Professional Documents
Culture Documents
São Luís
2017
4
São Luís
2017
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO
4 COMUNICAÇÃO DO PROGRAMA
Para implantação de um programa de gestão energética, é necessário que
os empregados estejam engajados e cientes da sistemática que será implantada na
empresa para redução do consumo de energia.
A conservação de energia, a exemplo da segurança no trabalho, é um valor
que necessita ser assimilado por todos e essa assimilação será obtida em médio e
longo prazo, mediante a mudança de hábitos, sendo este um processo gradativo e
que deve constituir a nova política estratégica da empresa.
4.1 Campanha de lançamento do Programa de Gestão Energética
O lançamento do programa ocorrerá por meio de uma reunião com todos
os funcionários e conterá o seguinte roteiro:
Conceito de um Programa de Gestão Energética
O Programa de Gestão Energética como nova política da empresa
Explanação das recomendações gerais para gestão energética
Definição de metas de redução de consumo
4.3 Divulgação
A divulgação ocorrerá por meio de:
a) Adesivos fixados próximos às tomadas e equipamento onde será necessário
realizar o controle energético.
15
5 ANÁLISE ENERGÉTICA
O gerenciamento energético de qualquer instalação requer o pleno
conhecimento dos sistemas energéticos existentes, dos hábitos de utilização da
instalação, dos mecanismos de aquisição de energia e da experiência dos usuários
da edificação, levantamento este que será realizado pelo engenheiro contratado.
16
5.1 Conceitos
■ Energia ativa. É a energia capaz de produzir trabalho. A unidade de medida
usada é o quilowatt-hora (kWh).
■ Energia reativa. É a energia solicitada por alguns equipamentos elétricos,
necessária à manutenção dos fluxos magnéticos e que não produz trabalho. A
unidade de medida usada é o quilovar-hora (kvarh).
■ Energia aparente. É a energia resultante da soma vetorial das energias ativa
e reativa. É aquela que a concessionária realmente fornece para o Consumidor (kVA).
■ Potência. É a quantidade de energia solicitada na unidade de tempo. A
unidade usada é o quilowatt (kW).
■ Demanda. É a potência média, medida por aparelho integrador, apurada
durante qualquer intervalo de 15 (quinze) minutos.
■ Demanda contratada. Demanda a ser obrigatória e continuamente colocada
à disposição do cliente, por parte da concessionária, no ponto de entrega, conforme
valor e período de vigência fixado em contrato.
■ Carga instalada. Soma da potência de todos os aparelhos instalados nas
dependências da unidade consumidora que, em qualquer momento, podem utilizar
energia elétrica da concessionária.
■ Fator de carga. Relação entre a demanda média e a demanda máxima
ocorrida no período de tempo definido.
17
■ Fator de potência (FP). Relação entre energia ativa e reativa horária, a partir
de leituras dos respectivos aparelhos de medição.
■ Tarifa de demanda. Valor, em reais, do kW de demanda em determinado
segmento horo-sazonal.
■ Tarifa de consumo. Valor, em reais, do kWh ou MWh de energia utilizada
em determinado segmento horo-sazonal.
■ Tarifa de ultrapassagem. Tarifa a ser aplicada ao valor de demanda
registrada que superar o valor da demanda contratada, respeitada a tolerância.
■ Horário de ponta (HP). Período definido pela concessionária, composto por
três horas consecutivas, compreendidas entre 17 h e 22 h, exceção feita a sábados,
domingos, terça-feira de Carnaval, Sexta-Feira da Paixão, Corpus Christi, Finados e
demais feriados definidos por lei federal: 1º de janeiro, 21 de abril, 1º de maio, 7 de
setembro, 12 de outubro, 15 de novembro e 25 de dezembro. Neste intervalo a energia
elétrica é mais cara.
■ Horário fora de ponta (HFP). São as horas complementares às três horas
consecutivas que compõem o horário de ponta, acrescidas da totalidade das horas
dos sábados e domingos e dos onze feriados indicados acima. Neste intervalo a
energia elétrica é mais barata.
■ Curva de Carga do Sistema. A curva de carga do sistema elétrico para um
dia típico. O horário de ponta representa o período do dia em que o sistema demanda
mais carga.
■ Período seco (S). É o período de 7 (sete) meses consecutivos,
compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio a novembro de
cada ano.
■ Período úmido (U). É o período de 5 (cinco) meses consecutivos,
compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano
a abril do ano seguinte.
■ Segmentos horários e sazonais. Identificados também como "segmentos
horo-sazonais", são formados pela composição dos períodos úmido e seco com os
horários de ponta e fora de ponta e determinados conforme abaixo:
PS - Horário de ponta em período seco
PU - Horário de ponta em período úmido
FS - Horário fora de ponta em período seco
FU - Horário fora de ponta em período úmido
18
Isto é, por meio da sinalização tarifária (preços mais elevados e mais baixos
nos períodos seco e úmido, respectivamente), mostra-se o custo da energia, conforme
a lei de oferta e procura.
■ Tarifação horo-sazonal (THS). Sistema de tarifas que considera os
segmentos horo-sazonais para precificar a energia.
BT, os clientes estão sujeitos às tarifas do grupo B. Nele existem subgrupos que
variam de acordo com as classes:
a) Subgrupo B1 - residencial; residencial baixa renda;
b) Subgrupo B2 – rural; cooperativa de eletrificação rural; irrigação;
c) Subgrupo B3 - demais classes; e
d) Subgrupo B4 - iluminação pública.
O ICMS varia conforme a legislação tributária de cada estado. Por exemplo:
em Minas Gerais, a alíquota para a classe residencial é de 30%, e nas demais classes,
é de 18%. Observa-se que, apesar de o produto (energia) ser o mesmo, na BT o preço
da energia varia por tipo de classe (residencial, industrial/comércio e rural); por estado,
conforme o ICMS; e entre as concessionárias.
Preços para a alta tensão
Na alta tensão (AT), a tarifa aplicada não é monômia, como na baixa tensão
(BT), e sim binômia. Ou seja, cobra-se, além do consumo (kWh) registrado, a
demanda (kW) contratada ou a medida (a que for maior) mais o ICMS. Na AT, clientes
estão sujeitos às tarifas do grupo A. Nele os subgrupos não dependem das classes, e
sim do nível de tensão. São os subgrupos:
■ A1 – 230 kV ou mais;
■ A2 – 88 kV a 138 kV;
■ A3 – 69 kV;
■ A3a – 30 kV a 44 kV;
■ A4 – 2,3 kV a 25 kV; e
■ AS – subterrâneo.
No setor elétrico, diz-se que os consumidores dos subgrupos AS, A4 e A3
estão ligados em média tensão (MT). No caso do atendimento em AT, o preço médio
da energia elétrica não será igual às tarifas. Ele irá variar conforme o fator de carga.
São oferecidas neste tipo de atendimento duas modalidades tarifárias: a convencional
e a horo-sazonal.
Na modalidade convencional, as tarifas independem dos horários de ponta
e fora de ponta, bem como dos períodos seco e úmido. Na modalidade horo-sazonal,
existem dois tipos de tarifa: azul e verde (somente para a MT). As tarifas de demanda
são diferenciadas conforme os horários (HP e HFP), no caso da azul, ao passo que
as de consumo (energia) são diferenciadas conforme os horários e períodos (PS, PU,
FS e FU).
20
5.3.1 Tarifas
A ANEEL homologa as tarifas de energia por concessionária,após analisar
as planilhas de custos apresentada. Assim, as tarifas variam para cada área de
concessão. Seus reajustes ocorrem em meses diferentes. Para cada subgrupo é
estabelecido um grupo de tarifas. Os clientes da média tensão estão sujeitos a mais
opções de tarifas (azul, verde e convencional). Com o fim de ilustrar os exemplos, a
tabela abaixo apresenta as tarifas de uma concessionária do Brasil para o subgrupo
A4 (2,3 a 25 kV).
Esse tempo pode ser convencionado em 730 horas por mês, que
representa o número médio de horas em um mês genérico do ano [(365 dias/12
meses) x 24 horas]. Na prática, o número de horas dependerá do intervalo de leitura.
A melhoria (aumento) do fator de carga, além de diminuir o preço médio
pago pela energia elétrica consumida, conduz a um melhor aproveitamento da
instalação elétrica, inclusive de motores e equipamentos, e a uma otimização dos
investimentos nas instalações.
Algumas medidas sugeridas para aumentar o fator de carga:
Programe o uso dos equipamentos;
Diminua, sempre que possível, os períodos ociosos de cada equipamento e
opere-os de forma não simultânea;
Não acione simultaneamente motores que iniciem operação com carga;
Verifique as condições técnicas de suas instalações e dê a seus equipamentos
manutenção periódica; e
Evite os seguintes desperdícios de energia elétrica:
Equipamentos funcionando simultaneamente quando poderiam operar em
horários distintos;
Equipamentos funcionando sem produzir em determinados períodos;
Falta de programação para a utilização de energia elétrica; e
curtos-circuitos e fugas de energia elétrica.
𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑅$)
PM =
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 (𝑘𝑊)𝑥 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 (ℎ) 𝑥 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
6 USO DA ENERGIA
O objeto de estudo deste trabalho é o salão Companhia da Beleza,
localizado na Avenida São Luís Rei de França, no bairro Turú, em São Luís do
Maranhão. Será analisada a gestão energética deste estabelecimento e, se possível
efetuar mudanças necessárias para sua otimização, gerando menos custos com
energia elétrica e harmonia entre seus produtos eletroeletrônicos.
O empreendimento foi criado em 2012 e atua há 17 anos no mercado e
possui 4 funcionários, oferecendo serviços como corte, pintura, escova, selagem de
cabelos, além de serviços de maquiagem, depilação e manicure e pedicure, utilizando
materiais esterilizados.
Contendo aparelhos eletroeletrônicos como secador de cabelo, ar
condicionado, lâmpadas e TV’s, por exemplo, o salão necessita de um equilíbrio entre
seus equipamentos. Com funcionamento de segunda a sábado, o consumo energético
é alto e constante, onde erros no projeto pode gerar prejuízo irreversíveis ao sistema.
É de suma importância e não menos importante, necessário calcular quanto estes
aparelhos consomem de energia e o impacto de tal consumo nas finanças do
empreendimento.
fazem a lâmpada de LED custar bem mais. Dependendo do modelo, são quase R$ 30
de diferença entre ela e o modelo incandescente.
Visando economia de consumo e melhor eficiência energética, o governo
brasileiro retirou as lâmpadas incandescentes do mercado em 2016. Estima-se que
até 2030 haverá uma economia de cerca de 10 TWh/ano, o que equivale a mais do
que o dobro conseguido hoje com o Selo Procel. Vem sendo cada vez mais utilizada
e implementada atualmente em edifícios públicos iluminações do tipo LED. Como
exemplo de tal mudança nós temos o Cristo Redentor, que é iluminado por lâmpadas
LED, o que representou uma redução de 80% de consumo de energia e uma
minoração do custo de manutenção, tendo em vista a vida útil das lâmpadas.
6.3 Iluminação
A iluminação participa com uma importante parcela no consumo de energia
elétrica nas empresas, principalmente nos setores comercial, de serviços e público.
No setor industrial, sua participação é pequena, mas medidas de eficiência, nesse
uso, são visíveis e demonstram o comprometimento e a intenção de realizar um
programa para valer em todas as instalações e usos.
O sistema de iluminação de um local de trabalho deve proporcionar:
■ Luz uniforme sobre todos os planos de trabalho;
■ Luz suficientemente difusa, bem dirigida e distribuída, para evitar sombras e
contrastes nocivos;
■ Iluminação adequada sem ofuscamento, direto ou refletido; e
■ Reprodução de cor compatível com a natureza do trabalho.
■ sistemas que permitam desviar o calor gerado pela iluminação para fora do
ambiente, visando reduzir a carga dos condicionadores de ar;
■ seleção cuidadosa de lâmpadas e luminárias, buscando conforto visual, com
mínima carga térmica ambiental;
■ utilização de luminárias espelhadas, também chamadas de “luminárias de
alta eficiência”;
■ utilização de luminárias sem difusores, sempre que possível;
■ seleção criteriosa dos reatores, buscando a redução das perdas e de fator de
potência mais alto;
■ utilização de relés fotoelétricos, para controlar o número de lâmpadas acesas,
em função da luz natural no local; e
■ uso de sensores de presença em ambientes de utilização ocasional.
Horas de
Fluxo Custo
Equipamento Quantidade utilização Potência
Luminoso energético
diária
Lâmpada de 1055
14 07 horas 12 W R$ 24,35
LED lúmens
6.4 Ar Condicionado
O ar condicionado é um aparelho capaz de resfriar o ar, funciona com o
sistema de mangueiras contendo cloro, flúor e carbono, esta mistura evapora, se
transformando em gás em uma temperatura de apenas 7°C. Esta mistura de líquidos
(ainda dentro do sistema de mangueiras) percorre um circuito de serpentinas,
condensadores e evaporadores, absorvendo o calor do ar sugado do ambiente interno
e soltando o ar frio.
A cidade de São Luís possui temperatura média de 27°C (muito calorenta),
devido a isso, a utilização do ar condicionado torna-se imprescindível, uma das
possibilidade de melhoria da gestão energética poderia ser a diminuição do tempo de
aparelho ligado, em momentos mais frios do dia e com menos clientela.
A outra proposta é a troca dos dois aparelhos tradicionais do salão, que
ficam ligados em média 08 horas por dia e com uma potência de 12.000 BTU’s cada
um, por dois aparelhos modernos do tipo inverter e com mesma potência.
Baseado nestes dados realizamos o seguintes cálculo:
Consumo por mês Consumo por mês Custo
Equipamento Quantidade
(01 hora por dia) (08 horas por dia) energético
Ar
condicionado 02 52 kW.h 416 kW.h R$ 287,04
12.000 BTU’s
Obs: considerando o valor do kW.h = 0.69