Passe: Caridade Ensinada por Jesus

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Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza

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(61) 3352 3018

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www.editoraautadesouza.com.br

ISBN do ebook: e9788583870388

2ª edição

Setembro de 2017

Capa: Comissão da Mediunidade

Revisão: Comissão da Mediunidade

Revisão Metodológica: Comissão da Mediunidade

Tradução: Comissão da Mediunidade

Ilustração: Comissão da Mediunidade

Todo o produto desta obra é destinado à manutenção

dos serviços assistenciais e de divulgação da

Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza

Setor D Sul Área Especial n. 17,

Taguatinga Distrito Federal – CEP: 72.020-000

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Impresso no Brasil – Presita en Brazilo

Sumário

Apresentação

Capítulo 1

Progressividade da revelação divina na compreensão e aplicação do passe

| Jesus, o luminoso padrão no uso do magnetismo

| Progressividade da revelação divina

| Passe e imposição de mãos na antiguidade

| Passe e imposição de mãos no Velho Testamento

| Com Jesus, o magnetismo pelas mãos assume expressão divina

| Passe e imposição de mãos pelos apóstolos

| Exemplo de passe e imposição de mãos na Igreja Católica

| A magnetização pelas mãos desperta a atenção da ciência moderna

| A ciência desenvolve teoria para magnetização pelas mãos - o magnetismo

| Magnetismo - base explicativa para fenômenos tidos como inexplicáveis

| Do magnetismo animal para o magnetismo espiritual

| Magnetismo, homeopatia e o passe

| Ismael, protetor espiritual do Brasil, introduz o passe na pátria do cruzeiro

| A Federação Espírita Brasileira e a escola de médiuns e de magnetismo

| O Espiritismo é a síntese de crenças universais

| Utilizar o passe para alívio e cura está na natureza humana

| Homenagem à multidão anônima que contribuiu para a história do Espiritismo

Capítulo 2

O Espiritismo amplia a compreensão e aplicação do magnetismo e do passe

| Aviso, chegada e entendimento

| Magnetismo e Espiritismo são ciências gêmeas

| Avanços do Espiritismo no entendimento e uso do passe

| Médium e mediunidade

| Categorias de médiuns

| Magnetizadores e médiuns curadores

| A Doutrina Espírita ensina múltiplos empregos para o passe

| A continuidade da revelação Espírita

| A caridade consolida e divulga o passe

| Chico Xavier

| Não faltam bons exemplos

Capítulo 3

Fluido cósmico universalprincípio básico para a compreensão e aplicação do passe

| Origem comum da criação

| Fluido cósmico universal

| Fluido cósmico não é uniforme

| Fluidos espirituais

| Fluido vital no plano espiritual

| Absorção de princípios vitais no mundo espiritual

| Fluido vital se transmite de desencarnado para desencarnado

| Fluido vital no plano físico

| Ectoplasma, ou fluido vital, é o condutor do magnetismo

| Absorção do fluido vital no plano físico

| O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro

| Passe - transmissão de fluidos magnéticos

Capítulo 4

O ser humano e seus corpos

| Os corpos – maravilhas da obra divina

| Elementos essenciais no ser humano

| Espírito – ser inteligente da criação

| Perispírito - envoltório do Espírito

| Formação do perispírito

| A natureza do perispírito

| Algumas propriedades do perispírito

| O perispírito e as energias

| Organização perispirítica

| Duplo etéreo

| Corpo causal

| Corpo mental

| Corpo humano – santuário sublime

| O perispírito - outras denominações, mesmo significado

Capítulo 5

Aura e centros de força

| Aura - irradiação da organização perispirítica

| Campo da aura

| Plataforma de comunicação

| Aura e formas-pensamentos

| Chakras ou centros de força

| Perispírito é regido pelos centros de força

| Funções dos centros de força

| Desajustes dos centros de força

| Desequilíbrio do centro de força provocado pelo suicídio

Capítulo 6

Passe energia humana, espiritual e divina

| Passe - ato sublime de fraternidade cristã

| Passe - transfusão de energias

| Passe - movimento feito com as mãos sobre o corpo

| Passe é uma ação magnética

| A ação magnética do passe pode produzir-se de muitas maneiras

| Médium passista

| O poder fluídico da ação magnética

| Participação da energia humana no passe

| Energia humana-espiritual - combinação de fluidos

| Magnetismo divino - forças superiores ativadas pela prece

| As qualidades físicas e morais das energias humanas

| A faculdade magnética cresce com o melhoramento moral do médium

| Circuito de energia na aplicação do passe

| Participação da vontade do médium no circuito de energias do passe

| Pensamento e vontade do médium passista

| Emoções e sentimentos impregnam e magnetizam o pensamento

| O perispírito do médium associa-se ao circuito de energias do passe

| Circuito de energias, do coronário até as mãos do passista

| O paciente integra o circuito de energias do passe

| Elo de forças entre magnetizador espiritual, médium e enfermo

| Ação do passe

Capítulo 7

Divina unidade entre plano físico e espiritual no passe e fluidificação da água

| As leis que regem o plano físico e espiritual são as mesmas

| Funcionamento do passe descrito pelos Espíritos- exemplo a ser seguido

| Superação de impedimentos

| A água fluidificada oferecida em nome de Jesus

| Mudança das propriedades da água por ação magnética

| Ação da água fluidificada no organismo

| Para a fluidificação das águas

| A fluidificação das águas por imposição de mãos

| Água fluidificada é veículo da providência Divina

| Água fluidificada - veículo de medicação

| A água fluidificada no Culto do Evangelho no lar

Capítulo 8

A prática do passe

| Esforço do Cristo para atenuar os sofrimentos do mundo

| Caráter universal do passe

| O uso das técnicas do passe no Espiritismo

| O gesto, como expressão da vontade, compõe a ação magnética

| Tipos de passe

| No passe, a técnica é importante auxiliar da vontade

| Podemos associar técnicas na ação magnética

| As técnicas do passe são múltiplas e devem ter regularidade

| O uso das mãos na aplicação do passe

| O movimento das mãos no passe

| Fase de dispersão e fase de reposição

| Na casa espírita o passe praticado é o humano-espiritual

| Oito etapas do passe

| Na aplicação do passe não é necessário tocar o paciente

| Passe com a coordenação do dirigente

| Passe - condições para participação

Capítulo 9

Imposição de mãos, passe longitudinal, autopasse

| Jesus socorria os doentes usando as mãos

| A imposição das mãos

| Modo de aplicação da imposição de mãos

| Imposição de mãos para dispersão de energias

| Imposição de mãos para reposição de energias

| Imposição de mãos aliada ao uso da água fluidificada

| A imposição de mãos e o passe

| Passe longitudinal

| Longitudinal - método de utilização geral

| Autodomínio e nuvem negra no fígado

| Matéria mental fulminatória

| Passe de grandes correntes

| Atendimento à jovem acidentada

| Problemas de uma gestante

| Automagnetização - autopasse

| Condições para a automagnetização

| Técnicas de autopasse

Capítulo 10

Passe rotatório, transversal e perpendicular

| No serviço de passe

| O passe rotatório

| Evitando o aborto

| Revitalizando enfermo grave

| Atendendo caso de zoantropia

| Passe transversal

| Passe perpendicular

| Preparando a médium para a tarefa mediúnica

Capítulo 11

Ação magnética da prece e do tratamento espiritual à distância

E do tratamento espiritual à distância

| Circuito da prece

| Fé - imprescindível acentuar em nós a confiança em Deus

| O que pode o ser humano quando tem fé

| Ação magnética da prece

| Tratamento espiritual à distância

| Prece coletiva aumenta a potencialidade da ação

| Como realizar o tratamento à distância - oração curativa

| Caderno de vibração - experiência de Yvonne Amaral Pereira

| Ação magnética da prece - a prece de Ismália

Capítulo 12

Passe, eficaz em todos os tratamentos

| Passe - equilibrante ideal da mente

| Ao influxo do passe a mente do enfermo comanda o trabalho restaurativo

| A maioria das moléstias procede da alma enferma

| Doenças se instalam nas áreas em que a energia se debilita

| Obsessão - enfermidade que se desloca da mente para o corpo somático

| Saúde: equilíbrio vibracional em que preponderam os fatores morais

| Fator de desequilíbrio da alma - ausência de autodomínio

| Fator de desequilíbrio da alma - sexo desequilibrado, álcool e glutonaria

| Fator de desequilíbrio da alma – a cólera

| O magnetismo atua para além do físico agindo sobre a moral

| Ações que se conjugam na conquista do equilíbrio energético

Capítulo 13

Rotina no serviço de passe

| Valorizemos o passe - Não tarda o dia em que ele se generalizará

| A rotina do passe nas reuniões do Cristianismo nascente

| A sala de passe

| Organização do ambiente

| Adoção de método no serviço de passe - homogeneidade nas tarefas espirituais

| Necessidade dos procedimentos e padrões de trabalho na ação magnética

| Do tratamento espiritual na Casa Espírita

| Da metodologia dos trabalhos de passe na Casa Espírita

| Da equipe de passe

| Disciplina da equipe de passe

| Passe dirigido

| Direção - exemplo de preparação da equipe

| Passistas - rotina de preparação da equipe de passista

| Pacientes - rotina de preparação para o passe

| Oito etapas do passe - rotina de aplicação

| Rotina de encerramento das atividades dos passistas

| Funcionamento do passe na Casa espírita

| Ordem e disciplina educativas - décima vez

| Exemplo de condução da preparação do grupo de passistas

Capítulo 14

Cursos no plano espiritual exemplos para a formação de médiuns na casa espírita

| Não duvides do dever de auxiliar - o necessitado te espera o serviço

| Boa vontade - primeiro requisito para o médium passista

| Formação de médiuns - estudo, trabalho, disciplina e sacrifício

| Escola de Médiuns - adeptos esclarecidos

| Passe no mundo espiritual - método de ingresso

|Escola no mundo espiritual - exemplo de organização e disciplina

| Escola de médiuns na Casa Espírita - ideal de Allan Kardec e Bezerra de Menezes

| Uma proposta de estudo sistematizado

| O médium tem o dever de estudar sempre

Anexos

| Curso Passe

| Plano de exercícios práticos do curso passe

| Inscrição do passista estagiário

Lista de Imagens

Referências Bibliográficas

Apresentação

Ao pôr do sol, todos aqueles que tinham doente atingidos por diversos males os levavam a Jesus; e, impondo as mãos sobre cada um deles, ele os curava. (Lucas, 4:40)

No declínio deste tempo de transição, ao pôr do sol, fazemos o mesmo movimento dos necessitados que conviveram com o Cristo: O buscamos para que cure nossos doentes. Jesus continuamente empregava a magnetização pelas mãos, distribuindo alívio, renovação e cura, ao mesmo tempo em que curava nossa alma doente através da verdade libertadora.

Os primeiros cristãos, a exemplo de Jesus, prosseguiram na tarefa de amenizar os sofrimentos e difundir esperanças, através do passe e da imposição de mãos, incumbência à qual foram exortados pelo próprio Cristo de Deus.

Constituindo-se uma lei da natureza, o magnetismo a serviço da vida sempre esteve presente na civilização humana, praticado em todas as épocas, povos e regiões, fato que revela sua universalidade e veracidade.

Nos séculos 18 e 19, tarefeiros do Cristo descem à Terra com a incumbência de estudar, estender e definir o fenômeno magnético, colocando-o no âmbito da ciência e preparando o advento do Consolador prometido por Jesus.

A partir de Allan Kardec, o magnetismo conquista nova dimensão, a dimensão espiritual. Este fato altera a compreensão do fenômeno: surge a mediunidade de cura, o fluido humano-espiritual, a evocação pela prece e a gratuidade da ação magnética. O passe alcança sua dimensão Divina: é Jesus de volta a fim de socorrer a humanidade sofredora. O Consolador está entre nós!

Alertam-nos as vozes do céu:somente em Jesus Cristo encontrarás o luminoso e indiscutível padrão¹ no uso do magnetismo.

A revelação divina avança e, nos livros de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda, os emissários dos planos Divinos atestam que as leis que regem o plano físico são fundamentalmente as mesmas que orientam as criaturas no plano espiritual² . Os autores do mundo invisível relatam casos onde o passe é utilizado com frequência, apresentando procedimentos, técnicas, utilidade e efeitos de forma simples, confirmando o uso do magnetismo como recurso constante e essencial: Em nossos serviços, o magnetismo é força preponderante. Somos compelidos a movimentá-lo em grande escala.³

Atualmente, no Cristianismo redivivo, temos, de novo, o movimento socorrista do plano invisível, através da imposição das mãos. Os passes [...] representam a continuidade do esforço do Mestre para atenuar os sofrimentos do mundo. ⁴

Participemos deste movimento socorrista!

Auxiliemos o Cristo a atenuar os sofrimentos do mundo!

Preparemos as Casas Espíritas para ampliar o trabalho do passe, pois Não tardará o dia em que se generalizará ⁵. Para tanto, é urgente que organizemos cursos para formação de passistas e estabeleçamos procedimento homogêneo, seguido, regular, metódico⁶, em que os médiuns saibam conduzir-se convenientemente⁷.

O livro "Passe – caridade ensinada por Jesus" tem esta finalidade: preparar médiuns passistas!

É um convite à mediunidade, um convite à caridade!

Curai os enfermos, [...] expulsai os demônios: de graça recebeste, de graça dai. Jesus (Mateus, 10:8)

Comissão da mediunidade

1 Emmanuel. Religião dos Espíritos, cap. ٥٩.

2 Emmanuel. Livro da Esperança,lição ٤١.

3 André Luiz. Os mensageiros, cap. ٤٣.

4 Emmanuel. Caminho, verdade e Vida, lição ١٥٣.

5 Kelvin Van Dine. Técnica de viver, lição ٥٨.

6 Allan Kardec. O Livro dos Médiuns, item ١٧٥.

7 Allan Kardec. O Livro dos Médiuns, item ١٧٥.

Essa coincidência entre o que nos dizem hoje e as crenças dos tempos mais remotos, é um fato significativo da mais alta importância. Faremos notar, entretanto, que, se por toda parte encontramos traços da Doutrina Espírita, em parte alguma a vemos completa: tudo indica ter sido reservado à nossa época coordenar esses fragmentos esparsos entre todos os povos, a fim de chegar-se à unidade de princípio através de um conjunto mais completo e, sobretudo, mais geral de manifestações [...]. (Allan Kardec. Revista Espírita, abril de 1858, p.154)

Progressividade da

revelação divina

na compreensão e aplicação do passe

|Jesus, o luminoso padrão no uso do magnetismo

"Quem admite hoje o fenômeno magnético, por novidade, se esquece naturalmente de que, no Egito dos Ramsés, velho papiro trazido aos nossos dias já preceituava quanto ao magnetismo curativo:

‘-Pousa a tua mão sobre o doente e acalma a dor, afirmando que a dor desaparece.’

Séculos transcorreram, até que ele adquirisse extensa popularidade com as demonstrações de Mesmer e atravessasse, tímido, o pórtico da experimentação científica com personalidades marcantes, quais James Braid e Durand de Gross, Charcot e Liébeault.

E, nos tempos últimos, ei-lo em foco, desde os mais avançados gabinetes das ciências psicológicas até os espetáculos públicos nos quais a hipnose é conduzida, indiscriminadamente, para fins diversos.

Entretanto, importa considerar que é justamente em Nosso Senhor Jesus Cristo que ele atinge o seu ponto mais alto na Humanidade.

Todavia, não se vale dele o Senhor para alardear os poderes que lhe exornam o Espírito.

Não lhe mobiliza os recursos para impressionar sem proveito.

Não lhe requisita os valores para discussões estéreis.

Não lhe concentra as possibilidades para a defesa de si próprio.

Jesus é o amor divino alongando os braços à angústia humana.

Estende a mão e cegos veem, e paralíticos se levantam, e feridentos se alimpam e obsidiados se recuperam.

Fita Madalena em casa de Simão e dá-lhe forças para que se liberte das entidades sombrias que a subjugam; contempla Zaqueu no sicômoro e modifica-lhe as noções da riqueza material; fixa Judas no cenáculo e o companheiro infeliz foge apressado, incapaz de suportar-lhe a presença, e endereça a Pedro um simples olhar das grades da prisão e o amigo que o negara pranteia amargamente.

Ainda assim, não se detém nos casos particulares.

Junto ao povo, tempera cada manifestação com autoridade e doçura, humildade e comando, respeito e compreensão.

De ninguém indaga a prática religiosa, para fazer o bem.

No ensinamento, utiliza parábolas para não ferir fosse a quem fosse.

A todos oferece o apaziguamento da alma, antes da cura física.

Não procura os poderosos da Terra para qualquer entendimento, e, sim, busca de preferência os que passam curvados sob o jugo das aflições.

Não se faz precedido de arautos e batedores.

Não demanda lugares especiais para a exibição dos fenômenos que lhe vertem das faculdades sublimes.

E, para imprimir o magnetismo divino da Boa-Nova na mente popular, traça no monte as bem-aventuranças da vida eterna, proclamando veemente:

‘Felizes os humildes de espírito, porque a eles toca o reino dos Céus.

Felizes os que choram, porque serão consolados.

Felizes os afáveis, porque possuirão a Terra.

Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.

Felizes os misericordiosos, porque obterão misericórdia.

Felizes os que trazem consigo o coração puro, porque sentirão a presença de Deus.

Felizes os pacíficos e os pacificadores, porque serão chamados filhos do Altíssimo.

Felizes os que forem perseguidos sem causa, porque o reino dos Céus lhes pertence.’

Se afeiçoas, assim, ao fenômeno magnético, seja qual for o filão de tuas atividades, poderás estudá-lo e incrementá-lo, estendê-lo e defini-lo, mas, para que dele faças motivo de santidade e honra, somente em Jesus Cristo encontrarás o luminoso e indiscutível padrão." (g.n.) (Emmanuel. Religião dos Espíritos, lição fenômeno magnético)

|Progressividade da revelação divina

"Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do cérebro de um homem. Todas, sem exceção de nenhuma, são fruto de observações sucessivas, apoiadas em observações precedentes, como em um ponto conhecido, para chegar ao desconhecido. Foi assim que os Espíritos procederam, com relação ao Espiritismo. Daí o ser gradativo o ensino que ministram. Eles não enfrentam as questões, senão à medida que os princípios sobre que hajam de apoiar-se estejam suficientemente elaborados e amadurecida bastante a opinião para os assimilar. É mesmo de notar-se que, de todas as vezes que os centros particulares têm querido tratar de questões prematuras, não obtiveram mais do que respostas contraditórias, nada concludentes. Quando, ao contrário, chega o momento oportuno, o ensino se generaliza e se unifica na quase universalidade dos centros." (g.n.) (Allan Kardec. A gênese, 1ª parte, cap. I, item 54)

O Espiritismo coordena e dá unidade a fragmentos esparsos

"[...] Quanto a nós, não nos deixam nossas observações pessoais nenhuma dúvida sobre a antiguidade e a universalidade da Doutrina que os Espíritos nos ensinam. Essa coincidência entre o que nos dizem hoje e as crenças dos tempos mais remotos, é um fato significativo da mais alta importância. Faremos notar, entretanto, que, se por toda parte encontramos traços da Doutrina Espírita, em parte alguma a vemos completa: tudo indica ter sido reservado à nossa época coordenar esses fragmentos esparsos entre todos os povos, a fim de chegar-se à unidade de princípio através de um conjunto mais completo e, sobretudo, mais geral de manifestações [...]." (g.n.) (Allan Kardec. Revista Espírita, abril de 1858, p. 154)

A relação entre os precursores do Espiritismo e a Codificação

"Mas em parte alguma o Espiritismo encontra-se completo; sua coordenação em corpo de doutrina, com todas as suas consequências e suas aplicações, sua correlação com as ciências positivas, é uma obra essencialmente moderna, mas por toda parte encontram-se os seus elementos esparsos, misturados a crenças supersticiosas de que foi preciso fazer a triagem. Se se reunissem as ideias que se acham disseminadas na maioria das filosofias modernas, nos escritores sacros e profanos, os fatos inumeráveis e infinitamente variados que se produziram em todas as épocas, e que atestam as relações do mundo visível e do mundo invisível, chegar-se-ia a constituir o Espiritismo tal qual é hoje: é o argumento invocado contra ele por certos detratores. Foi assim que ele procedeu? É uma compilação de ideias antigas rejuvenescidas pela forma? Não; ele saiu todo inteiro das observações recentes, mas, longe de se julgar diminuído pelo que foi dito e observado antes dele, sente-se fortificado e engrandecido." (g.n.) (Allan Kardec. Revista Espírita, dezembro de 1866, p. 495)

Os fatos espíritas remontam às primeiras idades do mundo

[...] os espíritas são os primeiros a explorar o passado para aí descobrir os traços da ancianidade de suas crenças, que fazem remontar às primeiras idades do mundo, porque são fundadas em leis da Natureza, que são eternas. (Allan Kardec. Revista Espírita, dezembro de 1866, p. 494)

Constituindo uma lei da Natureza, o Espiritismo há de ter existido desde a origem dos tempos e sempre nos esforçamos por demonstrar que dele se descobrem sinais na antiguidade mais remota. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, perg.222)

"Esta doutrina é tão antiga quanto o mundo; tal o motivo por que em toda parte a encontramos, o que constitui prova de que é verdadeira." (g.n.) (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, subpergunta 221–a)

|Passe e imposição de mãos na antiguidade

"Os egípcios colheram sua religião e seus mistérios na grande fonte da Índia; empregavam, no alívio dos sofrimentos, os passes e a aposição de mãos, como os executamos ainda em nossos dias. [...]

Os romanos também tiveram templos onde se reconstituía a saúde por operações magnéticas." (g.n.) (Gabriel Delanne. O espiritismo perante a ciência, p. 83, 85)

Na Grécia antiga, Sólon¹ poetiza a magnetização pelas mãos

"A menor ferida às vezes aumenta e recrudesce

Mais do que toda a arte médica pode amenizar;

Às vezes, a fúria da pior doença

A mão, acariciando suave, vai apaziguar."

(J.C. Colquhoun. Isis Revelata, vol. I, 1844, p. 190)

No império romano, Plínio, o Velho, descreve a magnetização pelas mãos

²

Lemos, em Crates, de Pérgamo, que no Helesponto, próximo a Parium, havia algumas pessoas que ele chamava de Ofiogenes, habituadas a curar por toques as mordidas de serpentes e a extrair do corpo os venenos pela imposição das mãos. Varro alude, inclusive, que também existe no mesmo lugar um pequeno grupo cuja saliva é um remédio contra essas mordidas [...]. (Pline. Histoire Naturelle, Tomo I, Livro VII, 1877, item II-5)

No mundo árabe, Avicena³ estuda o magnetismo

"Em sua obra Da Natureza, Avicena admite a ação que um indivíduo pode exercer sobre outro. Ele atribui à alma um poder considerável que pode não somente agir sobre seu próprio corpo, como, também, sobre outros corpos. Ela pode atrair os corpos distantes, fasciná-los, exercer sobre eles uma ação equilibrante ou desequilibrante; em uma palavra, produzir, em certos casos, a saúde e a doença." (Hector Durville. Teorias e procedimentos do magnetismo, p. 23)

|Passe e imposição de mãos no Velho Testamento

Moisés, obedecendo a orientação espiritual, impõe as mãos

"E fez Moisés como o Senhor lhe ordenara; porque tomou a Josué, e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação,

E sobre ele pôs as suas mãos, e lhe deu mandamentos, como o Senhor ordenara pela mão de Moisés." (g.n.) (Números, 27:22-23)

|Com Jesus, o magnetismo pelas mãos assume expressão divina

Jesus restaura a saúde

E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva. (Marcos, 5:23)

E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele. (Lucas, 5:13)

Depois tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e ele, olhando firmemente ficou restabelecido, e já via ao longe e distintamente a todos. (Marcos, 8:25)

"E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos, e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar- se.

E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.

E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus." (Lucas, 13:11-13)

O magnetismo está na obra do Cristo

Mas retornemos ao magnetismo. Os sacerdotes da antiguidade o conheciam, os discípulos de Jesus foram iniciados por ele no magnetismo, que, se hoje estivesse apagado de nosso espírito, seria encontrado em cada página das Escrituras com seu brilhante cortejo de curas miraculosas, profetas, videntes, adivinhos. É exatamente por ser encontrado nas palavras do Cristo e na imposição de mãos, que seria suficiente para tornar indubitável para sempre a revelação. (Du Potet. Thérapeutique magnétique, 1863, p. 152-153)

|Passe e imposição de mãos pelos apóstolos

A multidão busca o auxílio magnético dos apóstolos

"E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão.

Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima.

E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.

De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.

E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais todos eram curados." (Atos, 5:12-16)

Ananias restitui a visão a Saulo

E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. (Atos, 9:17)

Paulo impõe as mãos

E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. (Atos, 19:11)

"Aconteceu achar-se enfermo de disenteria, ardendo em febre, o pai de Públio. Paulo foi visitá-lo, e, orando, impôs-lhe as mãos, e o curou.

À vista deste acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados." (Atos, 28:8-9)

|Exemplo de passe e imposição de mãos na Igreja Católica

Santa Brígida: mediunidade extraordinária

Uma pobre mulher romana, Lourença, caíra de uma pilha de lenha e quebrara as pernas e talvez ainda a coluna vertebral. Chamaram a ‘Santa’, isto é, Brígida, que, como diz o biógrafo, ‘impôs as mãos sobre os ossos fraturados’: ‘impose le mani sul le ossa rotte’ – nem mais nem menos que uma aplicação de passes magnéticos – e Lourença recuperou o uso de seus membros! (Clóvis Tavares. Mediunidade dos Santos, cap. 12)

Chico Xavier assim se refere a Santa Brígida da Suécia (1302-1373): [...] os espíritos amigos se referem, por exemplo, a duas personalidades do mundo católico que deveriam ser mais conhecidas em nosso ambiente cultural. [...] Eles se referem a Santa Brígida, da Suécia, e a Santa Clara de Montefalco, da Itália, cujas biografias atestam a presença de mediunidades extraordinárias, a ponto, diz Emmanuel, que Santa Brígida deixou muitas páginas, vamos dizer, do ponto de vista de autenticidade absolutamente psicográfica. [...] a vida dessas duas grandes figuras da Igreja Católica, que eu venero tanto, ao que me parece pela palavra dos nossos amigos espirituais, foram duas criaturas portadoras de mensagens especiais para os cristãos. (Francisco C. Xavier. Chico Xavier com Pinga-Fogo, p. 51-52)

Santa Catarina de Siena⁴: mediunidade multiforme

"Santa Catarina de Siena, em sua multiforme mediunidade, exerceu também o sublime apostolado da caridade através das extraordinárias curas que efetuou. [...]

Também seu biógrafo, confessor e mais íntimo amigo, Frei Raimundo de Cápua, foi vítima da Peste Negra, desencadeada na Itália, e que chegara a Siena, em 1374. O generoso frade pediu que chamassem Catarina, e quando esta ‘chegou à choupana, pôs a mão sobre a fronte do enfermo, ajoelhou-se a seu lado e orou. A vida voltou aos membros intumescidos de seu confessor, que caiu num profundo sono e, ao despertar, estava completamente são.’" (g.n.) (Clóvis Tavares. Mediunidade dos santos, cap. 12)

Gassner impõe as mãos

"No jornal l’Exposition populaire illustrée, número 24, encontramos num artigo intitulado: Correspondência sobre os taumaturgos, uma interessante notícia sobre o cura Gassner, quase tão conhecido em seu tempo quanto o príncipe de Hohenlohe, por seu poder curador.

‘Gassner (Jean-Joseph) nasceu em 20 de agosto de 1727, em Bratz, perto de Bludens (Suábia); fez os primeiros estudos em Innsbruck e Praga, recebeu as ordens sacerdotais e, em 1758, foi nomeado cura de Kloesterle, na região dos Grisons.

Depois de quinze anos de vida retirada, revelou-se ao mundo como dotado de um poder excepcional, o de curar todas as doenças pela simples aposição das mãos, sem empregar nenhum remédio e sem exigir qualquer retribuição. Os doentes afluíam logo de toda parte [...]." (Allan Kardec. Revista Espírita, novembro de 1867, p.456)

Gassner reconhece a ação do mundo espiritual inferior nas doenças

"O bispo de Constança o constrangeu a um inquérito, feito pelo diretor do seminário. Gassner declarou jamais ter tido o pensamento de fazer milagres e ter-se limitado a aplicar o poder que a ordenação confere a todos os