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Episdio Ins de Castro (canto III, estncias 118 a 135) Plano da Histria de Portugal
Este episdio tem caractersticas trgicas que o aproximam da tragdia clssica. Assim, possvel
dividi-lo nas seguintes partes: exposio (introduo), conflito (peripcias e momentos-chave) e desenlace
(desfecho).
Trata-se de uma breve introduo ao episdio. Vasco da Gama localiza a histria no tempo (Passada to
prspera vitria aps a Batalha do Salado) e no espao ( Lusitana Terra Portugal, Coimbra),
apresenta brevemente o caso que vai narrar e atribui as responsabilidades da tragdia ao Amor,
personificando-o e adjetivando-o negativamente de fora crua, fero, spero e tirano, um devorador da
alegria humana.
Para alm disso, -nos apresentado o amor de Ins e Pedro, um amor feliz, despreocupado e
correspondido, embora apaream j alguns indcios trgicos como sinais de alerta: Naquele engano da alma,
ledo e cego,/Que a fortuna no deixa durar muito e em doces sonhos que mentiam.
Nesta terceira parte, deparamo-nos com o assassnio de Ins de Castro; as consideraes de Vasco da
Gama/do Poeta sobre a sua morte e as reaes da natureza
Discurso argumentativo de Ins de Castro (estncias 126 a 129)
No seu discurso, Ins de Castro apresenta vrios argumentos tendentes sua salvao, procurando
suscitar a piedade e a clemncia para si e para os seus filhos:
3. Apresentao de uma proposta alternativa: se, apesar da sua inocncia, o rei a quiser castigar,
implora-lhe o desterro para um lugar longnquo e inspito (uma regio gelada ou trrida ou para junto de
feras), mas que lhe poupe a vida, de forma a poder continuar a amar D. Pedro e a criar os seus filhos (est. 129).
Nesta parte final do seu discurso, Ins recupera e refora uma das ideias j antes apontadas: ela sugere que
poder encontrar nas feras a piedade que no encontra entre os seres humanos, aludindo novamente aos
animais selvagens.
Em concluso, com este discurso, Ins de Castro procura, por um lado, suscitar a piedade e a clemncia
de D. Afonso IV, para si e para os seus filhos, e, por outro, despertar nele o sentido de justia e lev-lo a
reconhecer que a sua condenao morte cruel e injusta.