Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Epistemologia e Inovação Educacional
Reflexão
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
Consequências nas práticas educativas e
Inovação Educacional
Prof. António Pereira Andrade Pissarra
Aluna: Rosa Maria da Conceição Mendes Pratas n.º 2151
Mestrado em Ensino 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico
Ano lectivo 2009/10
Estamos diante de um novo século, uma nova sociedade, onde as pessoas têm acesso ao mundo e à informação com a maior das facilidades e onde a busca de conhecimento é interminável. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm hoje um papel primordial na sociedade não constituindo um fenómeno passageiro. Actualmente as TIC parecem constituir um meio fundamental de acesso à informação (Internet é o exemplo disso), um instrumento de transformação da informação e de produção de nova informação, um meio de comunicação à distância e uma ferramenta para um trabalho que possibilita o desenvolvimento de novas formas de interacção, tudo isto devido ao acesso facilitado que os cidadãos têm a estas tecnologias. Nesta sociedade emergente multiplicam-se as possibilidades de acesso a dados e a factos. Nesse sentido a escola, sendo o espaço privilegiado para a apropriação e construção de conhecimento, é também um meio fundamental para a integração das Tecnologias de Informação e Comunicação nas actividades pedagógicas, até porque estas oferecem potencialidades inigualáveis à educação e formação, permitindo um enriquecimento contínuo de formação ao longo da vida e a integração plena de todos os alunos. As TIC ampliam as possibilidades de pesquisa de informação e os equipamentos interactivos e multimédia colocam à disposição dos alunos um manancial inesgotável de informações, cabendo ao professor despertar a curiosidade, desenvolver a autonomia, estimular o rigor intelectual e criar as condições necessárias para o sucesso da educação formal e da educação permanente. Torna-se pois imprescindível que os docentes orientem a sua prática pedagógica recorrendo às TIC na sua prática em sala de aula de modo a desenvolver nos alunos competências que lhes permitam fazer face aos novos desafios desta sociedade em constante renovação. Neste âmbito o processo de ensino-aprendizagem, coloca um novo paradigma ao sistema educativo, um novo papel de professor, um novo perfil de escola. Perante este novo paradigma, o professor tem de remodelar os métodos d e ensino e o papel de detentor do poder e do saber para o de facilitador, orientador, coordenador, promotor e animador de actividades pedagógicas diversificadas, capaz de ultrapassar concepções unidimensionais do sucesso escolar "fundadas sobre aprendizagens unicamente verbo-conceptuais e sobre o armazenamento enciclopédico de informações", (Azevedo, 1990) valorizando a metodologia interactiva, de colaboração mútua. O professor deve estar profissionalmente qualificado e orientar os alunos a tornarem-se "investigadores" activos do mundo que os envolve. Ensiná-los a avaliar e gerir na prática a informação que lhes chega. Os novos métodos de transmissão do saber e os novos tipos de relacionamento na sala de aula não diminuem em nada o papel dos professores, apenas o modificam profundamente. Este deixa de ser o difusor do saber e a tornar-se o companheiro de um saber colectivo que lhe compete organizar. Para assumir este novo papel é indispensável, para além da formação inicial, a formação contínua que confere mais domínio sobre estes novos instrumentos pedagógicos, as mudanças nas práticas pedagógicas e dos conteúdos programáticos. Como descrever Gadotti, o docente “deixará de ser um leccionador para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem (...) um mediador do conhecimento, um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e sobretudo, um organizador de aprendizagem”(Gadotti, 2002). À Escola é exigido que tenha condições físicas e materiais e objectivos bem definidos: uma coordenação entre os centros de recursos educativos, centros de documentação, bibliotecas, mediatecas e clubes, todos devidamente articulados com as estruturas directivas da escola (sobretudo na sua vertente pedagógica) de modo a que todas as acções desenvolvidas estejam devidamente integradas num Projecto Educativo. Só com uma pedagogia de projecto será eficaz a integração das TIC na escola. Mas é igualmente importante que a exploração das possibilidades de aprendizagem que as TIC oferecem seja baseada numa análise crítica do seu significado social e cultural.