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Pode ser que o problema acerca do eu no tenha a ver com o descobrir o que
ele , mas talvez com o descobrir que o eu no passa do correlato da tecnologia
introduzida na nossa histria (Foucault, Michael, Verdade e Subjetividade,
1993. P.223).
Neste sentido, Foucault observa que o eu no o eu em si mesmo, ou na sua
essncia, mas sim em um reflexo das tecnologias que buscam o entendimento do eu, que
foram sendo cunhadas ao longo da histria, ou seja, o eu apenas o reflexo das
tecnologias que buscam o entendimento do eu, se uma tecnologia limitada por assim
dizer, ela chegar a determinando ponto e de l no prosseguir.
Por tecnologia, Foucault refere-se a um conjunto de tcnicas que possibilitam uma
reflexo acerca do eu, ele remonta os mtodos dos esticos, que consistia em fazer uma
autorreflexo a cada fim do dia, afim de descobrir suas faltas e a partir delas, agir de
outra forma, ou seja, nesse mtodo estico, o sujeito o juiz e o acusado.
Outra tecnologia que ele relata a da confisso, que quanto mais o pecador
quer se redimir dos seus pecados, fazendo uso da tcnica da confisso, mais ele
adentrar na reflexo do eu. Foucault adverte que, o que o pecador relata, os seus
pecados em si, mostram a forma como aquele sujeito pensa, age, deseja e quais regras
morais ele utiliza para guiar suas aes, o relato do pecador no passa alm de um
instrumento para se adentrar no eu, que em si mesmo, esse relato, ou seja, os pecados
que ele cometeu, de nada importa.