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Conceito de Fisioterapia
A sociedade não sabe, na verdade, o que é Fisioterapia e com que ela trabalha. A sociedade acha
que trabalhamos com fraturas, problemas de derrames (acidente vascular encefálico), crianças
que têm problemas para andar (encefalopatias crônicas da infância), problemas respiratórios
(enfisema ou pacientes internados em hospitais), dentre outras complicações e técnicas de
tratamento.
Diante disso, vamos iniciar nossa aula explicando o que é Fisioterapia, mas caberá a você levar
essas informações para a sociedade como um futuro fisioterapeuta.
"É uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais
intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por
traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade.
Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da
biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da
biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da cinesia patológica de órgãos e
sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais" (COFFITO, 2013).
Retomemos a introdução de nossa aula e o exemplo que demos do encontro entre você e sua tia.
Acreditamos que sua resposta, quando questionado(a) sobre o que era a fisioterapia, foi: trata-se
de uma ciência. Estamos certos?
Normalmente, achamos que Fisioterapia é uma técnica, movimentos ou, até mesmo,
reabilitação, mas estamos errados. A Fisioterapia é uma Ciência e, como Tal,
tem como base as pesquisas desenvolvidas na área e está sempre em evolução.
No Brasil, ela existe há quase 50 anos - é muito nova, se a compararmos com a medicina ou
enfermagem - mas já evoluiu muito, como veremos em nossa disciplina.
A fisioterapia não somente trata, mas estuda, promove saúde funcional e previne disfunção de
órgãos e sistemas de todo o corpo humano. A sociedade sempre a enxerga como tratamento e
recuperação de lesões, mas a fisioterapia também previne e esse é um ponto positivo e
importante, visto que quando prevenimos, não teremos pessoas incapacitadas funcionalmente e
um menor número de pessoas internadas ou acamadas. Então, como futuros profissionais de
saúde, temos que visualizar a prevenção e a promoção em saúde
Cinesia
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diagnóstico do paciente pode ser uma tendinite, mas o fisioterapeuta terá que investigar a causa
(disfunção) que levou o paciente a adquirir a tendinite. Não tratamos a tendinite, mas sim, a sua
causa – a disfunção, propriamente, dita. Daí, a nossa grande diferença dos outros profissionais
de saúde.
A fisioterapia tem ações nos cuidados à saúde do indivíduo nos três níveis de complexidade. Na
atenção básica, junto à promoção de saúde, com ações de educação na saúde, junto à prevenção
de disfunções, de forma individual e coletiva. Também atua na atenção à saúde na média
complexidade, em clínicas e consultórios, quando tratamos nossos pacientes e na alta
complexidade, quando atuamos nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), em Institutos do
Câncer e em Clinicas de Reabilitação, junto a equipes multidisciplinares.
Mecanismos terapêuticos
A fisioterapia faz uso de mecanismos terapêuticos próprios de sua área, com base nas ciências
básicas. Utiliza procedimentos que envolvem o conhecimento de recursos físicos e naturais, de
ação isolada ou conjunta, como a eletroterapia – uso da corrente elétrica, crioterapia – uso do
gelo, termoterapia – uso do calor, hidroterapia – uso da água, fototerapia – uso da luz,
massoterapia, cinesioterapia e mecanoterapia – uso do movimento, da cinesia - que teremos
oportunidade de discutir nas aulas 6 e 7, exclusivas para discussões sobre recursos terapêuticos.
Modelo biopsicossocial
Outro aspecto relevante em seu conceito está relacionado à sua perspectiva que tem como
referência o modelo biopsicossocial, com visão global do aspecto físico dos sistemas do corpo
humano, além dos aspectos comportamentais e sociais. Ela proporciona uma visão integral do
ser e do adoecer que compreende as dimensões física, psicológica e social. O ser humano não é
só físico. Ele tem aspectos psicossociais que deverão ser levados em conta, tanto na avaliação,
quanto em seu tratamento. Ele tem estória de vida, que deverá ser relevante, tanto em sua
avaliação, quanto em seu tratamento.
"Quando um homem se machucava durante a caça ou luta, ele esfregava o local com as mãos,
para aquecê-lo, e mergulhava o membro machucado na água para aliviar a dor", na verdade, são
os dois princípios básicos da fisioterapia até hoje: a massoterapia (massagem com as mãos) e a
hidroterapia (tratamento com água).
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Vamos ver a história da fisioterapia relacionada aos diversos
momentos:
Antiguidade
período compreendido entre 4.000 a.C. e 395 d.C. - havia uma forte preocupação com as
pessoas que apresentavam as chamadas "diferenças incomodas"; um termo utilizado para
abranger o que na época era considerado "doença". Havia uma preocupação em eliminar essas
"diferenças incomodas” através de recursos, técnicas, instrumentos e procedimentos. Os agentes
físicos já eram utilizados para reduzir essas diferenças. Não existiam fisioterapeutas, mas os
médicos na Antiguidade conheciam os agentes físicos e os empregavam em terapia. Já
utilizavam a eletroterapia sob forma de choques com um peixe elétrico no tratamento de certas
doenças (REBELATTO e BOTOMÉ, 1999).
Idade Média
Relembrem das aulas de História no ensino média - as doenças eram consideradas como algo a
ser exorcizado. Foi um período onde ocorreu uma interrupção dos estudos na área da saúde. A
cultura e dominação religiosa eram muito presentes, gerando inúmeras consequências, dentre
elas, a desvalorização do corpo e da própria saúde, pois, sendo o corpo considerado apenas
como um mero recipiente do espírito caberia os cuidados e a valorização apenas ao espírito, a
alma. Segundo Lindman (1975):
“As ordens religiosas eram inimigas do corpo. Os hospitais da Idade Média tinham caráter
eclesiástico, estavam junto dos mosteiros mais importantes e suas salas de enfermos
encontravam-se imediatamente ao lado das capelas, havia, inclusive, altares na sala dos
enfermos, não havendo local apropriado para a realização de exercícios”.
Renascimento
Volta a aparecer alguma preocupação com o corpo saudável, por ter sido um período marcado
por transformações em muitas áreas da vida humana (artes, filosofia e ciências). A
cinesioterapia, um dos recursos da fisioterapia, ganhou teóricos e adeptos, a ponto de, no século
XVII, terem surgido obras consistentes sobre os fundamentos da ginástica.
Industrialização
Após o Séc. XVIII - volta o interesse pelas "diferenças incomodas" - doenças. O novo sistema
maquinizado aperfeiçoava a crescente produção industrial e trouxe o excesso e trabalho, onde a
população oprimida era submetida às exaustivas e excessivas jornadas de trabalho. As
condições alimentares e sanitárias eram precárias provocando novas doenças como as epidemias
de cólera, tuberculose pulmonar, alcoolismo, e os acidentes do trabalho. Surge então a
preocupação das classes dominantes para não perder ou diminuir a sua fonte de riqueza e bem
estar gerados pela força de trabalho das classes baixas. Plágio.
Século XX
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AULA 2
Introdução
Como vimos na aula anterior, os anos pós-guerra deram início ao crescimento das clínicas de
reabilitação, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos da América do Norte. Tínhamos
muitos incapacitados pela guerra nesses países. No Brasil, não tivemos tantos, mas passávamos
por alguns grandes problemas: em São Paulo, crescia o número de indústrias e também o de
indivíduos acometidos pelos acidentes de trabalho.
Este número, no Brasil, apresentava-se como um dos maiores da América do Sul, e essa
expressiva faixa populacional precisava ser reabilitada para reintegrar o sistema produtivo do
país. No Rio de Janeiro, tínhamos uma epidemia de poliomielite. Na década de 50, a incidência
de poliomielite atingia índices alarmantes. Crescia o número de indivíduos portadores de
sequelas motoras que necessitavam de uma reabilitação para sua inclusão na sociedade.
Anos 50 no Brasil
Nos anos 50, vivemos os governos de Getúlio Vargas (que se matou em 1954) e de Juscelino
Kubitschek, os quais fomentaram o processo de industrialização nacional:
Um dos símbolos maiores desse processo de modernização foi a construção de Brasília, nova
capital do país, inaugurada no início dos anos 60.
Nessa época, os serviços ofereciam tratamentos por agentes físicos – duchas, imersões,
eletroterapia, fototerapia, ginástica médica – mas ainda não tínhamos fisioterapeutas no país.
Trabalhavam nesses espaços médicos enfermeiros e educadores físicos, além dos técnicos de
fisioterapia.
Essa nova maneira de atuar ou de intervir nas condições de saúde do indivíduo ou da população
foi, aqui no Brasil, dirigida de tal forma para a reabilitação que, em um determinado momento, a
Fisioterapia parece ter sido entendida como sinônimo de assistência reabilitadora.
Além desses, outros fatores contribuíram para fortalecer a Fisioterapia apenas como uma
intervenção de reabilitação. Um grande erro, já que os fisioterapeutas atuam nos três níveis de
atenção à saúde, como vimos na aula anterior.
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DECRETO-LEI 938/69
Os fisioterapeutas atuam nos níveis primário (atenção básica), secundário e/ou terciário de
atenção à saúde. Vemos a Fisioterapia prestar seus serviços nas diferentes áreas e especialidades
da saúde, tais como: cardiologia, pneumologia, neurologia adulto e infantil, pediatria, medicina
intensiva, ortopedia, traumatologia, cirurgia, medicina desportiva, endocrinologia, dermatologia,
ergonomia, reumatologia, doenças pulmonares, estética, geriatria, gerontologia etc.
Com certeza, a Fisioterapia ainda é uma ciência em construção, cujos paradigmas se encontram
abertos e em franca evolução. É uma profissão nova e em busca do conhecimento científico para
suas ações. Preocupa-se com a comunidade menos favorecida e carente para ações de
intervenção de saúde.
A cada dia, cada vez mais, a Fisioterapia se solidifica e cria raízes através de uma base
científica, firmando-se como Ciência, expandido-se na busca do oferecimento de uma atenção à
saúde com qualidade e dignidade, caracterizando um novo perfil profissional nessa área de
conhecimento humano, o qual se destaca, hoje, em termos de atuação e interesse.
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AULA 3
Introdução
Nessa aula iremos discutir a formação do profissional fisioterapeuta. Como é feita essa
formação? Sobre que bases ela é feita? Qual é o profissional que queremos formar? E qual o
profissional que o mercado espera receber? O mercado vem mudando nos últimos anos e
atualmente, além do conhecimento, se fazem necessárias competências e habilidades para sua
entrada e manutenção no mercado de trabalho.
E isso vem presente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação de
Fisioterapia, que são normas obrigatórias para a formação do fisioterapeuta. Elas orientam o
planejamento curricular dos cursos de Fisioterapia, fixadas pelo Conselho Nacional de
Educação (CNE).
Competência
É o “saber fazer”. O ideal seria a junção de conhecimento e competência, mas essa combinação
nem sempre é uma realidade. Muitas vezes quem tem o conhecimento não tem competência
para executar. A competência, em regra, depende de prática, treino, erros e acertos. Por isso, a
importância da pesquisa junto ao seu curso, das aulas práticas, do estágio, onde se aprende a
aplicar o conhecimento.
Habilidade
Está ligada à ação. Não adianta ter conhecimento e competência e não ter habilidade - atitude.
Atitude é querer fazer. Muitos profissionais estão poucos dispostos a ter atitudes de mudança.
Sabem que se algumas coisas mudassem, o resultado final seria melhor. Mas para que mudar o
que de certa forma está dando certo? Essa atitude é necessária para ocorrer à mudança. Atitudes
são necessárias para se mudar paradigmas.
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AULA 4
Introdução
Os preceitos e ordenamentos jurídicos são influentes nas categorias profissionais e responsáveis
pela organização do exercício da profissão. Isso quer dizer que o sucesso ou o fracasso do
profissional também é dependente dos regulamentos jurídicos que o cercam. Por isso, é
essencial para o fisioterapeuta o conhecimento sobre sua legislação e sobre a interferência desta
em suas ações.
É importante relacionar o profissional que queremos formar com as bases políticas da profissão.
Isso reflete na sua presença e no respeito junto à equipe interdisciplinar. Um fisioterapeuta deve
ter conhecimento e ser cumpridor das leis, das políticas públicas de educação e saúde.
Podemos ter uma atenção especial para os “O Grupo da Confederação Nacional das
Artigos 1º e 2º desse Decreto-Lei. Eles Profissões Liberais, constante do Quadro
garantem pleno exercício profissional pelo de Atividades e Profissões, anexo à
fisioterapeuta, estabelecendo sua formação Consolidação das Leis do Trabalho,
em nível superior. Incorpora, também, em aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1
seu Artigo 12, o fisioterapeuta numa nova de maio de 1943, é acrescido das
situação em que seria considerado um categorias profissionais de fisioterapeuta,
profissional liberal: terapeuta ocupacional, ....”. (Art. 12º)
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arraigada e diretamente relacionada à profissão – a associação com a reabilitação. O que acabou
reforçando uma concepção de que o trabalho do fisioterapeuta estaria restrito aos níveis de
atenção à saúde na qual a capacidade física das pessoas já estivesse comprometida. Tais ações
remetem a uma prática de saúde restrita à doença. Isso dificulta a percepção da sociedade para
as práticas voltadas à prevenção e à promoção da saúde, em que a Fisioterapia também atua.
COFFITO e CREFITOs
Resolução COFFITO 80
Exemplo:
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tendão patelar e produzindo a tendinite. O fisioterapeuta diagnostica a função ou o
movimento que causou o diagnóstico ou a funçãoque ficou comprometida. É um olhar muito
diferente do olhar dos outros profissionais, por isso a sua importância dentro da equipe.
E, quando virmos que o fisioterapeuta está delegando suas atividades para outras pessoas,
devemos denunciá-lo ao Conselho. Assim protegeremos nossa classe profissional.
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AULA 5
Introdução
Quem define as regras de cada profissão são os próprios profissionais, não havendo qualquer
ingerência governamental nesse aspecto. Afinal, ninguém melhor do que os próprios
profissionais para saber de sua profissão.
Mas, se os conselhos desempenham papel tão importante para a sociedade, por que é corriqueiro
ver um profissional falando mal do seu conselho? Creio que isso ocorra devido, principalmente,
à desinformação dos próprios profissionais do que seja um conselho de fiscalização.
É que muito antes de lutar pela sua própria categoria, os conselhos foram criados para defender
a sociedade.
Se os conselhos não existissem, casos como os de pacientes que morreram nas mãos de um
médico sem especialização para realizar cirurgia plástica ou de pessoas que morreram ou
ficaram sem seus imóveis devido ao desabamento do prédio em que moravam porque o
engenheiro utilizou areia de praia, ou, ainda, de empresas que foram à bancarrota por causa da
má gestão de administradores fariam parte do nosso cotidiano e não seriam exceções.
O desconhecimento da real função dos conselhos leva o profissional a crer que, se ele paga o
tributo, deve ser devidamente retribuído por meio da defesa de interesses de sua categoria.
Grande erro.
Para cada profissão regulamentada é criado um Conselho Federal com sede em Brasília.
Também existem em cada estado conselhos regionais. Todos estão sob fiscalização contábil e
financeira do Tribunal de Contas da União, por força do inciso II do artigo 71 da Constituição
Federal.
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Funções do COFFITO
Exercer o controle ético, social e científico através da normatização do exercício das profissões
e das atividades da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional em todo o território nacional e das
empresas prestadoras desses serviços assistenciais à população brasileira.
Fiscalizar a ética de sua própria corporação para a promoção do bem estar social, funcionando
como órgão de última instância de recursos para as mencionadas profissões.
Ele protege a sociedade do mal profissional.
Os conselhos de fisioterapia e terapia ocupacional são encabeçados pelo órgão de nível federal
(COFFITO) e atuam em todo o território nacional por meio de representações regionais
(CREFITOs).
Já o COFFITO deve, entre outras atribuições, aprovar resoluções e julgar recursos relacionados
a procedimentos éticos e administrativos.
Veja, a seguir, a área de jurisdição de cada CREFITO. De qual CREFITO você fará parte como
fisioterapeuta:
Associações e Sindicatos
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Elas devem cuidar da reciclagem dos conhecimentos técnico-científicos dos profissionais, tendo
como objetivo atualizá-los diante de uma sociedade que exige cada vez mais qualidade,
especialização, excelência e competência. Também oferecem apoio ao profissional que é
proprietário de um serviço, com ferramentas de gestão que melhorem a desempenho de suas
atividades.
Já os sindicatos têm como missão principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da
remuneração dos profissionais, das relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e
colaboradores, e à defesa da classe, entre outras atividades.
Eles têm como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso
salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT.
Como já dito, os Conselhos profissionais foram criadas como prolongamento do Estado para o
atendimento do interesse público. É preciso afastar a compreensão de que os conselhos
profissionais existem para defender interesses de seus integrantes, o que não corresponde ao
papel institucional que lhes foi atribuído pelo Estado.
A polícia das profissões, exercida pelos conselhos profissionais, visa conferir à sociedade
confiança e tranquilidade em sua relação com profissionais das mais diversas espécies.
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AULA 6
Introdução
Nesta aula, vamos iniciar a apresentação dos recursos utilizados pelo fisioterapeuta para a
manutenção e a recuperação da função do corpo humano. Apresentaremos, primeiramente, a
cinesioterapia, que é o tratamento através do movimento.
Discutiremos os efeitos fisiológicos e os objetivos para usarmos cada recurso. Também teremos
oportunidade de discutir os exercícios na água e seus efeitos no corpo humano. É o início de um
conhecimento relevante para o futuro fisioterapeuta.
Cinesioterapia
Termo originário da cinemática – parte da física que estuda o movimento que, associado à
terapia, fornece a definição da terapia pelo movimento.
O corpo humano é formado por vários tipos de alavancas (articulações) e, a partir das ações
osteomioarticulares, realizam-se os mais variados tipos de movimentos (alguns de extrema
simplicidade em contraste com outros muito sofisticados).
De acordo com a fase evolutiva do paciente e com os objetivos que o fisioterapeuta tenha, os
recursos cinesiológicos são utilizados de forma direcionada.
Significa que o fisioterapeuta realiza os movimentos perdidos pelo paciente, pois, nessa fase, ele
não consegue realizá-los. É uma parte inicial do tratamento, mas importante para que o paciente
não perca trofismo nem o movimento articular, mantenha o comprimento das fibras musculares,
bem como o estímulo cortical do movimento a ser recuperado.
Cinesioterapia ativo-assistida
Nessa fase do tratamento, o paciente já apresenta algum vestígio real do movimento, mas não
consegue realizá-lo de forma independente, utilizando compensações com outros movimentos
e/ou posturas, além de realizá-los com incoordenação motora muitas vezes.
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O fisioterapeuta realiza o movimento junto com o paciente. Às vezes, auxilia-o no final do arco
de movimento ou na direção. Estimula-o a participar e controla a coordenação e a velocidade
necessárias à realização da atividade.
Isometria
Os chamados exercícios isométricos são realizados com contração muscular sem encurtamento
de fibras. Muitos autores preconizam o uso de contrações isométricas breves, visando ao
fortalecimento, enquanto outros utilizam contrações mais longas com o objetivo de melhorar o
aporte sanguíneo ao músculo, melhorando as condições de resistência à fadiga e posterior
fortalecimento isotônico (com encurtamento de fibras). Por exemplo, empurrar uma palma da
mão contra a outra.
Exercícios isocinéticos
Manipulações utilizadas para aliviar dor, tensão muscular e disfunções físicas associadas,
incluindo cefaleias por tensão, pressão arterial elevada e sobrecargas respiratórias. Essas
manipulações são realizadas pelo fisioterapeuta independentemente da fase evolutiva de
qualquer tratamento cinesiológico.
Alongamento
Para que haja amplitude de movimento normal, é necessário haver mobilidade e flexibilidade
dos tecidos moles que circundam a articulação, os músculos, o tecido conectivo e a pele, e
mobilidade articular.
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Métodos de manipulação articular e miofascial (fáscia muscular)
Reeducação postural
Os desequilíbrios das cadeias musculares levam a alterações das curvaturas da coluna vertebral
no sentido antero-posterior e/ou lateral. Em outras situações, problemas ósseos são os
causadores de alterações nessas mesmas cadeias, levando também a alterações posturais e
desequilíbrios das cinturas pélvica e escapular, assim como o encurtamento de membros
inferiores.
Philippe Souchard faz parte desse grupo de pesquisadores e idealizou um método no qual são
utilizados os princípios das cadeias musculares associadas a posturas de correção, sempre com a
participação fundamental do trabalho respiratório do diafragma, principal músculo inspiratório.
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Mecanoterapia
O termo significa a utilização de aparelhos e/ou utensílios que oponham resistência aos
movimentos solicitados:
Halteres de ferro com pesos graduados, caneleiras de resistência gradual (0,5Kg até 5Kg);
Mesa para extensão de joelho com carga progressiva e flexão de perna sobre coxa;
Sistema de polias de parede com resistência gradual;
Aparelhos fixos para movimentos de braço e coxa contra resistência progressiva;
Bicicletas ergométricas estacionárias com resistência gradual;
Esteira com velocidade gradual e inclinação progressiva, indo da marcha até a corrida;
Cicloergômetro de braço – realiza o movimento da bicicleta voltado para o fortalecimento
de braços;
Barras paralelas (com e sem obstáculos) – utilizadas para treinamento de
marcha e coordenação;
Escadas com dois tipos de degraus – utilizadas no treinamento de subida e descida
de escadas com dois níveis de dificuldade em função da altura e da profundidade dos
degraus.
Hidrocinesioterapia
Difere da hidroterapia, pois, nesse caso, são utilizadas as propriedades físicas da água de uma
piscina aquecida para a realização de movimentos, isto é, são os princípios da cinesioterapia
aplicados a um ambiente aquático;
Cinesioterapia aquática
Muitos movimentos só são possíveis se realizados na água, enquanto outros necessitam do solo.
Em função disso, o tratamento aquático não anula o tratamento no solo, pelo contrário, os dois
interagem sempre.
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De forma mais direcionada à recuperação funcional do paciente, são aplicados métodos
específicos que utilizam princípios diferentes com objetivos finais semelhantes:
Método Halliwick
Método Watsu
Proporcionalmente mais recente (criado em 1980), está baseado nos princípios do zen shiatsu
aplicáveis na água. Não é propriamente um método voltado para a recuperação funcional, mas
realiza, de forma ampla, alongamento e relaxamento de todos os segmentos corporais, servindo
como proposta pré e pós em relação a outros métodos. Pode ser aplicado em pessoas sem
alterações funcionais, como também com sequelas de doenças musculoesqueléticas e
neuromusculares com boa resposta.
Massoterapia
Tratamento pela massagem (radical latino – massa: mistura úmida própria para fazer vasos e
esculturas – e palavra latina – therapeía: tratamento). Originalmente, o termo foi utilizado na
França – massage – por causa do tipo de movimento executado pelas mãos.
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AULA 7
Introdução
Os procedimentos da Fisioterapia contribuem para a prevenção, cura e recuperação da saúde.
Para que o fisioterapeuta prescreva os recursos terapêuticos que serão utilizados, ele terá de
proceder à elaboração do Diagnóstico Cinesiológico Funcional.
Ele identifica a abrangência da disfunção, assim como acompanha a resposta terapêutica aos
procedimentos indicados pelo fisioterapeuta. Já discutimos alguns na aula anterior e agora
veremos outros, como a termoterapia, eletroterapia, fototerapia e temos outros, alguns não tão
conhecidos – equoterapia/hippoterapia; acupuntura; cromoterapia; magnetoterapia;
argiloterapia; geoterapia; talassoterapia, dentre outras.
Vejamos:
A Resolução COFFITO-80:
Termoterapia
O que é?
Classificação:
Superficial
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Turbilhão Infravermelho
Profunda
Embora a sua regulação seja complicada, o aquecimento superficial é de fácil acesso, seguro e
mais barato do que o profundo.
Modalidades termoterápicas
Condução: a transferência do calor é feita através do contato direto entre dois corpos, por
exemplo a pele e uma compressa quente. É uma aplicação superficial que se limita à região
cutânea, alcançando uma profundidade de 1cm aproximadamente, não alterando os tecidos mais
profundos, exceto por reações reflexas.
Conversão: trata-se da conversão de fótons, energia elétrica ou sônica em calor. Tem por base o
efeito Joule, o qual utiliza a resistência dos tecidos quando da passagem da corrente elétrica para
a produção de calor (ondas curtas, micro-ondas, ultrassom, infravermelho). No aquecimento
profundo, ou diatermia, a transferência do calor é sempre feita por conversão.
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Indicações
A aplicação de calor superficial está indicada sempre que se pretenda analgesia, diminuição da
rigidez articular ou peri-articular, diminuição do tônus muscular, relaxamento da musculatura
lisa (por exemplo em cólicas gastrointestinais), resolução de infiltrados inflamatórios com
remoção de produtos necróticos, estimulação trófica e facilitação de técnicas cinesiológicas
(treino de aumento de amplitude articular e flexibilidade).
Precauções e contraindicações
Crioterapia
O que é?
A terapia pelo frio, conjuntamente com a terapia pelo representa seguramente a mais antiga
aplicação terapêutica de agentes físicos.
O calor e frio são valiosos coadjuvantes na recuperação funcional, devendo ser combinados com
as técnicas cinesiológicas e com uma eventual abordagem farmacológica – que será prescrita
pelo médico.
A crioterapia consiste na aplicação do frio com objetivos terapêuticos, produzindo efeitos locais
e à distância, resultando na remoção do calor corporal e na diminuição da temperatura dos
tecidos.
Formas de aplicação
Compressa de gelo;
Compressa de gel frio;
Imersão em gelo ou banho frio;
Crio massagem;
Sprays refrigerantes.
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Indicações
O frio pode ser aplicado quando se pretende analgesia, vasoconstrição com redução do fluxo
sanguíneo, redução da inflamação e do edema na fase aguda de traumatismos ou queimaduras,
redução do metabolismo celular, redução da hemorragia, diminuição da espasticidade,
facilitação de técnicas cinesiológicas, normalização térmica em situações de hiperaquecimento
muscular e estimulação da regeneração e do trofismo celular em patologias traumáticas
crônicas.
Precauções e contraindicações
A crioterapia pode agravar a isquemia ao provocar uma redução adicional do fluxo sanguíneo e
desencadear fenômenos vaso-espásticos. Deve ser evitada ou usada com precaução em
vasculopatia aterosclerótica e zonas isquêmicas, fenômenos vaso-espásticos (doença de
Raynaud), neuropatia diabética, patologia cardiovascular descompensada, alterações da
sensibilidade cutânea, doentes sedados ou obnubilados, que não respondam à dor, alergia ou
intolerância ao frio e feridas abertas.
Com isso podemos observar que devemos optar pela crioterapia nos casos agudos e pela
termoterapia (aquecimento) nos casos crônicos, na sua grande maioria.
Eletroterapia
O que é?
Recurso terapeutico que toma por base a utilização da eletricidade, parte da física que estuda as
manifestações elétricas.
Contínua
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Alternada
Quando é bidirecional, ou seja, seus elétrons ora se deslocam em uma direção, ora em outra.
É uma corrente contínua de fluxo de elétrons com direção e intensidade constantes e com efeitos
polares. Também conhecida como corrente contínua e unidirecional. O fluxo de corrente se dá
do negativo para o positivo. É a forma mais antiga de eletroterapia.
Efeitos terapêuticos:
Analgesia;
Estimulação nervosa;
Ação anti-inflamatória;
Atuação nos transtornos circulatórios.
Iontoforese
Contraindicações:
Ocorrência de cefaleia,
Vertigens;
Irritações de pele;
Perda de sensibilidade;
Área cardíaca.
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contrações em condições mais fisiológicas sem riscos de queimaduras e o desconforto
produzido pela exposição mais longa é eletricidade.
Corrente Russa
No final dos anos 70, os países da extinta União Soviética aumentaram o interesse pela
eletroterapia, pois se afirmava que a ativação elétrica regular do músculo era mais efetiva que o
exercício no fortalecimento do músculo esquelético em atletas de elite. Em 1977, Yakov Kots
apresentou os resultados de uma pesquisa desenvolvida a partir de uma técnica de
eletroestimulação que aumentou em 30 a 40% a força muscular de atletas de elite e
cosmonautas, sendo que esses ganhos eram superiores aos obtidos apenas com a realização de
exercícios. Outros benefícios observados pela técnica foram o aumento da resistência muscular
e a alteração da velocidade das contrações musculares.
A corrente originalmente utilizada foi do tipo alternada simétrica sinusoidal de 2500Hz que era
modulada por burst (rajada – ciclo) a cada 10ms para fornecer 50bursts por segundo.Essa forma
de estimulação foi comercializada como estimulação russa.Pode ser definida como uma corrente
alternada de média frequência, a qual pode ser modulada por “rajadas” e é utilizada com fins
excitomotores.
É uma técnica de neuroestimulação sensorial superficial, não invasiva e não lesiva, utilizando
eletrodos transcutâneos, visando ao tratamento da dor.Apesar de poder provocar contrações
musculares, seu objetivo principal é o controle da dor.
Microcorrentes
Tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade na faixa dos
microamperes e são de baixa frequência, podendo ser utilizada de forma contínua ou alternada.
O modo normal de aplicação não consegue ativar as fibras nervosas sensoriais subcutâneas e,
dessa forma, os pacientes não têm nenhuma percepção de sensação de formigamento,
comumente relatada.
Essa forma de estimulação elétrica tende a ser em nível subsensorial ou sensorial muito baixo,
com operação abaixo de 1000microamperes.Em comparação com o TENS, a terapia com
microcorrentes, além de eliminar a dor ou reduzi-la, acelera o processo de reparação tecidual.
Fototerapia
Laser : o que é?
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Tipos de emissores
Efeitos
Contra indicações
• Tumores;
• Tromboses;
• Flebite;
• Arteriopatias graves;
• Pele fotossensível.
Ultravioleta
o que é?
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AULA 8
Introdução
A fisioterapia é uma ciência aplicada que estuda o movimento humano, em todas as suas formas
de expressão e potencialidades, quer nas alterações patológicas, quer nas repercussões psíquicas
e orgânicas, com a finalidade de preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de
órgãos, sistema ou função.
Nosso objeto de estudo é a cinesia e a função. Nosso olhar sempre estará voltado para a
disfunção de órgãos e sistemas.
Sabemos que a fisioterapia é uma ciência aplicada que estuda o movimento humano, em todas
as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas alterações patológicas, quer nas
repercussões psíquicas e orgânicas, com a finalidade de preservar, manter, desenvolver ou
restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função.
Em nossas aulas anteriores, vimos também que o fisioterapeuta é capacitado a avaliar, reavaliar,
prescrever tratamento físico funcional, próteses, dar diagnóstico, prognóstico, intervenção e alta.
Nosso objeto de estudo é a cinesia e a função. Nosso olhar sempre estará voltado para a
disfunção de órgãos e sistemas.
Fisioterapia dermatofuncional
Atua em disfunções que afetam direta ou indiretamente o sistema tegumentar e a capacidade
funcional do indivíduo. Antevê a prevenção, promoção e recuperação do indivíduo, no que se
refere aos distúrbios endócrino/metabólicos, dermatológicos, circulatórios e/ou
musculoesqueléticos. Pode-se atuar na atenção a saúde em alta complexidade junto a hospitais
de grandes queimados, em consultórios e clinica dermatológica de cirurgias plásticas e de
cuidados estéticos.
Fisioterapia do trabalho
Atua na promoção de saúde e prevenção de lesões relacionadas ao trabalho, assim como no
resgate da saúde do trabalhador, sempre com uma visão funcional. Engloba conhecimentos de
ergonomia, biomecânica e exercícios laborais (referente ao trabalho), sob o enfoque
multiprofissional e interdisciplinar, com o propósito de melhorar a qualidade de vida do
trabalhador. Atua em empresas e/ou organizações intervindo preventivamente e/ou
terapeuticamente.
Fisioterapia gerontológica
Estuda, previne e trata as disfunções decorrentes do processo de envelhecimento, mediante a
administração de condutas fisioterapêuticas, prevenindo quedas e promovendo a recuperação
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funcional global de pessoas idosas. Uma área que tende a crescer em decorrência do
envelhecimento populacional brasileira.
Fisioterapia neurofuncional
Área da fisioterapia que estuda, previne, diagnostica e trata os distúrbios neurológicos que
envolvem as funções neuromotoras; como por exemplo, pacientes que sofreram acidente
vascular encefálico (AVE). A fisioterapia neurofuncional induz ações terapêuticas para
recuperação de funções, dentre elas a coordenação motora, a força, o equilíbrio e a coordenação.
Paralisia cerebral;
Esclerose múltipla;
Acidente vascular encefálico (derrame cerebral);
Doença de Parkinson, entre outras.
Fisioterapia musculoesquelética
Estuda, diagnostica e trata as disfunções musculoesqueléticas, de origem ortopédica, reumática
ou decorrente de traumatismos.
Fisioterapia respiratória
Pode atuar tanto na prevenção/ promoção à saúde quanto no tratamento das pneumopatias
(doença que afeta os pulmões) utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos
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quanto em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva. Tem o objetivo de estabelecer
ou restabelecer um padrão respiratório funcional, reduzindo os gastos energéticos durante a
respiração, capacitando o indivíduo a realizar as mais diferentes atividades de vida diária sem
promover grandes transtornos e repercussões negativas em seu organismo.
Fisioterapia cardiovascular
Tem como objetivo a melhoria do condicionamento físico, qualidade de vida e redução dos
fatores de risco associados a doenças cardiovasculares. O fisioterapeuta faz parte de uma equipe
multiprofissional atuando na Educação na Saúde da comunidade. Na Reabilitação Cardíaca
(RC) atua no conjunto das intervenções necessárias para fornecer ao doente cardíaco uma
condição física funcional, psicológica e social o melhor quanto possível. Atua também nas
disfunções vasculares, pós-cirúrgicos e na drenagem linfática.
Fisioterapia pediátrica
Utiliza uma abordagem com base em técnicas neurológicas e cardiorrespiratórias especializadas,
integrando os objetivos fisioterápicos com atividades lúdicas e sociais, levando a criança a uma
maior integração com sua família e a sociedade.
Fisioterapia esportiva
É uma área relacionada a equipe da medicina esportiva. Sua prática e métodos são aplicados na
prevenção de lesões ou no caso de lesões já instaladas, com o propósito de recuperar a disfunção
e devolver o atleta para a prática esportiva. O trabalho da fisioterapia desportiva é bastante
diferente dos outros, pois tudo tem de ser muito rápido e funcionalmente mais efetivo, pois o
atleta mais do que qualquer outro indivíduo precisará executar todas as funções do seu corpo,
músculos, ossos e articulações, no máximo de potência e amplitude para execução perfeita de
todos os movimentos.
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Fisioterapia oncológica
Desempenha um importante papel na prevenção, minimização e tratamento dos efeitos adversos
do tratamento do câncer. É um dos procedimentos que estão sendo adotados, tanto após uma
cirurgia de câncer como também durante todo o tratamento.
Esse recurso pode ser utilizado em todos os casos, como nos de câncer de mama, tumores de
cabeça e pescoço, além dos relacionados ao sistema músculoesquelético. A fisioterapia, quando
iniciada precocemente, desempenha um importante papel na busca da prevenção das
complicações advindas do tratamento do câncer, favorecendo o retorno às atividades de vida
diária, e melhor qualidade de vida. Muitas vezes, a fisioterapia começa no período pré-
operatório.
Promove atenção específica da fisioterapia junto às famílias, mas também age como educador e
promovedor de ideias e ações que contribuam para o controle e prevenção das enfermidades.
Atua nos condicionantes e determinantes do processo saúde/doença, com a compreensão que a
promoção de saúde é resultante de um trabalho articulado envolvendo todas as esferas de
governo e o controle social. Com conhecimentos sobre as doutrinas e processos organizativos
do SUS, incorpora saberes e práticas na inserção do fisioterapeuta no Programa Saúde da
Família, além de um entendimento sobre os conceitos e definições do Núcleo de Apoio a Saúde
da Família (NASF).
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AULA 9
Introdução
A Oitava Conferência Nacional de Saúde (8ª CNS), cuja realização esteve diretamente
vinculada ao movimento sanitarista, ocorreu em março de 1986, tendo como um de seus
principais temas (senão o principal), a reformulação do sistema nacional de saúde. Em seu
relatório final, a saúde foi definida, em sentido mais abrangente, como:
“saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de
saúde.
[... Por não ser um conceito abstrato, saúde] define-se no contexto histórico de determinada
sociedade e em um dado momento de seu desenvolvimento, devendo ser conquistada pela
população em suas lutas cotidianas”.
E em maio de 1987, após a 8ª CNS e antes da criação do Sistema Único de Saúde, a Resolução
COFFITO nº 80, por meio de atos complementares, buscou ampliar as atribuições do
fisioterapeuta, expressas na Resolução nº 08/78, em uma perspectiva que procurou adequar a
Fisioterapia ao novo momento do cenário sanitário brasileiro.
Junto ao processo de redemocratização iniciado nos anos 1980, o país passou por grave crise na
área econômico-financeira. No início da década de 1980, procurou-se consolidar o processo de
expansão da cobertura assistencial iniciado na segunda metade dos anos 1970, em atendimento
às proposições formuladas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) na Conferência de
Alma-Ata (1978), que preconizava "Saúde para Todos no Ano 2000", principalmente por
meio da Atenção Primária à Saúde.
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ser adequada a cada nível, com mecanismos formalizados de referência e contra referência.
Devem visar ao atendimento integral da população.
A atenção básica passa, então, a ser compreendida como “porta de entrada” para o sistema de
saúde, passando a ser defendida como o primeiro nível do cuidado. É representada por um
conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a
proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde.
Conceito de Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo o estado de completo
bem-estar físico, mental e social. Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de doenças
e afecções.
A saúde de um indivíduo pode ser determinada pela própria biologia humana, pelo ambiente
físico, social e econômico a que está exposto e pelo seu estilo de vida, isto é, pelos hábitos de
alimentação e outros comportamentos que podem ser benéficos ou prejudiciais.
Em outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia funcional e metabólica
de um organismo em nível micro (celular) e macro (social).
O estilo de vida, isto é, o conjunto de comportamentos adotados por uma pessoa, pode ser
benéfico ou prejudicial à saúde.
Por exemplo, um indivíduo que mantém uma alimentação equilibrada e que realiza atividades
físicas diariamente tem mais hipóteses de desfrutar de uma boa saúde. Pelo contrário, as pessoas
que comem e bebem em excesso, que não descansam o suficiente e que fumam, correm sérios
riscos de sofrer doenças que poderiam ser evitadas.
Em linhas gerais, a saúde pode dividir-se em saúde física e saúde mental embora, na realidade,
sejam dois aspectos inter-relacionados.
A Estácio tem um grande desafio em torno da formação dos seus profissionais. Como um
caminho a ser seguido, os responsáveis por tal formação (docentes, supervisores de estágio e os
próprios acadêmicos) devem estar imbuídos de um espírito transformador, comprometidos com
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a sociedade, com a ética de suas ações e identificados com a necessidade de cumprimento do
papel da profissão na área da saúde.
Isto representa um grande desafio para o SUS e para as próprias instituições de ensino que
tratam das necessidades de saúde da população. Concorda?
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AULA 10
Introdução
Na nova realidade do mercado de trabalho e com a globalização, muitos setores da economia
sofreram fortes pressões para se adaptar aos novos temos. Novos empregos surgiram, exigindo
qualificações dos trabalhadores diferentes das que existiam até então. Há uma grande demanda
por profissionais com conhecimentos mais específicos.
Verificamos, então, que falar de saúde implica levar em conta, por exemplo, a qualidade da
água que se consome e do ar que se respira, as condições de fabricação e o uso de equipamentos
nucleares ou bélicos, o consumismo desenfreado e a miséria, a degradação social ou a
desnutrição, estilos de vida pessoais e formas de inserção das diferentes parcelas da população
no mundo do trabalho; envolve aspectos éticos relacionados ao direito à vida e à saúde, direitos
e deveres, ações e omissões de indivíduos e grupos sociais, dos serviços privados e do poder
público.
A saúde é produto e parte do estilo de vida e das condições de existência, sendo a vivência do
processo saúde/doença uma forma de representação da inserção humana no mundo.
Trata-se de uma formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e das
ações de saúde, baseada em princípios doutrinários que dão valor legal ao exercício de uma
prática de saúde ética, que responda não a relações de mercado, mas a direitos humanos:
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Mudanças no perfil da população brasileira
O elevado crescimento populacional, o aumento da taxa de urbanização e a crescente
expectativa de vida caracterizam a transição demográfica brasileira. O Brasil apresenta
mudanças significativas no perfil populacional.
Houve uma gradativa superação da fome e caminhamos para uma crescente prevalência da
obesidade, migrando a principal preocupação da fome/desnutrição para o sobrepeso/obesidade.
A obesidade, associada ao sedentarismo, apresenta-se como importante fator de risco para
problemas de saúde como hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia etc. As doenças
cerebrovasculares quase sempre deixam sequelas que levam à limitação da locomoção humana
ou incapacidade física e funcional. Por exemplo: os Acidentes Vasculares Encefálicos (AVEs).
A dinâmica das transformações socioeconômicas, nas últimas quatro décadas, tem impactado
profundamente no trabalho. A implantação da gestão “pelo estresse”, a crescente intensidade do
trabalho, o aumento da pressão, do controle, da responsabilização, da competição entre os
trabalhadores e da sobrecarga mental e emocional adoecem nossos trabalhadores. Crescem e
diversificam-se as formas de sofrimento e as doenças ligadas ao exercício do trabalho: fadiga
generalizada, dores musculares, estresse, ansiedade, angústia, depressão, medo, esgotamento
profissional (síndrome de Burnout), síndrome do pânico, LER/DORT e problemas cardíacos.
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Fisioterapia e o novo perfil populacional brasileiro
É comum termos dúvidas sobre o mercado de trabalho quando escolhemos a profissão que
iremos seguir. Vejamos, então, algumas considerações a respeito da importância da fisioterapia
para esse novo perfil populacional brasileiro:
Clínicas de estética, atividades como as massagens que aliviam o estresse da vida moderna, os
spas urbanos e academias movimentam uma cadeia que esbanja vigor. Segundo dados do
Sebrae Nacional, entre 2010 e 2015, o número de registros nesse segmento foi multiplicado por
cinco, com um incremento de 567%, somando 482,4 mil novos empreendedores.
Novas atuações surgiram, exigindo qualificações dos fisioterapeutas diferentes das que existiam
até então. Há grande demanda por profissionais com conhecimentos mais específicos – análises
epidemiológicas, análise do ambiente de trabalho, elaboração de projetos e propostas de
intervenção.
Ter uma boa comunicação, uma escrita clara, certamente pode ampliar suas oportunidades no
mercado de trabalho. Dominar o português, tanto na oralidade quanto na escrita, demonstra que
ele tem um nível básico de educação e que está preparado para se comunicar em situações
diversas, sejam elas com seus colegas de trabalho e clientes. Dominar outro idioma é um “plus”.
Por fim, uma educação continuada é fundamental para sua entrada e manutenção nesse mercado
de trabalho seletivo.
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