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RICARDO PRZEMYSLAW
o peso que se coloca sobre o psiclogo, com a exigncia de neutralidade, transborda para todas
as suas atividades profissionais. A perseguio do ideal de neutralidade tem sua origem com as
primeiras tentativas de afirmao cientfica da psicologia. A discusso sobre a cientificidade das
cincias humanas, em especial da psicologia, levou os psiclogos a rigorosos cuidados na discri-
minao do que cientfico e do que ideolgico, tendo como decorrncia apaixonadas
tomadas de posio em nome da objetividade e da neutralidade. Tais cuidados, essenciais
formulao cientfica, no so suficientes para garantir uma neutralidade, a rigor do impossvel.
Mas a conscincia da impossibilidade da neutralidade absoluta fundamental para a ~dentifica
o das polarizaes e, a partir da, para a contextuao e reciprocidade das crticas.
Mas a neutralidade foi aos poucos deixando de ser um ideal somente cientfico para se
tomar uma espcie de valor supremo da prtica profissional do psiclogo. Mas no podemos
confundir ideal de neutralidade com seu fato e cair na iluso de uma postura isenta, "honesta"
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