O documento descreve a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro em 1904 contra a lei da vacina obrigatória, que levou a confrontos violentos entre a população e as forças de segurança. Também discute o surgimento da classe operária no Brasil ligada à expansão do café no século XIX, com imigrantes trabalhando nas lavouras e indústrias nascentes. Finalmente, detalha como os importadores estrangeiros tiveram papel fundamental no desenvolvimento inicial da indústria brasileira, fornecendo crédito e empregando imigr
Original Description:
Breve síntese sobre o movimento operário e a revolta da vacina, ambos ocorridos no Brasil
Original Title
Síntese de História 'Movimento Operário e a Revolta Da Vacina'
O documento descreve a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro em 1904 contra a lei da vacina obrigatória, que levou a confrontos violentos entre a população e as forças de segurança. Também discute o surgimento da classe operária no Brasil ligada à expansão do café no século XIX, com imigrantes trabalhando nas lavouras e indústrias nascentes. Finalmente, detalha como os importadores estrangeiros tiveram papel fundamental no desenvolvimento inicial da indústria brasileira, fornecendo crédito e empregando imigr
O documento descreve a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro em 1904 contra a lei da vacina obrigatória, que levou a confrontos violentos entre a população e as forças de segurança. Também discute o surgimento da classe operária no Brasil ligada à expansão do café no século XIX, com imigrantes trabalhando nas lavouras e indústrias nascentes. Finalmente, detalha como os importadores estrangeiros tiveram papel fundamental no desenvolvimento inicial da indústria brasileira, fornecendo crédito e empregando imigr
SEABRA, Eliane Pires. O movimento operrio na Primeira Repblica. In: Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria. So Paulo, 2011.
Com o advento do automvel e da eletricidade, a capital do Brasil necessitava de
avenidas mais espaosas e arejadas. Cerca de 600 habitaes coletivas e 700 casas foram demolidas no centro da cidade permitindo espao a suntuosos prdios em estilo neoclssico, substituindo vielas apertadas por largas avenidas asfaltadas, deixando pelo menos 14 mil pessoas sem teto que foram obrigados a se deslocar rumo a periferias ou para reas imprprias para construo, como morros e os mangues. Quando Rodrigues Alves nomeou para o cargo de diretor-geral de Sade Pblica o mdico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz, que deu prioridade ao combate da febre amarela, a varola e a peste bubnica, doenas que na poca se alastravam pela cidade. Em 1904, um projeto de lei que defendia a obrigatoriedade da vacina contra a varola dividiu e agitou a sociedade carioca. Os dois argumentos do governo eram a) a vacinao era indispensvel para a sade pblica, pois s no ultimo ano a varola havia matado 4201 pessoas; b) e a vacina obrigatria tinha sido adotada com sucesso na Alemanha, Frana e Itlia. J os argumentos da oposio do governo eram a) cada pessoa devia ter o direito de escolher se queria ser vacinadas ou no; b) e os soros, sobretudo os aplicadores no eram confiveis, os funcionrios, enfermeiros e policiais iriam usar de violncia para as pessoas a serem vacinadas. De maioria governista, o Congresso aprovou, em 31 de outubro de 1904, a Lei da Vacina Obrigatria, que autorizava os funcionrios da sade a vacinarem contra a varola todos os brasileiros a partir de seis meses de idade. Dez dias depois, Oswaldo Cruz regulamentou a aplicao da vacina. As demolies, o alto custo de vida e a obrigatoriedade da vacina levaram exploso da Revolta da Vacina, de cunho popular. A populao enfrentou a polcia, transformando a cidade numa praa de guerra e avanando em direo ao Palcio do Catete, sede da presidncia. O governo, por sua vez, reagiu pedindo o apoio do Exercito e Marinha e ordenou o bombardeio de bairros e reas costeiras. A resistncia popular, no entanto, foi intensa, resultando que no 16 de novembro do mesmo ano, o governo revogou a obrigatoriedade da vacina e diante disso a revolta refluiu. J por volta de 1915 as primeiras fases da classe operria no Brasil esto ligadas a uma cultura advinda da aristocracia cafeeira em decorrncia de sua expanso. A formao da mo-de-obra para a produo agrcola foi solucionada em princpio pela fora de trabalho imigrante, que em virtude das suas insatisfaes no campo migram para as reas urbanas, compondo o quadro de operrios da indstria nascente. O processo de fomentao da indstria originou-se da supresso das necessidades no abastecimento para os cafeicultores. A necessidade de mais trabalhadores na produo, devido expanso cafeeira, levou a um aumento significativo de trabalhadores nos cafezais e em reas urbanas, provocando um alastramento do uso do dinheiro pela massa da populao. A expanso do caf significou um incremento econmico e social em funo da estrutura organizada para sua negociao a princpio incrementada pelos prprios cafeicultores favorecendo o aparecimento industrial. A implantao do sistema de distribuio e comercializao do caf beneficiou indiretamente o desenvolvimento industrial com suas obras de viabilizao. Muitos fatores foram importantes e decisivos para a implantao de indstrias no Brasil. Primeiro, o abastecimento deficitrio para a manuteno das fazendas que contavam com o mercado importador, j que as fazendas brasileiras no possuam uma cultura de cultura subsistente e dedicavam sua fora de trabalho para o mercado exportador. Havia uma necessidade de fora bruta para a lavoura que fazia com que o trabalhador no se dedicasse s culturas de subsistncia, significando uma falha no suprimento e na manuteno deste mercado crescente e ocasionando maior dependncia de importaes para abastecimento da burguesia cafeeira. O outro fator a transio do trabalho cativo para o trabalho livre momento que resultou num prejuzo de disposio de mo-de-obra. As circunstncias que favoreceram a criao do processo industrial pelos importadores basearam-se na necessidade de implantao de mecanismos de abastecimentos mais prximos e eficientes em torno da burguesia cafeeira. Os importadores, geralmente estrangeiros, possuam condies favorveis obteno de crditos e um conhecimento do mercado, fruto de sua atuao no comrcio. A relao de interesses em torno dos importadores lhes dava abrangncia de mercado pela sua atuao junto ao fabricante nacional que usava de seus servios de distribuio. A maioria dos industriais paulistas comeou suas atividades industriais devido a uma experincia como importador. Os empresrios mantinham as atividades de importao e industriais conjuntamente, numa forma de manuteno das relaes que favorecessem sua indstria. A proximidade que os importadores mantinham com o capital estrangeiro viabilizou as concesses de crditos e o incremento de seus negcios. Os importadores, em geral imigrantes, viriam a ser os grandes industriais e tendiam a empregar compatriotas por acreditarem que estes empregados seriam mais confiveis e tambm pela questo cultural que facilitaria o desenvolvimento do trabalho.