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_ E SABER 2 tlosofia da reflexéo da subjetividade na npletude de suas formas enquanto yfias kantiana, jacobiana e fichteana cura elevou a época recente tio acima da antiga oposi- ntre razio e fé, entre filosofia ¢ religiao positiva, que ontraposigéo entre fé e saber ganhou um sentido in- ente outro e sofreu um deslocamento no interior da Ha ela mesma. Que a razio seja uma criada da {é, 20 se dizia em outras épocas e contra o que a filoso- ava insuperavelmente a sua absoluta autonomia nelhantes idéias ou expressdes desapareceram e a ra- mbora diferente daquilo a que se atribui esse nome, sou se téo valida na religiao positiva, que mesmo uma a da filosofia contra o positivo, o milagre e coisas antes ¢ considerada algo sem importancia e obs- e que Kant, com a sua tentativa de vivificar a forma va da religiaéo mediante um significado tomado de sofia, nado teve nenhum &xito, nado porque o sentido ar daquelas formas foi alterado, e sim porque essas as formas também nfo pareciam mais dignas dessa . Permanece, contudo, a questo de se a vitoriosa ra- sofreu justamente 0 mesmo destino que o poderio zioso das nacdes barbaras costuma ter diante das forgas crotadas de nagdes mais instruidas: conservar 0 dominio ona 40 superior, mas submeter 0 espirito aos ven- “os. A vitoria gloriosa que a razio esclarecida obteve di 20 FE E SABER ante daquilo que ela, de acordo com a limitagao de sua com- preensao religiosa, considera contraposto a si mesma como fé é, examinada cuidadosamente, nenhuma outra sendo a de que ela néo permaneceu yaz4o, nem 0 positivo, contra o qual lutava, permaneceu religiao; tampouco quer dizer que ela, vencedora, permaneceu razio, ¢ 0 nascimento que paira triunfante sobre esse cadaver, enquanto o filho em co mum da paz que a ambos unifica, tem em si tao pouco de raziio quanto de fé auténtica. A raz&o — que desse modo ja tinha descido em si e por apreender a religido apenas como algo positivo, mas nao idealmente — nao pode fazer nada de melhor depois da luta do que daqui para diante olhar para si mesma, chegar ao seu conhecimento de si, reconhecendo o seu n&o-ser ao por, ja que ¢ apenas entendimento, o que é melhor do que ela em uma fé fora e acima de si, como wn para-além, tal como aconteceu nas filosofias de Kant, Jacobi e Fichte, e reconhecendo que ela se fez novamente criada de wma fé. Segundo Kant, o supra-sensivel é incapaz de ser conhecido pela razdo, a idéia suprema nao tem simultane amente realidade. Segundo Jacobi, a razao se envergonha de mendigar, e para cavar ela nao tem nem m4os nem. pés,* ao homem é dado apenas 0 sentimento e a consciéncia de sua ignorancia do verdadeiro, apenas 0 pressentimento do yerdadeiro na razdo, a qual ¢ tio-somente instinto e algo universalmente subjetivo. Segundo Fichte, Deus é algo in concebivel e impensdvel, o saber nado sabe nada senao que ele sabe nada e que deve buscar refiigio na fé. E para to dos eles o absoluto, segundo a antiga distingaéo, nao pode ser contra ¢ tampouco para a razdo, mas ele esta acima da yazio. — © procedimento negative do Esclarecimenta, cuja lado positivo era infrutifero na sua afetagao presungosa, for 4Jacobi, Obras, vol. IV, parte 1, p. 214. neceu para si uma semente, pois apreendeu a sua negativi- iade ela mesma e, em parte, se livrou da vanidade medi- ante a pureza e a infinitude do negativo e, em parte, justa- mente por isso pode ter para o saber positivo apenas algo mito e empirico, mas pode ter o eterno apenas como um para além; de modo que o eterno é vazio para o conhecer, e =sse espaco vazio e infinito do saber sé pode ser preenchido m a subjetividade do anelo e da pressuposic¢ ;e 0 que de resto valia como a morte da filosofia, que a raz&o deveria mciar ao seu ser no absoluto, excluir-se pura e simples- ate dele e relacionar-se apenas negativamente com cle, rnou-se daqui por diante o ponto supremo da filosofia; ¢ nao-ser do Esclarecimento, ao tornar-se consciente disso, rnou-se sistema. Filosofias imperfeitas, por serem imperfeitas, perten- m em geral imediatamente a uma necessidade empirica =. por isso, é possivel compreender a face da sua imperfei- io a partir delas e nelas mesmas. O empirico, que esta no indo como efe widade ordinaria, existe nessas filosofias = unidade com a consciéncia e na forma do conceito, e mm elas sio justificadas. O principio subjetivo comum as ‘osofias mencionadas anteriormente nao é, em parte, de odo algum a forma limitada do espirito de um periodo zto ou de wim grupo pequeno; em parte, a potente forma tual, que é o seu principio, tem sem diivida nela a “rieigao de sua consciéncia e de sua formagao filosdfica, e angou a expressdéo consumada do seu conhecimento. A grande forma do espirito do mundo, que se reconhe =a naquelas filosofias, é 0 principio do Norte e, de um to de vista religioso, no caso do protestantismo, é a sub- dade, na qual a beleza e a verdade se apresentam em mentos e mentalidades, no amor e no entendimento.

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