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Conceito
Obrigação é a relação jurídica de caráter transitório estabelecida entre devedor e credor
e cujo objetivo consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida
pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio
(Washington).
Objeto da obrigação
Pode ser uma conduta positiva (dar, fazer), ou negativa (não fazer).
19/05/08
Objetos
• Conduta positiva:
o Obrigação de dar:
Coisa certa: bem certo e determinado (infungível). Não sendo
possível sua entrega, apura-se a culpa, e resolve-se a obrigação
em perdas e danos. Não havendo culpa (caso fortuito ou força
maior), a obrigação resolve-se simplesmente. Há uma ressalva:
quando o devedor está em mora;
Coisa incerta: o bem é infungível, ou seja, pode ser trocado por
outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. Antes da
escolha, o devedor não pode alegar caso fortuito ou força maior
pela perda da coisa.
o Obrigação de fazer:
Natureza infungível: leva em conta as habilidades daquele que a
irá prestar, logo, trata-se de obrigação personalíssima. Em caso
de negativa na realização da obrigação, esta resolve-se em perdas
e danos.
Natureza fungível: que não leva em conta as aptidões da pessoa.
Em caso de não cumprimento, ou o credor a cumpre, ou um
terceiro o faz, em ambos os casos pagando multa a que se refere o
artigo 461, do CPC (astrente).
• Conduta negativa:
o Obrigação de não fazer: abster-se, omissão. O devedor está
inadimplente quando pratica o ato o qual não deveria praticar. Se o
praticou sem culpa, extingui-se a obrigação. Se o fez com intenção,
porém, pode o credor exigir o desfazimento da coisa, ou pode desfazer
ele mesmo às custas do devedor. Se o desfazimento não for possível,
quando houve culpa do devedor, este responde pelo prejuízo (perdas e
danos).
Modo de execução
Obrigações alternativas/cumulativas (art. 252 e ss., Código Civil): há duas
prestações com objetos distintos. Se é cumulativa, deve-se cumprir ambas; se é
alternativa, deve-se cumprir apenas uma. Neste caso, a escolha fica a cargo do devedor.
Se uma das prestações se torna inexeqüível, cumpre-se a outra (art. 253, CC).
Se as duas se tornam inexeqüíveis, dependerá de quem for a escolha do bem (detalhe:
todas as perdas de que se trata neste tópico ocorreram por culpa do devedor):
• Se era do devedor, paga-se o valor da última coisa que se perdeu, mais perdas e
danos (art. 254, CC);
• Se a escolha cabe ao credor, ele escolhe o valor de uma das coisas para receber,
mais perdas e danos. Se só uma coisa se perdeu, ele pode optar pelo recebimento
da subsistente, ou pelo valor da que se perdeu, mais perdas e danos.
Obs: não havendo culpa do devedor, a obrigação simplesmente se extingue.
26/05/08
Modo de execução
Quanto à divisibilidade da coisa (art. 258, CC):
• Divisível: é aquela cuja a prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem
prejuízo de sua substância e de seu valor (trata-se de divisibilidade econômica).
• Indivisível: só pode ser cumprida por inteiro, caso contrário, sua substância e
seu valor são perdidos.
Essa questão é válida quando existe pluralidade de devedores e/ou credores (art. 257,
CC).
Solidariedade
A obrigação solidária pode:
• Ativa (credores): qualquer um deles pode cobrar a dívida;
• Passiva (devedores): todos respondem pela dívida toda.
Pluralidade subjetiva de sujeitos (credores e devedores), que se soma unidade objetiva
(que todos respondem pelo cumprimento da prestação).
Não há presunção de solidariedade. Ou ela resulta de lei, ou consta no contrato.
A defesa pode ser:
• Comum a todos: beneficia a todos (ex.: prescrição da dívida);
• Pessoal: só é útil para mim (ex.: vício na assinatura do contrato).
O direito de regresso é o direito que o devedor que pagou sozinho a dívida tem de
cobrar dos demais parte do que foi pago, de modo a deixar as parcelas entre os credores
iguais. Na ação de regresso, a solidariedade acaba, e o devedor que pagou a dívida deve
exigir dos demais partes iguais.
Quando há fiadores, e um deles salda a dívida, apenas o devedor principal responde na
ação de regresso.
02/06/08
Assunção de dívida (art. 299 e seguintes, CC): é uma “cessão de débito”, ou seja,
transfere a dívida. Há a necessidade do consentimento expresso do credor, que por sua
vez não é obrigado a aceitar.
Modos de realização:
• Expromissão: a assunção de dívida é realizada entre o credor e o novo devedor.
A figura do antigo devedor não faz parte da negociação
• Delegação: devedor transfere débito a terceiro com a anuência do credor.
Garantias especiais: são extintas com a assunção da dívida, exceto com o consenso do
devedor. Art. 300, CC.
16/06/08
(1 a 3, aula anterior)
Dação em pagamento
É a forma de liberação do devedor que com o consentimento do credor, entrega coisa
diversa daquela originalmente pactuada.
Pressuposto fundamental: consentimento do credor.