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28 Setembro 2007

AMÉRICA LATINA

Dia de luta
pela despenalização
do aborto
Amanhã (28), as mulheres latino-americanas e
caribenhas estarão reunidas em mais um dia de luta
para terem o direito de decidir sobre seus corpos.

É a campanha de 28 de setembro, repetida todos os


anos, na tentativa de sensibilizar os governos da
região para a elaboração de leis que avancem nas
legislações sobre o aborto, com a formação de
consensos políticos em torno da revisão e
liberalização de leis punitivas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),


aproximadamente 4 milhões e 200 mil mulheres se
submetem a abortos na América Latina e Caribe, por
ano. A maioria o faz em condições de risco, que traz
consigo a clandestinidade.

A cada ano, na região latino-americana, 6 mil


mulheres morrem em decorrência de complicações
de aborto.

Organizações de mulheres e redes regionais da


Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa
Rica, El Salvador, Equador, Haiti, Honduras, México,
Nicarágua, Peru, Porto Rico, República Dominicana,
Uruguai e Venezuela estão juntas nessa Campanha,
que pretende explicar, promover e dar significado à
despenalização do aborto.
"Ao chamar a atenção sobre o tema, trata de
contribuir para redução do número de mortes
maternas por essa causa, de complicações,
mutilações, seqüelas que o aborto clandestino deixa
nas mulheres, a desintegração da família, o
abandono dos filhos e filhas, a hipocrisia das
comunidades", disse a Cimac (Comunicação e
Informação da Mulher) sobre a Campanha.

As mulheres da Campanha pedem ainda acesso a


um serviço de saúde mais humanizado e a diminuição
da mortalidade materna.

Para a Rede pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos


(Ddeser), do México, a legalização do aborto é um
tema unânime e de prioritária preocupação.

Anualmente são feitos, segundo dados do Banco


Mundial, 46 milhões de abortos em todo o mundo, 20
milhões de abortos em precárias condições de
segurança e higiene, que em 68 mil casos acabam
com a morte das mulheres.

Mais de cinco milhões de mulheres sofrem seqüelas


temporárias ou permanentes.

A maioria dessas mortes e seqüelas são sofridas por


mulheres pobres, que fazem abortos clandestinos, e
muitas vezes sem assistência médica.
A falta assistência a saúde reprodutiva das mulheres
fica evidente no estudo do Banco Mundial, pois uma
em cada cinco mulheres recorre ao aborto por falta de
acesso a métodos contraceptivos.

Na América Latina, apenas Cuba, Guiana e Barbados


permitem o aborto por motivos econômicos e sociais.

No Brasil, a legislação só permite que as mulheres


recorram ao aborto em casos de estupro e quando a
mãe corre risco de vida.

A OMS e as Nações Unidas não defendem, nem


condenam o aborto, mas destaca que os países não
podem ignorar o assunto como uma questão de
saúde pública.

A legalização - quando o país assume a


responsabilidade de regulamentá-lo e oferece-lo
como um serviço de saúde -, ou a despenalização -
as mulheres que recorrem ao aborto não podem mais
ser penalizadas - , do aborto está estabelecida na lei
de 78% das economias desenvolvidas, enquanto
entre os países pobres, apenas 19% deles têm a
autorização.

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