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das organizaes
Neste texto, Morgan argumenta que os tericos de organizao, ao fazerem
suas anlises, frequentemente se prendem a um modelo referencial tido como certo,
com pressupostos tericos inquestionveis. Porm, existem diversas formas de se
analisar as organizaes que fogem de uma viso ortodoxa.
Dessa forma, nos deparamos com o conceito de paradigma, criado por Kuhr
em 1962. Este conceito apresenta diversos significados, como: um modo de ver a
realidade; uma forma de organizao social de cincia ou ainda; o uso de
ferramentas especficas para determinados fins cientficos. Neste texto, entretanto,
paradigma deve ser entendido como uma viso de mundo que tenta (implcita ou
explicitamente) expressar a realidade.
Assim, um paradigma (ou viso de mundo) pode englobar diversas maneiras
de abordar e estudar uma realidade. Nas cincias sociais, frequentemente utilizamse metforas, a fim de proporcionar imagens que auxiliam no entendimento e
resoluo de quebra-cabeas. Essas metforas contm implicaes especficas que
definem uma certa escola de pensamento.
Na teoria organizacional, podemos definir quatro paradigmas que permeiam
as diversas anlises conceituais. So eles:
a) Paradigma Funcionalista: se baseia na cincia normal, ou seja, em pressupostos
avindos das cincias naturais, onde a sociedade vista enquanto uma realidade
dada concreta e tangvel. O pesquisador isento de valores e opinies e analisa o
objeto com distanciamento caracterstico da metodologia cientfica;
b) Paradigma Interpretativista: se baseia na viso de que a realidade social no
existe em sentido concreto, mas sim socialmente construda. O pesquisador no
um mero observador, mas sim participante e busca compreender como os diversos
processos da realidade social surgem e se modificam. Este paradigma converge
com o funcionalista no sentido de acreditar que existe uma ordem e padro no
mundo social, mas no creem que uma cincia social objetiva possvel, devido
subjetividade das relaes humanas construdas;
c) Paradigma Humanista Radical: observam a realidade social como socialmente
construda, porm seu mtodo de anlise sugere o aprisionamento dos
trabalhadores causado pela aliana inerente ao modo capitalista de produo. O