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Por sua vez, os monumentos e o patrimnio histricos adquirem dupla funo obras
que propiciam saber e prazer, postas disposio de todos; mas tambm
produtos culturais , fabricados, empacotados e distribudos pronto para
serem consumidos. () Sua tarefa consiste em explorar os monumentos por todos os
meios, a fim de multiplicar indefinidamente o nmero de visitantes (p.211).
VALORIZAO
A valorizao do patrimnio passa por muitas formas, que, muitas vezes, tem
contornos imprecisos, quase sempre se confundem ou se associam:
EFEITOS PERVERSOS
Como deve ter ficado claro, o empreendimento traz, no entanto, efeitos secundrios,
em geral perversos. A embalagem que se d ao patrimnio histrico urbano tendo
em vista seu consumo cultural, assim como o fato de ser alvo de investimentos do
mercado imobilirio de prestgio, tende a excluir dele as populaes locais ou no
privilegiadas e, com elas, suas atividades tradicionais e modestamente cotidianas
(p.226), como as rendeiras locais que perdem espao para rendas importadas da
China, as cidades que perdem sua malha urbana ao serem cortadas por
enormes hotis, multinacionais investem tanto que a cidade perde sua
particularidade e passa a assemelhar-se a outras cidades tursticas. Enquanto alguns
lugares so esquecidos pelos guias tursticos, outros passam a sofrer deteriorao em
virtude da visitao demasiada. Quando, este ltimo comea a acontecer, necessrio
tomar medidas preventivas, como limitar o nmero de visitantes, horrios de
exposio.
VALOR HISTRICO: Qual o pode ser, com efeito, o valor histrico de um edifcio ou de
um conjunto de edifcios se no tiverem a bela linearidade temporal to pacientemente
apreendida e conservada pela memria orgnica e pouco a pouco reduzida a abstrao
pelas memrias artificias? Como se pode, sem esse suporte, construir o quadro de
referncia que d significado histrico a um monumento, a um conjunto urbano ou a
uma aldeia antigos?(p.229)
Por um lado, a arquitetura a nica arte cujas obras exigem ser percorridas
fisicamente. S ela exige deslocamentos, percursos, desvios que implicam o
envolvimento de todo o corpo e que no podem ser substitudos pela percepo visual
isolada (p. 231)
CONSERVAO ESTRATGICA
A ARTE DE EDIFICAR