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Captulo IV
OS PRINCPIOS DO DIREITO ROMANO
Tradicionalmente mais juristas que historiadores, os ro
manistas relegaram por muito tempo sombra os princpios
do direito romano; at recentemente, apenas as solues pa
reciam interess-los (por exemplo: qual a extenso das obri
gaes do vendedor? as condies de existncia do furtum?
etc.) e no tinham escrpulos em transp-las, em adaptlas s formas do pensamento contemporneo, mesmo com
o risco de alterar seu sentido. Assim, nossos manuais con
tinuam a apresentar as leis (leges) como a fonte fundamen
tal do direito romano da poca clssica, o que certamente
corresponde nossa teoria atual das fontes do direito, mas
de forma alguma s concepes dos contemporneos de
Ccero ou mesmo de Augusto ou de Trajano93.49
Contudo, de grande interesse conhecer a filosofia dos
juristas romanos, porque s isso nos permite recuperar o
teor autntico de suas solues, e tambm os motivos pro
fundos da fortuna que o direito romano fez no mundo mo
derno. (Se o direito romano importa para ns, no porque
est "no programa", porque ele voltou a ser o direito do
mundo ocidental moderno)9*.
A cultura romana do chamado perodo clssico so
bretudo a cultura grega, assim como em nossos dias a cui93. R. Monier, M anuel lmentaire de droit romain, Paris, Loviton, 19341935, pp. 49 e 73.
94. Sobre essa questo, recomendo-lhes particularmente o livro de R.
Schulz, Prinzipien des rmischen Rechts, Munique-Leipzig, Duncker-Humblot,
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1934, traduzido para o ingls. Principles o f Roman Law , trad. ing. M. Wolff, Ox
ford, Clarendon Press, 1936; e, na Frana, os trabalhos de E. Senn, De la justice
et du droit, explication de la definition traditionnelle de la justice, Paris, Sirey, 1927;
Les origens de la jurisprudence , Paris, Tenin, 1926 - e diversos artigos, cujo m
rito foi voltarem fonte, a filosofia dos gregos.
95.
Indicaes e bibliografia em nossas Leons d'histoire de la philosop
du droit , Paris, Dalloz, 1962, pp. 29 ss., pp. 134 ss.
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xxn, 33.
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112.
A falta de espao nos impediu de reproduzir aqui o estudo das
cepes judaicas (principalmente no Deuteronmio) e crists do direito que foi
apresentado no curso (nota de M. Villey).