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Mas no fomos criados para sermos agrilhoados a estes confins. Deus nos fez para a
excelncia, para a virtude, que se d em plenitude quando o prprio Deus nos eleva pela
Sua graa.
Isto to flagrante que o prprio Aristteles, ao comentar as virtudes, contrape aquilo
que chama de virtude divina bestialidade.
bestialidade ope-se uma virtude que, no se achando um nome prprio para ela,
chamamos de virtude herica ou divina. () Os homens se fazem divinos por chegar ao
extremo da virtude, e hbito como este certo que contrrio bestialidade
(animalidade). () queles que, excedem em seus vcios aos outros homens,
chamamos de bestiais (brutos ou animais) (ARISTTELES, tica a Nicmaco, Livro
VII, Captulo I).
Pois bem, se at os pagos entendem que o homem chamado virtude divina, quanto
mais o Evangelho da Graa nos eleva a nvel mais excelso. O que Aristteles entreviu
confusamente, como que intuindo, o Evangelho nos revela explicitamente e infunde em
nossos coraes.
No podemos ficar restritos a to baixas efemeridades.
Ante to flagrantes deturpaes, se tornam atuais aquelas admoestaes de So Paulo, e
que quase podemos ouvir novamente seu brado:
glatas insensatos, quem vos fascinou, a vs, ante cujos olhos foram delineados os
traos de Jesus Cristo crucificado? S isto quero saber de vs: foi pelas obras da Lei que
recebestes o Esprito ou pela adeso f? Sois to insensatos que, tendo comeado com
o Esprito, agora acabais na carne? (Gl 2,1ss).
Enquanto no recuperarmos a percepo da distino entre o natural e o sobrenatural,
nos tornaremos refns de um falso evangelho, de uma falsa graa, de uma falsa
misericrdia, dos falsos profetas, e de uma falsa liberdade, que, nos deixando vontade
na animalidade, nos abandona confinados no aqum.
(Texto enviado a ZENIT pelo Pe. Jos Eduardo de Oliveira e Silva)
https://pt.zenit.org/articles/confinados-no-aquem/