O documento discute as visões de Andy Crouch sobre a igreja na cultura pós-moderna. Crouch argumenta que a certeza da modernidade deu lugar ao ceticismo pós-moderno e que as igrejas precisam oferecer uma alternativa à irresponsabilidade pós-moderna e ao controle moderno, através dos sacramentos como o batismo e a ceia, que unem os cristãos.
O documento discute as visões de Andy Crouch sobre a igreja na cultura pós-moderna. Crouch argumenta que a certeza da modernidade deu lugar ao ceticismo pós-moderno e que as igrejas precisam oferecer uma alternativa à irresponsabilidade pós-moderna e ao controle moderno, através dos sacramentos como o batismo e a ceia, que unem os cristãos.
O documento discute as visões de Andy Crouch sobre a igreja na cultura pós-moderna. Crouch argumenta que a certeza da modernidade deu lugar ao ceticismo pós-moderno e que as igrejas precisam oferecer uma alternativa à irresponsabilidade pós-moderna e ao controle moderno, através dos sacramentos como o batismo e a ceia, que unem os cristãos.
SWEET, Leonard (Ed.). A igreja na cultura emergente: cinco pontos de vista.
Traduo de Robinson Malkomes. So Paulo - SP: Vida, 2009.
Andy Crouch reafirma que a certeza ficou no passado: nos tempos ruins e antigos da modernidade, realmente acreditvamos que conhecamos um pouco sobre o mundo (SWEET, 2009, p. 55). O que possibilitava uma certa facilidade na crena da verdade o que no ocorre na gerao ps-moderna. Segundo Andy: Essa gerao est muito mais interessada na Narrativa, ou no Mistrio, ou apenas em Piercings de Nariz (SWEET, 2009, p. 55). Fazendo meno a um resumo da ps-modernidade, Andy cita a obra de Brian D. Mclaren A New Kind of Christian, da seguinte maneira ps-conquista, psmecanicista, ps-analtico, ps-secular, ps-objetivo, ps-crtico, ps-organizacional, ps-individualista, ps-protestante e ps-consumista (SWEET, 2009, p. 59). Mas ser que a ps-modernidade, medida que ela, na verdade, desponta, uma melhor alternativa? Ao menos a modernidade enviou o homem para a lua a psmodernidade foi capaz de contruir um shopping (SWEET, 2009, p. 69). Agora se tem algo que est longe do alcance do ps-modernismo o psindividualismo e o ps-consumismo. (SWEET, 2009, p. 70). Mas e se as igrejas no esto marcando lado a lado nem com a modernidade nem com sua subsidiria, a ps-modernidade? E se as igrejas estiverem mesmo vivendo uma alternativa tanto em relao s pretenses de controle da modernidade, quanto em relao s fantasias de irresponsabilidade da ps-modernidade? E se, tomando emprestada a imagem de Vernard Eller, as igrejas no fossem lanchonetes a distribuir servios religiosos como mais uma loja na praa de alimentao psmoderna, mas caravana viajando atravs da cultura em direo a outro destino, um destino melhor, equipados com os recursos necessrios para toranar a vida humana digna de ser vivida e prazerosa em meio a uma difcil jornada? (SWEET, 2009, p. 70). Para essa nova possibilidade Andy enfatiza a importncia da mensagem do batismo, at mesmo como nica soluo para o individualismo j que em Romanos 14.7,8 fica claro que passamos a pertencer a Deus nos tornando membro de seu corpo. Na medida em que continuamos a nos agarrar a uma identidade individualista, isso sinal da nossa incapacidade para compreender e viver nosso batismo. [...] A igreja que batiza unida, permanece unida (SWEET, 2009, p. 73,74). Sugerida a soluo para a superao do individualismo to latente no homem cado Andy propem que: a ceia nos oferece um caminho mais verdadeiro para o consumo. Pois na comunho literalmente consumimos o mais bsico dos bens, comida e bebida, e esse consumo elevado a Cristo (SWEET, 2009, p. 74,75). De fato a Santa Ceia se sobrepem a tudo que supostamente seja sugerido ao verdadeiro cristo. O que oferecemos mesa a comida e a bebida mais simples que os seres humanos foram capazes de criar. [...] No nos sentamos mesa para desfrutar de uma refeio
sofisticada com todos os acessrios. [...] No comemos o
suficiente nem para nutrir o corpo. O po e o clice da comunho esto o mais longe possvel de um McLanche Feliz. [...] Se realmente experimentamos e vemos que o Senhor bom, como nos levantamos da mesa da ceia e retornamos para uma vida de consumo frentico? (SWEET, 2009, p. 75). E a que preo adquirido? No custa nada aos que adquirem, de fato o colapso do consumismo. Assim acertadamente Andy conclui: Os sacramentos e a liturgia que os cerca em muitas tradies oferecem-nos uma chance de nos desintoxicar do clamor por novidade da (ps) modernidade; eles so uma declarao espantosamente subversiva, quer para a modernidade, quer para a ps-modernidade, de que tudo o que importa no mundo, na realidade, j ocorreu. (SWEET, 2009, p. 79). *** Seguindo a sugesto ps-moderna, muitas igrejas agora oferecem cultos de adorao especializados que, para fazerem sentido, dependem de alma influncia num conjunto particular de cdigos culturais. [...] Na verdade, cultos casuais ou contemporneos podem ser to fascistas como seus pares tradicionais certa vez um lder de uma igreja contempornea contou-me que, se um pregador convidado quisesse usar gravata, ele no teria permisso para pregar. Qualquer um que no seja iniciado na subcultura relevante e comparea a um culto desses se sentir estranhamente constrangido. No af de criar laos de amizade com determinado nicho cultural ou gerao, tais igrejas transformam em estranhos a maior parte da humanidade. (SWEET, 2009, p. 80). Assim tambm os sacramentos, em especial quando envoltos em uma liturgia tradicional, transformam todos ns em estranhos. Os sacramentos chegam at ns vindos de outro tempo, outro lugar e outra cultura que ningum entre ns j vivenciou e no nos familiar; eles no nos convencem por serem novos, atuais, por estarem na moda ou por serem sofisticados. Mas como os gregos sabiam a palavra traduzida por hospitalidade, xnia, tinha a mesma raiz da palavra traduzida por estrangeiro, xenos somente onde h estrangeiros que pode haver hospitalidade. Os sacramentos prescindem de uma familiaridade natural. Em vez disso, eles nos dizem que todos somos estrangeiros aqui, embora sejamos bemvindos tambm. Nessa hospitalidade vencemos as nossas diferenas e andamos juntos numa jornada em que nenhum de ns privilegiado, nenhum de ns conhece o caminho melhor que o outro, mas todos estamos em uma descoberta de ns mesmos em companhia de algum que nos explica as Escrituras e se revela no partir do po (SWEET, 2009, p. 80, 81). E por que os sacramentos no tm cumprido seu papel? Por eles tem sido realizado de maneira despretensiosa periodicamente (algumas vezes de modo imprevisvel), com um ensinamento mnimo sobre seu significado, e que o batismo seja at praticado com maior regularidade, mas com pouqussima explicao da transio radical que ocorre em seu contexto (SWEET, 2009, p. 82). Isso se torna ainda mais
evidente quando ponderamos a regularidade em que estes temas ocupam a
pregao. Diante deste trgico cenrio o Andy adverte: Receio que a igreja, no af de coar o mosquito dos desafios de nossa cultura para a f crist, esteja engolindo o camelo dos desafios de nossa cultura para a prtica crist (SWEET, 2009, p. 83). Ento ele reitera o que constatado por outros observadores da ps-modernidade: A verdade elementar est ameaada pelo relativismo; as clssicas e universais alegaes do evangelho esto ameaadas pelo pluralismo; a autoridade das Escrituras est em perigo pelo jogo das fceis leituras transgressoras e suspeitas. Mas a verdade que todos esses desafios estavam em pleno andamento na era moderna o ceticismo dos inimigos declarados da f (Hume), o reducionismo dos supostos amigos da f (Locke, Kant), a cacofonia (ou ser que era cornucpia?) do Parlamento das Religies Mundiais de 1893, as teorias exclusivistas de Marx, Darwin e Freud (SWEET, 2009, p. 83). Diante deste quadro podemos ser levados a pensar que, os cristos que vieram antes de ns usufruram de mais privilgios porque no se deparavam com tais circunstncias. Entretanto pensar assim um equvoco porque, no podemos ter saudades de uma poca em que a f crist podia ser facilmente defendida contra seus crticos intelectuais sofisticados porque essa poca simplesmente no [existiu] (SWEET, 2009, p. 84). O trabalho da igreja, diz Stanley Hauerwas, relembrar o mundo de que mundo. Somos chamados a expor as falsas promessas da mquina da produo da modernidade e da mquina de consumo da ps-modernidade (SWEET, 2009, p. 87). Sem encontrar Jesus e sem ser cheio do Esprito Santo, toda prtica religiosa tornase vazia (SWEET, 2009, p. 91). Somos abenoados por viver juntos esse perodo da histria em que as iluses da modernidade so to frgeis e a promessa do evangelho mais uma vez to visvel (SWEET, 2009, p. 92). Anseio pelo final da histria, quando todos riremos maravilhados com o que Deus fez com nossos acanhados esforos para vermos sua vontade feita assim na terra como no cu (SWEET, 2009, p. 92).