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ue ier Seta rosragia, A rlagio entre vor ¢ imagem «© altera completamente, por forga dessa inscrigio de um ousre ealo © de um ousco ‘rtério no olhar que vem se sobxepor 20s ‘comentirios amargos do. protagonisa, O texto extraido das dltimas piginss de um livro escrito not anos trinta projetase, nti, sobre o que esti fora do ses tempo, roduzindo uma interagio que jogo inter- ‘alo 1930-1970 para dentro do filme, Neste sentido, Sao Bemando escancar, por sa he~ terogeneidade na composicio do ola, uma Jnsincianarrativa exuadiogtica sem ds 4 alheia 3 mediagio de Pavlo Honério otada de nso poder de incerever soa v9=- ‘ver em nova moldun, alo permitinds ~ ¢ agors sem muiores divides — gualquer hipétese quanto 3 unidade de foco ¢ con- vergéncia dos canais,o quanto 3 hegemo- is da "primeira pesos” no procesto narta~ sivo. O final do filme escancars a presenga 4e, pelo menos, uma dupl intincia nesses, segmentos em que se manifeta a vor-over autodiegética ~ no limite, sta munca estaris $6, pela natreza do meio (cinema), sempre hnsvendo outs fonte a determinsr 0 princi pio otganizador das imagens. Fda expici- tagio desea outa fonte, dessa disrepincia entre a5 instincias, que © filme de L2on, Hicseman excrai um dos seus maiores ‘efeitos, o que the permite, textualmente, ‘enunciar uma permanincis nae extratucas socais€ na qualidade de vida nese espago _geogeifico em que sabemos estar a fazenda ‘So Bernardo. Deste modo, produs, nas fiases de Paulo Honério, este salto de ‘quarenta anes, come se nie howvese ise {ria nese spago ou com se exiveste m= plicads, na histéria maior da modernizaci, css imobildade, permanéneia do iniquo, que se expresa na condigio desis figuras hhomanas que encaram uma cimera de cin- ema no Bra do “milagre econémico”, em torno de 1976, feito dese excerto de estilo doco menitio no olhar de Sie Berard € seme- Thante 20 de uma pégina de jornal que se sobrepie ~ aqui numa quate colagem stil © sem demagogis ~ 3 composigio pictérica do tableau que termina por perder a sua homo- ‘gencidade, nio mais se apresentando como ‘um exemplar bem cuidado de um certo ss- tema clisico de representagio, mss como uma obra moderna que coments 4 repre- sentago e convida 3 relexio sobre a histo ricidade das imagens e dss palms. Qflme e Leon mostra auto bem o quanto vale a pena examinar com evidado cada exemplo Ge uma suposta narragio autodiegética (primeira pesoa) no cinema. Esa, para se SeGinir em cermos equivalents 3 “primeira pessoa” do texto little, requer que scei- emos uma convencio ~ a de que esa voz tenha poder sobre a organizagio dos outros canais de comunicagio do filme com a platéia, Convencio que, i istivel ao cata de uma convergéncia bem cuidada de ei los, envolvendo os virios cami, wrna-se insustenivel quando hi disjungio Aagrante ‘entre a5 vitias insincias. Neste sentido, @ analsa deve scompanhar o cineuta € entender como este, al como su3s cons teugdes revelam, soube muito bem explore, a dislcca de identidade e diferenga entre 0 Iiteririo © 0 flmico dentso do espago

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