O documento discute a necessidade da expiação no cristianismo. Apresenta duas perspectivas: 1) A necessidade hipotética, onde Deus poderia salvar sem expiação, mas escolheu fazê-lo dessa forma; 2) A necessidade conseqüente e absoluta, onde após decidir salvar, Deus se sentiu obrigado a fazê-lo por meio do sacrifício de Cristo. O autor argumenta que passagens bíblicas sugerem que esta segunda visão está correta, mostrando que a expiação era uma necessidade inerente à
O documento discute a necessidade da expiação no cristianismo. Apresenta duas perspectivas: 1) A necessidade hipotética, onde Deus poderia salvar sem expiação, mas escolheu fazê-lo dessa forma; 2) A necessidade conseqüente e absoluta, onde após decidir salvar, Deus se sentiu obrigado a fazê-lo por meio do sacrifício de Cristo. O autor argumenta que passagens bíblicas sugerem que esta segunda visão está correta, mostrando que a expiação era uma necessidade inerente à
O documento discute a necessidade da expiação no cristianismo. Apresenta duas perspectivas: 1) A necessidade hipotética, onde Deus poderia salvar sem expiação, mas escolheu fazê-lo dessa forma; 2) A necessidade conseqüente e absoluta, onde após decidir salvar, Deus se sentiu obrigado a fazê-lo por meio do sacrifício de Cristo. O autor argumenta que passagens bíblicas sugerem que esta segunda visão está correta, mostrando que a expiação era uma necessidade inerente à
geralmente chamado expiao. Nenhum estudo da expiao pode ser devidamente desenvolvido sem reconhecer em primeiro lugar o livro e soberano amor de Deus. Esta perpectiva se encontra no texto mais conhecido da Bblia: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo o que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna (Joo 3:16). Temos aqui uma revelao fundamental de Deus e, portanto, do pensamento humano. Alm disso no podemos e nem devemos aventurar-nos ir.
Pelo fato de ser um fundamento do pensamento humano no
exclui, contudo, outras caracterizaes desse amor de Deus. A Escritura nos informa que esse amor de Deus, do qual a expiao emana, e da qual a sua expresso, um amor distinto. Ningum gloriava-se nesse amor de Deus mais do que o apstolo Paulo. Mas Deus prova o seu prprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por ns, sendo ns ainda pecadores (Romanos 5:8). Que diremos, pois, vista destas coisas? Se Deus por ns, quem ser contra ns? Aquele que no poupou a seu prprio Filho, antes, por todos ns o entregou, porventura no nos dar graciosamente com ele todas as coisas? (Romanos 8:31,32). Contudo, o mesmo apstolo que nos delineia o eterno conselho de Deus que fornece o contexto para tal afirmao e que nos define a rbita dentro da qual tais pronunciamentos tm sentido e validade. Ele escreve: Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre muitos irmos (Romanos 8:29). E em outro lugar, ele se torna talvez ainda mais explcito quando diz: Assim como nos escolheu nele antes da fundao do mundo, para sermos santos e irrepreensveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoo de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplcito de sua vontade (Efsios 1:4,5). O amor de Deus, do qual a expiao se origina, no indiscriminado; um amor que elege e predestina. Deus foi servido em colocar o seu amor invencvel e eterno sobre uma multido inumervel, e o propsito determinante deste amor que assegura a expiao.
necessrio salientar este conceito de amor soberano.
Verdadeiramente, Deus amor. O amor no algo parte de Deus, no algo que ele pode escolher ser ou no ser. Deus necessariamente amor; o amor lhe inerente e eterno. Da mesma forma em que Deus esprito e luz, assim ele amor. Porm, pertence prpria essncia do amor eletivo o reconhecimento de que este amor necessariamente no deve culminar em redeno e adoo em favor de objetos que so totalmente indesejveis e merecedores do inferno. Foi do livre e soberano beneplcito de sua vontade, um beneplcito que emana das profundezas da sua prpria bondade, que ele elegeu um povo para ser herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo. A razo reside inteiramente nele mesmo e procede das determinaes que so peculiarmente suas: Eu sou o que Sou. A expiao no persuade e nem compele o amor de Deus. Pelo contrrio, o amor de Deus que compele expiao, como o meio para cumprir o propsito determinante deste mesmo amor. [1]
Devemos compreender, portanto, que o amor de Deus uma premissa
estabelecida, ou seja, este amor a causa ou a fonte da expiao. Todavia, isto no resolve o problema quanto razo ou necessidade da expiao. Qual a razo por que o amor de Deus deve tomar um caminho na realizao de seu fim e no cumprimento de seu propsito? Somos compelidos a indagar: Por que o sacrifcio do Filho de Deus? Por que o sangue do Senhor da glria? Anselmo de Canterbury perguntou: Sabendo que Deus onipotente, qual foi a necessidade e qual foi a razo para tomar sobre si a humilhao . [2] Por que Deus no podia realizar os propsitos de seu amor para a humanidade pela palavra de seu poder ou pelo decreto de sua vontade? Se declaramos que ele no podia, estamos impugnando o seu poder? Se declaramos que ele podia, porm no quis, estamos impugando a sua sabedoria? Tais indagaes no so sutilezas escolsticas e nem v curiosidade. Fugir delas perder algo que central na interpretao da obra redentora de Cristo e perder a viso de uma parte de sua glria essencial. Por que Deus se fez homem? E tendo-se tornado homem, por que morreu? E tendo morrido, por que morreu a morte maldita de cruz? Esta a indagao sobre a necessidade da expiao.
Entre as respostas oferecidas para estas perguntas, duas so
mais importantes. Elas so, antes de tudo, o conceito conhecido como necessidade hipottica, e, segundo, o conceito que podemos designar como o da necessidade conseqente e absoluta. O primeiro foi defendido por homens eruditos, tais como Agostinho e Toms de Aquino.[3] O segundo pode ser considerado como a posia clssica do protestantismo.
O conceito conhecido como necessidade hipottica assevera que
Deus podia perdoar o pecado e salvar os seus eleitos sem a expiao ou satisfao outros meios estavam disponveis a Deus, a quem todas as coisas so possveis. Porm, a forma de sacrifcio vicrio do Filho de Deus foi simplesmente o meio que Deus, em sua graa e sabedoria soberanas, escolheu, porque este o meio pelo qual a graa mais maravilhosamente revelada. Assim, embora Deus pudesse salvar sem uma expiao, todavia, de acordo com o seu decreto soberano, ele de fato no o fez. Sem derramamento de sangue, realmente no h remisso nem salvao. Contudo, no h nada inerente natureza de Deus ou natureza da remisso do pecado que faz o derramamento de sangue indispensvel. Chamamos ao outro conceito de necessidade conseqente e absoluta. A palavra conseqente, nesta designao, se refere ao fato de que a vontade de Deus ou o decreto para salvar algum de livre e soberana graa. A salvao de homens perdidos no foi uma necessidade absoluta, e, sim, a expresso do beneplcito de Deus. Os termos necessidade absoluta, porm, indicam que Deus, tendo elegido alguns para a vida eterna, segundo o seu livre beneplcito, se sentiu na obrigao de cumprir este propsito atravs do sacrifcio de seu prprio Filho, uma obrigao que emanou das perfeies da sua prpria natureza. Em uma palavra, embora no fosse in erentemente necessrio que Deus salvasse, todavia, desde que a salvao foi propositada, era necessrio assegurar esta salvao atravs de uma satisfao que pudesse ser realizada somente atravs de um sacrifcio substitutivo e uma redeno adquirida por meio de sangue. [4]
Pode parecer algo inutilmente especulativo e presunoso forar
tal indagao e procurar determinar o que inerentemente necessrio para Deus. Alm disso, pode surgir um texto como: sem derramamento de sangue no h remisso, que a revelao se limita a dizer que de fato no h remisso sem derramamento de sangue, e que iramos alm da autoridade da Escritura afirman do o que de fato indispensvel para Deus.
Mas no presunoso quando dizemos que certas coisas so
inerentemente necessrias ou impossveis para Deus. Pertence nossa f em Deus confessar que ele no pode mentir e que no pode negar-se a si mesmo. Os no pode divinos so a sua glria, e para ns deixar de admitir tais impossveis seria negar a glria e a perfeio de Deus.
A realidade da questo : a Escritura nos fornece evidncias ou
consideraes pelas quais podemos concluir que esta uma das coisas impossveis ou necessrias para Deus; impossvel que ele salve pecadores sem sacrifcio vicrio e inerentemente necessrio, portanto a salvao, livre e soberanamente determinada, seria realizada somente pelo derramamento do sangue do Senhor da glria. As seguintes consideraes bblicas nos induzem a dar uma resposta afirmativa. Quando aduzimos estas consideraes, deve mos lembrar que elas tm de ser vistas em coordenao e em seu efeito cumulativo.
1. Existem passagens que criam uma forte conjectura em favor
desta inferncia. Por exemplo, em Hb 2.10,17 afirmado que Deus, a fim de conduzir muitos filhos glria, foi servido que o Comandante da salvao deles fosse aperfeioado pelos sofri mentos e que em todas as coisas se tornasse semelhante aos irmos. A fora de tais expresses dificilmente satisfeita pela noo de que foi simplesmente consoante com a sabedoria e o amor de Deus realizar a salvao desta maneira. Os adeptos do conceito da necessidade hipottica no reconhecem estas dificuldades. Mas existe muito mais nesse texto. Ele ensina que as exigncias do propsito da graa que os ditames divinos requeriam que a salvao fosse realizada somente atravs de um Lder supremo da salvao que seria aperfeioado atravs de sofrimentos, e foi necessrio que este supremo Guia da salvao fosse feito em todas as coisas semelhante aos homens. Em outras palavras, somos conduzidos da idia de consonncia com o carter divino idia dos direitos divinos que tornam in dis pensvel que muitos filhos sejam conduzidos glria desta maneira especfica. Se este for o caso, ento somos levados a concluir que as exig ncias divinas so satisfeit as pelos sofrimentos do Chefe da salvao.
2. H passagens, como Jo 3.14-16, que de forma clara sugerem
que a alternativa de oferecer o Filho unignito de Deus e de ser ele levantado no madeiro maldito a perdio eterna dos perdidos. O perigo eterno a que os perdidos esto expostos remediado pela doao do Filho. Porm, dificilmente podemos escapar da idia adicional de que no existe outra alternativa.
3. Passagens tais como Hb 1.1-3; 2.9-18; 9.9-14,22-28 ensinam
claramente que a eficcia da obra de Cristo dependente da constituio nica de sua pessoa. Este fato, por si mesmo, no estabelece o ponto em questo. Porm, consideraes contextuais revelam outras implicaes. A nfase nestes textos tem por base a finalidade, a perfeio e a eficcia transcendentes do sacrifcio de Cristo. Tal finalidade, perfeio e eficcia so necessrias por causa da gravidade do pecado, e o pecado tem de ser eficazmente removido para que a salvao seja realizada. Esta a considerao que d fora necessidade mencionada em Hb 9.23, ao efeito que, enquanto as figuras das coisas celestiais se purificassem com o sangue de cabritos e bezerros, as prprias coisas celestiais fossem purificadas com nenhum outro sangue seno o do Filho. Em outras palavras, existe uma necessidade que no pode ser expiada seno pelo sangue de Jesus. Mas o sangue de Jesus o sangue que tem a indispensvel virtude e eficcia somente naquele que o Filho, a refulgncia da glria do Pai e a expressa imagem da sua substncia. Ele se tornou participante da carne e sangue, e assim ele foi qualificado por um nico sacrifcio a aperfeioar todos aqueles que so santificados. Certamente que no uma inferncia sem base concluir que a idia aqui apresentada que somente esta pessoa, oferecendo tal sacrifcio, pde resolver o problema do pecado, removendo-o e fazendo total purificao, garantiu que muitos filhos seriam trazidos glria, tendo acesso santssima presena divina. o mesmo que dizer que o derramamento do sangue de Jesus foi necessrio para os fins propostos e assegurados.
H tambm outras consideraes que podem ser derivadas
destas passagens, especialmente Hb 9.9-14, 22-28. So consideraes que surgem do fato de que o prprio sacrifcio de Cristo o grande exemplo do qual os sacrifcios levticos foram figuras. s vezes pensamos nos sacrifcios levticos como que fornecendo as figuras do sacrifcio de Cristo. Esta forma de pensar no incorreta - os sacrifcios levticos nos fornecem os elementos em termos por meio dos quais podemos interpretar o sacrifcio de Cristo, especialmente as categorias da expiao, propiciao e reconciliao. Porm esta linha de pensamento no a caracterstica de Hb 9. A idia especfica que os sacrifcios levticos foram figuras segundo o modelo celestial - foram figuras das coisas que se acham nos cus (Hb 9.23). Por isso, a necessidade de se oferecer sangue na economia levtica surgiu do fato de que o modelo, do qual elas eram figuras, foi uma oferenda de sangue, a oferenda do sangue transcendente pelo qual as coisas celestiais so purificadas. A necessidade de derramamento de sangue na ordenana levtica simplesmente uma necessidade que surge da necessidade de derramamento de sangue na mais alta esfera celestial. Ora, a nossa pergunta a seguinte: que espcie de necessidade est que surgiu na esfera celestial? Foi meramente hipottica ou foi absoluta? As seguintes observaes indicaro a resposta.
a) A nfase do contexto que a eficcia transcendente do
sacrifcio de Cristo requerida pelas exigncias oriundas do pecado. E estas exigncias no so hipotticas - so absolutas. A lgica desta nfase sobre a gravidade intrnseca do pecado e a necessidade de sua remoo no concordam com a idia de uma necessidade hipottica - a realidade e a gravidade do pecado fazem com que uma expiao efetiva seja indispensvel e, portanto, absolutamente necessria.
b) A natureza exata da oferta sacerdotal de Cristo e a eficcia de
seu sacrifcio esto inseparavelmente ligadas com a constituio de sua pessoa. Se houvesse a necessidade de tal sacrifcio a fim de remover o pecado, nenhum outro, seno Cristo, poderia oferecer tal sacrifcio. E isso revela a necessidade que tal pessoa oferea tal sacrifcio.
c) Nesta passagem, as coisas celestiais em conexo com as
quais o sangue de Cristo foi derramado so denominadas verdadeiras. O contraste subentendido no verdadeiro em oposio ao falso ou real, mas em oposio ao fictcio. O celestial contrastado com o terreno, o eternal com o temporrio, o completo com o parcial, o final com o provisrio, o permanente com aquilo que efmero. Quando consideramos o sacrifcio de Cristo como uma oferta em conexo com as coisas correspondentes quela caracte rizao - celestial, eterno, completo, final, permanente - impossvel pensar que este sacrifcio foi apenas hipoteticamente necessrio na realizao do desgnio de Deus em trazer muitos filhos glria. Se o sacrifcio de Cristo fosse apenas hipotetica mente necessrio, ento as coisas celestiais em conexo com o que relevante e significante, seriam tambm apenas hipoteticamente necessrias. E esta sem dvida uma hiptese demasiadamente difcil.
A sntese da questo que uma necessidade (Hb 9.23) para o
derramamento do sangue de Cristo para a remisso dos pecados (vv.14, 22, 26) aqui proposta, e urna necessidade sem reserva ou qualificao.
4. A salvao que a eleio da graa envolve em cada conceito
da necessidade da expiao a salvao do pecado para a santificao e comunho com Deus. Mas se pensarmos na salvao assim concebida em termos que so compatveis com a santidade e justia de Deus, esta salvao deve incluir no apenas o perdo do pecado, mas tambm a justificao. E deve ser uma justificao que reconhea a nossa situao como culpados e condenados. Esta justificao implica a.necessidade de uma justia que seja adequada nossa situao. De fato a graa reina, mas uma graa reinante parte da justia no apenas inverossmel, mas tambm inconcebvel. Ora, que justia igual justificao de pecadores? A nica justia concebvel que satisfar as necessidades da nossa situao como pecadores e que satisfar as exigncias de uma plena e irrevogvel justificao a justia de Cristo. Esta afirmao implica a sua obedincia e, portanto, a sua encarnao, morte e ressurreio. Em uma palavra, a necessidade da expiao inerente. Uma salvao do pecado que divorciada da justificao uma impossibilidade, e a justificao de pecadores sem a justia divina do Redentor inconcebvel. difcil fugir da relevncia da palavra de Paulo: Porque se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justia, na verdade, seria procedente de lei. (Gl 3.21). O que Paulo enfatiza que, se a justificao fosse possvel por qualquer outro mtodo e no pela f em Cristo, ento esse mtodo teria sido utilizado.
5. A cruz de Cristo a demonstrao suprema do amor de Deus
(Rm 5.8; 1 Jo 4.10). O carter supremo da demonstrao reside no extremo custo do sacrifcio oferecido. a respeito deste elevado custo que Paulo faz referncia quando escreve: Aquele que no poupou a seu prprio Filho, antes, por todos ns o entregou (Rm 8.32). O custo do sacrifcio nos persuade a respeito da grandeza do amor de Deus e garante a doao de todas as demais ddivas de forma gratuita.
Contudo, devemos perguntar: a cruz de Cristo seria a
manifestao suprema do amor de Deus se no houvesse necessidade de tal custo? No verdade que a nica inferncia com base na qual a cruz de Cristo pode nos ser recomendada como a manifes tao suprema do amor de Deus, e que as exigncias em questo requereram nada menos que o sacrifcio do Filho de Deus? Com base nesta pressuposio, podemos entender a palavra do apstolo Joo: Nisto consiste o amor, no em que ns tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciao pelos nossos pecados (1 Jo 4.10). Sem isto somos despidos dos elementos necessrios para compreendermos o significado do Calvrio e a maravilha de seu supremo amor insupervel para com os homens.
6. Finalmente, h o argumento da justia vindicatria de Deus.
O pecado o oposto de Deus; portanto, o Senhor tem de reagir contra ele com uma santa indignao. o mesmo que dizer que o pecado tem de confrontar-se com o juzo divino (vejam-se Dt 27.26; Na 1.2; Hc 1.13; Rm 1.17; 3.21-26; Gl 3.10,13). esta santidade inviolvel da lei de Deus o ditame imutvel da santidade e a exigncia irrevogvel da justia que faz obrigatria a concluso de que a salvao do pecado sem expiao e propiciao inconcebvel. Este o princpio que explica o sacrifcio do Senhor da glria, as agonias do Getsmani e o seu abandono no madeiro maldito. este o princpio que fundamenta a grande verdade de que Deus justo e o justificados daquele que cr em Jesus. Na obra de Cristo, os ditames da santidade e as exigncias da justia foram plenamente vindicados. Deus o estabeleceu como a propiciao a fim de declarar a sua justia.
Por estas razes somos levados a concluir que o tipo de
necessidade que as consideraes bblicas propem aquele que pode ser compreendido como absoluto ou indispensvel. Os proponentes da necessidade hipottica no reconhecem suficiente mente as exigncias envolvidas na salvao do pecado para a vida eterna; eles no consideram convenientemente os aspectos teocntricos da realizao de Cristo. Se conservarmos em mente a gravi dade do pecado e as exigncias oriundas da santidade de Deus que devem ser encaradas na execuo da salvao, ento a doutrina da necessidade indispensvel faz que o Calvrio seja inteligvel e que a maravilha incompreensvel tanto do Calvrio como do propsito soberano do amor de Deus que o Calvrio cumpriu sejam exalta dos. Na medida em que enfatizarmos as exigncias inflexveis da justia e santidade, o amor de Deus e todas as suas providncias se tornaro ainda mais maravilhosos.
NOTAS:
[1] - V. Hug Martin: The Atonement: in its relation to the
Covenant, The Priesthood, The Intercession of our Lord (Edinburgh, 1887), pg. 19. [voltar] [2] - V. Cur Deus Homo, Lib. I, Cap. I qua necessitate scilicet et ratione Deus, cum sit omnipotens, humilitatem et infirmitatem humanae naturae pro eius restauratione assumpserit. [voltar]
[3] Augustine: On The Trinity, Liv. XIII, Cap. 10;
- V. Aquinas: Suma Theologica, Parte III, Perg. 45, Arts. 2 e 3. [voltar]
[4] - V. Francis Turretin: Institutio Theologiae Elencticae, Loc.
XIV, Q. X; James Henley Thorwell: The Necessity of The Atonement - in Collected Writings, vol. H (richamond, 1886), pgs. 205-261; George Stevenson: A Dissertation on The Atonement (Philadelphia, 1832), pgs. 5-98; A. A. Hodge, The Atonement (London, 1868), pgs. 217-222. [voltar]