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Rezar era uma obrigao de bom cristo. Alm das missas com msicas
mundanas, sermes, Te-Deum, novenas e procisses, as festas
catlicas deixavam-se envolver por danas, coretos, fogos de artifcio e
barracas de comidas e bebidas. A populao negra, presente nas festas
tradicionalmente, propiciavam um clima de msicas, cantorias,
batuques e danas. Apesar de popular, a prtica catlica seria abalada
pelas transformaes sociais ao longo do sculo XIX.
Sua anlise sobre este dilogo, entre o fiscal e a Cmara, revelou que
as penas eram temperadas com a proteo de autoridades, ou, ainda, a
complacncia dos vizinhos, o que denota o grau de popularidade das
folganas negras na cidade. Para conseguirem realizar seus
batuques, a cadeia de acordos pessoais no deixa dvidas: era
preciso um estabelecimento, em que o proprietrio da casa permitisse,
a vizinhana concordasse e alguma autoridade supervisionasse.
Por outro lado, sempre havia algum risco de se atuar de forma
repressora, dada a importncia atribuda ao registro do episdio. De
toda forma, os batuques tinham condies de serem vistos como
divertimentos inocentes, e muitas autoridades da Cmara no viam
inconvenientes de ordem moral para aceit-los. Do passado surgiam
indcios de suspeio, que tornavam a frequentar o imaginrio de
fiscais e autoridades, como os levantes Mals na Bahia, de onde vieram
muitos prisioneiros.