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Versiones: #1#2
O que ser
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeas, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que esto falando alto pelos botecos
Que gritam nos mercados, que com certeza
Est na natureza, ser que ser
O que no tem certeza, nem nunca ter
O que no tem conserto, nem nunca ter
O que no tem tamanho
O que ser que ser
Que vive nas idias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que est na romaria dos mutilados
Que est na fantasia dos infelizes
Que est no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos, ser que ser
O que no tem decncia, nem nunca ter
O que no tem censura, nem nunca ter
O que no faz sentido
O que ser que ser
Que todos os avisos no vo evitar
Porque todos os risos vo desafiar
Porque todos os sinos iro repicar
Porque todos os hinos iro consagrar
E todos os meninos vo desembestar
E todos os destinos iro se encontrar
E o mesmo Padre Eterno que nunca foi l
Olhando aquele inferno, vai abenoar
O que no tem governo, nem nunca ter
O que no tem vergonha nem nunca ter
O que no tem juzo
O que ser que me d
Que me bole por dentro, ser que me d
Que brota flor da pele, ser que me d
E que me sobe s faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraioar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que no tem mais jeito de dissimular
E que nem direito ningum recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que no tem medida, nem nunca ter
O que no tem remdio, nem nunca ter
O que no tem receita
O que ser que ser
Que d dentro da gente e que no devia
Que desacata a gente, que revelia
Que feito uma aguardente que no sacia
Que feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vo conciliar
Nem todos os unguentos vo aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, ser que ser
O que no tem descanso, nem nunca ter
O que no tem cansao, nem nunca ter
O que no tem limite
O que ser que me d
Que me queima por dentro, ser que me d
Que me perturba o sono, ser que me d
Que todos os tremores que vm agitar
Que todos os ardores me vm atiar
Que todos os suores me vm encharcar
que todos os meus nervos esto a rogar
Que todos os meus rgos esto a clamar
E uma aflio medonha me faz implorar
O que no tem vergonha, nem nunca ter
O que no tem governo, nem nunca ter
O que no tem juzo