PRIMEIRO TEXTO

Jornal Laboratório do 3º semestre de Jornalismo (FaAC) - Manhã - Ano XIII nº 7 - Março 2010

Câncer de Pele

“Sol em excesso é o
vilão”, diz especialista LEANDRO AMARAL/AE

Willian Roemer de pele por ter uma maior

concentração de melanina

O�
câncer de pele é o
mais frequente no
Brasil com cerca de
25% de todos os tumores
malignos registrados no
País, segundo informações
do Instituto Nacional de
Câncer (INCA). O cirurgião
geral e residente em cirur-
gia plástica André Pereira
Torres, diz que um em cada
quatro casos de câncer de
pele é causado pela expo-
sição excessiva de pessoas
ao sol no horário das 10h
às 15 horas.
O médico explica que en-
tre os fatores de risco do
câncer de pele o mais preo-
cupante é a exposição à ra-
diação solar. “Há dois tipos
de radiação, a ultravioleta
A e a B; a A não tem tan-
ta implicação na gênese do
câncer, já a B sim”, diz ele.
Torres alerta que as pesso-
as não têm a cultura de se
proteger do sol.
O sol excessivo, especialmente entre 10h e 15 horas, exige cuidados para evitar o cancêr de pele
O cirurgião diz que as de-
mais causas de câncer de
pele são devido à pré-dis-
posição genética, ou seja,
histórico familiar que te-
nha diagnóstico da doença.
Somam-se ainda as pes-
soas que foram tratadas
com medicamentos que
diminuem a resistência do
corpo chamadas de “imu-
nossupressores”. Pereira
explica que pessoas com
pele negra têm uma maior
proteção contra o câncer
em comparação às pesso-
as com pele clara ou olhos
claros.
O residente em cirurgia
plástica diz que a grande
vantagem contra a doença é
o pré-diagnóstico. “As pes-
soas devem fazer um auto-
exame. A qualquer sinal de
mancha, ferida ou mudança
na pele, deve procurar um
especialista”, alerta ele.
“Um incentivo ao uso
de bloqueadores solares é
uma boa medida ao com-
bate ao câncer, mas o cus-
to não é baixo e restringe o
acesso das pessoas”, diz o
médico.
O deputado estadual de
São Paulo, Luciano Batis-
ta (PSB), tinha um projeto
de lei que reduziria o preço
do protetor solar em 50%,
mas a proposta foi veta-
da pelo governador, José
Serra (PSDB), em outubro
de 2009.

COMPORTAMENTO

Tatuagens, desenhos que

marcam a pele dos jovens
HTTP://TATOOARTE.NIREBLOG.COM
Lais Tamashiro aos 16 anos e garante que Tatuagem pode ser de-
não se arrependeu. “De- finitiva, mas existem al-

C
riada no Egito en-
tre 4000 a 2000
a.C, a tatuagem se
aperfeiçoou e ganhou for-
mas diferentes. Chegou
ao Brasil em meados dos
anos 60, mais precisa-
mente no cais de Santos.
O que antes era consi-
derada prática demoníaca
pela Igreja Católica hoje é
encontrada facilmente no
corpo das pessoas, princi-
palmente dos jovens.
Segundo o tatuador
Thomas Junior, que está
no ramo há cerca de 15
anos, ele faz, em média,
sete tatuagens diariamen-
te. Dessas, quatro são jo-
vens entre 14 e 22 anos.
“Já fiz tatuagem em um
menino que tinha 13 anos.
Na hora, nem acreditei e
achei que ele não agüen-
taria porque dói, mas o
garoto ficou firme e forte.
morei quase um ano para
mostrar aos meus pais,
porque fiz sem o consen-
timento deles”, lembra.
Tatuagem em menor
de idade sem autorização
dos pais pode gerar pro-
cessos contra o tatuador,
que pode ser obrigado a
pagar indenização ou até
mesmo ser proibido de
continuar trabalhando.
Cesar Fernando, 35
anos, tem espalhadas
pelo corpo doze tatua-
gens, sendo que uma
ainda está terminando.
Fez a primeira aos 20
anos, após ter visto um
amigo. Ele pretende pa-
rar quando tiver no total
O tatuado deve exigir a utilização de agulhas descartáveis 20 tatuagens. “Para mim,
tatuagem é uma obra de
Além disso ele escolheu do pelo pai. arte, ao invés de usarmos
um desenho relativamen- O estudante Tiago da telas usamos nossa pró-
te grande“, diz o tatuador. Silva Farias, 18 anos, fez pria pele para desenhar”,
O menino foi acompanha- a sua primeira tatuagem afirma.
guns cuidados indispen-
sáveis antes e depois de
fazer. Deve-se procurar
um estúdio limpo, que use
agulhas descartáveis e é
importante ver trabalhos
feitos pelo tatuador para
saber se ele realmente
entende sobre o assunto.
Depois de feita, os cui-
dados devem ser redobra-
dos. A tatuagem deve ser
lavada diariamente com
sabonete neutro e usar
pomada especifica. É re-
comendada a suspensão
de alimentos como carne
de porco, frutos do mar e
pimentas.
Em alguns casos, a tatu-
agem pode ser removida,
mas isso requer dinheiro.
Nos tratamentos de remo-
ção a laser, por exemplo,
há um risco grande de fi-
car a cicatriz ou manchar
a pele.
2 Primeiro Texto
LANTERNA MÁGICA
Cineclube completa 11 anos
valorizando a Sétima Arte
Mariana Serra
O
Cineclube Lanter-
na Mágica, da UNI-
SANTA, completou
no dia 24 de março 11 anos
de atividade. A ideia surgiu
pelo jornalista Eduardo Ric-
ci, um apaixonado pelo ci-
nema, desde a época quan-
do era estudante do 2° ano
de Jornalismo na Universi-
dade. Ele entrou no curso
já pensando em trabalhar
com cinema e viu na facul-
dade uma oportunidade de
concretizar essa ideia.
O cineclube começou
quando Ricci e seu grupo
de amigos viram que a uni-
versidade incentivava os
alunos a buscarem pelos
seus sonhos. “Em 1998 nós
queríamos fazer uma home-
nagem a Maurice Legeard,
que havia morrido em 1997.
Com isso, fizemos um breve
documentário sobre a vida
dele, mas não paramos por
aí”, relembra Ricci. Maurice
Legeard foi um cineclubis-
ta francês, que morou em
Santos desde os 8 anos e
fundou a Cinemateca.
Essa homenagem foi o
ponto de partida para os
alunos hoje possuírem o Ci-
neclube. No dia 25 de maio
de 1998, o documentário
realizado pelo grupo de es-
tudantes do 2° ano foi exibi-
do no I Encontro de Cinema
LITERATURA
Alunos aprovam projeto Não por Acaso
Karina Carneiro
O
projeto Não por Aca-
so reimplantado
desde o dia 17 de
março, vem agradando ao
público. Estudantes que fo-
ram “premiados” ao encon-
trar os livros em espaços
da universidade como ban-
cos escolares, salas e pátio,
aproveitaram a oportunida-
de para ter contato com no-
vas obras, algumas em ou-
tras línguas.
A estudante do segundo
ano de Jornalismo, Rackel
de Deus, conheceu o proje-
to por meio de um professor
que comentou a proposta.
O livro encontrado era so-
bre auto-ajuda, que escrito
em espanhol, acabou len-
do apenas algumas pági-
nas. Rackel diz também
que achou o projeto muito
interessante, visitou o blog
e ainda pretende encontrar
outros livros interessan-
tes para ler. Outro também
contemplado foi o aluno Igor
Augusto, do mesmo curso,
que também achou a inicia-
Em espaço própio, o Cineclube traz aos alunos experiências com cinema e vídeo
da UNISANTA, que além da
exibição do documentário,
teve discussão sobre a im-
portância do cineclubismo
na Cidade e as dificuldades
enfrentadas.
Com o apoio dos profes-
sores, incentivo da reitora
Silvia Ângela Teixeira Pen-
teado e da presidente da
Isesc - Instituto Superior de
Educação Santa Cecília,
Lúcia Maria Teixeira Fur-
lani, o Cineclube Lanterna
Mágica foi inaugurado em
Livros acabam sendo ‘esquecidos’ em qualquer lugar da universidade
tiva interessante.
O idealizador do projeto,
Eduardo Ricci, conta com a
ajuda das bibliotecárias da
universidade Cibelle Fer-
nandes de Oliveira e Ana
Maria Racioppi. Ricci co-
menta que a ideia de tra-
1999, quando Ricci estava
no 3° ano de Jornalismo.
Nesses 11 anos, há mo-
mentos que marcaram a
história do espaço. “As
sessões de cinema com as
crianças, as sessões espe-
ciais com os cegos e o Ci-
neme-se foram alguns dos
fatos que mais marcaram
para mim e para o Cine-
clube. Hoje, o Cineme-se
já está na 6ª edição, com
projetos novos a cada ano”,
comenta o jornalista.
zer esse projeto baseia-se
em ações que ocorrem em
praças da Europa, onde as
pessoas não são tão pre-
sas as coisas materiais e
acabam lendo os livros que
encontram. “Nossa vontade
é colocar um GPS em cada
MARIANA SERRA
Além desses momentos
inesquecíveis, Ricci ressal-
ta também a participação de
artistas do meio em ativida-
des no lugar. “Daniela Tho-
mas (cineasta brasileira e
filha de Ziraldo), Beto Brant
(diretor de cinema), Denise
Fraga (atriz) e Ismael Xavier
(ensaísta e professor de ci-
nema) foram alguns dos ar-
tistas que estiveram aqui. É
um privilégio”, destaca.
Na programação de ani-
versário, que começou no
DIVULGAÇÃO
livro do projeto e daqui a 10
anos, fazermos um levanta-
mento para ver por onde o
livro passou durante esse
tempo”, enfatiza.
O projeto surgiu com a in-
tenção de incentivar as pes-
soas a uma boa leitura de
Março 2010
dia 24, o Cineclube trouxe
filmes, debates, música e
cultura. No dia do aniver-
sário, houve a estréia da
Mostra Indie de Cinema -
Filmes Independentes que
marcaram a década, com
o filme vencedor do Oscar
2010, Guerra ao Terror. A
mostra vai até o dia 26 de
maio, todas às quartas-fei-
ras, às 19h, com entrada
franca.
No dia 25, ocorreu o Sa-
“
rau Multimídia Entre Livros,
O jovem
precisa de
incentivos
para realizar
seus sonhos�”
Eduardo Ricci,
coordenador do
Cineclube
que tinha como tema Mário
Quintana com chorinho e
no dia 26, foram exibidos
os melhores vídeos produ-
zidos para o Festival Minu-
to 2009. No último dia de
comemoração, houve pela
primeira vez o bate-papo
Encontros em Tempo Real,
que mostrava o tema cen-
tral do Cineme-se 2010,
que sera O corpo como ce-
nografia do eu.
todos os gêneros, desde um
bestseller a um clássico da
literatura, de um modo que
as pessoas possam achar
os livros casualmente, se
interessar pela leitura e per-
ceber que ele não está ali
por acaso. Após o término
da leitura, os organizadores
esperam que o leitor possa
esquecer em qualquer outro
lugar da instituição com o in-
tuito de outra pessoa encon-
trar o mesmo livro ‘não por
acaso’.
O projeto possui cerca de
40 livros que são espalha-
dos pela instituição e podem
ser encontrados por qualquer
pessoa, desde alunos a fun-
cionários. Para participar, o
livro só precisa ser encontra-
do. Após a leitura, as pesso-
as possuem a possibilidade
de comentar o que acharam
das obras pelo blog do pro-
jeto (http://culturaativa-uni-
santa.blogspot.com) ou pelo
twitter (http://www.twitter.com/
bibcativa). Todos os livros do
projeto possuem um papel
explicando todo o intuito e o
porquê de encontrá-lo.
Março 2010
ECONOMIA
Em razão da volta do IPI,
público lota concessionárias
Caue Goldberg
D 30%
esde 1º de abril, o
IPI ( Imposto so-
bre Produtos Indus-
triais) voltou a ser aplicado
pelo governo.
A redução de IPI foi apli-
cada em abril de 2009,
para estimular as vendas
e reduzir o impacto da cri-
se global. O IPI funciona
da seguinte maneira: para
carros de até 1000 cilin-
dradas, ele retorna para
7% e para automóveis en-
tre 1000 e 2000 cilindradas
movidos à gasolina voltou
de 6% para 13%. Para car-
ros flex e movidos à álco-
ol, o imposto retornou 5%
para 11%. De acordo com
a vendedora Maria Martins,
da concessionária Louvre
(bandeira Citröen), a corri-
da para compra de carros
com IPI reduzido aumentou
nas últimas semanas de
março “Eles tinham pressa
para comprar o carro, en-
quanto o imposto estava
baixo”, diz.
Nos últimos dias, a pro-
cura foi tanta que o movi-
MUDANÇAS
EUVI arrecada assinaturas para
alterações no ECA e Código Penal
Isabela Paschoal
O
projeto EUVI - En-
contro Unificado das
Vítimas de Impuni-
dade, idealizado por Wilson
Caetano de Araújo, pai de
Emily Guedert de Araújo,
assassinada em 2007, por
um menor, reúne organiza-
ções em vários estados do
Brasil com a finalidade de
alterar o Estatuto da Crian-
ça e Adolescente (ECA) e o
Código Penal.
Estes encontros têm como
finalidade definir estratégias
e formas de arrecadar 1 mi-
lhão e 400 mil assinaturas
em no mínimo cinco estados
brasileiros, promovendo um
abaixo-assinado que deverá
ser entregue ao presiden-
te Luis Inácio Lula da Silva,
solicitando que atenda ao
desejo da população para
o plebiscito que visa dois
temas: alteração no Estatu-
to da Criança e Adolescen-
te, ou seja, o indivíduo que
cometa crime hediondo (de
extremo potencial ofensivo)
será emancipado, para que
possa ser responsabiliza-
As lojas tiveram um incremento nas vendas em março, em razão da redução do IPI.
mento na loja aumentou
em 30%, afirma a vende-
dora, sorridente. A loja
teve que contratar ven-
dedores extras em março
para conseguir atender a
quantidade excessiva de
clientes. Durante os fins
de semana a procura foi
ainda maior chegando a
Noite da pizza, um dos eventos organizados para divulgação do projeto em todo o País.
do criminalmente pelo seus
atos, e a alteração no Códi-
go Penal, que trata-se de
mudanças no cumprimento
do limite máximo de reclu-
são (30 anos), onde o crimi-
noso passaria a cumprir sua
pena integralmente.
“Atualmente, os crimino-
sos não chegam a cumprir
Primeiro Texto
ter filas de espera para se-
rem atendidos. Entretanto,
não são todos que conse-
guem sair de carro novo
da loja, pois no fim do mês
muitos já estavam fora de
estoque. O modelo C3, da
Citröen, por exemplo, vai
custar entre R$ 400 e R$
500 a mais com a volta do
um sexto de sua pena má-
xima. Com estas mudanças,
os marginais que saem nos
indultos vão pensar duas ve-
zes antes de cometer outro
crime”, afirma Araújo.
Também participam dos
encontros pais de outras víti-
mas, como os de João Hélio
Fernandes, de 6 anos, que
BLOGAUTOESTRADA.COM.BR
IPI. Por enquanto, ainda é
possível adquirir um carro
zero com imposto reduzi-
do, porém apenas os car-
ros faturados, isto é, os
que estão disponíveis na
loja. Veículos vindos da fá-
brica já virão sem a redu-
ção de IPI.
Em abril, boa parte das
WWW.UMAPAIXAOPELAVIDA.COM.BR
foi arrastado pelo carro por
sete quilômetros após um
assalto no Rio de Janeiro,
e os da estudante Gabriela
Prado Maia Ribeiro, de 14
anos, atingida por uma bala
perdida em uma troca de
tiros entre bandidos e poli-
ciais, no metrô da Tijuca, no
Rio.
3
Foi o quanto
aumentou o
movimento da
loja Louvre na
última semana
de março, de
acordo com a
vendedora,
Maria Martins.
montadoras lançam novos
modelos de carro, versão
2010 e 2011. Com isso, os
modelos antigos devem ficar
mais baratos, mas vale lem-
brar que com o aumento do
IPI o preço pode não diminuir
levando o consumidor a pa-
gar o mesmo preço por um
carro modelo do ano anterior.
“
Atualmente, os
criminoso não
chegam a cumpr-
ir um sexto de sua
pena máxima. Com es-
tas mudanças, os mar-
ginais que saem nos
indultos vão pensar
duas vezes antes de
cometer outro crime”
Wilson Araújo
O EUVI conta com co-
munidades no Orkut e o site
www.umapaixaopelavida.
com.br, que disponibiliza in-
formações, fotos das reuni-
ões já realizadas e o abaixo-
assinado para impressão.
Para preenchê-lo é preciso
nome completo, nome da
mãe, assinatura, UF, núme-
ro de RG e Titulo de Elei-
tor. Para quem não sabe o
número de seu título, basta
entrar no site do Supremo
Tribunal Federal - http://
www.tse.gov.br/internet/ser-
vicos_eleitor/consultaSitua-
caoNome.htm para realizar
a pesquisa.
4 Primeiro Texto Março 2010

Muay thai mais que luta,

ESPORTE

uma arte oriental CAIO AUGUSTO MOURA

Caio Augusto Moura mites.Aproximadamente

existem 70 alunos que trei-

M
uay thai é uma
arte marcial que
se originou na
Tailândia, onde é um espor-
te nacional. Nesta luta você
usa cotovelos e joelhos
para atacar, além das mãos
e pernas, ambas para atacar
e se defender.
O mestre Douglas Ne-
grão, o Boi, mantém uma
equipe,A Boi Team. Ele
explica que inicialmente
praticava outro tipo de luta,
o full contact, quando em
89, ao assistir um campeo-
nato de muay thai, se apai-
xonou pela arte, que pratica
até hoje. “Para mim, o muay
thai significa tudo. Eu respi-
ro o esporte”.
Em sua academia, o mes-
tre tenta passar aos seus
alunos o melhor que todas
as artes marciais passam,
que é o respeito, disciplina,
humildade e acima de tudo
sempre superar os seus li-
nam com ele.
No local dos treinos, exis-
tem duas salas, com sacos
de areia, luvas, aparadores
de pé e de mão, além de um
ringue onde os alunos trei-
nam entre si e com o mes-
tre.
Apesar de ser uma arte
praticada especialmente por
homens, as mulheres tam-
bém participam dos treinos
no local.
Paulo Aliandson, mais co-
nhecido como “Paulinho”, é
fã do esporte. “Conheci por
meio da minha esposa, que
trabalhava com a esposa do
Douglas. Foi aí que vim fa-
zer uma aula e acabei gos-
tando”. Paulo esta treinando
há um ano e sete meses.
Tarcilio Lima diz que co-
nheceu o muay thai assistin-
do a programas na TV. “In-
teressei-me e a partir daí fui thai há oito meses.
buscar uma academia para
treinar”. Ele pratica muay Equipe Boi Team de muay thai, esporte nascido na Tailândia e que tem atraído novos adeptos

VIVER BEM

Sem idade para ficar plugado na rede

MARIANA TERRA

Mariana Terra
Poupatempo para me

E
ngana-se quem cadastrar na Nota Fis-
pensa que a cal Paulista. Senti-me
Internet é algo deslocado porque todo
exclusivo aos jovens. mundo sabia mexer no
Cada vez mais, a cha- computador, menos eu”,
mada terceira idade ade- diz.
re às novas tecnologias O portuário aposen-
e procura na rede o es- tado Osvaldo Joaquim,
paço que os mais novos 68 anos, achou interes-
já estão acostumados. sante saber mais algu-
O Sesc, por exemplo, ma coisa, buscando co-
oferece o curso Tercei- nhecimento num mundo
ra Idade na Web. Pelo tão interligado com a
menos, 19 alunos parti- internet. A mesma opi-
cipam das aulas. nião tem a aposentada
A oficina é uma ini- Bendita Correa da Sil-
ciação para idosos ao va, 75 anos. “Gosto de
mundo virtual, como tudo que é moderno, te-
explica a professora, nho e-mail, Orkut, MSN,
Juliana Gonçalves Ra- conversava com minha
mos, 25 anos, instrutora neta que morou fora do
de internet e multimídia. país por e-mail e tenho
“O objetivo é a inclusão aprendido mais desse
digital, introdução da mundo da internet aqui
tecnologia desde a par- na oficina”, diz.
te teórica até a prática”, Para entender as novas tecnologias, a turma da terceira idade tem procurado se atualizar digitalmente A oficina é gratuita
diz. e para participar é ne-
Juliana ainda explica Os alunos iniciam o e conseguir acessar sites para trocar sites com as cessário que tenha, no
que os alunos desejam curso aprendendo a ligar sem ajuda alguma”, conta. minhas amigas e também mínimo, 60 anos e que
aprender a usar o com- o computador, seguem As aulas têm dado resul- para pesquisar sobre ar- faça inscrição antes de
putador, pois tem um em descobrindo ferramentas tados positivos, como des- tes plásticas”, diz, empol- começar. No final de
casa, viram um familiar como o mouse e teclado, creve a pensionista, Zilá gada. cada aula, os alunos re-
usando, o que provocou e no fim do curso já terão Souza Araujo, de 61 anos. O aluno Luiz Alberto de cebem um resumo feito
a curiosidade de saber uma certa independên- “Comecei a fazer o curso Oliveira Thomé estava in- pela própria professora
como que funciona ou cia para usar o computa- porque não entendia nada teressado em fazer a ofici- com tudo o que apren-
até mesmo para ocupar dor sozinhos. “Eles saem de computador e hoje já na desde o ano passado. deram na aula. Uma
o tempo livre e gastá-lo daqui podendo sentar à estou me atualizando. Uso “Na primeira vez que mexi nova turma terá início
com algo diferente. frente de um computador tudo o que aprendi na aula no computador, fui ao em agosto.
Março 2010 Primeiro Texto 5
BELEZA

Basta um click para

ficar mais bonita http://www.claudinhastoco.com/
zes, pois não temos tantas
Lívia Fernandes
opções de grandes lojas

V
ídeos que ensinam
como maquiar-se
de forma corre-
ta, lançamentos de beleza
em primeira mão, resenhas
sem interesse comercial e,
tudo isso, a um click de sua
mão. Isso porque existem
os blogs de beleza que,
cada vez mais, surgem na
rede para dar uma mãozi-
nha às desinformadas no
mundo da beauté (beleza
em francês). De passar um
simples batom, ou, aplicar
um prime (preparador de
pele) até fazer olhos esfu-
mados com cílios postiços
e delineados. Garotas bem
informadas e cheias de es-
tilo garantem um make per-
feito com direito a produtos
importados e nacionais que
fazem o mesmo efeito.
Claudia Stoco é uma de-
las. Com apenas 22 anos,
a blogueira, que mora em
Praia Grande, criou seu
O blog de Claudinha Stoco traz dicas e opiões sobre beleza, atraindo internautas
blog de beleza em 2008. O
claudinhastoco.com mostra
resenhas de produtos com a
opinião da blogueira, grava
vídeos ensinando os looks
que as leitorasinternautas
pedem e, ainda comenta
sobre tendências de moda,
se tornando praticamento
uma revista. Porém, quan-
do ela faz a comparação, o
blog tem mais vantagens.
Segundo Claudia, a maioria
dos blogs mantém a políti-
ca de não vender opinião.
“Nós somos formadoras de
opiniões, nós influenciamos
as vendas. Logo, a nossa
opinião é importante, por-
que é sincera, diferente da
revista, onde a maioria dos
produtos está ali por publi-
cidade”, diz.
Já as dúvidas das leitoras
aparecem de acordo com a
necessidade independente
da idade. A jornalista Victo-
ria Ceridono, 23 anos, edi-
tora de beleza e moda da
RG Vogue e blogueira, em
entrevista ao site Portal da
Maquiagem, diz que essas
dúvidas surgem, muitas ve-
deste segmento como nos
Estados Unidos, por exem-
plo. Mas segundo Claudia
o que vale mesmo é treinar
bastante o que se aprende
nos blogs.
História- Em 1770, o
Parlamento Britânico proi-
biu o uso de batom, apli-
ques de cabelo e dentadura
alegando que mulheres que
faziam uso desses artifícios
seriam bruxas e, o batom,
seu instrumento de bruxa-
ria. Os homens tinham até
o direito de se separar de
suas esposas se soubes-
sem que elas usavam cos-
méticos para conquistá-los.
Mas hoje a maquiagem não
é mais vista como arquiini-
miga e sim como aliada.
O químico Luís Eduardo
Duarte, 24 anos, diz que
gosta quando sua namora-
da, Vanessa, usa maquia-
gem “mas algo bem sutil”,
completa Luís.

2Beauty
Marina Smith mostra várias resenhas de produtos e, o ponto forte, são os tutoriais ensi-
nando passo-a-passo a maquiagem.
www.2beauty.com.br
Jornalize
Julia Petit
No site de Julia Petit, a “ruiva”, como é chamada, ela comanda uma equipe que comenta
as notícias no mundo da moda e beleza, arte e traz vídeos sobre penteados ensinando, O blog de jornalismo dos alunos do
também, passo-a-passo como fazê-los.
www.juliapetit.com.br segundo ano - manhã.
Dia de Beauté
Queridinho das leitoras, o dia de beauté existe há dois anos e traz novidades em beleza por
Victoria Ceridono, jornalista e editora de beleza e moda da RG Vogue. http://jornalize.blogspot.com
www.diadebeaute.com

NEGÓCIOS
Roupa velha de cara nova www.culturaenegocios.wordpress.com

“
Simone Menegussi
Tudo é pos- Os homens também

C
ada vez mais as
pessoas estão re-
novando as roupas
usadas. Trocar um zíper,
fazer uma barra, aumentar
ou diminuir o comprimento
de uma saia. Tudo é válido
para renovar o visual com
economia.
Segundo o SEBRAE,
nesses primeiros meses do
ano, o mercado de conserto
de roupas cresceu 15%.
Apesar da concorrência,
abrir uma loja de conserto
de roupas é uma boa
opção, principalmente
porque a clientela - ou por
não ter tempo ou por não
saber fazer - deixa bainhas,
troca de zíper e botões
a cargo de mão-de-obra
especializada. Outro fator
que propicia a atividade é
o econômico: nos dias de
hoje muitas pessoas estão
preferindo consertar o que
sível ser re-
modelado,
menos roupa
para obeso.”
Arlette Sales
comerciante
já tem a comprar algo novo.
Aodete Sales de Carvalho
e sua irmã Arlette de Palma
Salles são proprietárias de
uma oficina de costura há
oito anos em Santos. Em
um ano de funcionamento,
o investimento já estava
pago. Elas já tiveram duas
funcionárias. Atualmente
devido ao espaço reduzido
da loja, mantém só uma.
Arlette conta que cada
vez mais roupas de grife
estão sendo reformadas.
estão entrando na onda
da renovação de roupas”.
Aliás, são os mais
exigentes”, diz Aodete. “No
começo, nossa clientela
era formada mais por
mulheres de meia idade.
Agora atendemos de
jovens a executivos”, diz.
“Tudo é possível ser
remodelado, menos roupa
para obesos”, diz Arlette.
Para os clientes mais
encorpados não existe
moda, o que interessa
é o conforto. As irmãs
complementam que o único
inconveniente de trabalhar
com roupas usadas é o fato
de que algumas pessoas
trazerem roupas sujas.
“Já pegamos cada uma”
lembra. Apesar do cartaz
enorme solicitando que os
clientes tragam a roupa
limpa para ser consertada,
nem sempre isto ocorre. O mercado de conserto de roupas cresceu 15% no primeiro trimestre
6 Primeiro Texto Março 2010

INTERCÂMBIO

Adquira experiência e ganhe o

idioma como brinde
ACERVO PESSOAL

Juliana Kucharuk

P
ara muitos, viajar
costuma ser o de-
sejo do ser humano,
seja ele uma criança, ado-
lescente, jovem, adulto ou
idoso. A idéia de conhecer
outros países leva princi-
palmente os jovens e adul-
tos a procurarem meios de
alcançar a sua vontade.
Um deles é por intermédio
de agências de intercâm-
bio.
O intercâmbio tem sido
uma forma das pessoas
conhecerem de perto no-
vos idiomas, culturas, luga-
res e amizades. A gerente
da Central de Intercâmbio
(C.I.) de Santos, Aline Mo-
reira Domingues, explica:
“O conceito de intercâmbio
é o de troca de experiên-
cias, cultura e costumes.
Hoje em dia já não é de
total importância que outra
pessoa venha para nossa
casa em troca de hospeda-
gem no exterior, pois traba-
lhamos com organizações
parceiras que oferecem não
apenas os cursos e progra-
mas de trabalho, mas tam-
bém as acomodações... O Matheus Bergonzine, ao lado de outros alunos de intercâmbio da Alemanha e Sérvia (dir.) em formatura nos Estados Unidos.
conceito de intercâmbio é
totalmente voltado para a Estados Unidos, agora contrário do Brasil, princi- Canadá. Aguardo respos- aquelas pessoas que não
parte educacional. Todos como um jovem intercam- palmente entre os meni- ta, mas a faculdade está curtiram muito seu inter-
os programas que ofere- bista: “Quando fui para a nos, que é só você jogar meio lenta para responder câmbio. Eu conheço pou-
cemos são com o intuito Califórnia, morei com uma bola junto algumas vezes meus e-mails”, afirma. cas e mesmo para essas
de aperfeiçoar o idioma, a família de quatro pessoas. que já vira amigo de in- Infelizmente não é todo poucas pessoas, tenho
prática, mesmo os progra- Uma mãe solteira com três fância. Lá, eles são mais o caso que resulta em uma certeza que muitos apren-
mas de trabalho tem esse filhos que tinham 9, 12, e fechados. Seria mais um boa experiência como a de dizados e lições ficaram”,
objetivo”. 15 anos, diferença de três diferença cultural e não de Bergonzine. Existem bra- comenta a gerente Aline,
Os destinos mais procu- anos entre cada um, inclu- preconceito”, diz. sileiros que viajaram para da C.I. “Tudo é uma ex-
rados pelos jovens e adul- sive comigo, que na época Outro motivo que acarre- o exterior com o intuito de periência se a pessoa sai
tos nesta agência são os tinha 18 anos. Eles eram taria essa diferença cultural aprender de perto o novo daqui do Brasil com o co-
tradicionais, como Estados uma família humilde, mas seria o trânsito comum de idioma, ampliar seus hori- ração aberto para o novo,
Unidos, Reino Unido e Ca- me tratavam muito bem, estrangeiros no país, o que zontes, mas, não alcança- sem preconceitos. Costu-
nadá. Aline conta também como um membro da famí- não traria surpresa a um ram seu objetivo completo. mo dizer que não existe
que tem havido muita pro- lia, não só os quatro, mas norte-americano. “Quanto Alguns acabaram se sen- nem melhor e nem pior e
cura por destinos como também os outros parentes aos americanos de forma tindo menosprezados, ex- sim o diferente. Com essa
Austrália e Nova Zelândia. como avós, tios e primos”, geral, ninguém fica im- cluídos pela família ame- visão, com certeza, a ex-
Mas não é só para aperfei- lembra. pressionado por você ser ricana escolhida, ou pela periência é única”, conclui
çoar o idioma que brasilei- “Fiquei por lá durante brasileiro. Os EUA é cheio própria agência. a gerente.
ros saem do Brasil para o dez meses. Inicialmente de estrangeiros de todas “Cada pessoa tem a sua Para saber mais informa-
exterior. Motivos como es- eram para ser quatro me- as partes do mundo, então experiência. Costumamos ções sobre intercâmbios
tágios, oportunidades de ses e meio, mas acabei ouvir alguém com um so- dizer que as primeiras se- você pode contatar fran-
emprego e cursos em uni- adiando a volta, ficando taque diferente ou falando manas de adaptação são quias, como Central de In-
versidades tem sido o foco lá até terminar o prazo do em outro idioma no meio sempre mais difíceis, o que tercâmbio, (13 - 3284.5700
principal, segundo a agên- meu visto. Na tentativa de do supermercado, por chamamos de home sick, ou pelo site http://www.
cia. mudar o status do meu vis- exemplo, não é algo inco- mas depois desse prazo ci.com.br) ou USA Inter-
O intercambista, Matheus to de intercambista para mum lá”, comenta o inter- costuma-se ficar “bom”, national, (13 - 3225-7373,
Bergonzine de Souza, con- estudante para cursar a cambista. pois somos adaptáveis... É ou pelo site http://www.
ta como foi seu intercâm- faculdade, não consegui e Segundo Bergonzine, claro que sempre existem usainternational.com.br).
bio em El Cajon, Califórnia, tive que voltar ao Brasil”, sua vontade era de ter fi-
para onde foi com o intuito recorda. cado na Califórnia por mais
de aperfeiçoar seu inglês e Quando perguntado so- tempo, porém, com o pra-
Expediente
conhecer uma nova cultu- bre existir preconceito de zo de validade para o visto PRIMEIRO TEXTO é o Jornal laboratório do Curso de Jornalismo. Redação,
edição e diagramação dos alunos do 2º ano de Jornalismo do período
ra. Entretanto, durante sua americanos em relação a esgotado e por questões manhã.
Diretor da FaAC: Humberto Iafullo Challoub.
estadia, o interesse por brasileiros, ele discorda: financeiras, teve que voltar Coordenador de Jornalismo: Robson Bastos.
estudar em uma universi- “Muita gente pensa que os ao Brasil. Agora, aos 19
Professores Responsáveis: Fernando Claudio Peel (diagramação), Fern-
ando De Maria, Luiz Carlos Bezerra (textos) .
dade no exterior cresceu. americanos são precon- anos, o santista tem outros Editora: Mariana Terra.
Sub-editora: Lais Tamashiro.
Ele, que já havia ido para ceituosos porque eles são planos para seus estudos Editores gráficos: Mariana Serra (Primeira página), Karina Carneiro e Mari-
ana Serra (Página 2), Cauê Goldberg (Página 3), Mariana Terra (Páginas 4),
os EUA quando criança, pessoas meio frias. Mas no exterior “Estou tentando Mariana Terra e Simone Menegussi (Página 5)e Cauê Goldberg (Página 6).
comenta sua viagem nos O teor das matérias e artigos são de responsabilidade de seus autores não
é assim que eles são, ao ir para uma universidade no representando, portanto, a opinião da instituição mantenedora.