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Quarta-feira, 14 de Outubro de 1992 1 SERIE—NGmero 42 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICAGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOGAMBIQUE SUPLEMENTO SUMARIO Assemblela da Repiblica: bol nz 13/92: ‘Aprova © Acordo Geral de Paz Let ne 14/92 Altera os artigos 1, 5, 6, 11, 14, 16 25 da Lei a 7/91, de 25 de Janeiro, sobre os partidos politicos. Lat ns 16/82: ‘Amnistia os crimes cometidos contra a seguranga do povo e ‘do Estado popular, previstos na Lei n 2/79, de 1 de Margo ena Lei n® 1/85, de 16 de Margo, os crimes contra a sepu- ranga do Estado, previsios na'Let n 19/91, de 16 de ‘Agosto, e 06 crimes militares previstos na Lel n 17/87, de 21'de Dezembro e ainda ‘agueles cujo provedimento Criminal afo tenha sido instavrados até 1 de Julho de 1988, ‘ASSEMBLEIA DA REPOBLICA ne 13/92 do 14 de Outubro Com vista a tornar executdrio 0 Acordo Geral de Paz assinado em Roma, entre 0 Governo da Reptiblica de Mocambique ¢ a Renamo, a Assembleia de RepGblica, usando da competéncia estabelecida no n° 1 do artigo 135 da Constituigdo, determina Axtigo 1. aprovado 0 Acordo Geral de Paz assinado em 4 de Outubro de 1992 entre 0 Governo da Reptiblica de Mogambique ¢ a Renamo, que é publicado em anexo que faz parte integrante da presente lei. ‘Art. 2, Consideram-se criados para todos os efeitos legais 0s organismos previstos no Acordo Geral de Paz, ‘com as fungées ¢ composigao neste estipuladas, sem pre- jutzo de regulamentacao necesséria Art. 3. A legislagdo decorrente do Acordo Geral de Paz ineluiré, para cada caso, 0 conteddo estipulado no mencionado ‘Acordo, Art. 4. A presente lei entra imediatamente em vigor. Aprovada pela Assembleia da Repdblica, © Presidente da Assembleia da Reptiblica, Marcelino dos Santos. Promulgeda aos 14 de Outubro de 1992 Publique-se. © Presidente da Repiblica, JOAQuIW ALBERTO CHISSANO, —— ‘Acordo Geral de Paz de Mocambique Joaquim Alberto Chissano, Presidente da Republica de ‘Mogambique, ¢ Afonso Macacho Marceta Dhlakama, Pre- sidente da RENAMO, encontrando-se em Roma, Sob a presidéncia do Governo italiano, na presenga do ‘Ministro dos Negécios Estrangeiros da Reptiblica Italiana, Emilio Colombo, E na presenca de: S. Ex.* Robert Gabriel Mugabe, Presidente da Rept- blica do Zimbabwe; S. Ex Ketumile Masire, Presidente da Repablica do Botswana; S. Ex." George Saitoti. Vice-Presidente da Repdblica do Quénia; S. Ex® Roelof F. Botha, Ministro dos Negécios Es- trangeiros da Repdblica da Africa do Sul; Hon, John Tembo, Ministro na Presidéncia da Re- piiblica do Malawi; Emb. Ahmed Haggag, Vice-Secretério-Geral da OUA: dos mediadores: on. Mario Raffaelli, representante do Governo italiano e coordenador dos mediadores, D. Jaime Goncalves, Arcebispo da Beira, professor ‘Andrea Riccardi e D. Matteo Zuppi, da Comuni- dade de S. Egidio; 202-(2) © dos representantes dos observadores: 0 Dr. James . C. Jonah, Secretério-Geral Adjunto para os Assuntos Politicos das NagGes Unidas; S. Ex.’ 0 Subseeretério de Estado Embaixador Herman J Cohen, pelo Governo dos Estados Unidos du Amé- rica; S. Ex." 0 Embaixador Philippe Cuvillier, pelo Governo di Franca: 8. Ex 0 Secretério de Estado dos Negécios Fstrangeiros ¢ da Cooperagio, Dr. José Manuel Duro Barroso, pelo Governo de Por. tugal; c S. Ex: Sir Patrick Fairweather, pelo Go vvernd do Reino Unido; No termo do processo negoctal de Roma, para o estabe- Jecimento de uma paz duradoira e duma sélida democraci em Mogambique, accitam como obrigatérios os segi documentos, que constituem © Acordo Geral de Paz 1. Protocolo | (Dos Prineipios Fundamentais); 2. Protocolo 1 (Dos Critérios e Modalidades para a Formacao & Reconhecimento dos Partidos Po- Iiticos); Protocolo {11 (Dos Principios da Lei Eleitoral) Protocolo IV (Das Questdes Militares); Protocolo V (Das Garantias); Protocolo VI (Do Cessar-Fogo): Protocolo VII (Da Conferéncia de Doadores) Accitam igualmente como partes integrantes do Acordo Geral de Paz de Mogambique os seguintes documentos: @) Comunicado Conjunto do dia 10 de Julho de 1990; ) Acordo de 1 de Dezembro de 1990; ©) Declaragio do Governo da Repiiblica de Mogan bique e dz RENAMO sobre os principios orien- tadores da ajuda humanitérin, assinado em Roma, wos 16 de Julho de 1992; «) Declaragao Conjunta, assinada em Roma, aos 7 cde Agosto de 1992. © Presidente da Repiiblicu de Mogambique ¢ 0 Presi- dente da RENAMO comprometemse a tudo fazerem para se aleangar uma efectiva reconciliagao nacional. Os Procolos acima referidos foram devidamente ru: bricados © assinados pelos respectivos Chefes de Delega- (a0 v pelos mediadores. O presente Acordo Geral de Paz entra cm vigor imediatamente apés a sua assinatura, Jouguim Alberto Chissano ~ Presidente da Repiblica de Mocanebique. Afonso Macacho Marceta Dhlakama— Presidente da RENAMO Os Mediadores: on. Mario Raffaelli, D. Jaime Goneal ves, Professor Andrea Riccardi, D Matteo Zuppi Assinado em Roma, aos 4 de Outubro de 1992 PROTOCOLO | Dos principion fundamentais No dia 18 de Outubro de 1991, @ Delegagio do Go- verno da Repiblica de Mogambique, chefiada por Ar- mando Emilio Guebuza, Ministro dos Transportes ¢ Comu- jgdes, e compost pelos senhores Aguiar Mazul Ministro da Administrago Estatal, Teodato Hunguana, plomético do Presidente da Repiblica, clegagio da RENAMO, chefiada por Raul Manuel Domingos, chefe do Departamento das Relagdes Fxteriores, composta pelos senhores Vicente Zacarias Ululu, Chefe do Departamento da Informago, Agostino Semende Murrial, Vice-Chefe do Departamento dos Assuntos Politicos, e Joio Francisco Almirante, membro do Gabinete Presidencial, reunidas em Roma. no ambito das conversagdes de Paz, na pre- senga dos mediadores, on.Mario Raffaelli, representante do Governo da Reptiblica Italiana ¢ coordenador dos me diadores, D. Jaime Gongalves, Arcebispo da Beira, pro fessor Andrea Riccardi e D Matteo Zuppi da Comunidade de S. Fgidio: Determinados a realizar os superiores interesses do povo ‘mogambicano, reafirmam que 0 método de dilogo e de colaboragao entre si é indispensivel para se alcangar uma paz duradoira no Pais Consequentemente: 1, © Governo comprometese a nao agir de forma con- tréria aos termos dos Protocolos que se estabelecam, a ndo adoptar Ieis ou medidas e a no aplicar as leis vigentes ‘que eventualmente contrariem os mesmos Protocolos. 2. Por outro lado a RENAMO compromete-se a parti dda entrada em vigor do cessar-fogo a ndo combater pela forca das ormas, mas a conduzir a sua Jute politica na observincia das leis em vigor, no ambito das instituigées do Estado existentes © no respeito das condigées e garan- tias estabelecidas no Acordo Geral de Paz. 3, Ambas as partes assumem 0 compromisso de alcangar no mais curto espago de tempo o Acordo Geral de Paz, contendo 0s Protocolos sobre cada um dos pontos da agenda adoptada no dia 28 de Maio de 1991 e desenvolver fas acgdes necessérias para esse efeito. Neste contexto © Governo empenhar-se-4 u nivo obstaculizar as deslocaySes internacionais e os contacios da RENAMO no exterior no quadro das negociagées para a Paz, Com o mesmo fim, também serio possiveis contactos no interior do Pafs entre a RENAMO c os mediadores, ou os membros da Comissiio Mista de Verificagao. As modalidades conercias de reali zacBo dos mesmos deverfo ser estabelecidas caso a caso. a pedido dos mediadores ao Govern 4. Os Protocolos a acordar no decurso destas negocia- ‘gées fardo parte integrante do Acordo Geral de Paz ¢ a sua entrada em vigor ocontera na data da assinatura deste, com a excepeio do parigrafo 3 deste Protocolo 0 qual entra em vigor imediatamente 5. As partes acordam no principio de constituigio de uma Comissio para supervisar ¢ controlar © cumprimento do Acordo Geral de Paz. A Comissio seré composta por representantes do Governo, da RENAMO bem como das Nagdes Unidas, outras Organizacdes ou Governos a acor- dar entre si Pela Delegagio do Governo da Repiblica de Mogam- pique, Armando Emilio Guebuza.— Pela Delegagao da RENAMO, Raul Manuel Domingos Os Mediadores: on.Mario Raffaelli, D. Jaime Goncalves professor Andrea Riccardi. D Matteo Zuppi Feito em $. Egidio, Roma, aos 18 de Outubro de 1991 14 DE OUTUBRO DE 1992 PROTOCOLO Ii Dos critérios © modalidades para a formag3o ‘@ reconhecimento dos Partidos Politicos No dia 13 de Novembro de 1991, a Delegagio do Go- verno da Repiblica de Mogambique, chefiada por Ar- mando Emilio Guebuza, Ministro dos Transportes e Comu- nicagdes, € composta pelos senhores Aguiar Mazula, Ministro’ da Administragéo Estatal, Teodato Hunguana, Ministro do Trabalho, ¢ Francisco Madeira, Assessor Di- plomético do Presidente da Repéblica, ¢ a Delegacao da RENAMO, chefiade por Raul Manuel Domingos, chefe do Departamento das Relagdes Exteriores, ¢ composta pelos senhores Vicente Zacarias Ululu, Chefe do Departamento da Informacio, Agostinho Semende Murrial, Vice-Chefe do Departamento dos Assuntos Politicos, ¢ Jofo Francisco Almirante, membro do Gabinete Presidencial, reunidas ‘em Roma, no ambito das conversacées de Paz, na presenca dos mediadores, on.Mario Raffaelli, representante do Go- verno da Repdibiica Italiana e coordenador dos mediadores, D. Jaime Goncalves, Arcebispo da Beira, professor Andrea Riccardi « D. Matteo Zuppi da Comunidade de S. Egidio, abordaram o primeiro ponto da Agenda acordada no dia 28 de Maio de 1991, sobre os «Critérios e modalidades para a formagio ¢ reconhecimento dos partidos politicos». No termo das suas discusses as partes acordaram na necessidade de garantir a implementagio da democracia multipartidéria, na qual os partidos concorram livremente para a formagao e manifestagéo da vontade popular e para a participaggo democrética dos cidadios na governacéo do Pais. Neste contexto, e, tendo em considerago 0 conteédo do Protocolo n° 1 «dos Princfpios Fundamentais», as par- tes acordaram nos seguintes prinefpios: 1, Natureza dos partidos politicos 42) Os partidos politicos so organizagdes autSnomas, voluntirias ¢ livres de cidadaos de carécter ¢ ambito na- cional, tendo como objectivo principal dar expresso demo- crética & vontade popular e a permitir a participagio demo- crética no exercicio do poder politico de acordo com 03 direitos © as liberdades fundamentais dos cidadios © na base dos processos eleitorais a todos os nivip da organi- zagio do Estado. ) As associagées que tenham por objectivo principal a defesa de interesses locais, sectoriais ou exclusivos de ‘um grupo social ou classe espectfica de cidadéos sero distintos dos partidos politicos ¢ niio poderio gozar do estatuto legalmente previsto para estes. ©) A Lei dos Partidos deve estabelecer as condigées fem que 0s partidos politicos adquirem personalidade jurt- ica, 4) Serio atribuidas aos partidos politicos prerrogativas proprias, garantidas legalmente. ¢) Para a implementagio ¢ desenvolvimento pleno da democracia multipartidéria, assente no respeito © na ga- rantia dos direitos e liberdades fundamentais ¢ no plura- ismo de expresso € organizagio politicas democriticas ‘nos quais o poder politico pertence exclusivamente 80 povo e € exercido de acordo com 0s principios da democracia representativa e pluralista, os partidos deverio ser dotados de principios fundamentalmente democréticos aos _quais se devem conformar na acco e na sua luta politica, 202-43) 2. Principios gerais. Na sua formacio, estrutura e funcionamento, os partidos Politicos observaréo € aplicario os seguinte fi geruis a fim de diseiplinar a sua actividades | PPS 4) Prossecugdo de fins democréticos: 4) Prossecugdo de interesses nacionais ¢ patridticos; ©) Prossecucao de fins politicos nio tegionalistas, Uibalistas, separatistas, raciais, étaicos ou reli Biosos; 4) Necessidade dos seus filiados serem cidadéos mo- sambicanos; ©) Estruturago democratica dos partidos e transpa- réncia dos seus Grgaos internos; A) Accitasdo de métodos democréticos na prossecu- » a $0 8 Suns finalidad # A adesio a um partido é sempre voluntéria e de- iva da liberdade de os cidadaos se associarem fem torno dos mesmos ideais politicos. 3. Direitos dos partidos A Lei dos Partidos tem como objectivo a protecefo da liberdade de actuagao e de funsionamento or patides politicos, com exclusio daqueles que se proponham fins anti-democréticos, totalitérios ou violentos, e os que desen- volvam a sua actividade com violagio da lei. Os Partidos gozardo dos seguintes direitos: @) Igualdade de direitos © deveres perante a lei; 5) Cada partido deve poder difundir livre e publi- camente a sua politica; ©) Serdo estabelecidas garantias especificas de acesto 08 meios de comunicagao social, a fundos de financiamento do Estado ¢ &s instalagSes ou facilidades piblicas, segundo o principio de nto discriminagio e com base em critérios de repre- sentatividade a fixar na lei eleitoral; 4) A isengio de impostos ¢ taxas nos termos da lei @) Nenhum cidadao pode ser perseguido ou discrimi nado em razo da sua filiaglo partidéria ou das suas opinides politicas; A) Os demais aspectos préprios a cada partido serdo definidos pelos respectivos estatutos ou regu lamentos, os quais deverdo observar a legali- dade. Os estatutos ou regulamentos so objecto de publicagio oficial. 4. Deveres dos partidos s partidos politicos estatdo vinculados os seguintes deveres: 4) Devem ser idemtificados por nome, sigla ¢ s{m- bolo. Sao proibidos os nomes, siglas ou simbo- os que possam ser considerados ofensivos para 2 poptilagao ou os que incentivem violéncia © 08 que se prestem a conotagdes divisionistas com base na raga, regio, tribo, sexo ou reli sido; 5) Nao devem por em causa a integridade territorial € a unidade nacional; ©) Devem constituir seus drgios ¢ estabelecer a sua organizaedo interna na base do principio da eleigéo © da responsabilidade democraticas de todos 0s titulares dos érgios centrais; 4) Devem assegurar a aprovagio dos seus Estatutos f¢ programas por maioria dos seus membros ou pot assembleias representativas dos mesmos; 02-14) ©) Na sua organizagio interna os partidos devem tespeitar plenamente 0 principio da livre filia- 80 dos seus membros, os quais nao poderdo ser obtigados a ingressar ou permanecer num partido contia sua vontade: A) Submeterse ao registo © fazer publicar anual- ‘menie os respectivos balangos de contas bem como a proveniéneia dos seus fundos, 5. Registo 4) O acto de registo visu declarar a conformidade constituigao e a existéncia dos partidos com os principios Tegais que devem obyervar e, em cunsequéncia, conferir- -thes.petsonalidade juridica b) Para cfeito do registo eada partido deveré ter 0 ni mero minimo dle 2000 assinaturas. €) Compete ao Governo tegistar os partidos d) & Comissio prevista no n-* 5 do Protocolo n." 1 sobre os Prineipios Fundameniais analisard © decidira os litigios que suriam no proceso de registo dos partidos, devendo pata tal o Governo por a disposigio desta a do- ccumentagiio requerida por lei 6. Implementagio @) As partes acordam que, imediatamente apés a assi- natura do Acordo Geral de Paz a RENAMO iniciord @ sua actividade na qualidade de partido politico © com as prerrogativas previstas na lei, ficando, porém, sujeita a submeter posteriormente, para o registo, a documentagio requerida por lei 'h) Prosseguindo com 0 método do diélogo, volaboragio € consuliay regulares, as partes. acordam em estabelecer. ‘no Ambito da discussio do Ponto 5 da Agenda acordada, 4 calendarizagio dus acgdes necessérias para assegurar a correcta implementagio do. presente Protocolo E, para constar, ay partes decidiram assinar 0 presente Protocolo Pela Delegagio do Governo da Repiblica de Mogam- bique, Armando Emilio Guebuza. — Pela Delegacao da RENAMO, Raul Manuel Domingos Os Mediadores: Andrea Riccardi Mario Raffaelli, D- Jaime Gongalves. D- Matteo Zuppi Feito em S. Egidio, Roma, aos 15 de Novembro de 1991 PROTOCOLO Ill Dos Principios da Lei Eleitoral No dia 12 de Maro de 1992. 4 Delegagio do Govern do Republica de Moyambique, chetiads’ por Anmande Emilio Guebuza, Ministro_dos “Transportes ¢ Comunica: tgoc, © composta pelos senhores Aguiar Mazula, Ministro da Administiagdo Estatal, Teodato Hunguana, Ministio do Trabalho, e Francisco Madeira, Assessor Diplomatico do Presidente da Repiiblica, e 2 Delegagao da RFNAMO, che: fiada por Raul Manuel Domingos. chef. do Departamento di Oxganizacio, ¢ composta pelos senhores Vicente Zaca Fias Ululuy, chele do Departamento da Informagio, Agos- tinho Semend. Munial, Vice-Chefe do Departamento da Organizagic, e Virgilio Namalue, Director do Departa- mento di Inlormagao, reunides em Roma, no ambito das 1 SERIE — NUMERO 42 conversagdes de Paz, na presenea dos mediadores, on. Mur Fig Raftaclii, representante do Governo da Republica. {te liana e coordenador dos mediadores. D. Jaime Gongalves, Areebispo da Beira, prol. Andrea Riwcadi © D. Matteo Zuppi da Comunidade de S. Egidio, abordaram o 2." ponto da Agenda assinada no dis 28 de Maio de 1991, reiativo Lei Elcitoral, © acordaram no seguinte. © presente Protocolo compieende os, prineipios gerais que deverdo orientar a redacgio da Le: Eleworal bem vomo eventuais moditicagoes as eis que estejam telacionadas com 0 desenvolvimento do provesso elvitoral A Let Eleitoral deverd ser elaborada pelo Governo, em consulta com a RENAMO assim como com todos os ‘outros Partidos politicos Uiberdade de impronsa © de acesso aos meios de comunicacso 4) Todos o» cidadios 1ém direito @ liberdade dem prensa bem como o direito & informacio. Estas liberdades compreendem, nomeadamente, o direito de fundar e geri jornaiy © outras publicagdes, estacdes emissoras radio nicas © televisivas assim como outrus formas de. propa ganda escrita ou sonora, tars como cartazes, Folhetos Outros meios de comunicagit. Estes direitos ndo serdo limitados por censura, 4) Regulamentos administrativos ¢ liseais ndo serdo, em nenhum caso, aplicados de maneita « discriminar ow im: pedir o exereicio deste direito por tazées politivas ©) A liberdade de imprensa inclu também a liberdade de expressio e de criagdo doy jornalistas e a protecgao da sua independéneia ¢ do sigilo profissional d) Os Srgdos de comunicagdo social do sector pablico go7ario de independéncia editorial v garantirio, nos ter mos da regulamentagdo propria prevista no ponto V.3.b)1 deste protocolo, direito de acesso, sem discriminagao polr tica, a todos os partidos. No ambito desta regulamentacao, dever-sexio prever espagos de acesso gratuity todos 0% partidos Nao poderao ser revusados, por ruzdes politiuas, antin cios que respeitem as regras comerciais em uso. €) Os meios de comunicacio social néo poderio discr minar ou recusar, por razie> politicas, a nenhum Partido ou seus candidates, 0 exercicio do diteito de resposta ou a publicagio de rectificagdes ou desmentidos. km caso dk difamagao, calinia, injiéria ou outros crimes de imprensi serd garantide recurso aos tribunals Il, Liberdade de associacSo, expresso © propaganda politica 4) Todos os cidadios 1ém direito & liberdade de ex pressio, assvciagao, reunido, manifestagio © propaganda politica, Repulamentos administrativos e fiscars nao serdo. tem nenhum caso, aplicados de maneira a dis rou impedir o exereieio destes direitos por razdes de ordem politica Tstes ditewos do se estendem a acuvidedes ¢ grupos paramilitares privados ilegais bem como os que promovam a violéncia em today as suas formas o terro- rismo, 1» 1acsmo Ow © separatisimo. b)A liberdad de assoviacao, expresso © prop: politica compreende 0 aevsso. ni diseriminat6rio, acho de lugares e instalacdes piblicas stu utilizagéo dopenderé de pedido as autoridades administiativas competentes, as quais deverdo pronun ciar-se no prazo de 48 horas apis a submissiv do mesmo Os pedidos s6 poderio ser mdeferidos por razses de 01 dem piiblica ou de carécter organizativo 14 DE OUTUBRO DE 1992 202-5) IL, Liberdade de circutaglo @ de domicilio no Pais Todos os cidadios tém direito de circular em todo o Pais, sem necessidade de autorizac&o administrativa. Todos os cidadéos tém direito do fixar residéncia em qualquer parte do territério nacional, de sair ou de re- ‘ressar para o Pais. IV, Regresso de refugiados © desiocados mocambica- ‘Ros @ Sua reintegragio social @) As partes comprometem-se a cooperar na repatriagio € reintegracéo dos refugiados e deslocados mocambicanos no territ6rio nacional assim como na integragio social dos mutilados de guerra. ') Sem prejuizo da liberdade de circulagio dos cidadios, © Governo elaboraré um plano de acordo com a RE. NAMO para organizar a assisténcia necesséria aos refugia- dos e deslocados, de preferéncia nos lugares de origem das populagées. As partes acordam em solicitar a participacao dos competentes organismos das Nacdes Unidas na elabo- ago € implementacio deste plano. A Cruz Vermelha Internacional bem como outras organizagées a acordar se- Go convidadas @ participar na implementacao do mesmo. ©) OS refugiados e deslocados mocambicanos, pelo facto de terem abandonado os lugares da sua residéncia habitual, ng perdem nenhum dos seus direitos e liberdades de cidadaos. ) O registo ¢ a inserigao dos refugiados ¢ deslocados mogambicanos nas listas eleitorais serao feitos em conjunto com os demais cidadaos nos lugares de residéncia. «) Aos refugiados e deslocados mocambicanos seré garan- tida a reintegragao na posse dos bens que sejam da sua pro- priedade, ainda existentes, assim como 0 direito de os reivindicar por via legal a quem os detiver, \V. Procetimentos eleitorais: sistema de voto demo- cratico, imparcial e pluralistico 1. Principros gerais @) A Lei Eleitoral estabeleceré um sistema eleitoral que respeite 0s prineipios de voto directo, igual, secreto pes- soal. 5) As eleigies do Assembleia da Reptiblica e do Presi- dente da Repiiblica serdo realizadas simultaneamente. ©) As eleigdes terdo Tugar dentro do prazo de um ano fa partir da data da assinatura do Acordo Geral Este prazo poderd ser prorrogado quando se veri razBes que impossibilitem 0 seu cumprimento 2. Direito a0 voto @) Tero direito de votar os cidadios mogambicanos maiores de 18 (dezoito anos), com excepeio dos que so- fram de incapacidade mental comprovada ou deménci 'b) Nao terdo igualmente direito a0 voto os cidadios, mogambicanos que, a seguir a aplicacdo do ponto 4, ali- nea a), da Agenda acordada, se encontrem detidos ou legalmente condenados a pena’de prisio por crime doloso de delito comum enquanto nfo hajam expiado a respec- tiva pena. Em todo 0 caso, esta limitagao nfo se aplica a elementos das partes por actos cometidos em acedes de guerra. exercicio do direito ao voto é condicionado @ ins- crigdo nas listas eleitorais @)_A fim de permitir a mais ampla participagéo nas eleigdes, as partes acordam em mobilizar todos os cidados mocambicanos maiores de 18 anos para se registarem ¢ exercerem 0 seu diteito ao voto, 3. Comissao Nacional de Eleigies @) Pata organizar e dirigir 0 processo eleitoral, 0 Go- verno constituiré uma Comissio Nacional de Eleigdes composta por pessoas que, pelas suas caracteristicas pro- fissionais ¢ pessoais, déem garantias de equilibtio, objec- tividade ¢ independéncia em relacdo a todos os Partidos politicos. Um tergo dos membros a designar na referida Comissio ser4 apresentado pela RENAMO. b) A comissdo teré as seguintes competéncias: 1, Eleborar em consulta com os partidos politicos 0 Regulamento para a disciplina da propaganda leitoral, 0 Regulamento sobre a distribuicto do tempo de antena, bem como o Regulamento sobre a utilizacio de lugares e instalacdes pti- blicas e privadas durante a campanha eleitoral. 2. Supervisar a elaboragio das listas eleitorais, a a sentagdo legal das candidaturas, a sua publi so © a verificagdo e registo do resultado das cleigdes. 5. Controlar o Processo Eleitoral c assegurar a obser- vancia da legalidade. 4, Assegurar a igualdade de tratamento dos cidados fem todos 0s actos eleitorais. 5. Receber, examinar e deliberar ‘sobre as reclama- ges quanto & validede das elcigées. 6. Assegurar a igualdade de oportunidade ¢ trata- mento das diversas candidaturas . Apreciar as contas eleitorais. . Elaborar e mandar publicar no Boletim da Repi- blica os mapas dos resultados do apuramento geral das eleicies. 4. Assembleias de voto 4) Em cada local de votagdo funcionaré uma assem- bleia de voto composta por: — todos os cidadios eleitores que devem exercer 0 direito de voto nesse local; —uma mesa de voto: — representantes das diversas candidaturas e Partidos. 5) Cada assembleia de voto é presidida por uma mesa de voto que dirige as operagdes eleitorais ¢ € composta por um Presidente, um Vice-presidente também com fun- ‘ges de Secretirio e os escrutinadores. ©) Os elementos que compdem a mesa de voto seréo designados de entre os eleitores pertencentes & respectiva assembleia de voto com a concordéncia dos representantes das diferentes candidaturas. d) Compete is mesas de voto fiscalizar todas as opera es eleitorais ¢ enviar os resultados & Comissa0 Nacional de Eleigses €) Os delegados das candidaturas ou dos Partidos & assembleia de voto terdo os seguintes direitos: 1, Fiscalizar todas as operagées cleitorais 2, Consultar os registos efectuados ott utilizados pela, mesa, 3. Serem ouvidos ¢ esclarecidos sobre todos os pro- blemas decorrentes do funcionamento da assei; bleia. 4. Apresentar reclamacées, 5. Ocupar os lugares mais préximos qaymesa. sla; assembleia. 6. Rubricar ¢ assinar a acta da assembleia e acom, panhar todos os actos respeitantes as ,apers- 66es eleitorais. 202-(6) A) Eventuais reclamagées serio registadas nas actas enviadas & Comissio Nacional de Eleigdes. 5. Eleigdo da Assembleia da Repiblica 4a) As provincias do Pais constituirdo os circulos eleito- rais, A Comissio Nacional de Eleigdes decidiré sobre 0 rmiimero de assentos para cada cfrculo eleitoral com base nna densidade populacional de cada provincia, b) Para a eleigio da assembleia a Lei Eleitoral estabe- leceré um sistema eleitoral baseado no principio de repre- sentagio proporcional. ©) Os Partidos que entendam apresentar-se conjuntar mente nas elcigdes para a Assembleia deverio apresentar a listas eleitorais com um tinico sfmbolo, 4), Apés 0 inicio da campanha cloitoral ndo serdo per- mitidas coligacdes de listas eleitorais com 0 objectivo de contar conjuntamente 0s votos. @) Serio elegiveis para Assembleia da Repiiblica os cide dios maiores dle 18 anos. As partes concordam, todavia, nna oportunidade de prever uma norma transit6ria para as proximas elvigdes que cleve este limite para 25 anos. f) Serd estabelecida uma percentagem minima dos votos expressos a escala nacional sem a qual os partidos pol ticos concorrentes nao poderio ter assento na Assembleia Essa percentagem sera acordada em consulta com todos os partidos politicos no Pats e nao deverd ser inferior a 5 % ou superior a 20 %. 2) Os representantes dos partidos em cada circulo elei- toral serio elvitos om conformidade com a ordem da sua apresentagdo nas listas 6. Bleico do Prosidente da Repdblica a) O Presidente da Reptiblica € eleito por _maiori absoluta dos votos expressos. Se nenhum candidato obtiver a majoria absoluta, proceder-se-4 a um segundo escrutinio entre os dois candidatos mais votados, 5) O Segundo escrutinio teré lugar dentro do prazo de ‘uma a trés semanas a partir da proclamagio dos resultados do primeiro. Tendo em conta as condi¢des organizativas necessérias, a data seri indicada antes do inicio da cam- panha_cleitoral. ¢) Serio elegiveis para Presidente da Repéblica os cida- dios eleitores maiores de 35 anos. d) As candidaturas para Presidente da Repiiblica devem ser apoiadas por um minimo de 10000 assinaturas de cidadios mogambieanos maiores de 18 anos com cape- cidade eleitoral activa. 7 Finangas @ facilidades 4@) A Comissio Nacional de Eleigdes garantied a distr buigdo, sem discriminagio, a todos 0s Partidos concor i ico. dispo niveis para a Campanha eandidatos de cada Partido e com o controlo de todos os partidos concorrentes as eleigdes. '6) O Governo empenharse-i em facititar ’ RENAMO, 8 obtengio de instalagdes € meios, com possibilidade de alojamento, movimentacio & comunicagces para o desenvolvimento das suas actividades politicas em {odas as Capitais Provinciais do Pafs e em outros lugares conde tal for possivel em fungao das dispontbitidades oxis- tentes. ©) Para estes fins 0 Governo solicitard apoio da comu- nidado internacional e em particular da Ttélia, 1 SERIE —NOMERO 42 VI. Garantias do processo eleitoral © papel de obser- vadores internacionais 4) A supervisio e controlo da implementagio do presente Protocolo serdo garantido pela Comissio prevista no Proto- colo I dos Principios Fundamentais. 5) Com vista a garantir a maior objectividade no pro- cess0 eleitoral, as partes acordam em convidar como obser- vadores as Nagdes Unidas, a QUA e outras organizagi ‘bem como personalidades’ escrangeiras iddneas conforme for acordado entre 0 Governo © a RENAMO do inicio da campanha eleitoral até a tomada de posse do do inicio da campanha eleitoral até 8 tomada de posse do Governo. ©) Para uma melhor impiementago do Processo de Paz, as partes acordam igualmente na necessicade de soli citar apoio téenico ¢ material As Nagdes Unidas e a QUA, & comesar apés a assinatura do Acordo Geral de Paz, 4) Para efeitos do previsto no presente ponto VI, 0 Governo dite pedidos formais as NagGes Unidas ¢ & E para constar, as partes decidiram assinar o presente Protocolo. Pela delegacao do Governo da Repiiblica de Mogambi quo, Armando Emilio Guebuza.— Pela delegugio da RE. NAMO, Raul Manuel Domingos. Os mediadores: Mario Raffaelli, D. Jaime Gongalves, Andrea Riccardi ¢ D. Matteo Zuppi. Feito em Roma, aos 12 de Margo de 1992. PROTOCOLO IV Das Quertées Militeres No dia 4 de Outubro de 1992, a Delegagao do Governo da Repiiblica de Mocambique, chefiada por Armando Emilio Guebuza, Ministro dos Transportes © Comunica- ses, ¢ composta por Matiano de Aratjo Matsinha, Mi- nistro sem Pasta, Aguiar Muzula, tragio Estatal, Téodaio Hunguana, Ministro do Trabalho, Tenente-General Tobias Dai, Francisco Madeira, Assessor Diplomitico do Presidente da Reptiblica, Brigadeiro Aleixo Malunga, Coronel Fideles de Sousa, Major Justino Nrepo, Major Eduardo Lauchande, ¢ a Delegago da RENAMO, chefiada por Raul Manuel Domingos, Chefe do Departa- mento da Orgenizagdo, e composta por Joss de Castro, Chefe do Departamento das Relagées Exteriores, Agosti- nho Semende Murrial, Chefe do Departamento da Infor- magio, José Augusto Xavier. Director-Geral do Departa- mento da Administragio Inteine, Major General Herminio Morais, Coronel Fernando Canivete, Tenente-Coronel Ato- ne Julai, Tenente Anténio Domingos, reunidas em Roma, nna prescnca dos mediadores, on. Mario Raffaelli, repre- sentante do Governo italiano e coordenador dos’ media- dotes, D. Jaime Goncalves, Atcebispo da Beira, professor ‘Andrea Riccardi e D, Matteo Zuppi, da Comunidade de S. Epidio, e dos observadores das Nagées Unidas e dos Governos dos Estados Unidos da América, da Franga, da 14 DE OUTUBRO DE 1992 Gré-Bretanha e de Portugal, abordaram 0 ponto 3 da ‘Agenda Acordada no dia 28 de Maio de 1991, intitulado «Questées Militares», e acordaram no seguinte: |. Formagdo das Forgas Armadas de Defesa de Mo- ‘gambique i Principios gerais 1, Sio constituidas as Forgas Armadas de Defesa de Mogambique (FADM) para todo o territrio nacional. 2. As FADM: @) Tero por misséo geral a defesa ¢ a salvaguarda da soberania, da independéncia e da integridade territorial do Pais. No perfodo entre 0 cessar- -fogo ¢ a tomada de posse do novo Governo, poderio, sob o Comando Superior das FADM, actuar €m cooperagdo com o Comando da Po- Iicia, para proteger as populagdes civis contra © crime e a violéncia em todas as suas formas. Serdo ainda tarefas das FADM a intervengio @ assisténcia em situacdes de crise ou emergén- cia no Pafs resultantes de calamidades naturais, bem como 0 apoio aos empreendimentos da reconstrugao ¢ do desenvolvimento; b) Seréo apartidérias, de carreira, profissionalmente idéneas, competentes, exclusivamente formadas por cidadios mocambicanos voluntérios, pro- venientes das forgas de ambas as partes, ser- vindo com profissionalismo o Pais, respeitando a ordem democratica e 0 estado de direito, de- vendo a sua composicdo garantir a inexisténcia de qualquer forma de disc Ginica, de lingua ou de confisséo religiosa. 3. O processo de formacio das FADM iniciar-se-é de- pois da entrada em vigor do cessar-fogo, imediatamente aps a tomada de posse da Comissio prevista no Proto- colo I de 18 de Outubro de 1991, a qual passa a desig- nar-se Comissio de Supervisio e’Controle (CSC). Este processo teré 0 seu termo antes do inicio da campimha eleitoral 4. O processo de formago das FADM desenvolver-se-& em simulténeo com a concentragio, desarmamento € inte- gragio na vida civil dos efectivos que forem sendo pro- gressivamente desmobilizados em consequéncia do cessar- -fogo. A disponibilizaco das unidades, a ser feita a partir das forgas existentes de cada lado, é da responsabilidade do Governo © da RENAMO, respectivamente, ¢ farse a medida que as novas unidades das FADM forem sendo formadas, sendo desmobilizadas todas as unidades exis- fentes na’ altura em que os efectivos das FADM estiverem completos. 5. A neutralidade das FADM, no periodo entre 0 cessar- -fogo ¢ a tomada de posse do novo Governo, serd garan- tida pelas Partes, através da Comissdo referida no némero 1, iii, 1.2 deste Protocolo. 6. Na altura da realizacdo das eleigSes, existirio apenas as FADM, com a estrutura acordada entre as Partes, néo podendo existir quaisquer outras forgas. Todos os ele- mentos das actuais forcas armadas de cada Parte que nio venham a pertencer as FADM serio desmobilizados 10 periodo previsto no mimero VI, i, 3, do presente Pro- tocol. 202-(7) ii, Efectivos | 1. As Partes acordam que os efectivos das FADM, até & tomada de posse do novo Governo, sero os seguintes: @) Exército: 24 000; 6) Forga Aérea: 4000; ©) Marinha: 2000, 2. Os cfectivos das FADM, em cada um dos ramos previsios, sero fornecidos pelas FAM ¢ pelas forgas da RENAMO, na razio de 50% para cada lado. i. Estruturas de Comando das FADM _1. As Partes acordam na eriagio de uma Comissao Con- junta para a Formagio das Forgas Armadas de Defesa de Mogambique (CCFADM) nos seguintes termos: @) A CCFADM tem como tarefa especifica dirigir 0 proceso de formagio das FADM, e funciona nna dependéncia da CSC; 5) A CCFADM € 0 Grgio responsével pela formagio das FADM até 2 tomada de posse do novo Governo, As FADM serao dirigidas por um ‘Comando Superior (CS) que estaré na depen- déncia da CCFADM. Apés a tomada de posse do novo Governo, as FADM subordinar-se-io 40 novo Ministério da Defesa ou outro Srga0 que 0 novo Governo estabelecer; ©) A CCFADM ‘seré constituida por representantes das FAM © das forgas da RENAMO como ‘membros, assistidos por representantes dos p: ses escolhidos pelas Partes para assessorarem 0 processo de formagdo das FADM. A CCFADM tomaré posse no dia da entrada em vigor do cessar-fogo (Dia F); @) A CCFADM elaboraré directivas sobre 0 fasea- mento do levantamento das estruturas das FADM e propord & CSC: as normas aplicdveis as FADM; —o orgamento a atribuir as FADM até tomada de posse do novo Governo; —os critérios de selecgao e a seleceao do pessoal das FAM e das fotcas da RE- NAMO para a formacao das FADM; os nomes dos oficiais comandantes dos Comandos principais 2. Comando Superior das FADM: @) © CS tem por missdo geral implementar as direc: tivas recebidas da CCFADM, tendo em vista © levantamento das estruturas © 0 apoio das Forgas: b) Até A tomada de posse do novo Governo, o co- mando das FADM é exercido por dois oficiais generais com a mesma categoria, designados por cada uma das Partes, As suas decisoes 56 serio vélidas quando assinadas por estes dois oficiais generais; ©) Toda a estrutura de Comando das FADM seré rigorosamente apartidéria, recebendo directivas fe ordens apenas através do respectivo canal hierarquico de comando; A logistica das FADM seré nica para os trés ramos. Para o efeito, serd criado 0 Comando Logistico e de Infra-estruturas subordinado ao Comando Superior das FAD) 202-8) ©) As nomeagdes para o Comando Supetior das FADM ¢ para os Comandos dos trés ramos das FADM © 0 Comando Logistico sero propostas pela CCFADM c aprovadas pela CSC; 1) Até & tomada de posse do novo Governo 0 Co mando Superior das FADM seré assistido pelo Estado-Maior General, com departamentos che- fiados por oficiais generais ou oficiais supe- riores propostos pela CCFADM e aprovados pela CSC, 3. Comando do Exército, Forga Aérea, Marinha © Co- mando Logistico: © Comando Sxperior das FADM teri sob sua depen- déncia 0s Comandos dos trés ramos. (Exército, Forga AGrea © Murinha) © 0 Comando Logistico, os quais serdo assim asticulados: @) Comando do Exército: 1. A estrutura de Comando do Exército inte- grard as Regides Militares na dependén- cia directa do Comandante do Exército, com fungdes a definir, mas que poderao incluir a organizago e preparagio das forgas, instrugao, justiga, diseiplina © apoio logistico as forgas atribuidas. 2. Cada Regio Militar seré comandada por ‘um Comandante com a patente de Gene- ral, assistido por um Segundo Coman- dante. 3. As sedes dos Quartéis Generais das Regides Militares sero propostas pelo Comando do Exército € aprovadas pelo CS. 6) Comando da Forca Aérea: A Foiga Aérea ser constitufda tomando em consideragio a formagao a capacitagio pro- tissional dos efectivos provenientes da Forga Aérea existente © das forgas da RENAMO, em conformidade com o determinado por di: rectivas da CCFADM, ©) Comando da. Marinha: ‘A Marinha seis vonstituida tomando em consi deragio a formugio © a eapacitacao profis- sional dos efeetivos provenientes da Marinha existente e das forgas da RENAMO, em con- formidade com 0 determinado por ditectivas da CCFADM 4) Comando Logistivo ¢ de Infra-estruturas: 1. Na dependéncia directa do Comando Supe: ior das FADM seri eriado 0 Comando Logistic ¢ de Infra-struturas. 2. © Comando Logistico © de Infra-estruturas tera por funcdo geral planear © propor o apoio administrativo-logistico as FADM (Exéreito, Forga Aérea © Marinha) ¢ ga- rantir a sua execucio através dos servigos gerais das FADM. Sera em particular, res- ponsivel pela lk de produgio € aquisiglo, 5. © Comando Logistico © de Infra-estruturas ser comandado por um General, assis- lido por um Segundo Comandante © por 1 SERIE — NUMERO 42 um Estado-Maior que, inicialmente, in- cluird as seguintes RepartigOes; — Infra-estruturas; —Servigos Gerais; — Equipumento; —Finangas 4. © Comando de Logistica e de Infra-estru- turas terd sob o seu comando as unidades de apoio que the forem atribuidas. Ww. Catendarizagéo do Proceso 4) A formagéo das FADM nomeagoes: —da CCFADM, antes da entrada em vigor do cessar- -fogo Dia’ E); —do Comando Superior das FADM, no dia E + —dos comandantes dos rés ramos’e do comando logistico; —dos comandantes das Regides Militares. —dos comandantes das unidade iciar-se-4 com a» seguintes +) Imediatemente ap6s a nomeagio de cad comando settio organizados os Estados-Maiores. ©) O sistema de apoio administrativo-logistico seré or- izado tomando em conta a nova dimensio das FADM, rrdo com o principio de utilizagio ou de transfor: ‘magio das estruturas actualmente existentes, em conformi- dade com os planos do CS dus FADM, aprovados pela CCFADM. v. Assisténcia Técnica de Paises Estrangeiros As Partes informaric os mediadores, até 7 (sete) dias apés a assinatura do Protocolo do Cessar-Fogo, os Paises gue serdo convidados a prestar assisténcia ao processo de formagio das FADM. I. Retirada das tropas estrangeiras. do territério mo- ‘gambicano 1. A retirada das tropas estrangeiras do territério mo- sambicano iniciar-se-4 apés a entrada em vigor do cessar- -fogo (Dia E). ‘O Governo da Repiiblica de Mogambique compromete- -s0 a negociar a retirada completa das forgas ¢ contingentes estrangciros do territ6rio mogambicano com os Governos dos respectivos paises. ‘As modalidades © 0 prazo da retirada nfo deverio contrariar qualquer disposicio do Acordo de cessar-fogo ou do Acordo Geral de Paz. 2. O Governo da Repiiblica de Mogambique apresen- tard & CSC os termos € os planos de implementagio da retirada, especificando os efectivos exactos existentes no territério mogambicano © a sua localizagzo. 3. A retirada completa das forgas e contingentes estran- geiros do territ6rio mogambicano serd fiscalizada e verift- cada pela Comissio do Cessar-Fogo (CCR), refeiidy no née mero VI, i, 2 deste Protocolo. A CCF informari a CSC da conclusio da retirada completu das forgas estrangeiras do territéric nacional. 4. De acotdo com o seu mandato a CSC, através da CCF, assumiré, apds a retirada das tropas estrangeiras, @ imodiata responsebilidade pela verificagéo © implementa go da seguranga das linhas estratégicas © comerciais, adoptando as medidas que considerar necessérias 14 DE OUTUBRO DE 1992 IL, Actividades de grupos armados privados e irregu- lores. 1. Com a excepgo do previsto no n° 5, os grupos armados, paramilitares, privados ¢ irregulares que se en- contrem em actividade no dia da entrada em vigor do cessar-fogo sero extintos © proibida a constituigdo de no- vos grupos da mesma natureza. 2. A CCF fiscalizard e verificard a extingdo dos grupos armados, privados ¢ irregulares e recolherd as suas armas € munigées. A CSC decidiré o destino final a dar as armas € as munigdes recolhidas. 3. A CSC poderd autorizar, a titulo temporétio, a con- tinuacio da existéncia de organizagSes de seguranga para garantir, durante © periodo entre 0 cessarfogo € a to- mada de posse do novo Governo, a seguranga de determi- nadas infraestruturas pablicas ow privadas 4. Estas organizagdes de seguranca poderdo ser autori- zadas utilizar armas no desempenho das suas fungdes. AAs actividades dessas organizacées serio fiscalizadas pela cer. IV. Funcionamento do SNASP 1. As partes concordam ser imprescindivel a continua. go em funcionamento dum servigo de informages do Estado durante o perfodo entre a entrada em vigor do cessarfogo © a tomada de posse do novo Governo, para garantir a disponibilizagdo de informagoes estratégicas ne- essérias ao Estado e para a protecgao da soberania © independéncia da Repiblica de Mocambique. 2. Para os efeitos acima indicados as Partes concordam que 0 Servigo de Informagdes e Seguranca do Estado GISE), eriado pela Lei n° 2/91, de 25 de Agosto, con- tinuaré a exercer as suas fungdes na directa subordina 0 ao Presidente da Repdblica de Mosambique, e sujeito 408 seguintes principios: 3. © SISE deverd: a) Executar as suas tarefas e funcionar estritamente em acordo com o espirito e a letra dos princt pios democréticos internacionalmente reconhe- cidos; b) Respeitar os Diteitos Civis e Politicos dos cida- «dios, bem como os Direitos Humanos ¢ as Li- berdades Fundamentais internacionalmente re- conhecidos; ©) Desempenhar as suas fungdes norteando-se_ pelo interesse do Estado e do bem comum, de forma ulheia a toda a consideragao partidéria, ideol6- gica ou de posigdo social, ov qualquer outra forma de discriminagao; 4d) Actuar sempre ¢ em todos os aspectos, em con- formidade com os termos € 0 espirito do Acordo Geral de Paz. 4. SISE € composto, a todos os niveis de servigo, por cidadios seleccionados na base de critérios que se conformem com os prineipios acima citados. 5. 4@) As medidas tomadas pelo SISE, bem como todas as actuagdes dos seus agentes, estarao sempre condicionadas pela Lei em vigor na Repiblica de Mogambique, e pelos prineipios acordados nos termos do Acordo Geral de Paz; 1b) As actividades e atribuigdes do SISE ficardo limi tadas & produgdo de informagdes requeridas 202-(9) através do Presidente da Repiblica, dentro dos limites autorizados pelo ordenamento jurfdico, € no estrito respeito dos prinefpios do Estado de Direito e dos Direitos Humanos ¢ das Liber- dades Fundamentais. As informagdes assim ob- tidas ndo poder ser usadas em nenhum caso para limitar o exercicio dos direitos democré- ticos dos cidadios ou para favorecer qualquer partido politico. ©) Em nenhum caso poderdo ser atribuidas ao SISE fungdes policais 6. O Director-Geral e o Vice-Director-Geral do SISE sio nomeados pelo Presidente da Reptblica de Mocambigue. 7. @) A fim de vetificar que as actuagdes do SISE nio violam a legalidade ou ndo se traduzem em violagao dos direitos politicos dos cidadios seré crigda uma Comissio Nacional de Informacéo (COMINFO); b) A COMINFO seré composta por 21 membros que pelas suas caracteristicas profissionais ¢ pes soais @ pela sua actuagio no pasado, déem ntias de equiltbrio, efectividade ¢ indepen- ia em relacao a todos os Partidos Politicos; ©) A COMINFO seré constituida pelo Presidente da Repiblica de Mogambique num prazo de quinze dias apés a entrada em vigor do Acordo Geral de Paz, e seré composta por seis cidaddos apre- sentados pela RENAMO, seis apresentados pelo Governo, e nove resultantes das consultas que © Presidente da Republica fard junto das forgas politicas do pafs e entre cidadaos com as carac- teristicas indicadas na alinea 6); d) A COMINFO teré plenos poderes para investigar qualquer assunto relacionado com a actuagdo do SISE tida como contréria a legalidade e 20s prinefpios contidos nos n.** 1, 2, 3 € 5. O pe- dido de investigagéo poderd ‘ser rejeitado s0- ‘mente por uma maioria de dois tergos dos seus componentes; ©) A COMINFO forneceré & CSC 0s relatétios ¢ es- clarecimentos que esta Comisso venha a soli citar; 1) A COMINFO dard conhecimento as instituigdes competentes do Estado das anomalias encontra- das para que estas tomem as medidas pol ou disciplinares adequadas. \V. Despartidarizagio © reestruturaggo das Forgas Po- fick 1, Durante o periodo entre a entrada em vigor do ces: sarogo e a tomada de posse do novo Governo, a Pol da Repiblica de Mogambique (PRM) continuardé a exer- cer as suas fungées sob responsabilidade do Governo. 2. A Policia da Repiiblica de Mogambique deveré: a) Executar as suas tarefas e funcionar estritamente de acordo com 0 espirito ¢ a letra dos princi pios democréticos internacionalmente recon cidos; ») Respeitar os Direitos Civis e Politicos dos cida- dios, bem como os Direitos Humanos © as Liberdades Fundamentais internacionalmente re comhecidos; 202-(10) ©) Desempunhar as suas Fungies norteandose, pelo inieresse do Estado © do” bem come logica ou de posi forma de discrimi i) Actuar sempre em. conformidade. com oy fermos’ © 0 espirito do Acorlo Geral de Pa () Agit sempre com imparcialidade © isengao em ne lagéo a1 todos ox Partidos Politicos. 3. A PRM & composts por eidudiios selecetonados. ma hast Je etitérios qk v2 conformem com os prineipins aicima eitado. 400 PRM tem comy Garefas funcanent a assegarar o respeito ea defesis dav lei: by proservar a orem ¢ tranquiliduds piblicws, pre: veuindy © repriminde 6 crime: ce) guvntir @ existoncia de um ia dle estabilidaate J AS medidies tomaday pela PRM, bem come todas urettagdes dos seus agentes, sao sempre con. dicionadas pelas cis © noriaas legis: em vigor Republica -de Mocambique. © pelos prin tipivs acordadas nos termes de Acordes Geral de Pur cclividades © auribuigoes dat PRM serdu realiz das dentro des fimites aulorizados pelo orden memo juridco, mnais no estrite respeity pelo prineipis do Estada de Dirvito » dos Divitus Hamunos ¢ as Liberdades Fundamental advidukes ngo poder ser orientad eulvam caso para limiter o exereiecio dos di reitos democriticos dos eidadios ox para lave. reese qualquer partido politico, bras Estas 5, O Comandante-Geral © 0 View Comandante- Geral da PRAT sity numieados pelo Presidenmie da Repaibliea de Mo- vainbique 7. uw) A fins de verifiear que os aetuagdes da PRM no vielen idade ow mio se traduzam can vielegto dos dircits polities dos cide sevit eviadt gn Comissiin Nacional de Assuntos Poligiais (COMPOL). br A COMPOL, sera compost por 21 membros que do podem Excr parte dos quadros de PRA foyer pokis tas ceracteristicas profissionsis: pessuis © pel sua settaedo aie passado, dé lbrio, eleetividads © indepen: io twddos os partidos pottiieos, i constitwidn polo Presideni: ca Mocambiuue nuim prazo de quinze sw cntisda em vigor do Acorde de Ir 4 stk COMMEND Hrembrs spissertidos och) EENAMO.. seis apvesenirl.s pelo Govern © nove resultantes dus eunculias Feitas pelo Presid junto das fon i dadios eu nea bi), @\ COMPOL, tend plenes poderes. pa qualgucr assume relicionade coma wetwaeny chy PRM tid como contraria & legalidade ¢ aos peincinios contides pos mn" 1, 2 4e 5. No conheeiments da assunte «@ Comissio die ap: s interna prefiminar para deter iquuidre no Ambito das acti vidades da Yolcin A Comissio wmurd a de isi de proceder as investigugdes. des hhuja acorda de vais de metade das seus: men bros. 2) A COMPOL dari cisienuuticamente sclat6rios das suits stividades fr oS COMPOL dara conhocimento. as instituigdes competentes 3 Estado dus anomalias encon lipe! para a tomada das medidas judiciais ow isciplinares adequads pa VI. Reintegragdo econémica @ social dos militares des- mobilizados acho ' por desmobilizagiio das FAN. forcas us NENAMO © processo pelo quail, por dccisiio das res pechives Partes, passant, pare todos os efeitos. & situaao Ge civis, militares que no Dia F infegravam estas forys 2. Comissio do Cossar-Fogo: W) So Dia E. © na dependancia dirceta gx CSC, wriada © entrar em Fungbes & Comissio do sar-Fogo (CC! D1 A CCE seed composts por represemtanes do Go w. diy RENABIO, dos prises voavidados das Nagées Unidis. A CCF sera previdida potas coes” Unidas ©) CCE tec w sue 960 om Maputo © estruturarse & dda seguinte. forma Gelegagies regionais (Norte, Centro e Sul): is de reunifo ¢ de seomodacio outras, a misstin de imple dle desmobilizacio, com as mento organized: meniayiia de procedimentos; oe pervs se regis do pessoal a ser desmobitizade cemissio dos respeetivos curtoes de dentidude: ~ recotha, regisio & guarda do armanento, ~ explosives, equiparantos, uniformes e évctmentagiv. desir: ou dedir de outso destino a dar nigdes, explosives, equ ese ducuments . cuntorme seurdado pelas pactes —exumes médivos: dio de cevtifieados de desmobilizagsio, 1) As Nagdes Unidas assistiraio a implemuntacdo, ve 10 de todo @ processo de desmobilizacao. . Calendarizagiio Dia FE: iestelagio ¢ inicie de funedes da CCF Dk Fi 30: definicho, por ambas as Portes, dos electives a desmobilizar, activaede dus estrus de desmol do. process, Dia £1 60: fi, no minima, de dos electives totais « desmobilizar 20% 14 DE OUTUBRO DE 1992 Dia E +90: desmobilizagao, no minimo, de mais 20 % dos efectivos tota's 2 desmobilizar. Dia E+ 120: desmobilizacto, no minimo, de mais 20 % dos electivos toimis a desmobilizar. Dis E+ 150: desmobilizagio, no minimo, de mais 20 % dos etectivos totais a desmobilizer. Dia E + 180: fim da desmobilizagdo dos sefectivos a desmobilizar. ii, Remtegragio 1. Entende se por militar desmobilizado o individuo que: —alé a0 Dia E integrava as FAM ou as Forgas da RENAMO: -—a partit do Dia E toi desmobilizado, por dec'sio do s2spectivo comando, tendo feito entrega do armamento, munigdo, equipamento, uniforme © documentagao que possuir: —tenha sido registado ¢ tenha recebido 0 respectivo cartio de identidad —tenhe recebido 0 certificado de desmobilizacao. Para todot os efeitos, os militares desmobilizados de ambas as Partes passardo a ser civis e receberdo tratamento igual verante o Estado. 2, Comisso de Reintegrago @) & criada a Comissio de Reintegragio (CORE). A CORE funcionaré na dependéncia directa da CSC e iniciaré as suas fungdes no Dia E. by A CORE seré composta por representantes do Governo © da RENAMO, por representantes dos paises convidados, por_um_represantante das NacGes Unidas, que a ela presidird assim como representantes de outras. organizacées internacionais. ¢) A CORE terd a sua sede em Maputo e estrujurac- sed da seguinte forma: —delegavdes regionais (Notte, Centiy e Sul) —delegacdes provinciais em cada Capital de Provin- 4d) A CORE (exi @ missio de implementar a reinte graedo econdmica e social dos militares desmo- bilizados. executando, para o efeito, as se gquimtes tarelas: — planeamento e organizaclos ~ regulamentagio dos procedimentos: —direegdo ¢ supervisio: —tiscalizacao. 5. Recursus A reintegiagio econémica ¢ social dos militares desmo- bilizados (subsidios de desmobilizacio, formacio técnica ¢/ou profissional, transporte, etc.) dependers dos recursos disponibilizados no ambito da Conferéncia de Doadores, tal como referido no ponto © da Agenda Acordada no dia 28 de Maio de 1985, E, para constar, ay Fartes decidiram assinar o presente Protocolo, Pela Delegagdo do Governo da Reptiblica de Mocam- bique. Armando Emilio Guebuza. Pela Delegacéo da RENAMO, Raul Manuel Domingos. Os Mediadores: On. Mario Raffaelli, D. Jaime Gon salves. Prot. Andrea Riceurdi, D. Matteo Zupps, S. Egidio, Roma, aus 4 de Outubro de 1992. 202-(12) 1 SERIE FORGAS ARMADAS DE DEFESA DE MOGAMBIQUE ESTRUTURA DE COMANDO (csc) Comissao Conjunta_ para a Formagio das Forcas Armadas Comissio do Supervisdo e Controlo de Defesa | de ‘Mogambique CCFADM fc Escaléo Politico Militar [Somando 7] Exceldo Miler Superior das FADM (cs) a Eaasoor Gono | i — | Comando do Comando da Comando ca | Exército Fo.ga Aérea Manna [Ep ‘Comamlo Logistico e de Infraest.uturas Rea.Be3 Mutttares | =H Unidades 14 DE OUTUBRO DE 1992 PROTOCOLO V Das garantiae No dia 4 de Outubro de 1992, a Delegago do Governo da Repiiblica de Mogambique, chefiada por Armando Emi lio Guebuza, Ministro dos Transportes € Comunicagdes, composta por Mariano de Aragjo Matsinha, Ministro sem Pasta, Aguiar Mazula, Ministro da Administragdo Estatal, Teodato Hunguana, Ministro do Trabalho, Tenenite-Gene- ral Tobias Dai, Francisco Madeira, Assessor Diplomatico do Presidente da Repiblica, Brigadeiro Alcixo Malungo, Coronel Fideles de Sousa, Major Justino Nrepo, Major Eduardo Lauchande, e a Delegagao da RENAMO, chefiada por Raul Manuel Domingos, Chefe do Departamento da ‘Organizagio, © composta por José de Castro, Chefe do Departamento das Relagdes Exteriores, Agostinho Semende Murrial, Chefe do Departamento da Informacdo, José ‘Augusto Xavier, Director-Geral do Departamento da ‘Administracéo Interna, Major-General Herminio Morais Coronel Fernando Canivete, Tenente-Coronel Arone Ju'ai Tenente Anténio Domingos, reunidas em Roma, na pro: senga dos mediadores, on. Mario Raffaelli, reprgsentante do overno italiano © coordenador dos mediadotes, D. Jaime Longalves, Arcebispo da Beira, professor Andrea Riccardi © D. Matteo Zuppi, da Comunidade de S. Egidio, ¢ dos observadores das Nagdes Unidas o dos Governos dos Esta dos Unidos da América, da Franga, da Gra-Bretanha e de Portugal, abordaram 0 ponto 5 da Agenda Acordads no dia 28 de Maio de 1991, intitulado «Garantias», e acor- daram no seguinte: |. Calendario de implementagéo do processo eleitoral 1. As eleigdes da Assembleia da Repiblica ¢ do Presi dente da Reptiblica serao realizadas em simultineo ¢ teriio lugar um ano apés o dia da assinatura do Acordo Geral de Paz, conforme previsto no Protocolo III. 2. Para além do estabelecido no Protocolo III, as Partes, acordam ainda no seguinte: 4@) Até a0 dia E + 60 0 Governo constituiré a Comis- ‘slo Nacional de EleigGes prevista no Proto- colo TH: 1b) Logo apés a assinatura do Acordo Geral de Paz, © Governo, para efeitos do previsto no Proto- colo IIL, solicitaré apoio técnico e material as Nagées Unidas ¢ & OUA; ©) O Governo elaborard a Lei Eleitoral em consulta ‘com a RENAMO © com os outros partidos no periodo méximo de 2 (dois) meses a partir da adopcio, pela Assembleia da Repiblica, dos instrumentos legais que incorporam na Lei mo- cambicana os Protocolos ¢ as garantias. assim como 0 Acordo Geral de Paz. A aprovacio ¢ publicagao desta lei eleitoral ocorrerdo num prazo nio superior a um més apds a conclusio da sua elaboraci @) Até 60 dias apés a assinatura do Acordo Geral de Paz, 0 Governo ¢ a RENAMO acordario nos observadores a convidar para 0 processo eleito- ral. O Governo formularé os respectivos con: vites; €) A campanha eleitoral iniciar-se-é 45 dias antes da data das eleigdes f) Até a data do inicio da campanha cleitoral todos os partidos concorrentes deverdo estar jé re- gistados, e deverdo jd ter apresentado as suas listas de candidatos bem como os respectivos simbolos; 202-13) 8) Até A data do infcio da campanha eleitoral os can- didatos & Presidéncia da Repiblica deverdo ter apresentado as suas candidaturas em conform dade com os requisitos provistos na lei; A) A campanha eleitoral terminaré 48 horas antes do inicio da votacao: }) A Assembleia da Repiblica eleita tomaré posse 15 (quinze) dias apos a publicagao dos mapas dos resultados eleitorais. Os mapas dos resul- tados eleitorais sero publicados no prazo mé- ximo de 8 (oito) dias apds 0 encerramento da Yotagio; }) O Presidente da Repiblica eleito seré investido no cargo uma semana depois da tomada de posse da Assembleia da Republica eleita. II. Comiss0 de supervisio do cessar-fogo e de con- ‘trolo do respeito ¢ implementagao dos acordos entre as Partes no quadro destas negociagées: sua com- Posiggo © competéncias 1. Nos termos do Protocolo I é criada a Comissio de Supervisio e Controlo (CSC), que entrard em fungBes com & nomeagao do seu Presidente pelo Secretirio-Geral des ages. Unidas. 2. Esta Comisséo seré composta pelos representantes do Governo, da RENAMO, das Nagdes Unidas, da OUA © dos paises a acordar entre as Partes. A Comissdo serd presidide pela ONU e terd a sua sede em Maputo. 5. As decisdes da CSC serdo tomadas por consenso de ambas as Partes. 4. A CSC elaborard 0 seu préprio Regulamento de fun cionamento © sempre que achar oportuno poder criar subcomiss6es, para além das previstas no ntimero [1.7 do presente Protocolo, 5. A CSC, em particular: 4) Garantiré a implementacdo das disposigdes conti das no Acordo Geral de Paz; b) Garantiré 0 respeito do calendatio previsto para (© cessar-fogo € para a realizaco das eleicdes; ©) Responsabilizar-se-é pela interpretagéo auténtica dos acordos; ) Dirimird litigios que surjam entre as Partes; ©) Orientaré ¢ coordenaré as actividades das Comis- ses subordinadas referidas no numero 11,7 desio Protocolo, 6. A CSC cessari as suas fungdes com a tomada de posse do novo Governo, 7. A CSC estdo subordinadas as seguintes Comissdes: 4) Comissio Conjunta para a Formacio das Forgas ‘Armadas de Defesa de Mogambique (CCFADM) ‘As suas competéncias so as definidas _no pponto Lili do Protocolo IV, sobre a For- ‘magio das Forcas Armadas ‘de Defesa de Mogambique. A CCFADM ‘seré composta pelos represen- tanies das Partes e dos Governos escolhi- dos pelas Partes antes da assinatura do Acordo Geral de Pez para prestar assistén- cia a0 processo de formacao das FADM em conformidade com o previsto no Pro: tocolo IV.I.

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