Curr-tin (cured). Ace Curran, abl can 's,earroeas Curr-mum. Curv-ibus. suusvaxrives xwuTnos ("*) ‘Singuiar Plural Nome Voeu.. Cornu, chifre. | N.,Voe.e tcc... Cornu-tichifres. Cornu. Gon. Cormn-am. Cornu, Dat. ¢ Able... Corn-ibus. Cornu. Cornu. 1H) Aquaria dectinagio differe da, tevecira, so porque adiitte uma contran- cd oat BENS Geenr''S’ gouitivo. “to stagular —‘currus a contraecto do | for iaso ePapilaba “as.=" longa este caso; dauvo & dingulat's domdhsute zo dative dos uomes da terecira decliaagio; mas algu- see aioe cncontra-gs covtruhido, desis. mado. —cnrru—; 0 teeusativo &— Rirum®® eu’ vee de vcurruem’—t 0 ablative @—curru—, contravgae do ouweud 9 por isso a ayllaba ru ¢ Tonge’ no, plural on tes casos Idgar We — curved dos nomes a fhgrta ‘Goclisagio acabam sempre em — us ~~ Nos Substantives masculinos © femintoos. Tey "Fodos os substantivos. neutros da quatta, de ug singular, © seabom em: bo plural dedinam: Parte soguats a0 jim do Capitedo qutnto). eH 0 indestinaveis ‘come — Cormua— (Vado QUINTA LICAO. Dies, qui est pluviosus, efficit © dia, que (o qual aia) ‘ehuvoso, produz tristitiam. Petrus audivit rem, quam ‘wistozn ouvio a eousa, que (a qual cousa) narrabas Antonio. Judex puniet furtum, contavas © Juiz panirt. oo furto, quod commissum est a mancipio que (0 qual farto) fot eommettido pelo escravo tuo. Ti quibus sumus utiles, pres- Aquolles, aquom (aos quaeshomens) somos _utels, . bent se grates. Pater tuus venit. Catilina agvadecidos. chegou. —Catilina molitur cenjurationem. Epaminondas, maquina (emprebende) uma conjuragao. Epaminondas, Thebanus zon mentiebatur. Quis fecit natural de Thebas mentia, Quem fez 7 10 LINGUA LATINA. hoc indusium tibi ? Sartor meus. Cujus ceamisa 2 0 alfaiate, ‘De quem est hic galérus ? Francisci. Quis frixit hos chapéo? do Francisco, frigio cammiros? Coquus. Cujus est heec pyxis ? camardes 2 cozinheiro. Doceta ? Mea. Facies tua est candidior quam nix. A face mais alva do que anove Antonius erat doctior, quam Petrus. Hoc mais douto, vinum est dulcius sacchéro. Uxor Petri vino mais doce do que assucar. A mulher est obesior leviro tuo. Nauta est mais gorda do que cunhado. © marinhoiro miserior milite. Gladius Alexandri mais desgragado do que ‘A espada de Alexandre fuit famosissimus. Progenies Joannis erit famosissima. ‘A doscondencia de Joo miserrima. _ desgracadissima, CONVERSAQAO. 0 que 6 que produz tristeza? O qne faz o dia que é chu- yoso# Ogue é que Pedro ouvio? Orue é que o Juiz ha de fazer? Quem ha de castigar o furto que foi commettido pelo feu escravo ? Qunes sao 08 que se mostram gratos ? Aquelles a quem somos uteis, ogue fazem comnosco® Que & feito de fou pai? O que faz Catilina? Donde era natural Epami- vpondas? Q que € que ten alfaiate te fez? Quem te fez esta Camisa? Qual é o objecto que ¢ de Francisco? O que te fez O cozinheiro ? Quem frigio estes camardes ? Qual ¢ @ cousa que é minha Como Sa tua face? Como era Antonio quanto Sua instracgio? Que tal ¢ este vinho? Como é a mulher Ge Pedro? Quem 6 mais desgragado, 0 marinheiro, ou 0 sol- arr uigko Quinta. n dado? Como foi a espada de Alexandre? O que é que foi fa- mosissimo ? Quem teré uma sorte muito desgracada ? Como serfa descendencia de Jono ? ANALYSE. 121. Dies substantivo da quinta declinaeao, esta em no- minativo do singular (60) shjeito de eficit. Regra moral: Todo 0 nome substentivo que fiser o genitivo do singular em et tendo 0 nominativo do mesmo numero em xs pertence d quinta de~ clinagdo (Quadro n, 13). Dissemos que Dies & 0 sujeite de afcit; mas o verbo esté separado do sujeito por tres pala- ras, que formam uma oracio intermediaria, ineidente, ow rolativa. Ha pois duas oragdes ; a primeira Dies efftcit iristi- liam, @ asegunda: qui est pluvigsus. Analysemos porém em primeizo lugar a oracdo incidente 122. Qui, adjectivo relativo, declina-so qui, qua, quod (Quadro ‘n.’14) ; est em nominativo do singular nia fermi nacdo inasculina, é 0 snjeito do verbo est (50), ¢ refere-se a dies. Regra geral: O adjectivo relativo tem quasi sempre antes desi (ow clara ow occultamente) um nome, ao qual se refere, e que em linguagem grammatical s¢ chama ANTECEDENTE, com 0 qual eoncorda em genero e numero. Neste exemplo 0 antecedent do relativo 6 dies, que 6 do genero masculino, e est no singular; por isso 0 relativo qui tambem esté na terminacao masculina, eno numero sin- gular Phuvidsus, adjectivo da primeira classe, esti na terminagao masculina do nominativo do singular (50), concorda com dies (50). fteit, verbo da terceira conjungacso, esta na ter- ceira pessoa do singular do presente do indicative, efficio ts, effec, efectum efftcere, fazer, produzir (Quadro n. 10 A). activo transitivo ; o'seu complemento directo & tristitian (73), substantivo feminino da primeira declinactio (49). 123. Peerus androit; Petrus, nominativo do singular (50),8u- Jeito de audzvit, que 6 a teréeira pessoa do singular do pre- terito perfeito de indicativo do verbo activo transitive da quarta conjungacao, Audio, 7s, audzvi, auditum, tre, ouvir. Regra geral : Toda 0'verbo latina, que fizer a segunda pessoa do singular do presente do indicativo em 1s, ¢0 infinito em ant, é da quarta conjugagiv, e se conjuga coma auoro (Quadro n, 15}. Rem, accusativo do singular (73) do substantivo fminino da quit ta declinagao rés, réi (Quadvo n. 13) ; 6 0 complemento directo de audvvit ; 0 antecedente (122) do relativo quam (Qua- dro n. 14). 124, Quam, adjective (Quadro n. 14), refere-se a rem, e por | | l 2 LINGUA LATINA, jsso esta no numero do singular, e na terminagdo feminina {iza) + veinos tambon que quam esti em accusative, o que ee acgusetivo & 0 complement directo de narvabas, que © & Segunda pessoa do singular do preterito imperfeito do verbo seetvo transitivo da primeita conjugacdo Narra, as, ec. (7). Quam 6a primeira palavra da, segunda oracao quam narrabas gevpnio, sendo, como J dissemos, o complemento directo de Aarrabas (73). Daqui se deduz esta regra geral : 0 adjecivo re- ative 6 sompre a primeira palaora da oragdo, a que pertencs; quer aaj sujeito, complemento directo ou indirecto, quer esteja em geni~ dino, ow dativo, ¢ concorda sempre com 0 antecedente em genero & numero. Ta vcimeiro exeraplo Dies, que est, etc.; 0 relative qué é st jeito de est ; no segundo exemplo Petrus ‘auidivit rem, quam Marrabas, eée.; 0 relative quam ¢ 0 complemento directo de nar pitbas. ‘Narrabas Antonio; 0 sujeito de narrabas & 0 pronome pes- soal tu (191) ; Antonio esta em dativo do singular 69). Fulee puniet furtum; Judez, substantive tmparysillabo da terceira declinagao (70), faz o genitive Judécis, © 0 sujeito de puniet (50), que 8 a terceira pessoa do singular do futuro imperfeito do ‘indicativo do verbo activo transitivo. da quarta conjugagio, Piinio, ts, puntoi, punttum, tre, punit (Quadro n. 15) furtum, ‘substantivo neutro da segunda declinactio (58), Pek dm accusative do singular, complemente directo de puniet (73). Quod commissum est a mancipio tuo : 0 relativo quod esté em nominativo do singular (50) (124) na terminacio neutra (122), fe tem por antecedente o substantive neutro furtwan, (122) ; é su- jeito do verbo passivo commissum est (87, ae est na terceira pessoa do singular do preterito perfeito do indicativo: 0 Porbo 6 da terceira conjugagdo Commetior, Eris, commissus gum, commatti, ser commettide (Quadro n. Ll) + ‘amancipio tuo & 0 complemenio indirecto do verbo passivo eommissum est (88) 5 mancipio 6 0 ablativo do singular do substantive newty da segunda declinagao (68) mancfpium, ii, regido da preposic#o a (86). 125, Ti, quibus sumus utbles, prasbens se gratos. Temos duas oragoes:’a primeira —1i prabent se grates, © a segunda que Be Meidente —quibus sumus wiles. 0 sujeito da primeira 6 { uominavive do plural do adjectivo demousivativo is ea, td (Quadro n, 9): est’ na terminacio masculina (122) (91) : sa- emos que o adjective Fi significa estes; mas agui o tradu- zimos por aguelles, por ser 0 anteedente do relative quibus. Rogra geral : Sempre que o antecedente do relativa [Or 18, EA, Py | | | EIGRO QUINTA. 3 ou mC, Hac, Hoc, qualquer dos mencionados adjectivas significa AQUELER, AQUELEA, AQUILLO. ‘Prabent se gratos ; a primeira palayra j& conhecemoes (98), (Quadro n. 1%); a Segunda é 0 accusativo do plural (73) do pronome reflexivo sui, sibi, se, esta no plural porque s¢ diz Tespeito ao sujeito do plural aquelles (it) ; grates, adjectivo da primeira classe, refere-se @ se, esti tambem em accusa~ tivo do plural (73) (50). 126. Quibus sumus uitles ; guibus, dative do plural (59) de qui, quae, quod (Quadro n.'14) ; esta em primeiro lugar na Oragdo (124): 0 seu antecedente & Ti da primeira oracao. Nos dous primeiros exemplos, vimos que 0 relativo estava no mesmo caso em que estava o seu antecedente ; Dies, qui ost, orc. Petrus audivit rem, quam narrabas, ete ; agora porém 0 ante- cedente 6 0 nominative Ti, ¢ 0 relativo esti em dativo (qutbus), donde se deduz esta regra geral: 0 adjectivo relativo deve ter quasi sempre antes de si (ow clara ou occwliamente) wm aniecedente (122) ; ¢ sempre a primeira palavra da oragdo a que pertence (124) 5 deve sempre concordar com o antecedente em genero e numero (122) 5 ‘mas piste deiar de concardar em caso. Sumus, primeira pessoa do plural do presente do indicative do verbo esse ‘Guadro n. 2), 0 seu sujeito 6 0 pronome nos (101) ; witles, nominativo do plural (91) do adjectiyo parisyliabo da tereeira dectinagao na terminacao masenlina (60) (72). 127. Pater tuus venit ; Catiléna molitur conjuratiOnem ; Epa- mminondas Thebanus non mentiebatur. Temos, tres oragdes ; 0 SU- jeito da primeira é Pacer tuns ; 0 verbo 6 véntt, que é a ter- ceira pessoa do siugular tevito perfeito do Indieativo, econjuga se, vénio, is, oni, vencum, ventre, vir, chi da quarta conjugacao (123) (Quadro n. 15) ; ¢ activo 3a sitivo (20). O sujeito da segunda oragao 6 0 stbstentivo culino da primeira declinagto Catilina (noms prory hhomem) ; 0 verbo molaiur & depoente transitive & conjugacno (30) Quadro n. 16), conjuga-se mation, Ts, m Titus sum, moliri, machinar, emprehender ; est ne toveeira pessoa do singular do presente do indicativo : conjuratia nom, substantive feminine imparisyllabo da tereeira declina- (80; & complement divvoto de moltiwr; declina-se conjuratio, Lidnis, 0 sujeito da terceiza oragao 6 Epaminondas, substen- tivo masculino da primeira declinagdo (nome proprio de homem), esté em nominative do singular (50) : Thebanus, ad- jectivo da primeira classe, concorda com Epaminondas : 0 ‘verbo menticbatur & depoente intransitivo (30) da quarts con~ jugacto Quadro n. 16); conjuga-se mentior, mentiris, men~ ‘ius sum, menttri, mentir ; esti na terceira pessoa do singu- lar do preterito imperfeito do indicativo. by i === 4 LINGUA LATINA. 128. Quis fect hoc indusium tibi? (Esta oracao é interroga~ tiva, ‘ea sua resposta cunstitue a oracao seguinte expressa, apenas por duas palavras sartor mews, que daquia pouco ana- lysaremos). . Quis 6 0 adjectivo inlerrogativo quis ou qui (para o gene- ro masculino), quo (para ofeminino), quod on quid (para o heutro) (Quadro n. 14). Esti em nominative do singular {50}, na terminacdo musculina (91), 6 sujeito de feei (50) 5 indusin, acensativo do singular do substantivo nentro (58) da seguada declinagao (73), indusfun, i; hos, aceusativo do singular de hic, fee, hoc aa terminagao neutra concordando com industum ; ribs,’ dativo do singular do pronome pessoal tu 59. Savior meus ; estas duas palayras formam nma oragio, onde por Ellipse esta occulto a verbo eo seu complemenio directa, estando apenas claro 0 sujeito, que é sartor meus. Sartor, sartoris, sudstantivo imparisyllabo da_terceira declinagao, esth em nominativo do singular sujeito de fecit, que se re- pete: 0 camplemento directo desta segunda oragao ¢ 0 mesmo ee o da primeira (indusium) ; 0 adjectivo pronominal meus corda com sartor (50). “9. Observando a oracao interrogativa—Quis fecit hoc in- dusium tibi ? © a oragio Sartor meus, que exprime a. resposta Aquella pergunta, vé-se qive o caso, de que nos servimos para fazer a pergunta € 0 mesmo coin que indicdmos a resposta; donde se deduz esta regra geval: A. resposta a qualquer per- gunte é sempre expressa pelo raesmo Caso por que fOr feita a per- gunta; excepto, quando a palwora da resposta for algum dos adje~ Gaivos pronuminaes NEU, PRU, SEU, NOSSO, YOSso, sem substan- tivo claro, tendo sido a pergunte feiza por genitivo. unta foi feita pelo nominative Quis; a resposta fol dada pelo nominative Serior meus. 130 Cujus est hic gal@rus? Francisci, A pergunta 6 feita neste exemplo pelo genitivo cujus (57) de quis ou qui, que quod ou quid ea resposta dada pelo genitive Francisct (129), © snjeito da primeira oragio & hie galzrus ; est oujus em primeiro lugar por ser adjective interrogativo. Galérus ¢ substantive masculino da segunda declinagao (61). Na ora~ cao da resposta esto accultos o snjeito eo verbo, que sto 63 mesmos da oragao da pergunta. Regra geral: Quando na oragiv da resposta estejam oceulins alipuma, ow algunas das prin~ cipies partee de wine proposigaa (sujeito, verbo, complemento dire cto, ow indirecto, attributo) subeutender-se-hao as da oragdo da porgunta. Quis frivit hos cammédiros? Coyuus. A pergunta foi feita neste exemplo pelo nominativo Quis ; e a resposta dada pelo sistas | | | | sigko Quinta. 1B nominativo Coquus (129,) substantivo da segunda declinacso 1), masculino, e sujsito do verbo frizit que se repete (130). Na oracio da pergunta frisit é a terceira pessoa do singular do preterito perfeito do indicative do verbo activo transi- tivo da terceira conjugacao Frigo, is, frami, frtetuin, frigt’re, frigir (115) (117) : cammédiros, accusative do plural (73) do su= ystantivo masculine da segunda declinacao (51) cammérus, is hos, accusative do plural de hic, ha, hoc, concorda com eammdros. Cujus est haw pywis? Mea. O sujeito da primeira oracao 6 pyois, substantiyo feminino imparisyllabo da terceira decli- nagao, faz 0 genitivo do singular pystdis ; hac, nominativo do singular concordando com pyzis: a pergunia é feita pelo genitivo cujus (67), mas a resposta é dada pelo nominativo (129) mea (se. pywis). A oragao da resposta sé tem uina pa~ lavra, que 60 adjectivo pronominal mea; deve-se portanto preencher a falta das outras partes da orecao segundo o que J se acha estabelecido (130). IBL. Facies twe est candidior, quam nic. Ha neste exemplo duas oragdes. Analysems a primeira : fucies, substantivo fe- minino da quinia leclinacdo (121), esta em nominative do singular (0) (Quadro n. 13): eandidior 6 adjeccivo compa- rativo (23), refere-se a facies, com o qual concorda (59). O adjectivo positive 6 candfdus, a, wn, alvo, branco. Regra geval: Os adjectioos comparativos formam-se juntanlo ao caso acabado em 1 do positive as lerminagdes on (masculina ow femi~ nina) ¢ us (newra) pura o nomim-tivo do singular ;¢ no genitivo do mesma numero ons (para os tres generos). Todos os comparativos requiares s¢ declinam como CANDIDIOR, caNpiptus (Quadro 2. 13). Neste exemplo o adjective positivo ¢ candtdus, a, wm, enjo caso acabado em r é candédi : juntando-se Ihe or e us forma: se 0 comparativo candidi-or (masculino ou feminino), eandi- di-us (newivo) 132. Quam nia: osta segunda oragio é a que constitue o termo de comparagao : quam 6 wna conjuncedo ; significa que, do que ; mx, substantivo feminino imparysyllabo da ter- ceita declinagao, faz o genitivo névis ; est em nominativo do singular sujéito do verbo est, que se repete da primeira oragao, Regra geral: A conjuncedo portuguesa Que, vindo im~ mediatamente depois dos udjecticas compararicos é tradusi Le em Latin pela conjunceita Quast, €0 nome que indica a pessoa ov.cousit, com que comparamos ousra qualquer, ¢ collocada na caso que 0 sen~ 7] stag cas lotiras se, quoram dines, sifienaaverbio ating pig sao em Tingtagem gramintieal, que alguien isto concom saber, @ | 16 LINGUA LATINA. tido da ovagio exige ; algumas vezes porém a particula qus nda é tradusida por QUAM, ¢ 0 nome da pessda, ow cousa, com que com paramos outra qualquer, é expresso por ablativa, “Antonius erat doctior, quam Petrus : doctior & 0 comparativo de doctus, a, um, que faz o caso acabado em 1 doeli : quam & ‘a conjunecdo que traduz a portugueza que; Petrus é 0 nome da pessoa, com quem comparamos Antonio, ¢ portanto esté em nominativo, sujeito do verbo est, que se repele, por isso que o exige o sentido da oracao (132). Desta, bem como das ouitas oracdes comparativas, a ordem grammatical é a se- guinte: Antonius erat doctior, quam Petrus erat doctus ; Facies Zua. est condidior, quam nix est candida ; isto &. Antonio éra mais douto em comperacio de Pedro, que éra douto, A tus face 6 mais alva em comparagao da neve qae é alva. 132 a. Hoc vinun est dulcius saschdiro : vinum, substantive neutro da segunda declinagao (58), est& em nominativo do singular (50), com o qual concorda o adjectivo hoc: duleius 6 0 comparativo de dulcis, dulce, adjectivo parisyllabo da ter- ceira declinagao ; nesta oracio 6 comparativo dulcius est& na terminacio neuira (131), porque concorda e refere-se a 0 num, subsiantivo néutro (50) ; sacchééro 6 0 ablative do sin~ gular do substantive neutro da segunda declinagio, sagchél~ rum, sacchdir (58). Nesta ovacdo comparativa a conjunecio portugueza que nao foi traduzida em latim por quam, @ por jsso o nome da couse, com que comparamos 0 vinho, foi ox~ resso pelo ablative sacshdro(132). A este caso chamam 0s rammaticos ablativa do comparativo, oo regem da preposi- ao pre, que significa em vista de, em comparagao de, diante de. As oracdes comparativas formadas com semelhante ablutivo traduzem-se litteralmente assim : Hoc vinum est duleius pror sacehdiro dulei ; este vinho 6 mais doce em comparagaio do as~ sucar-doce. Uxor Petri est obesior vivo tuo ; woor, substantivo feminino imparisyllabo da tevceira declinacio, faz o genitive uxdris, significa mulber casada, esté, em nominativo do singular sujeito de esl (50) ; obes¥ar 6 o comparativo de obzsus, a, wm. letra, substantivo masculino da segunda declinacao, decli- na-se vir, obi: 6 o ablative do comparativa obestor (132). Pondo em ‘ordem grammatical esta oracio, diremos + Uzor Perri est obesior pre lotro ino obZso; isto 6, w mulher de Pedro é mais gorda em comparagao do teu cunbado que é gord 133. Nauta est misérior milfie: Nauta, substantivo mas~ culino da primeira declinacao, sujeito de est ; mésdrior 6 0 comparativo de miser, &ra, Erwm (131) (50): miléte 6 0 ablativo do comparativo méserior (123). Neuta est misertor pres miltte mé- sae 1i¢ho QUINTA. to séro; isto é, 0 marinheiro é mais desgragado, em compara- cao do soldado que é desgracado. Si om voz, de soldudo, dissessemos por exemplo invrador (Agricola, «), no deveriamos usar de ablativo, mas empre~ gariamos a conjunecio quam, ¢ a palavra lavradar seria ex- pressa pov noulinativo, sujeito de est, que se repetirin (132); @ a razilo dlisto 6 evilar 0 equivoco que possa haver, porque tanto naula, como agpicéla sio da primeira declinagso, e fa~ zem.o nominativo e ablative do singular semelhantes ; dizen- do-se pois nauta est mis€rior agricala, péde haver duvida, por nilo saber-se ao certo qual dos dous é 0 nominativo, ou abla~ tivo; 0 que nao acontece empregando a conjuncgio quam : Nauta est misErior quam agricola, 134, Gladius Alenandri fuit famosiss’mus : gladius, substan- tivo masculino da segunda declinacao (51), est& em nomina- tivo do singular sujeito de fuit (50) ; Alerandri 6 0 genitivo (67) de Alezander, sibstantivo masculino da segunda dee! nagao, famosiss’mus, adjectivo superlativo, da segunda, decli- nado, refere-se a glatins, (50). Regra geral : Os adjectivos su~ perlativos formam-se do caso aevbado em 1 do positivo, juntando- wse-the as syllabas gsm, SIMA, SSINUM ; quando pordm 08 po- sitivos acabam em tr, come os acljeetivos MISER, A, UM, 0s superla- tivos sdo formados juntando-se as syllubas RIMUS, A, UM ao caso aeabudo em sz. Todos os superiativs so aijectivos fa primeira lassse. Proyenizs Jovnnis crit, miserréma: progéniés, substantivo feminino da quinta declinagao (121) (Qnadro n. 13), esti om nominativo sujeito de erit (50); Joanms, & 0 genitivo do sin~ gular (57) do substantive masculino partsyllabo da terceira declinaczo Joannes ; méserr¥ma & 0 superlatioo de misér, a, ‘um (134), est& em nominativo na terminacao feminina (50), referindo-se a pragéntes, nome com 0 qual concorda. RECAPITULAGAO. Como se coukece um substantive da quinta declina~ eGo (121) 2 © que se entende por antecedente do adjectivo relati- ‘yo (122)? Como concorda o velativo com o seu antecedente (122) % Como se conhece um verbo da quarta conjugacio (128) ? Porque modelo se conjugam os verbos da quarta conju- gaciio (Quadro n. 15) ? Gual & 0 Tugar que o relative deve occupar na oragio a que perience (124)

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