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a mídia vem abordando o tema e o descaso das autoridades de trânsito, resolvi tecer
meus comentários sobre o que determina a Resolução 277, do Conselho Nacional de
Trânsito. Deu nisso ai abaixo:
É uma resolução de mais de dois anos, prevista na sua aprovação, ter vigência, para
efeito de cobrança legal, 730 dias após a sua publicação... prazo final para as tomadas
de providências por parte dos envolvidos, autoridades de trânsito e a sociedade em
geral como maior beneficiária (será mesmo?!) Entretanto, como veremos, nenhuma
providência foi tomada por essas autoridades e pegou boa parte da população de calça
curta, como a criança do passado.
Dispõe sobre o transporte de menores de 10
anos e a utilização do dispositivo de retenção
para o transporte de crianças em veículos.
Esta resolução abrange quais tipos de veículos? Os condutores de carroças, veículo com
tração animal, também devem obedecer aos seus ditames? Sabemos que a carroça,
assim como as caminhonetes possuem apenas o banco da frente, para duas pessoas. A
criança deverá ficar de frente ou de costas para o rabo do animal? Qual tipo de
dispositivo de retenção é indicado para proteger a criança dos gases naturais e de outros
dejetos que podem ser arremessados a distância pelo animal? É necessário que seja
homologado pelo INMETRO, também será permitido usar produtos importados?
Por que excluir a frota de táxi, de transporte coletivo, de transporte escolar e demais
veículos com peso bruto superior a 3,5 t? Terá sido em função de que os seus
condutores geralmente estão organizados em associações e outras agremiações que
poderiam estar contestando judicialmente esta resolução, ao contrário da grande massa
de condutores desprovidos ou desconhecedores dos seus direitos de cidadão?
Segundo momento no qual é dada a permissão para que esta resolução não seja levada a
termo, dita por ela mesma.
Mais uma vez constatamos a exceção à regra, agora com o agravante da contradição
encontrada no texto que ressalta os requisitos referidos no caput do artigo 3º.
I – É vedado o transporte de crianças com até sete anos e meio de
idade, em dispositivo de retenção posicionado em sentido contrário
ao da marcha do veículo.
Caso a intenção do legislador tenha sido a de disciplinar o modo como as crianças, com
idade entre um e sete anos e meio, devem ser acomodadas no assento, não seria
necessário esse item... imagine a ginástica que teria que ser feita para colocar esta
criança sentada de costas para o motorista??? Onde seriam acomodados os pés dessa
criança, no alto do encosto do banco traseiro, por sobre o painel traseiro ou pra fora do
carro pela janela?
Existe ou não contradição nos textos acima, itens I e II. Extrai-se de ambas as situações
que ao passar marcha ré a criança deverá ser mudada de posição previamente, a fim de
evitar o descumprimento desta resolução.
Ao meu entender, aqui o CONTRAN deixa de forma explícita nas mãos dos fabricantes
e/ou montadora as “condições” nas quais devem ser utilizadas os sistemas de proteção
às crianças que eventualmente são transportadas nos veículos automotores, quando estas
deveriam cumprir as exigências emanadas daquele órgão regulador. Um flagrante da
contra-mão da história, a legislação deve ser nas duas vias para evitar a complicação no
fluxo.
Art. 5º. Os manuais dos veículos automotores, em geral, deverão
conter informações a respeito dos cuidados no transporte de
crianças, da necessidade de dispositivos de retenção e da importância
de seu uso na forma do artigo 338 do CTB.
Sem comentários.
E as permissões que aqui foram ressaltadas como elas serão tratadas? Como deverá
proceder o agente fiscalizador?
Ora a presente resolução data de 28 de maio de 2008 e não me consta que tenha havido
qualquer medida nesse sentido por parte das autoridades de trânsito.
Como já dito, nenhuma campanha educativa foi feita aqui no Brasil visando orientar a
forma de conduzir as crianças menores de 10 anos. A prática de conduzi-las no banco
traseiro vem desde a entrada em vigência da Lei Nº 9.503, ocorrida em 23 de
setembro de 1997.
Nos últimos dias a imprensa tem se valido desse tema alardeando o fato de que passará
a vigorar a exigência do uso das cadeirinhas para o transporte de crianças até sete anos e
meio de idade. Educação que é bom nada.
Com a falta da campanha também ocorreu a falta de planejamento dos pais de família
com crianças nessa faixa etária, digo crianças, porque há casos de família com mais um
filho. Agora, já partir da próxima semana, essas pessoas serão cobradas a dotarem seus
veículos desses dispositivos de segurança.
Concluo dizendo ser favorável a adoção de toda e qualquer medida de segurança para
todas as crianças, não só as aqui especificadas, mas também aquelas relacionadas com
as demais atividades pertinentes à infância.
A minha crítica é quando percebemos que estamos vivenciando uma situação permeada
de vícios que perniciosos à boa fé do cidadão. Esta exigência, da forma como vem
sendo posta, nos faz relembrar o kit contendo material para a prestação dos serviços de
primeiros socorros no caso de um acidente. Foi assim, do nada, sem nenhuma
orientação, apenas veio a exigência de adquirirmos as abençoadas caixinhas e milhões
de unidades foram vendidas país afora, beneficiando unicamente os seus fabricantes.
Encerro com uma pergunta, que pode aparentemente estar fora do contexto, mas é da
alçada do CONTRAN, por que foi permitido aos fabricantes e/ou montadoras dotarem
os seus veículos com extintores de incêndio descartáveis? Quando o que acompanhava o
veículo podia ser recarregado anualmente? Você sabia disso?
2 – As crianças com idade superior a um ano e inferior ou igual a quatro anos deverão
utilizar, obrigatoriamente, o dispositivo de retenção denominado “cadeirinha” (figura
2)
3 – As crianças com idade superior a quatro anos e inferior ou igual a sete anos e meio
deverão utilizar o dispositivo de retenção denominado “assento de elevação” (figura 3)