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. Aes em 06/04/2085, Disponiel em. titp/mawiplanatogovDy/ec_03/cnsticen/corstticn Min>. Aces en: 08/04/2015 Depontel on. Acceso om: 08/04/2015/Panorama Setorial RepercursGo Em nota®, as principais enticiades do setor publicitario de radiodifusao posicionaram-se contra a Resolugao 4163/2014, alegando reconhecer apenas 0 Congreso Nacional como 6rgao com legitimidade constitucional para legislar sobre o tema, apontando a regulacao exer- ida pelo Conselho Nacional de Autorregulamentacao Publicitaria (Conar) como a mais eficiente em materia de publicidade comercial © Conar é entidade responsavel pelo cumprimento do Cédigo Brasileiro de Autorregulamentacéo Publictéria e, como tal, define como preceitos da ética publictéria a honestidade, o respeito as leis do pais e ao principio. da leal concorréncia, bem como 0 respeito & atividade publicitaria, entre outros. Em andamento Projetos em tramite na Camara dos Deputados: PROJETO DE LE! S42V/2001 Autor: Luiz Carlos Hauly - PSDB/PR Profbe a publicidade ou propaganda ara a venda de produtos infantis. PROJETO DE DECRETO LE Autor Milton Monti - PR/SP Susta 0s efeitos da resolugaio que dispde sobre a abusi- vidade do direcionamento de publicidade e de comuni- ‘cago mercadolégica a erianca e ao adolescente. © Disponiel om: Pcesso er 08/04/2015, + Disponivel em tty. conauonst)> fossa em. 06/04/2018, SLATIVO THe0/2014 © Panorama Setorial da Intemet € produzido pelo Centro Regional de Estudos CREATIVE COMMONS para 0 Desenvolvimento da Sociedade da Informagao (CETIC.br): Alexandre F, Atribuigéo Barbosa, Alessandra Almeida, Alisson Bittencourt, Camila Garroux, Fabio Senne, _Us0na0 comercial, naa Isabela Coelho, Luiza Mesquita, Manuella Ribeiro, Maira Outiveis, Marcelo Pitta, — 0bv=s derivadas ty-nc-nd) Maria Eugénia Sozio, Raphael Albino, Suzana Jaize Alves, Tatiana Jereissati, OSG) Vanessa Henriques, Winston Oyadoms na 3518 | FeerERO| 25/Impressora 3D Fae eA rem a Texro Liga Cruz Com a revolucao das impressoras 3D, fica mais facil criar objetos e fabrica-los em casa que estamos as vésperas de uma terceira revolugéo industrial, na qual as pessoas se- 140 0 centro da mudanga. Nela, a indstria atual € a produgéio em larga escala passam a conviver com a fabricagéo em pequena escala de objetos criados por amadores. Em vez de comprar uma nova capa pata 0 celular ou um puxador de gave- ta, vocd poderé fabricd Jos em casa, com 0 mate- tial, a cor @ 0 design que escolher. Mais do que ‘sso: poderé inventar produtos novos, com pegas € acessorios inéditos, oriados especificamente para 0 projeto que voce desenvolveu E essa a revolucao anunciada pelas impresso- ras 3D, que os ulumos anos gannaram faina e es- ago pelo mundo. Versbes acessiveis de maquinas capazes de fabricar objetos com materias distin- tas como plastico, metal e até chocolate chegaram a0 mereado prometendo dar mais liberdade de criagao ao consumidor. “E um modelo com vanta- gens para a sociedade ern geral. porque favorece 0 desenvolvimento do conhecimento de forma ré- Vere deve ter escutado a0 menos uma vez ida, por meio do compartiihamento de ideias”. diz o gerente de projetos e desenvolvimento do NIC br. Antonio Moreiras. Imagine a cena: em vez de esperar meses por um modelo de ténis inédito no Brasil, vocé pode comprar do fabricante um arquivo digital, sem en- Trentar todas as barreiras log(sticas e alfandegérias, que hoje attasam o langamento de um produto por ‘aqui. No seu computador, voo8 poderé personall- Zar 0 calgado para 0 tamanho do seu pé, cores @ 0 material desejado. Depo's pode fabricar em casa ou em uma loja prOxima e ter os ten's em pouco ‘tempo nos és. OU entao poderd vooe mesmo criar 0 design ¢ fabricar uma cadeira, mesa ou qualquer ULI mOvel para a sua casa ‘A discussao tema do livio Makers: a nova re- volugao industrial do jornalista Chris Anderson. Na obra, ele diz que 0 conceito de como as coisas $0 fabricadas est mudando. “Assim como a Internet, democratizou a invengao em bits (software), uma nova classe de teonologias de répida prototipagem. de impressdo 3D e cortadoras a laser esté demo- ‘2s | FEVERSON 1374G. modelo com vantagens para a sociedade em geral, porque favorece o desenvolvimento do conhecimento de forma rapida, por meio do compartilhamento de ideias.” Antonio Moreiras gerente de projtos desenvolvimento do NIC.br cratizando a invengao em tomos (hardware). Vos acha que as ditimas duas décadas foram inerfveis? Entaio espere s6°, afirma debate vai longe. Hé quem aposte, por exem- plo, que no futuro uma empresa como a Boeing, poder produzir asas de avido em impressoras 3D aigantes. Por enquanto, sO temos certeza de que as impressoras 30 estimutam nova forma ce consumo. "A customizagao é uma tendéneia. A impressora 30 traz a possibilidade de inverter a l6gica de con- sumo, pela qual se criavam neoessidades com 0 ‘marketing. Agora as pessoas podem criar produtos petsonalizados e de acordo com 0 seu desejo, sem precisar cumprit prazos de mercado para ter acesso, ‘um modelo”, dizo arquiteto Eduardo Lopes. cofun- dador do Garage Fab Lab. Fab labs 6 uma abveviatura em inglés pare labo- ratOrios de fabricagao. 0 Garage, aberto ha um ano, no centro de So Paulo, segue 0 conceito inventado, polo professor Nell Gershenfeld, do Massachusetts Insutute of Technology (MIT). La estao alsponivels impressoras 3D, cortadoras a laser de vinil 1re- sadora CNC (usada para cortes com preciséo mil métrica), ferramentas, computadores € softwares, proprios para fazer modelos tridimensionais. Placas microcontroladoras Arduino e minicomputadores: Raspberry Pi também esto disponivels para quem deseja embarcar tecnologia no seu projeto. ‘Qualquer pessoa pode fabricar seu objeto no lo- cal ou criar 0 que deseja com a ajuda dos designers, 08 equipamentos disponivels. A hora de uma im- pressora 3D custa R$ 25 e a ca cortadora laser, RS 50. No ambiente frequentado majoritariamente por estuidantes e profssionais de design e engenhatia, (05 méveis para casa Sao 0s itens mais populates para fabricagiio. Akém deles, 0s interessados em drones também tém recorrido a impressora 3 para criar suas aeronaves nao tripuladas. “Multa gente fabrica coisas pequenas, como a pega de um jogo ou algum projeto interessante open source que vitina Intemet. Mas sinto principalmente © interesse das pessoas de frequentarem um espia- 90 como esse para trocarem informagdes com ou tras, que gostam das mesimes coisas”, conta Lopes Recentemente, a Prefeitura de S80 Paulo lan- ou edital para implantagao de 12 fab labs na cidade. 0 edital preve investimento inicial de RS 2 milndes na compra dos equipamentos e outros. R$ 3 milhOes por ano para manutengao dos labo- Tat6rios, ineluindo os insumos necessénios para gerantir a produc nas impressoras. A previséo é ‘que 0s primeitos laborat6tios estejam prontos no segundo semestre de 2015. Made in Brazil Aimpressora 3D foi inventada na California, em 1984, por Chuck Hull, tendo como base a estereo- Iitografia. Essa tecnologia permite produzir objetos ‘sOlidos com 0 depdsito, camada por camada, de uma resina fotorreatwva, endutecida quando expos- ta. uma fonte de luz ulvevioleta Hull undou poucos anos depois a 3D Systems Corp...que patenteou a tecnologia e diverses for mas de fabricacZo - 0 que, segundo entusiastas do movimento, atrapalha a evolucao da tecnolo- gia nos tempos atuais, j4 que melhorias nas mé- quinas s6 podem ser implementadas quando as patentes das tecnologias cairem. 21 |FeerenO| 02GG ssericaczo éuma tendéncia. A impressdo 3D traz a possibilidade de inverter a ldgica de consumo, pela qual se criavam necessidades com o marketing.” Eduardo Lopes, cofundador do Garage Fab Lab Ha hoje diversas projetos curiosos. Um de- les € 0 da RepRap, uma impressora 3D capaz de se autorreproduzir, ou seja, de imprimir ou- ‘ra impressora do mesmo modelo. 0 projeto é aberto e esté disponivel na Internet Num mercado majoritariamente ocupa- do por maquinas importadas, um grupo de estudantes brasileiros da Universidade de S80 Paulo (USP) se aventurou para langar uma versao nacional de impressora 3D, a Metamédquina, criada por Felipe Moura, Feli- pe Sanches e Rodrigo Rodrigues da Silva. 0 ‘trio buscou recursos por crowdrunding para ‘inanciar 0 projeto. Pediu R$ 23 mil, € arre- cadou R$ 30 mil Instalados em uma sala na Barta Funda. eles desenvolveram dois modelos da impresso- Fa, que custam até R$ 3.7 mil. Depois de cerca de dois anos vendendo o produto para arquite- tos e engenheitos. porém, os empreendedores decidiram mudar 0 modelo de negocio. Resolvemos aprofundar-nos mais nesse neg6cio de prototipacao, porque percedemos que muitas pessoas nos procuravam $6 para produit um objeto. Chegamos até a fazer al- uns projetos de impresoras personalizadas, mas peroebemos com o tempo que a tenden- la 6 que as pessoas no tenham impres- sofas 3D em casa, assim como muitas nao possuem mais uma impressora para papel”. explica Silva. “Nossa ideia agora é investir mais em servigo de impressao 3D. principal- mente para atender a hobbistas € profissio- nais da satide, drea que considero a mais pro- missora para aplicagao da tecnologia. X Uma impressora 3 ultrarrapida Uma nova técnica apresentada em marco pela startup Carbon3D pode mudar as pers- pectivas da impress4o 3D. A companhia de- senvolveul uma impressora ultrarrépida capaz de criar objetos em poucos minutos com acabamento superior Na nova tecnologia chamada Clip (Produ @&0 de Interface de Liquido Continuo, na sigla em inglés), os objetos se formam a partir da matéria‘prima despejada num recipiente. E como se emergissem dela, num processo sem Interrupeao. © Clip usa luz ultravioleta para endurecer parte da resina, formando o objeto, € oxigenio para manter liquido o restante dela 'Na impressao tradicional. a resina é deposita da e endurecida pela luz ultravioleta camada or camada, 0 que resulta num acabamento inferior e num tempo maior de fabricagao. Segundo a Carbon3D, sua impressora consegue produzir em minutos 0 que outras. levam horas. A tecnologia foi criada por dois pesquisadores de universidades da Caroli na do Norte @ a empresa acaba de receber US$ 41 milhOes de investidores, que ineluem © Tundo Sequoia Capital, conhecido por ter Investiao em companhias como Apple, Insta ‘gram e WhatsApp.é | como tempo que a tendéncia € que as pessoas nado tenham impressora 3D em casa, assim como muitas ndo possuem mais uma impressora de papel.” Rodrigo Rodrigues da Silva, cofundador da Metamaquina (Os fundadores da Metaméquina criaram no ano passado 0 Tangibi, um site que vai funcionar como marketplace para quem quiser encontrar impres- sora disponivel para fabricar um produto em 3D. 0 projeto faz parte hoje do programa StartUp Brasil do governo federal e esta em desenvolvimento. Educagéo Se a impressao 3D nao se tornar popular nas casas, qual 0 impacto real que essa tecnologia poderd ter na sooiedade nos proximos anos? A hardware tambem é livre aposta principal de quem faz parte do movimen- 10 hoje € que a revolugao da impressao 3D se. daré por meio das escolas. “Acho que. em cinco anos, a maloria das escolas trabainaré com a im- pressao 3D. Essa mudanga de comportamento vai empoderar criangas e adolescentes, que vao peroeber que pociem também criar e produzir cot sas". diz Lopes. do Garagem Fab Lab. Esse cenério pode gerar nova era de em- preendedores. que, mais do que produzir peque- nas pecas para 0 seu dia a dia, poderao fabricar objetos completamente novos que darao origem a negocios inovadores. “Uma coisa que a impres- ‘840 3D fez foi reduzir o custo de prototipos. Espe- cialmente na area médica, muita gente nos pro- cura para fabricar novos produtos ou criar pegas para coisas ja existentes, reduzindo 0 custo e a dependencia de outros fornecedores”, diz Lopes. O brasileiro Paulo Blikstein, professor da Unt versidade Stanford, na Califérnia, criou 0 projeto FabLab@School para levar laboratbrios de fabri- cagaio digital a escolas de todo 0 mundo. Fle acre- dita que, no perfodo de cinco a dez anos, toda escola seré equipada com um fab lab. “Criar esse tipo de espago permite que os alunos se engajem em atividades intelectuais e préticas que nao se- riam possiveis em nenhum outro lugar e experi- mentem novas formas de trabalho e colaboracao em grupo”. avalia Blikstein Uma das meiores vantagens da impresséo 3D € a producdo a baixo custo de ulna pega individual € exclusiva. Essa facilidade tem dado impulso 20 ‘chamado movimento maker. formado por entusias- tas de projetos artesanais que frequentam fab labs ‘ou compram equipamentos pelo prazer de produzir eles mesmos 0 que desejam 0 movimento ganhou forga a partir de 2005, ‘quando fol criada @ revista Make © com 0 lan- amento. no ano seguinte, da feira de ciencias Maker Faire, na Califomia, que reunia criangas © adultos para exibir projetos de ciencia, engenha- fia © outras invengdes, No Brasil, um dos entusiastas do movimento € 0 engenhelo de computagao Thalis Antunes de Souza, que sempre fo! curioso sobre 0 provesso de oun | Feereno| 2546. esse tipo de espaco em escolas permite que os alunos se engajem em atividades intelectuais e praticas que ndo seriam possiveis em nenhum outro lugar.” Paulo Blikstein, professor da Universidade Stanford Regulacgao Apesar do répido avango e popularizagao da im- presséio 3D, uma série de questdes legais continua em aberto. Entre as principais divas esta a manei- ra como se daré a protego da propriedade intelec- ‘tual numa tecnologia que permite a c6pia ilimitaca de objetos. Para Moreitas, do NIC.br, muitos projetos, para impressoras 3D seguem a légica empregaca no software livre “O que vemos hoje sao muitas pessoas libe- Fando 0s seus projetos por meio da licenga Crea- fabricagéo de objetos. Ap6s conhecer 0 movimen- to faga vooe mesmo, ele criou uma série de visas, ‘como seu proprio convite de formatura e sua mesa de trabalho, “Nao quis pagar para uma empresa es- pesializada fazer 0 convite, entéo eu mesmo fiz 0 projeto, em que inclu placas de cirouitos impressos {funcionais). no qual eu mestrava um pouco do tre- baiho de um engenheiro de computacao’. diz. projeto de uma esorivaninna também salt do ape! mesmo sem ele ter muito conhecimento so- bre marcenatia. “Mudet para S80 Paulo no inicio do ‘ano. tive de montar um apartamento. Resolv fazer minha propria mesa e fui & Rua do Gasometro (prin- cipal ponto de venda de material para marceneir0s) ‘comprar madetras, parafusos e uma serra tico-tico. Fiz tudo sem nunca antes ter feito nada em mar- tive Commons. Muito se discute hoje sobre 0 i- Feito autoral, e crelo que a sociedade esta num momento de reflexao. Provavelmente encontre- remos pessoas que vao prererir desenvolver seu projeto num modelo fechado, assim como ocorre: hoje. apesar do software livre. mas os dois mode- los vao coexistir”. diz Moreiras. ‘A mesma discussao se dé em tomo de projetos polémicos, como 0 da arma que pode ser produzida numa impressora 3D e construica com adigao de algumas pecas disponiveis normalmente no varejo. A arma dura apenas um disparo, mas sua existén- a foi o suficiente para langar uma sombra sobre a promessa da impressao 3D. com pessoas pedindo algum tipo de regulamentacao para projetos ¢ até ‘querendo proibir a impressao 3D. “Nao € regulando a tecnologia que se vai re- solver esse problema. 0 criador do projeto da ‘arma conseguiu imprimir uma parte em impres- ora 3D, todo 0 resto foi feito com objetos en- contrados nos supermercados americanos. En- to, a falha nao est na impressao 3D”, conclut Rodrigo Silva, da Metamaquina Moreiras concorda. “Toda tecnologia tem seu lado bom e ruim. Uma faca de cozinha pode ser sa da para cortar péo ou matar alguém. Se algo pode ser feito, as pessoas vao fazer mesmo sendo proibi- do, entao seria uma bobagem fazer qualquer tipo de regulagao”. afirma. cenaria, apenas consultando sites do movimento maker’. explica A paixio por criar seus proprias objetos o levou @ criar 0 Centro de Desenvolvimento Colaborativo de Coises - CDC Minas Up. um grupo que se retine dues vezes por semsna para discutir sobre tecnolo- ‘Chegamos a ter eventos no ano pasado com 90 pessoas. Para este més estamos organizando © nosso Segundo Arduino Day. J4 temas contin: dos Sete onibus vindos de outras cidades, além de -100 pessoas inseritas do nosso prdptio municipio, com isso teremios mais de 400 participantes, o que acredito ser um dos maiores eventos de hardware live jé feto no Brasil. dz. Para ele, 0 orescimento cdo movimento no pais depende da eriagao de mais grupos como 0 CDC Minas Up. 206 | FEVEEFOL | 8Mais “ uma _ cobranca Taxa imposta pelos Correios torna mais caro comprar €m sites estrangeiros Tero Roberta Prescott : mpulsionado por sites chineses, o comércio ele- trOnico internacional cresceu. Os brasileiros des- cobriram que fazer compra na China, em lojas como AliExpress @ DealExtreme, sai, em diversos . : casos, bem mais barato, além de garantir aces- 50 a certas mercadorias néo disponiveis no pats Com a explosao do e-commerce além das frontei- ras, houve considerdvel aumento no volume de pacotes que chegam todos os dias aos portos & que passam pela fiscalizacao da Receita Federal Esse boom levou os Correios a cobrarem. des- de 2 de junho de 2014. uma tarita de RS 12 por pacole enviado por companhias estrangeiras & Fetido pela Receita Federal para pagamento de Imposto de Importagéio. A imposigéio da cobranga causou polemica, Entidades de defesa do consumidor conside- Tam a cobranga abusive, uma vez que 0 consu- midor paga 0 Trete. Os Correios, por outro lado. Justificam que 0 montante 6 usado para arcar ‘com 0S oustos das atividades de apoio ao trata- mento administrativo para as encomendas inter- acionais, tals como digitagao e impressao da ota de tributagao simplinicada, envio do aviso de. ‘chegada para a residencia do destinatério, acon- icionamento do objeto na agencia dos Correios, recebimento do Imposto de Importacao. gestao dos valores recebidos e repasse a Receita Fede- Tal. Os pacotes que nao sao inspecionados pela Receita ou que nao precisam pagar impostos S80 enviados diretamente para a casa do comprador. sem custo adicional. 21m Feereno| 5Bboenserc: que o consumidor ja pagou 0 frete. A taxa eleva sem justa causa O custo do produto.” Maria Inés Dolei, coordenadora institucional da Proteste Em resposta a Revista br. 0s Correios informa- ram que. anteriormente, eles arcavam com todos, 0 custos do processo de nacionalizagao de en- comendas procedentes do exterior. A estatal ex- plicou que, nos tiltimos quatro anos, o volume de importagdes aumentou 400%, sendo que o envio de encomendas do corredor asidtico represen- ‘tou a maior parte deste aumento. Esse tipo de cobranga sobre as encomendas intemacionais, apresentadas a Alfandega jé era praticada pelos Correios para as importagdes comerciais com va~ lor aduaneito acima de US$ 500. Para Maria Inés Dolei, coordenadora institu cional da Proteste, a cobranga est em desacordo com 0 Codigo de Defesa do Consumidor, na medi- da em que eleva sem Justa causa 0 custo do pro- duto. “Entencemos que 0 consumidor ja pagou © frete”. disse. A Associagio dos Consumidores Proteste enviou solicitagao aos Correios para 0 cancelamento da tarifa e também enderegou a recomendagao ao Ministério Publica Federal Mariane Guimarées de Mello, procuradora da Repaiblice do Ministério Publico Federal em Goiés. explicou que 0 MPF oficiou aos Correios, em no- vembro, para indagar sobre @ cobranga © re00- mendar o fim da tarifa. Em janeiro deste ano, uma equine da estatal reuniu-se com 0 MPF/GO para explicar 0 que levou @ empresa de logistica a ins- tituir a cobranga. “Os Correios me explicaram que nao cobravam antes porque o volume de importa- ‘940 era pequeno. mas que, com @ descoberta dos, fornecedores internacionats, 0 volume aumentou muito e sobrecarregou 0s Correios”. relatou. De acordo com informagdes passactas por ela, somen- te 0 Centro de Tratamento do Correto Internacional (CTC) de Curitiva receve 90 mil objetos por dia No Rio de Janeiro, s80 5 mil por dia e, em Sao Pau- Jo, 3 mil. “Disseram que para receber, armazenar fazer o tratamento das mercadorias estao tendo de montar uma nova estrutura, investindo para au- mentar 0s armazéns’, cetainou a procuradora No entendimento dela, como ha um investi- mento grande para expandir a infraestrutura @ manejar as mercadorias, a tarifa é razodvel Mariane adiantou qué a estatal estaria implan- ‘tando novo modelo de canal postal para aqueles que sao tributados pela Receita Federal consegui- fem pagar @ guia de recolhimento e enviarem 0 comprovante pela internet. A expectativa € que o sistema esteja operan- do em dezembio, € que parte dele seja liberada 0 puiblico em Julho. Hoje, 0 comprador precisa levar a agéncia 0 comprovante de pagamento do imposto para retirar a mereadoria. Com a informa- tizago, 0s Correios poderdo entregar 0 pacote na casa do remetente apés 0 envio do comprovan- te pela Internet. Caso 0 comprador nao pague o imposto e/ou nao retire @ mercadoria, a compra seria enviada para 0 porto Nao vamos tomar medidas neste momento. ‘vamos ecompanhar a implantacao do sistema ex- trajudicialmente. No nosso entendimento, a tarifa esta de acordo com os gastos extras que foram gerados aos Correios”. pontuou a procuradora da Reptiblica do Ministério Publico Federal em Gotds. Enquanto a tarifa se mantém, a orientagao da Proteste para 0 comprador € reciamar aos 6rgg0s| me explicaram que” nao cobravam antes porque’o volume de importagao era pequeno, mas que, cam.a descoberta dos fornececores, internacionais, 0 volume aumentou muito.” Mariane Guimaraes de Mello, procuradora do MPF/GO de defesa do consumidor para néo pagar ou reaver a cobranea. “Oferecemos um modelo de carta para fazer a rectamagao", antecipa Maria Inés Dolci Presenga local A solugao encontrada pela gigante chinesa DealExtreme (DX) para evitar que seus clientes paguem a tarifa imposta pelos Correios e bara- tear as custos da importaggio fol a abertura de um centro de distribuigéo no Bresil.A empresa divul- gou, em julho de 2014, que pretendia abrir um ar- imazém local da DX. 0 antincio publicado em seu site revelava que seria em Curitiba, no Parana. A Revista. br no conseguiu contato com a DealEX treme para esclarecer os detalhes da operacéo Na nota, @ DX divulgou que os produtos envie- dos @ partir do armazém do Brasil teré0 um prego tum pouco mais alto do que os produtos enviados da China. A diterenga no valor deve-se & incluso no pleco tinal da mercadoria de todas as taxas de importagao e de todas as outras comissGes gera- das na Alfandega do Brasil, dos custos de trans- porte e dos custos com a mao de obra. “No en- tanto, faremos questo de que 0 novo prego seja aceitavel ¢ invencivel, em comparacao com outros sites bresileitos ou Iojas locas”, diz 0 comunicado. Alom de nao pagar a tarifa para os Correios, 0 estabelecimento de um armazém local promete reduzir 0 prazo de entyega para uma média de ues a cinco dias e um maximo de sete dias UteIs. Normaimente uma encomenda vinda da China pode demorar mais de um mes para chegar a0 seu destino final Em ascensao ‘Aimposigao da tanita pelos Correios nao inibiu © e-commerce internacional. Fatores como a alta do délar, a cobranga do Imposto sobre Operagdes: Financeiras (IOF) e 0 aumento da fiscalizagao da Receita Federal tem mais influéncia na hora de 0 consumicior decidir comprar em sites estrange ros do que a simples cobranga da tarifa de R$ 12 pélos-Correios. “A.novatarifa teve impacto muito pequeno nas vendas da AliExpress para o Brasil. crescimento ra nossa platafornia-tem sido organico e temos visto aumentara cada ariana medida em que bre- sileiros conhesem nossa plataforma e encontram seus vendedores favoritos”, destacou Joe Yan, di- retor para estratégia de operagdes'globals @ ex- pansdo da AllExpress. A empresa chinasa opera como um agregador de lojas on-tine e néo,envia diretamente os produtos para os consumicoves, De acordo com dados do 34° WebShoppers,, relatorio sobre 0 comércio eletronico brasileiro * realizado pela E-bit. 0 valor estimado das com- pras feitas por brasileiros em sites internacio- nals, em 2014, fol de R$ 6.6 bilhGes, que equi- vale a 18% do total de faturamento dos sites brasileiros de e-commerce. “Apesar da existén- cia da cobranga, 0 mercado de compras fora do Brasil cresceu”, salienta Pedro Guasti, presi- dente de comércio eletrOnico da Fecomercio @ diretor da E-bit 46... tarifa teve impacto muito pequeno nas vendas da AliExpress para o Brasil.” Foe Yan, dirctor da ALExpressApesar da existéncia da cobranga, o mercado de compras fora do Brasil cresceu.” Pedro Guasti, diretor da E-bit De acordo com o relator, entre os principats motivos para comprar em sites internacionais es- ta0 prego mais baixo, produto nao disponivel em. lojas brasileiras @ langamentos que nao chega- ram ao pats. |A maior presenga dos sites chineses refietiuse no tiquete anual médio. Ainda que o relat6rio We- bShoppers mastre crescimento do volume de com- pras no e-commerce internacional, o gasto médio anual do brasileiro em sites intemacionats caiti a0, longo de 2014. 0 montante anual passou de US$ 214,40, em janeiro, para US$ 163,21 em dezem bro. De acordo com a E-bit, a retragao deve-se ad fortalecimento do AliExpress e da procure. por sites chineses, nos quais 0 gasto anual. médio de USS, 95,31 6 mais bai do que em auitros sites ce com ras estrangeitos. cujo valor médioé dle USS 241,87 No entanto. a quantidadle de compracores au: mentou. Em janeito de 2014. tres em cada dez brasileitos efettiavam compras em sites internacio- nals. Jé em dezembio, eram quatro em cada dez 0s sites’ chineses foram escolhidos por 55% dos, entievistados em sua tiltima compra. Dos 20 sites {mais utilizados por brasileiros para fazer compra pela Internet, 12 so chineses. Os cinoo sites mais usados so AllExpress, eBay, Amazon.com, DealEx {treme (dx com) @ MinilnTheBox, nesta orden. Os brasileiros S40, atualmente, os terceiros maiores compradores na AIIEXpress, atrés dos ci ‘dada0s dos Estados Unidos ¢ da Russia, apontou Joe Yan. Por 'Sso. @ empresa tem feito estorgos para adequar a plataforma para atender cada vez mais & exigenoias dos clientes do Brasil. com ‘campanhas locais e atendimento ao consumidor ‘em portugues. Sem revelar ntimeros, Joe Yan con: tou que a AliExpress esta celebrando seu quinto aniversério e viu as vendas para 0 Brasil decola rem nos uittimos dois anos. No ano passado, 0 comércio eletionico breast leiro faturou R$ 35,8 bilndes, um exeseimento no- minal de 2496, j4 que em 2013 o resultado foi de 9 28.8 bilhOes. Ao todo, 51.5 milhoes de pessoas. fizeram pelo menos uma compra omtine em 2014, endo 10.2 milhoes novos usuarios. A expectativa € que neste ano 0 e-commerce alcance faturamen to de R$ 43 bilhdes, 20% superior ao de 2014.Correios explicam a cobrang¢a Rete Les nee een Cece st uk um pacote é retido pela Receita Federal e deve pa. Pa eee ead Cee ee ee et eee oe keen eee eee ed Cee ene ene eee Ree ee Rd Se MLS Meek cess) ere Ot cee eee rastreamento dos Correios: emisséio de aviso de eee eR etn emesis Tene eee es menda: registro dos objetos entregues no sistema eee nee eee ee ee eee Ra Tee ec en tc Crees ora) Nee en ee a) Sree eR eee Se ee ee ee ng ee ae ee eee an ee Oe pelo despacho postal e continuam a ser entregues See One RRs Uc) Como é a cobranca de imposto Isengao eats esate yy CNT sterc) areas ae eco cee Pesta NC age Lens ; sy Corea ae tense . 6 Say ome strane Cue iccg See econ ena ee ey ls ee ua Go Saranac ne OST ate CNG? H US$ 500,00 4 + IMPOSTO DE IMPORTAGAO (ALIQUOTA DE 60% SOBRE a Oe ea San Ee) RRR te ica Sree anc Emsrseviceeott CNet CesT Ce en 0s PONTE in MERC RCA OE ae na aun a US$ 3.000,00. ? + ALIQUOTA DE 60%: DE IMPOSTO DE IMPORTACAO + 10MS, Nae arenas aor aT eas | is) DE DESPACHO ADUANEIRO DOS CORREIOS (R$ 150,00) dg Be eases oar Pee ee a Broder celeb nc Nerney DOSS EAU EE ere Ole acelin y SSS Sere an Oreo ice DESPACHANTE ADUANEIRO AUTORIZADO. Pre eo a ae ecg Dede sehen sc atedHaat h Wile 4a Io Saea es ar ii fam So Hae IA pees : 3s iE asi ce OIELS «ailgamesh reinou em. Uruk ha aproximada- Giri rosie oun greoun grande conquistador. como atestam suas estelas, existentes até hoje. Seus feitos foram suficientemente notaveis para que fossem can- tados. mudando conforme a meméria e a criati Vidade dos contadores de histénias a passavam a seus filhos. Trinta a quarenta geragdes se pas- saram até que um anonimo realizou uma proeza notavel registrou a historia en tabletes de cere mica, como era usual para seu povo. Alguns frag mentos existem até hoje HA aproximadamente 3.200 anos uma nova versdo foi escrita, provavelmente a primeira obra literéria @ ter a assinatura de seu autor, e esta verséio chegou praticamente intacta até os dias de hoje. E provavelmente a obra Iiteréria (embora inspirada nos feitos de Gilgamesh, & manifesta- mente uma obra de fiogéio} mats antiga que existe em midia original Gragas @ durabilidade da cerémica, pode- mos conhecer hoje muito das ideias da época Embora possamos nao saher o que foi 0 “touro dos céus”, podemos acompannar as aventuras de Gilgamesh, sua peregrinacao a procura da Vida eterna e compartinar a conclusao de que no € possivel: Gilgamesh, para onde esta correndo? Voce nunca vai encontrar a vida eterna que est procurando, Quando os deuses étiaram o homem atribuiram a ele a morte, e conservaram a vida para eles mesmos. O homem 6 mortal, mas as ideias sobrevivem 0 tempo — desde que estejam representadas em midia suficientemente perene ‘Mas mutto pouco de nosso passado esta grava- do em pedrarRecebemds 0 texto do épico de Git gamesh porque a inidia em que fot registrado era petenesrfias a grande maioria do conhecimento foi Tegistiad em midias efemeres. Ha, portanto, uma Segunda possiblidade, que é copiar 0 contexido de una midia mais antiga numa mica nova. ..muito pouco de nosso | passado esta gravado em pedra. Recebemos 0 texto do épico de Gilgamesh porque a midia em que foi registrado era perene... Somente temos acesso a esse conhecimento que nos precede porque alguém copiou — ma- ‘ual, paciente e penasamente - as documentos em midias que envelheciam para midias novas Se temos uma civilizagao, a devemas a esses co- pistas anonimos. Atribulmos grande antiguidade a certas obras. mas as c6pias que temas s80 muito recentes. 0 exemplar mais antigo da Tord que existe hoje, 0 Codex Petropolitanus, é de por volta do ano 1000, © exemplar mais antigo de sua tradueso para 0 grego, a Septuaginta, 6 um pouco mais antiga, em- Dora o original tenha sido produzido por ordem do ‘arad Ptolomeu Il mil anos antes. Dos evangelnos. existem e6pias miais antigas, de por volta do ano 300. As cOpias mais entigas das obras de Homero também tem apenas um miténio. O conceito de progresso néo é multo antigo na nossa cultura. Uma referéncia explicita encontre- se em Lucrécio, quando compara a evolugsio aos corredores das lampadotorias, uma corrida de re- vezamento, em que cada um recede uma tocha corre com ola algum tempo, passa-a @ seu suces- sor @ desaparece na escuridao. Essas tochas re presentam 0 conhecimento. © mesmo pocemos dizer do trabaino anonimo dos copistas, que nos ‘ansmitem a tocha das cniagoes do passado, € desaparecem na escuriaao. Através da historia a preservagao de docu. mentos se deu por meio desse procedimento de COpias sucessivas. sujeito aos riscos de erros, | ‘omissdes e aoréscimos. Os ertos podem em sua maior parte ser eliminados nos meios dligitats, cele YE __ Ket OF EyEmbora ainda seja possivel utilizar os disquetes de 3 % polegadas em leitores externos ao computador, quem pode ler hoje um disquetes de 8 polegadas, ou mesmo de5 %? mas omiss6es ¢ acréscimas, motivados por um jut .gamento sobre a itrelevancia ou perioulosidade de ‘uma parte da informagao, motivados por boa ou mé- 6, serdo inevitévels — faz parte ca natureza e da his- Orla humanas. Muito do que atribuimos ao passado 6 resultado dessas falsificacdes; mesmo episédios eélebres e muito citados, como Cristo, perdoando a acultera, sao falsos - este, em particular, nao cons- ‘ta das coplas mats antigas dos evangelhos. Por isto, © eneontro de um exemplar mais antigo ¢ sempre motivo de regozijo pelos acadéiicos e. se for um tr wo ligado a alguma tradigao religiosa, de tenor para ‘05 respectivas clérigos. Nenhuma midia é mais efémera do que a dig tal, Durante as fases de mudangas répidas, como as experimentadas entré 1970 e 2010, indmeros tipos de midias formatagdes foram utilizados, @ om Sua maioria nao so mais facilmente legt Veis hoje. Esta sitiagao deve persistir. talvez oom menor intensidade, pelos:proximos anos. Embora ainda Seja possivel utilizar osidisquetes de 3 ¥ polegadas em leitores externas 40 computador, quem pode Jer hoje um aisquete de # polezadas, ‘ou mesmo Ue 5,44? Para agravar a situagao, fol uma 6poca em que existiam inimeros modelos de computadores, e muitos tinham formatagoes particulares para seus discos. ‘S40 40 anos de ‘historia & bela de serem perdidos, se ngo hou ‘ver um esfoico urgente para sua preservaca0. E 6 uma fase particularmente mportante para os historiaclores do futuro, pots) em toda a historia da humanidade fol, provaveimente. 0 perfodo em que a sociedade mais mudou em 40 anos. E igualmente importante preservar as infor- magdes em fitas magnéticas, das quais também houve uma profusao de formatos e espeetticacoes. Quem pode hoje ler uma fita magnética de rolo, de meia polegada, 800 bpi. NRZ? Esta fase inicial da informatica também apre- sentou um grande numero de arquiteturas e sis temas operacionais, sistemas diferentes entre si tanto no software quanto nos tipos de hardware utilizados para periféricos. Sua recuperagaio de- pende da disponibilidade de hardware compativel, bem como de software apropriado. Dois conceitos séo importantes, € é importan- te distingui-los: preservagao e reouperacéo. Neste contexto, preservagao significa manter as informa- es em condigves de ser utilizadas no futuro, @ Teouperagso a operacao de tomar compreensivel a informagao preservada. Quando um copista me- dlieval copiava um texto em grego ctéssico, nao se reocupava em saber se haveria no futuro alguém com conhecimentos para ler esse texto. Estava cub dando da preservacio € nao da recuperacao do texto. 0 mesmo ctitério deve ser aplicado para as informagdes digitais. € muito importante preservar esas informagdes para uso futuro, e € utgente, ois @ medida que tempo passa a atividade se tor na cada vez mais dificil. A recuperagao™é. a rigor, um problema para 0 futuro, mas que pode comegar a ser facilitada desde 4 Existem iniciativas de preservagéo da docu- mentagao dos sistemas antigos. 0 site bitsavers 0g 6 um exemplo de local onde podem ser en- Contiados manuiais técnicos de intmeros siste- mas de computagao hoje inexistentes. 0 archive Of€ contém odpias dp quase 500 biInoes de pé- ainas da internet, onde muitas, das informagoes técnicas necessarias podem ser encontradas evidentemente para os sistemas que existiram pds 4 Internet: possui ainda dezenas de outras caleeonicawde informagad prtseiiades.. Biblio! tecas universitarias, certamente por um tempo 4st ay Problema sério. € conseguir a adesdo dos atuais detentores da informagdo. E muito mais rapido e facil destruir as midias do que envia-las a um local Para conversdo. ~\ Uma forma possiver"é9 estabele y Q limitado, ginda contem muitas informagses re levantes sobre os sistemas da époge’ A maior parte dessaé informagoes esta em formato pdf. que, serido conhecido, permitird que os Histo- riadores do futuro recuperem o contedido. Mas, @ as informagdes coiitidas nas inconté- vels midias geradas por esses sistemas? No que diz respeito a0 hardware, ‘nao: ha muitas opp0es: € preciso dispor de hardware apropriado. Isto da uma certa urgencia a0 pro- cess0, pois ainda é possivel obter, com algum ‘trabalho, dispositivos de hardware .compatt- veis, tanto no mercado de usados, quanto com um pouco mais de esforco, dispositivos ainda do usados, que por alguma Fazio nao foram vendidos na época. - os chamados, em inglés. NOS (New Old Stock). Quanto aos processadio- res, no é necessério ter todos, uma vez que um mesmo periférico pode ler midias geradas Por mais de um tipo de processador e sistemas operacionais diferentes. : Quanto ao software, restaurd:1o para todos os sistemas ¢ uma operacao tecnicamente vidvel, Se for possivel obter uma copia, ap6s desenvol ‘ver simuladores para cada uma das arquiteturas. Mas 6 um trabalho insano, A melhor solugaio. 6 de- servolver. para apenas algumas das arquiteturas, um conversor que copie bit a bit as informagoes ontidas nos meios magnéticos, que poderzio em seguida ser processadas-oom softwares de- senvolvidos em méquinas mais moderas, com 05 recursos disponiveis hoje e. mais importante, om recursos mais sofisticados que haveré no fu- ‘ufo. 0 importante ¢ ter uina copia acessivel des. informagdes em estado ‘bruto, que poderao ser sistematicamente copiadas para novas midias, a medida em que sejam chiadas ¢_utiizadas Nao 6 uma tase de recuperacao. mas apenas de preservacao da Informacao. Como implementar? un “museu ativo”. Um museu-que“nao somen- te Quarde 0s equipamentos antigos. mas que os mantenha em funcionamento, enquanto for pos-sivel. Paradoxalmente, quanto mais antigo mals facil de manter. pois 0 nivel de integragao dos ‘componentes é menor. Nos equipamentos mais novos, que utiliza componentes dedicados, pro- duzidos especialmente para eles, a manutengao Se tornia muito difioll, poks néo existem compo- entes para reposica0. a nao ser por retirada de ‘outros equipamentos de mesmo tipo. Os equipamentos poderiam ficar em expos do. € serem ligados por um técnico cata vez que houvesse nevessidade de converter uma mnidia. O estimulo a visitagao poderia ser tam- bém um estimulo para que midias fossem trazi- das para converséo E tudo 0 que for possivel deve ser convertido? Pode ser estabelecido um critério do que é impor- tante do que n&o é? Nao hoje. Como podemos saber qué registro sera importante daqui a alguns séoulos? Portanto, deve'se procurar converter manter & disposigao do futuro todas as informa- es que seja possivelcoletar Feita a conversa, © espaco ocupado ser tao pequeno para a cana- cidade de atual de armazenamento que nao seré um problema de qualquer relevancia. Problema sério € conseguir a_adesto dos atuais detentores ca intormagao. & mutto mais rapido € facil destruir as midias do que envig+las € um local para conversdo. E ha o problema legal = esses arquives contém alguma informagao que paderé comprometer a empresa ou as pessoas en YVolvidas? Numa época de mudangas sociais acele- radas propria legalidddle das informagdes node ser problemética. Ha piadas racistas? A posse de pomogratia infantil esté criminalizada, mas cirou- low aberta e profusamente na Internet por anos. & deve estar presente em inuimeros backups. e Quanto a recuperagao. € um problema para © futuro. Mas algumas consideragdes podem ser antecipadas. ‘Afutura interpretacao dos bits coletados é ou- tra questo. E aqui que o trabalho de sites como. bitsavers org se toma relevante. Preservada a informagao sobre a estrutura @ natureza dos da- dos, a recuperacao nao seré muito dificil. Pode-se questionar que 0 prOprio formato da documenta- g@ogem paf, poder ser perdida com o tempo. Mas dada a grande utilizagao desse formato, se or substitufdo no futuro, certamente haverd mui- tos recursos para converséo - e essa conversio serd uma tarefa imprescindtvel dos curadores desse repositério, Deve'se distinguir varios tipos de informagao. © mais facil de tratar € 0 estatico - dados que ermanecem fix0s € independentes. Como exem- plo, e-mails, arquivos de texto. planilhas heisicas Esta informagao pode ser recuperada com tela- tiva facilidade, apesar de variar bastante de um. sistema para outto. A reouperagao de informagdes de natureze di- némica, que dependem da execudaio de um progye- ma, 6 mais complexa. 0 caminho 6 a construgao de méquinas virtuais, utilizando as informagdes sobre a estrutura das méquinas @ seus sistomes operacionais. Com maquinas mais poderosas do futuro nao heverd problemas de funcionalidade desempenno. Um exempio bem concreto 4 nos dias de noje 6 0 sistema Hercules. que emula & ai- quitetura dos mainframes IBM em PCS & permite execugao completa dos sistemas operacionais programas de aplicacao - com desempenho bem __Superidr a0 des maquinas da década de 70. fi [=e GT f faNova verséo do protocolo HTTP permite o carregamento mais rapido de paginas da Web Teo, Mauricio Moraes , ~ ) } ez. Quando ha um grande numero de verculos € varios onibus € ca- minhdes precisam circular por al. leva bastante tempo até que todo ‘mundo consiga chegar ao destino. Numa grande rodovia. diferente Muitos dos automovels conseguem corer pataletamente. ultrapas- sando 08 mais lentos. Com essa liberdade, € possivel atingir 0 ponto de chegada com grande rapidez. Essa comparagao ajuda a entender ‘um pouco como funciona o HTTP, 0 protocolo que é um dos alicerces da Web, e como a sua atualizagao vai afetar a Internet nos proximos anos, acelerando a rede. Na sua verso 1.1, em vigor desde 1999, 0 HTTP se parece com a estrada estreita por onde passavam automOveis. Anos atras, néo pre- cisava ser diferente. Quando a Web comegou @ populatizar-se, 0s si- tes tinham contetido muito simples, formado basicamente por textos uma ou outra imagem - incluindo pequenos GIFs que piscavam pela tela. Isso ocorria, em parte, por uma questao estrutural. AS conexdes eram muito lentas e @ Internet discada ainda imperava em boa par- te do planeta. 0 HTTP 1.1 garantia que o carregamento das paginas ocortesse sem solavancos. Naquela estrada estreita 6 havia um ou outro veiculo para passar. Com 0 tempo. @ velocidade das conexées @ Web aumentou. A banda larga tormou-se popular e permitiu que sites mais elaboracos fossem criados. A cada ano, as paginas se tornaram mais cheias de | magine uma estrada muito estretta, em que S6 passe um carto por 5 | FEVEREROL 9153i 6. ha banda disponivel, um tubo bastante grande chegando até a casa do usuario, mas ele, navegando na Web, ndo consegue aproveitar essa capacicade toda.” Antonio Moreiras, gerente de projetos Zdeemvoeimentode NICH. elementos. A Internet mudou, mas Id estava 0 HTTP 1.1 de antes, tendo de lidar com um cené- rio totalmente novo. Ele dava - @ ainda dé — conta do recado, mas as suas limitagdes comegaram a aumentar 0 tempo de carregamento das paginas. Desenvolvediores mais espertos apelaram para gambiarras, com 0 objetivo de acelerar 0 proces- 80. Agora Iss0 nao sera mals necessario. Com a reformulagao. 0 HTTP/2 vai transformar-se numa espécie de autopista para miltiplos carros, me- thorando 0 desempenho dos sites. ‘Uma mudanga no protooolo se fazia necessé- fia hé tempos. “Uma pagina Web hoje € compos ta por varios objetos diferentes”. explica Antonio Moreiras, gerente de projetos e desenvolvimento do NIC.br. Hé 0 arquivo com 0 HTML do site, uma série de imagens, 0 CSS que faz 0 design. “Entao, para carregar uma pagina, 0 navegador tom de Tazer uma série de requisig6es diferentes e elas 40, na maior parte dos casos, serializadas. S40 Teltas uma depois da outra”, diz. Ou seja, com o HTTP LL. 0s dlversos objetos de uma pagina da Web sao buscados um por vez. Def a necessidade de truques para que busoas em paralelo acele- rem 0 processo. A atual capacidade de transmissao de dados da rede estava sendo subaproveitada. por uma questo meramente técnica e contomavel. “Hoje, hé banda disponivel, um tubo bastante largo chegando até a casa do usudrio, mas ele, na- vvegando na Web, nao consegue aproveitar essa capacidade toda”, afirma Moreiras. “O protocolo 1ndo ajuda.” 0 HTTP/2 procura corrigir esse des- compasso, desfazendo 0 gargalo da transmissao. Com isso elimina-se a necessidade de criar ata~ lhos para que os varios tipos de contetido sefam carregados mais depressa Chance aproveitada Se varios dos problemas da versao antiga foram resolvidos. 1880 $6 ocorreu porque hou- ‘ve uma oportunidade impossive! de perder. Em 2009, 0 Google anunciou o desenvolvimento de um protocolo que serviria para aumentar a velo- cidade da Web. 0 nome, SPDY - uma abreviagio do inglés speedy, ou seja, veloz ~ néo poderia ser mais apropriado. A ferramenta aprimorava 0 carregamento das paginas. modificando 0 fun- cionamento do HTTP. O melhor 6 que isso ovorria sem que fosse perdida a compatibilidade com navegadores sem suporte a essa moditicagao. Testes nos laboratérios da empresa mostravam que alguns sites conseguiam ser carregados com Velocidade até 55% maior. O SPDY fo! adicionado ao Chrome em 2040. Aexperiencia em conaigoes reals mostrou que 0 invento do Google funcionava mesmo. Havia &- rnhos de performance para quem tivesse um na- vegador compativel com 0 SPDY ¢ entrasse em um site hospedaclo num servidor adaptado. Era como se as gambiarras se tivessem tornado des- necessdrias. 0 tempo passou, e cada vez mais S14 FeerERO| 25servidores comegaram a adotar a tecnologia oria- da pelo Google. Ao mesmo tempo, 0 ntimero de usuérios do Chrome cresceu e outros browsers ‘comegaram a suportar 0 SPDY. Chegou-se, portanto, a uma espécie de consen- 0 informal. Quase todo mundo estava adotando 0 SPDY sem que houvesse uma modificacdo oficial no HTTP 1.1. Valia a pena, entao, oficializar essas alteragdes. Foi assim que surgiu 0 HTTP/2, que nada mais é do que uma verséo do SPDY. “Uma das vantagens dessa verso nova do protocolo é que ela permite justamente a paralelizagao das re- quisigoes. a muttiplexagao”. ressaita Moreiras, do NIC br. “Essa uma das principais caracteristicas. A multiplexagao significa que agora 0 servidor cor segue enviar para 0 browser varios objetos simulta- neamente.” £ como se a estrada se tivesse trans- Tormado numa rodovia larga e bem pavimentada Outra vantagem ficou clara com @ mudanca. Para cada objeto de uma pagina, era necessé- rio que 0 browser se conectasse ao servidor, fizesse a requisigao @ depois fechasse essa co- nex4o. Multiplique isso por varios elementos e ficam claras a confusao @ a demora a que todo © processo poderia levar. No HTTP/2, a conexao fica aberta durante um tempo e permite tazer varias requisigoes diferentes, inclusive simulta- neamente. O prdprio servidor também consegue enviar dados antes que tenham sido solicitados pelo navegador. Para entender melhor essa diferenga, vale a pena fazer uma nova comparagao com 0 funci namento do protocolo antigo. Quando se entrava é 6. comecarem a sair as novas versOes dos browsers, as pessoas vao comecar anotar a diferenca em sites com tecnologias mais avancadas.” Heitor Ganzeli, analista de desenvolvimento do NIC br ‘em uma pagina, por exempio, 0 arquivo HTML tre- 7ia a informagaio de que havia uma série de ime- ens Vinculadas. Elas seriam baixadas depots, em Sequencia. Agora, com 0 HTTP/2, 0 servidor sabe {que existem imagens vinculadas e pode adiantar se e comegar a enviar esse contetido antes que soja pedido. Ao ser feita a requisigso, ja estard tudo gravado no computador, no cache interno E como se alguém levasse uma lista de compras 20 supermetcado e 0s produtos jé aparecessem dentro do seu carrinho. Sem trauma Todos esses aprimoramentos nao vao render horas de preocupagao para os usudrios, muito menos obrigé-los a atualizar rapidamente seus navegadores. Seré uma mudanga sem traumas, que ocorreré lentamente. 0 HTTP 1.1 continuara a ser usado mesmo em servidores que passarem a adotar 0 HTTP/2. Com isso, browsers antigos: nao teréo problemas de acesso. 0 que funciona hoje continuaré como esté. Quem tiver um nave- gador mais atual, no entanto, val poder aproveitar: as vantagens do novo protocol. “Quando come- Garem a Sail as Novas versdes dos browsers, as pessoas vao comevar a notar a diferenca em sites com tecnologias mais avangadas”, afirma Heitor Ganzeli, analista de desenvolvimento do NIC.br. Esses ganhos ja comegaram a aparecer para quem usa um dos navegadores pioneiros em ado- tar 0 novo protocolo, o Firefox. “Nossa telemetvia mostra que de 10% a 15% das tansagbes HTTP do Firefox jé estao usando 0 HTTP/2". diz Richard’ yh 1 mostra que de 10% a 15% das transacdes HTTP do Firefox ja estéo usando 0 HTTP/2." Richard Barnes, gerente da Fundagito Mosilla Bares. gerente de engenharia em criptogratia da Fundagao Mozilla. “Em sites que implementaram as versies iniciais do protocol, os beneffcios jé es- tao disponiveis. Outras paginas terdo de atuaiizar 0 software dos seus servidores e talvez precisem fa- at alguns passos extras para habilitar 0 HTTP/2.” 0 principais avangos, segundo Bares, serdo © tempo reduzido de carregamento das paginas durante a navegagao na Web e 0 menor uso de banda. Na opinio do engenheiro da Mozilla, o en- Vio antecipado de dados pelo Servidor, ou server push, 6 uma das ferramentas que vaio colaborar para essa melhoria na performance. “Para os mui- ‘os sites modernos ¢ interativos que rodam sobre APIs do HTTP, 0 HTTP/2 oferece uma resposta mais rapida ¢ eficiente”. arma. Claro que os bons resuttados vao depender de ‘como a pagina esté estruturada e das condigdes da rede. "0 HTTP/2 oferece maiores vantagens para sites que hospedam contetido no mesmo servidor, porque 08 custos de contiguragéio da ‘conexao séo pagos s6 uma vez". destaca Barnes, da Fundagéio Mozilla. Também véio beneticiarse as paginas aoessadas em redes com muita laténcia (tempo de resposta). "Sem qualquer otimizacao, otamos uma redugao de cera de 20% no tempo de carregamento das paginas’, conta 0 engenheio. Quando forem usadas as especificagbes, esses ga- ‘nhs deve meinorar ainda mais. © HITTP/2 herdou tantas Tuncionalkdades do SPDY que 0 Google resolveu abandonar seu pro- prio protocolo em favor do novo. Em fevereiro deste ano, a empresa anunciou que removerd o suporte 20 SPDY das verses futuras do Chrome. a partir de 2016. Paralelamente. o browser passou a suportar 0 HITP/2 ao chegar a versao 40. “Estamos felizes por ‘contribuir para 0 processo de padres abertos que ; 6. me “F 4 ary hy levou ao HTTP/2, ¢ esperamos ver uma ampla ado- ‘0, levandose em conta 0 empenho da indistria ‘em padronizagao e implementaca0”, esoreveram os ‘engenheiros Chris Bentzel e Bence Béky, do Googse, no blog de desenvolvimento do Chromium, Discussao polémica Nem tudo for consenso na elaboragao do HTTP/2 pela Forga-Tarefa de Engenharia da In- temet (Internet Engineering Task Force. ou IETF) uma organizagao sem fins lucrativos que tem 0 objetivo de definir padres para o funcionamento da rede. Um dos pontos mais polemicos foi a ado- go de criptografia no novo protocolo. 0 debate anhou forca apés os vazamentos feitos por Ed- ward Snowden, exfunciondrio da agéncia amer- cana NSA ¢ ex-contratado da CIA De acorco com Moreiras, 0 IETF reconheceu que novas versdes do protocolo HTTP deveriam ser mais seguras. Com isso, seria possivel cit ccultar 0 monitoramento do que se passa na Web. As discuss0es, no entanto, nao avancaram o suf Ciente. “O padtrao que fol aprovado nao obriga que todas as conexdes sejam criptogratadas’, explt- ca Moreiras. Alguns fabricantes de navegadores, como Google Firefox. vao colocar 0 HTTP/2 para funcionar em sites HTTPS, ou seja. em paginas criptografadas. Mas, como esses sites ja Sao pro- tegidos, no haveria grandes avangos na questao da seguranga. Seria mais um aprimoramento, 5611 | FEEFERO| 26git Fp Existe ume discussao também para aclicionar uma camada de protegao mesmo no HTTP, ou soja, em sifes tradicionais. E a chamada encrip- tagdo oportunista. Com ela, € possivel proteger trétego de escutas clandestinas - inclusive mo- nitoramentos de agéncias de espionagem. Por meto dessa tecnologia, dois servidores negociam, remotamente de forma automdtica, a transmis- 0 das informagdes protegidas - quando um dos lados nao esta habilitado a isso, 0s dados seguem sem criptogratia. A proposta nao seguiu adiante, mas talver seja adotada no futuro Com ou sem essa protecio adicional, a mu- danca para 0 HTTP/2 jé esté em curso. Nos pré- ximos anos, a transigao deve ocorrer lentamente, sem pressa, Em sites mais simples, sem muitos reoursos, haveré pouca diferenga em relacao a0 desempenho de hoje. Por isso, talvez as mudan- gas nao sejam tao perceptiveis para todos. Vai depender muito do que é acessado pelo usuario. Fatores como miltiplos tipos de contetido numa mesma pagina @ a qualidade da conexao a Inter- net vao influenciar a resposta. “No caso das re~ des moveis, a latencia da conexao é muito grande ainda. Com 0 HTTP/2. essa percepgao val metho- rar’, atirma Ganzell, do NIC br. ‘A nova verséo do HTTP traz uma série de melhorias com 0 cuidado de nao provocar uma revolugao. Ela eprimora o protocolo inventado por Tim Berners-Lee, que permitiu que a Web existisse e se transformasse na rede global que conhecemos hoje. Logo que a Web passar a ser uma rodovia ampla e veloz. outras mudangas serdo necessdrias. Faz parte do curso natural de toda tecnologia. Mas 0 caminho para que uma modernizagao da rede ocorra jé estara ple- namente pavimentado ‘Aespacagn ao HT? /2o pueda no ques For Oren (AG) 750, ato rgroorng Tak Fro (ETF emma 2 2015, ‘nig (FEAROOU STTenho visto comentaristas internacionais que conhecem muito pouco sobre a Internet e suas possibilidades. E as possibilidades sao imensas.” Joao Antonio Zaffo Falta cultura tecnologica Texto Niton Tuna Mateus Até comentaristas internacionais tropecam quando tentam avaliar a Internet, aponta o professor Zuffo entrevista: Jodo Antonio Ziff fcroeletronica brasileira, ha uma falta de cultura teo- nol6gica generalizacla no Brasil. E isso é grave porque pode gerar equivocos por parte dos legisladores quando tentam regulamentar ambientes cruciais para a populacao. ‘como a prépria Internet. Ele reconhece que o ser humano é © elo fraco na evolugao da tecnologia e preocupa-se com a perda da privacidade, mas mantém 0 otimismo. Nesta entrevista a Demi Getschko Renato Cruz. edt tores da Revista .br. 0 professor Zuffo avalia os rumos da Internet, da televisdo inteligente e da realidade virtual. en- tre outras tecnologia. E 0 faz com a sabedoria de quem acompanhou de perto a entrada da Escola Politécnica da Universidade de Sao Paulo (USP) na era digital, participou de projetos pioneiros da microeletrOnica nacional, acom- panhou 0 vertiginoso aumento dda capacidade dos proces- sadores @ atuou na pesquisa que levou & definigéo da TV digital brasileira. Fundador do Laborat6rio de Sistemas Inte- grdveis (LSI), da Poli, 0 professor aposentado lamenta que nao exista mais incentivo para que a pesquisa esteja um asso a frente da aplicagao industrial Pi: © professor Joao Antonio Zutfo, pioneiro da mi iP Como o senhor vé a expansdo para além da drea técnica? 4Z_Fico muito preocupado com a expansdo porque as pes- soas, de maneira geral, tem pouco conhecimento da érea. Te- nnho visto comentaristas intemacionais que conhecem muito pouco sobre a Intemet e suas possibilidades. E as possibilida- des sao imensas. Por exemplo: hoje, com 0 celular, 0 individuo escuta seus batimentos cardiacos @ até os movimentos de eu Intestino. Contata seus amigos, consegue influenciéios Ha um conhecimento muito grande sobre o perfil das pessoas que usam a rede e de tudo ao seu redor. 81 FeerERO| a5acho que vai lesenvolver-se uma inteligéncia planetaria no meio de tudo isso, conectando tudo e todos.” Joao Antonio Zuffo & com o big data, com toda a proliferagdo de sensores e localizadores, como fica a privacidade? 4Z Hoje em dia, hd processos muito sofisticados de ela~ boragao do perfil psicoldgico dos usuarios, que as vezes 6 guardado por particulares, nao é puiblico. Minha mu- Iher flea espantada porque gosta de filmes policials € 0 Netflix ja apresenta um cardapio de filmes policiais para ela E que eles jé tragaram seu perfil psicolégico e sabem_ do que ela gosta. Essas aplicagdes parecem interessan- tes, sao amigavels. mas também sao ameagas. Por isso eu estou preocupado em trabalhar nessa area, e tento prever 0 que possa vir a ocorrer socialmente nos prox mos 20 ou 30 anos, quando a comunicageio eérebro-me quina for viével e houver uma série de factidades que hoje parecem ficgo cientiica, mas j4 esto no hortzonte de ser produzidas em laboratorio. (GP Quando se fala em Internet das coisas, em asa conectada, a quantidade de informagées vai crescer muito, ndo? 4Z_E disso que eu estou falando. Pode haver um grau de inteligencia, ou de esperteza, muito grande dentro desses sistemas. Haverd um conjunto extremamente complexo de computadores. inteligencias artiicias € se res humanos numa abrangéncia mundial. Eu acho que vai desenvolver-se uma inteligéncia planetaria no meio {udo isso, conectando tudo e todos. Seria a ideia de Gaia que o pessoal tinha antigamente. Pode ser que tudo isso Surja naturalmente. Vejo os sistemas de protegao ambiental como um sinal disso. Enfim, tomara que venha rao bem, Mas acho que essa Internet das coisas ocu- is espaco virtual do que real ‘@ Evitar abusos, de empresas ou de governos, € mais uma questao tecnolégica ou de eR oN Ue a oe * 1Z_Bxiste 0 aspecto tecnolégico dos sistemas de pro- tegao, mas considero mais importante a situagao legal E nesse ponto eu acho que falta um pouco de cultura tecnologica, que deveria ser difundida de forma muito mats ampla do que se faz hoje em dia. Os responsavers acabam fazendo uma legislagao que néo ataca direta mente 0 problema GD com esse reforso geral da capacidade de processamento, da interligagéo, da consciéncia global, o ser humano em si, com todos os seus problemas, vai ser 0 elo fraco da cadeia? JZ_Eu creio que sim. Tanto que uma das maiores preo- Cupagdes nas discussdes das sociedades mundiais 6 a desumanizacao das pessoas, a questo de elas serem desvalorizadas como seres humanos. AS sociedades ‘écnicas comegam a preocuparse com isso, mas acho que 0 pessoal de humanidades deveria participar mais E no participa apenas por fatta de cultura da area. Eu acho que deveria ser dada uma cultura geral mais ampla, sobre aspectos tecnologicos e suas possibilidades. En 180, minha preocupagao com fazer a legislacao 6 essa Gh He pessoas que acham que 0 nosso cérebro talvez nao tenha capacidade de absorver as tecnologias na velocidade em que elas aparecem. JZ Talvez. mas 0 segredo nao é absorver tudo. mas sim plesmente pegar as linhas gerats e tentar entender para ‘nde a tecnologia vai. Tentar usar aquela parte do nosso cérebro que ndo € exatamente logica, mas quase instn- tiva, para darmos um passo adiante (dip Percebemos que hd certa exacerbacdo de noti- cias falsas nas redes sociais. Isso vai sedimentar-se em algum lugar ou é um caos que sé vai crescer? 4Z. Esse 6 outro ponto que me preocupa porque, da mes: tna forma que se ganha versatilidade na comunicagéo, to das as caracteristicas psiool6gicas dos usuarios esto sen {00 levantadas, permitindo que se infiueneie a opiniao de todo mundo. Jé existern estudos bastante profundos, nao $6 na érea de humanas, mas também na de técnicas, so bre como manipular opinides dentro de redes sociais pare descobrir como elas aparecem, se propagam e morrem. Gi 0 proprio Facebook fez um teste mostrando variagées de humor dos usudrios. .Z_E 0 esquema de persuasao. Estuda-se como persua- dir as pessoas a fazerem alguma coisa por meio da ava liagao da inluéncia que tém os amigos e outros fatores na oNctos tecnoldgicos e suas possibilidades.” Joao Antonio Zuffo mudanga de opiniao, que pode decorrer até de o dia estar ‘u nao. Isso 6 perigoso. De repente, aiguém mal \cionado pode propagar ideias contra uma pessoa, tutoridade, ou mesmo provocar uma guerra. @ Hoje existem até dividas, quando a industria discute big data, quanto @ qualidade das ferramentas existentes para analisar tamanha quantidade de dados. 4Z_O pessoal as considera grosseiras, mas jé ha infor- magaio matematica bastante sofisticada. Eu nao duvido, por exempio, de que o ISIS (sigla em ingles de Estado Isla- mico do Iraque e do Levante) esteja fazendo coisa desse tipo para mobilizar pessoas. Individuos psicologicamente nao muito frmes podem ser levados a fazer coisas que notmalmente néo fariam. Ha também uma certa preocu- pagao quanto ao movimento de manada, agora virtual Isso realmente pode ocorrer. Alguém simplesmente mexe em certos pontos delicados e dispara todo um processo. ® Temos um exemplo didrio no mercado financeiro, que é virtual. JZ _Eu acredito inclusive que nessa drea econdmica a ‘questao seja toda automatizada, Nao haverd mais core- tores humanas Gt Como o senhor vé o caso do Google Glass? A ‘empresa acabou de retird-lo do mercado para repensar o produto. Houve uma reagéo ruim, principalmente das pessoas que ndo 0 usavam. 4Z_E um problema de saturagao e, por parte das pes- ‘S085 que nao O usavam, uma questao de privacidade. AAs pessoas se sentiam agredides. Mas isso porque os Geulos sao aparentes. As pessoas parecem nao se preo- ‘cupar muito com a privacidade quando as coisas néo io vVisiveis. E so mais ameagadoras, eu acho. Veja 0 tamanho das cameras, Em pouco tempo havera cameras do tamanho da cabeca de um alfinete, que podem ser espalhadas por qualquer lugar. (Gi Ja estéo em qualquer lugar. 4Z_Mais ainda néo se generalizaram, como poderdo ge- neralizar-se daqui a uns cinco ou dez anos Wt £0 pior: passarao a ser obrigagao. Basta ver em quantas situagées as imagens sdo usadas, As pessoas estdo assumindo que ndo sé tem de haver cémera, como as imagens tém de ser guardadas. 4Z_Mas, na medica em que isso entrar na nuvem, af no haverd mais limites. E n&o so s6 cameras. Séo sensores de presenga, de temperatura, de comportamento; as ca- meras sao apenas um detalhe. Existem milhares de outros tipos de sensores que podem estar por af. Nés temos um projeto, junto com uma empresa de tecidos, que permitiré 0 monitoramento da sade da pessoa por meio de sensores no prOpnio corpo, que medirao batida cardiaca. temperatu- a etc. Isso 0 IPhone faz, mas € possivel fazer mais deta- Ihadamente: 6 possivel tomar medida de assimetria e de ‘varios outros pontos. Roupas inteligentes poderao avisar, por exemplo, quando uma pessoa idose cai, deflagrando um socorto répido. E uma coisa boa, mas exigiré que todos: ‘os detalhes da pessoa estejam dentro de um sistema de criptogyafia, para proteger as informagbes. WD Existe a Lei de Moore para o poder de processa- mento e algo parecido quanto a armazenamento de dados e largura de banda. Mas energia, no caso das baterias, ainda é um gargalo, nao? .Z_Em termos de bateria, eu acredito em super, hipercapa- Citores. Em nanotecnologia poclemas ter capacitores fazen- do energia, @afj4 nao 6 mais fico quimica, mas puramen- te fisica. Serd possivel armazenar energia para alimentar tum carro por 24 horas $6 com hipercapacttores. Isso talvez dentro de mais 20 anos. Hoje aeromodelos com capacitor- inhos dentro saem voando por 10 ou 15 minutos. Gh Voces sao pioneiros na area de realidade virtual, uma tecnologia que esta at pelo menos desde a dé- cada de 1990, mas andou meio esquecida. Qual € 0 espaco da tecnologia de realidade virtual hoje? 4Z_O problema da realidade virtual 6 mais a geragao de Ccontetio do que qualquer outta cotsa. Em termos de tec- nologia, 0 problema principal é custo. Nos estamos de- senvolvendo um sistema com projetores mais baratos fa- zendo a fuso de imagens em tempo real. Isso pode set até a televisio do futuro. Num jogo de futebol, mesmo numa TV HD (sigla em inglés de alla definigio), 0 foco & 01 FeereRO| 5pendendo da quantidade dle LED, da para forrar uma parede inteira cle tela. Pode-se pensar em resolucdo na ordem de 500 milhdes de pixels." Joao Antonio Zuffo apenas localizado, noha uma visao geal do que acon- tece. Dentro da realidade virtual, seria possivel colocar cameras lateaise fund as imagens, cando as pessoas uma visdo ampla. Hoje a televisio jé esté casada com 0. computador; casé-la com a realidade virtual é um passo natural para os préximos anos. (Gi Fate mais sobre 0 casamento da TV com © computador. 4Z.Nos televisores mais madernos, 0 espectacior entra na Internet, baixa 0s aplicativos, acessa uma série de fa- cilidades. Com 32 gigabytes cle meméria, 6 sim um com- putador. A indistria $6 nao usa o sistema operacional classico, provavelmente, para nao pager direitos. Mas ainda ha alguns erros. As coisas evoluem tao depressa {que 0 proprio pessoal técnico dos fabricantes nao sabe ‘como resolver os problemas que aparece. GD Uma area em que vocés tém trabalhado bastante é a de telas. Hoje jd se fala em 4K, 8K, até onde vai isso? 4Z_Dependendo da quantidade de LED, dé para forrar uma parede inteira de tela, Pode-se pensar em resolugao nna ordem de 500 milhdes de pirels. Mas ndo existe limite porque hoje 6 possivel ter varios projetores @ fundit as imagens em tempo real, como também se podem tundir as Imagens de tela em tempo real. Existe capacidade de processamento pata Isso. J4 existe algoritmo. O pessoal estd fazendo isso. Entao, podem ser desenvolvides no vos conceitos de televisao. inclusive @ £0 que daria para fazer de diferente em TV? 4Z.E 0 caso que eu citei do jogo de futebol. Em vez de uma Imagem focada. podem ser fundidas imagens em ‘tempo real. Seria uma espécie de Cinerama em casa, 0 espectador teria toda a visdo do campo. Seria possive! fazer um Zoom num ponto, mas sem perder a viséo late- Tal. Isso € para 0s proximos anos. vai chegar depressa Ha ainda a questao do tridimensional. Até hoje a 3D ndo € ld muito boa. Wt A pessoa nao pode assistir deitada, (4.Z_Ha uma série de problemas. Eu acho que a combi- hago com a hologratia tem produzido sistemas que dio uma sensagao de realidade bastante grande. S6 que por enquanto 0 angulo de visio & muito estreito. Mas jé nd gente trabalhando muito nisso, Wh Temos visto crescer muito também a drea de interface natural, como a vez. AZ.Numa primeira fase eu acho que a vor 6 @ interta- ce natural. Mas na interface de voz na varias etapas: 0 reconniecimento de um tinico locutor, que Jé existia nos anos 90 ¢ funcionava bem, € 0 reconhecimento de mit plos locutores. que ainda esté em desenvolvimento ¢ en frenta algumes diiculdades. Na medida em que se reco nhega @ voz. porém. algumas profssoes serao afetadas, como a de tradutor. Ao mesmo 0 usuario vai tomarse mais distinguivel na Internet: ja se fala no em Internet das coisas, mas de todas as coisas. Vamos poder dar or dem falada para qualquer objeto. No fim, tudo se ajeita, Mas as pessoas véo sentir-se ameacadas. Wt A historia dos desenvolvimentos realizados nos laboratérios da USP registra varios casos sucesso de parceria com a inddstria, o que é raro no Brasil 4Z_Nos sobrevivemos gragas a essa colaboracao, Gh Nessa colaboragao universidade-indistria, 0 ~ que € importante para resultados a longo prazo? 4Z_Acho muito importante esse trabalho com a indis- tria. Mas, em primeiro lugar, a indtstria precisa existir E, durante a década de 2000, o valor do délar pet ceu muito baixo, 0 que levou ao fechamento de‘Turin © matematico biténico publicou, em 1936, um paper em ue propos ume méquina tebrica capaz de resolver qua quer problema matemético, desde que ele fosse aprosen tado em forma de algoritmo. Esse dispositive programs vol - com entrada @ sada de dados, processamento © ‘memoria = recebeu o nome de maquina de Turing. Criow também 0 teste de Turing, que identifica se um sistema tem inteligencia artificial equivaiente & humana. Duran. te a Segunda Guerra, trabalhou em Bletchley Park, onde desenvolveu técnicas para deciftar mensagens criptogra fadas pela maquina alema Enigma. Em 1952, fol proces ‘saddo por atos homossexuats, e morreu dots anos depots, envenenado por cianeto. E considerado 0 pai da ciencia da computagao te6rica, 21] FeerERD | 08Mantenha-se atualizado com os cursos do NIC.br! 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