Resenhas
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim e
colaboradiores. Géneros als e Eserios na
Escola. Campinas: Mercado de Letras, co-
lego as faces da lingistca apicada, 2004
‘Ana Gabriela de Souza Seal"
8 Telma Ferraz Leaf”
O ivr & organizedo a part de uma co-
letanea de argos publicados pelos autores
« seus colaboradores & medida que busca-
ram retratar uma proposta de organizacdo
courricular para o ensino da lingua francesa
na Suiga Francbfona. Foi dividido em ts
partes denominadas respectivamente: os
géneros do discurso e a escola, planejar 0
ensino de um género e propostas de ensino
de géneros. Centradas na perspectiva do
texto enquanto meio de interagao socal e
objeto de reflexdo em sala de aula, as dis-
cusses focaizam o trabalho com os textos
na escola tomando por base a iia dos 9é-
neros textuals sistematizada por Backntin
(1953/1978). Neste sentido, 0 texto € per-
cebido a partir do seu funcionamento e de
suas fnaidades. Seu contest de produgdo
6, portanto, considerado no processo de en-
sino/ reflex deste
O género emerge enquanto instrumento
que mobilize os esquemas de utiizagdo e
aparece como um artefato material ou sim-
bélico, na qual estéo envolvidos o(s)
sujeit(s) e a situagéo, Nessa relagio esta
implicada a finalidade social do género e 0
ptocesso de aprendizager deste. Os auto-
‘es chegam a considerar a metéfora de me-
gainstrumento a medida que se percebe este
incluso numa rede de outros megainstru-
mentos que contriouem para a sobrevivén-
cia social. Igualmente, os géneros S40
lassiicados enquanto primérios e secun-
estan em Educapdo da Universidade Fodor! de
Permambuco, @ Formadora do Cento de Estuass em
unagoe Unguagem ~ CEELUFFE,
Prolssora do Departamento de Matos e Tércas de
nena’ Prolescoa do Nideo de Pasqeas em Oiitea
drios. A esta titima classificagdo, os auto-
res relacionam a imediatez dos contextos
de produgao. Os primeiros se referriam as
situagées mais esponténeas, aos segundos
io exigidas produgdes mais rebuscadas,
se concretizariam em contextos com maior
grau de formalidade.
Pra a proposta de organizagéo curricu-
lat, 08 autores consideraram nao s6 estes
aspects dos géneros como procuraram
agrupar a infnitude destes por suas carac-
teristicas tpolégicas predominantes, assim
como pelas finalidades sociais e operagies
linguistcas necessarias. Desta forma, foram
sistematizados cinco ordens de agrupamen-
tos: narra, relatar, expor, descrever agbes
@ argumentar. Schneuwiy @ Dolz discutem
que para a proposta curricular, todas as or-
dens precisariam ser consideradas e traba-
thadas jé desde as séries inicias.
AA progressio curricular no ensino da lin
qua méter @ tomada por base de uma pro-
posta construida de acordo coma perspective
o interacionismo instrumental. Esta consi-
dera fundamental néo s6 propor atvidades
de leita @ produgdes textuais que conside-
rem os contextos de produgdo, mas também
a reflexdo acerca do género utiizado. Diante
desta proposigéo, algumas conseqiéncias
‘20 apontadas como ter uma visdo global do
‘que & preciso ensinar! aprender, ou seja, 0s
objetvos do ensino; possuir expectatvas
nimas para o trabalho com grupos heterogé-
rneos de alunos; antecipaco dos obstaculos
de aprendizagens; elaboragéo de situagdes
de colaboragao entre os alunos de mesmo
ou diverso ciclo e trazer consigo a possibi-
dade da progressao no proceso de social
zagao dos discentes. Claramente fica exposta
dot Contaidos Eepeclicas do PPGEIUFPE —
Coorasnadora do Canta do Esidos em Eouese80 @
Linquegem - CEELUFPE,a idéia da escola como espago de interagdes
sociais, no entanto, como 08 géneros circu-
lam dento e fora dela, o ensino destes preci-
sar tomar ciéncia de todas as suas
possibildades de circulardo. Isto requer con-
siderar que ao inclir um género de cicula-
‘Ho extra-escolar no espago educativo este
jf & moditicado em sua fungéo e finaidade,
apresenta-se enquanto um objeto de estudo
necesséro & aprendizagem dos discentes.
0 ensino dos géneros seria pensado &
ineluido no planejamento dos professores a
partir de estratégias didéticas. Uma delas,
seria a seqUéncia didética, Esta se organi-
2afainicialmente a partir de uma apresenta
fo da situagdo, na qual estaia em jogo a
escolha de um género e mobilizagdo dos alu-
‘nos ao estudo deste, Tal momento implicaria
2 apresentagao de uma problematica comu-
nicacional bem definida. Este também se
caracterizaria pela escolha dos conteddos
os textos a serem produzidos, Posteror-
mente 0s alunos realizariam a Produc Ini-
cial, ou seja, a produgdo textual que daria
inicio a uma série de médulos em quantida-
des necessérias e definidas pelo protessor
acerca de um determinado aspecto a ser tra-
balhiado de acordo com 0 género em explo-
ragao. O iltimo momento @ destinado a
Produgdo Final, na qual os alunos seriam
levados a resolver um outro problema, desta
vez, utlizando todo 0 conhecimento produ-
ido 008 moduios.
Por todo 0 ivro 08 autores retomam a or-
‘ganizacdo do ensino de géneros por seqién-
‘ias idticas e buscam dar maior vsibiidade
ao trabalho com os géneros orais assim como
aos pertencentes & ordem do argumentar
288
Para o primeiro, sao ciscutidas questées tan-
to de ordem procedimental e atitudinal (im-
postagdo da voz, aparetho vocalizador,
liculdades de exposigdes em pibiico - das
uals estrangulamento da voz, etc) como con-
ceituais:implicagdes do ensino do oral para a
lingua escrtae vice versa, relagbas de inter-
cdependéncia entre oral e escrito, variabda-
de da linguagem oral. Para o trabalho com
géneros da ordem do argumentar, algumas,
preocupagées no detalhamento do trabalho
‘com estes géneros através dos médulos gi-
ram em tomo da estrutura discursiva, ou seja
dos argumentos, modalizadores ligicos, co-
nectvos, elementos coesivos, justtictivas sé0
considerados em boa parte da obra.
Por fim, & tia parte do vo, as preocu-
pages dos autores com o ensino dos géneros
cris € da ordem do argumentar tomam corpo
nas propostas de ensino de géneros, nas quais
08 resultados postvos do trabalho com ex-
posigdes orals enarratvas de enigmas. O pri
‘mero pemitiu aos alunos a elaboragdo anterior
eum discurso a ser oraizado de forma mono-
Jogal,a uma preparagdo & exposigdo individu
al, Quanto ao segundo os autores perceberam
que os prncpas instrumentos metalinglisticos
uiizados pelos alunos na construgdo da nar-
rativasdo os mesmos que os especalistas usu
fruem, apesar de considerar que para o ensino
hhowve uma simpticago do género em vistas
de sua acessibiidade. Anda langam uma ds-
‘usséo sobre uma proposta de seqiéncia di-
datica acerca do debate pibiico, na qual
estiveram presents algumas pontuagdes $0-
brea escolha das temétcas ea arculagdo dos
contetidosos meios inglistice ulizados para
sua sociaizagéo.
esene
‘Ana G.de Leal
‘ma Les