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Geraldo Kindermann Prote: pRoTecio BE SISTEMAS PROTECAO DE SISTEMAS See Pv ELETRICOS DE POTENCIA conTeueo Volume B® Nomen: ‘i 788590 085362: Agradecimentos O autor agradece em especial * Ao Professor Rubipiara Cavalcante Fernandes, por ler cuidadosamente e dar importantissimas contribuigSes ao texto. + Aos engenheiros Everton Pizolatti Medeiros e Giovanni Baptista Fabris da ELETROSUL, pelas discussbes e ) conttibuigdes técnicas * Marcos Fisehborn, pela elaboragio da capa e Mauricio Sperandio pelo assessoramento de informatica % Aos intimeros alunos, da Graduagio & Pés-graduagiio, que contribuiram com desenhos. Agradecimento em especial a0 LABPLAN, principalmente aos professores, técnieos, analistas, mestrandos ¢ doutorandos, que de um modo ‘ou de outto sempre estiveram presentes na motivagio, contribuigaio € assessoramento na elaboragdo do livro. Apresentacao © Laboratério de Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica ~ LabPlan, do Departamento de Engenharia Blétrica da Universidade Federal de Sania Catarina, tem por objetivos realizar ¢ promover o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino ¢ extensio na drea de Sistemas de Energia Eléwrica (SEE) com énfase nos aspectos de planejamento e andlise, nos segmentos de gerago, transmissio e distribuigio. A atuagiio dos professores do LabPlan, desde a sua constituigao em 1992, tém envolvido ume diversidade de atividades © contribuigdes & sociedade que extrapolam em muito 0 escopo de atividades regulares nos cursos de graduagio ¢ pés-graduagdo em Engenharia Elétrica. Um aspecto de destaque nesta atuaglo tem sido a intensa intetagdo com os diversos agentes do setor elétrico brasileiro, realizada por meio de projetos de pesquisa ¢ desenvolvimento, de consultorias especializadas, cursos de aperfcigoamento © de especializagao, e publicagio de livros © artigos tecnicos. (© presente livro representa mais uma contribuigo do Professor Geraldo Kindermann para a sua extensa obra que inclui livros téenicos envolvendo publicagdes especificas nas areas engenbaria de soguranca, projetos elitricos e proteglo de sistemas elétricos de poténeia. Fspecifieamente, esta obra aborda dois temas de grantle relevancia, teleprotegio © proterdo de transformadores, devendo contribuir tanto para fins académicos como para profissionais técnicos e engenheiros. Scauindo a tradigo de suas publicagdes anteriores, o Professor Kindermann apresenta o desenvolvimento dos temas com grande riqueza diditica, sustentada por sua extensa oxperigncia académica ¢ pritica Tndubitavelmente, contribuiram para esse resultado os intimeros cursos ininistrados om universidades © empresas no Brasil, ¢ em diversos paises da América Latina e Affica, bem como os diversos trabalhos de consultoria séenica prostados & Agéncia Nacional de Energia Elétrica Hdemar Cassana Decker ‘Supervisor do LabPlan - URSC Prefacio Tondlo recebido nos cursos e palestras varias manifestagBes de apoio e receptividade de alunos, professores, tecnicos e engenheiros, no que diz respeito & aceitagio dos meus livros, e devido principalmente a caréncia de Dibliografia, foi o que me motivou a escrever esse livro de PROTECAO DE SISTEMAS ELE TRICOS DE POTENCIA ~ Volume 2 Creio ser este livro mais uma contribuigio, principalmente para a graduagéo da Engenharia Elétrica c de técnicos que queiram se aprofundar € conhecer a arte ¢ a filosofia de proteciio. O livro fi escrito numa seqiiéncia logica, em linguagem simples ¢ técnica, de modo a ser uma fonte de consulta acessivel aos técnicos da drea da Engenharia Elétrica. Todos os capitulos tm abrangéneia que cobre ¢ atende os requisitos para proporcionar um bom conhecimento na Area de protegto. O contedido desse volume 2 esti focado na Teleproteyio © Protegiio de Transformadores. Devido & complexidade da protepdo de sistemas elétricos de poténcia, este livro cobre somente uma parte, Portanto, pretende-se dar continuidace do conteiido no liveo de Protegio de Sistemas Elétricos de Poténcia, 3° volume, nos assuntos referentes a ProtegZo de Barras, de Reatores, de Capacitores, e de Maquinas Sincronas. O Autor indice Geral Capitulo I- ZONA DE PROTECAO 1.1 Zona de Protesio. 12 Relé de Sobretensio.... 1.3 Relé de Subtensfo...os sr 1 14. Proteydo de Sobretensio para a Terra de Sistemas Isolados wel Capitulo 1{— RELE DIFERENCIAL 21 Relé Diferencial... . fen 19 2.2 Relé Diferencial Comum rss a 20 23° Relé Diferencial Percentual..... 22 Capitulo I — TELEPROTECAO 3.1 Teleprotecio... oo 32 3.2. Fio Piloto .... 43. Protesio Diferencial no Transformador Monofisico... 97 3.3. Fibra Optica 44 Transformador Trifisico..... 103, 3.4 Cabo OPGW., 4.5 Protegdo Diferencial do Transformador Triffisico A = Yrsunmnen 104 3.5. Onda Portadora 46 Regra de Ligagdo dos TCs nos Transformadores Triffsi¢0$ usu 106 3.6 Microondas.. 4.7 Transformador Trifisico sem Rotagdo de Fase 107 4.7 Tipos de Sistemas de Toleproteyto 48 Transformador A -¥ si ine NOD 3.8 Sistema de Bloqueio por Comparagiio Direcional. 49 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Protepio do 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparagao Direcional Teese doh " vere 2 4.10 Enecpieacdo de Transformader... cecseor 3.10 Sistema de Bloqueio por Comparacao Direcional - Variant. 3.LL_ Transferéncia de Disparo Direto por Subalcance.. 3.12 Transferéncia de Disparo Permissivo por Subalcance 4.10.1 Bloqueio da Protegdo Diferencial... 4.10.2 Protege Diferencial com Atenuadores de Transitdrio 135 13S 3.13 Transferéncia de Disparo Permissivo por Subalcance com Acclovagdo 4.10.3 Relé Diferencial com Retengo por Harmanieas ss... 137 de Zona... seo sree OL 4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqucio de Harménicas... 139 3.14 Transferéncia de Dispaco Permissivo por Sobraleance 62 4.10.5 Relé Diferencial Digital para Transformador ... seve 14] 3.15 Logica de Eco... 4.11 Transformador com Impedancia de Aterramento 142 3.16 Proteeio de Linha Morta 4.12. Protegdo Diferencial de Terra Resttita..... 2 3.17 Praca Alimentag0 ...snsnsnnersnnn 7 4.13 Protegdo do Transformador de Aterramento son sone 148 4.14 Proteydo de Carcaga do Transformador. seen se 148, 4.15 Relé Buchholz .. 180 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador: 15S 4.16 Termémetzo ... 156 3.18. Protegio por Seqiiéneia Negativa sss 3.19 Falha de Disjumtor... “ 3.20 Fontes Intermedifrias 3.21 Relé de Freqiiéneia 3.22 Sistemas Espeeiais de Proteqdo. _ 4.17 Relé de Imagem Térmica.. 160 3.23 Esquema Regional de Alivio de Carga (ERAC). shee 87 4.18 Transformador Hermeticamente Fechado 2165 3.24 Esquema de Controle de Emergneia a... ot 4.19 Relé de Sibita PressB0nnnso 165 4.20 Valvula de Alivio de Pressao..... vee 167 Capitulo IV —PROTECAO DE TRANSFORMADOR 421 Nivel do Oleo..... 3 eter EDF 4.1 Introdugéo. . . 4.22 Relé de Sobre-Excitag0..ncsnnn sense LTO 4B Voanataidoe MeasSt68 wcu, - 4.23 Protegdo Contra Falha de Disjuntor de Transformador. 173 4.24 Desumificador de Ar ATS NN wv 1 4.25 Prote¢do do Transformador.... ronments nea TS APENDICE A NOMENCLATURA DA PROTEGAO....0 178 BIBLIOGRAFIA. ZONA DE PROTECAO Zona de Protecio Conforme aprescntado no item 3.33 da referencia [46], a protegio de primeira defesa é feita pela protegio principal (primiria) © em sogunda inscincia pela protegdo secundaria, que pode ser local por meio da protegio em réplica ox Temotamente por meio da protegdo de retaguarda (back-up). Dependendo da importincia e do porte do sistema elétrico, pode-se constituir a protegio principal em réplica (redundaneia), ou seja, classiticada em protesio primdiria © aliernativa, Neste case as protegbies sto idénticus, om sea, cexistem duas protegSes desempenhando fungdes idnticas com hierarquias trabathande com teleproteyio. Os equipamentos da proteygo primicia © da alternativa podem ser em réplica do mesmo fabricante ou de fabeicantes diferentes, No caso de haver duas protegdes, em que nio hi redundincia, ou seja, uma trabalha com teleproterdo (protecdo prima) © a outra com escalonamento por 2 Capitulo L zonas (protesdo secundaria), por exemplo. Neste caso, a proteeio principal e a 1* zone da protegii secundiria podem ser inclusive eoncorrentes. Os relés de protegdo primaria constituem a primeira linba de defesa, caso esta fathar, 08 relés da proterio alternativa, devem atuar, assim constituinda & segunda linha de defesa do sistema elétric. Cada protecdo principal e alterativa é efetuada cobrindo linhas ow trechos de linhas ou equipamentos do sistema, cuja cobertura é denominada de zona de atuaeao ou zona de seletividade da proterdo. Em relago & protegtio principal, deve-se cfetuar a protegio considerando: que haja supemposigo nas zonas de atuagio dos relés da protegdo principal; cada disjuntor esteja coberto (contide) em pelo menos por duas zonas de atuagio dos relés da protegio principal; sempre entre cada elemento ov conjunto de equipamentos deve existir pelo menos um disjuntor, Para exemplificar a figura 1.1.1 mostra a zona de aluaydo das protegées principais de partes de um sistema elétrico, Note que quando ocorre um defeito dentro de uma determinada zona, os relés que constituem a protego principal, devem desligar todos os disjuntores dentro de sua receptiva zona de atuago, Deste modo, para um defeito localizado dentro da superposi¢ao de duas zonas, todes os disjuntores das duas zonas devem ser destigados. Este esquema funciona adequadamente, mas tem um inconveniente que ovorre quando existit um Gefeito dentro da superposigao de duas zonas, e num local onde a abertura de alguns disjuntores € desnecesséria, Por exemplo, se um defeito ocorrer no ponto k do csquema da figura 1.1.1, desligaria os disjuntores 1, 2, 3, 46 5, enquanto que somente o desligamento do disjuntor 1 da barra A setia suficient, © inconveniente desse desligamento setia retirar um elemento nao defeituoso do sistema elétrico, Entretanto a probabilidade da ocorréncia desse defeito & muito pequena dado que a zona de superposigao & muito pequena e est préxima do disjuntor. Zona de Protegio 3 Protea do Protegtio do Geracore Yeanstormedor z aon fo LH Lo Figura 1.1.1 ~ Zona de Atuagao da Protecao Principal Um relé pode tet zona de atuagdo em que uma parte pertence protecdo principal ¢ a outta parte pertence & protecdo de retaguarda. Como exemplo, pode-se citar 0 caso da prote¢o convencional (escalonada por zona sem teleproter3o) feita com a utilizagao de relés de distincia (21), em que a 2* zona tem 20% da LIT na protege principal e 50% da proxima LT coberta pela protec de retaguards da 1* zona do relé a jusante da proxima barra 4 Capitulo 1 Na prética a zona de atuagao da protegtio principal se inicia no Tocal da instalagdo do TC ou dos TCs do circuito elétrice. Nos disjuntores pertencentes & superposi isto , 08 TCs estio posicionados de modo que o disjuntor fique no meio, conforme ilustrado na figura 1.1.2 =e So a 2 = I] be GI Figura 1.1.2 — Localizagio dos TCs Zona de Protegio 5 Cada conjunto de TCs slimenta relés de sistemas de protegao diferentes. Por exemplo, 0 disjuntor 1 esta coberto pelos TCs x ey. OTC y pertence a0 esquema diferencial (87) do conjunwo (ransformador & gerador s{ncrono), 0 TC x pertence a protecio diferencial (87) da Barra A. Salienta-se que os posicionamentos dos TCs apresentados na figura 1.1.2 seria o ideal em termos de entrelagamentos de zonas de protegdo, mas. na pratica & de alto custo e as empresas por motivos econdmicos utilizar 0 esquema apresentado na figura 1.1.5 Algumas vezes, como variante do esquema apresentado na figura 1.1.2, & também utilizados a instalagao dos TCs como mostrado na figura 113 Zona A LT Zona Figura 1.1.3 Cruvamento de TCs sem Abragar o Disjuntor Neste caso os TCs nio cobrem o disjuntor, isto &, 0 disjuntor esti coberto s6 pela protegio da zona B. Note que no esquema da figura 1.1.3 esti apresentado, também, 2 TCs separados, a que constitu em uma alternativa de alto custo. Na realidade, as empresas utilizam apenas um TC com varios enrolamentos independentes no secundario, assim nesse caso bastaria um enrolamento primério ¢ 2 enrolamenios secundirios. Para este propésito, convenciona-se que 0 simbolo apresentado na figura 1.14 corresponds a um TC com 1 enrolamento primério e 2 enrolamentos secuntirios. H ee ur ‘Zona 8 Figura 1.1.4— TC com um Enrolamento Primatio 2 Enrolamentos Seounditios 6 Capitulo 1 A fim de reduzir os cusios © a quantidade de TCs utilizados na conjugagio dos entrelagamentos das protegSes de barras, as empresas adotam esquemas de protegdes em que as ligagdes ficariam’ como as apresentadas na figura 1.1.5, Serato SA it st) © Qs TL Figura 1.1.5 ~ TCs com 2 Enrolamentas no Secundérios no Entrelagamento das Zonas de Protegdo com a Protegdo de Barras. EE Zona de Protegio Z Note que com esta configuragio economizou-se 7 TCs, 1.2 Relé de Sobretensio 0s relés de sobretensio operam quando a tensio elétrica ultrapassa um valor pré-ajustado. Recebe a denominago de fungio 59 pela nomenclatura ANSI. Ver apéndice A. 5 relés de sobretensio podem ser classificados em: a) Aspectos construtivos # Bletromecdnico; © Blettonico; * Digital b) Tempo de atuagio + Instantineo; + Temporizado, 0 Definido; © Tempo inverso. © relé de sobretensio eletromecinico, em relagio ao aspecto constritivo, € idéntico ao telé de sobrecomente tanto para a unidede instantinea quanto para a unidade temporizada. A unidade instantanea ea temporizada de tempo inverso estio apresentadas respectivamente nas figuras 1.2.1 ¢ 1.2.2. O conjugado (torque) do relé de sobretensiio é dado pela expressiio 12.1 Tronque =KV? Kota G24) Em que: V ~ € a tensio elétriea na bobina magnetizante do relé de sobretensio, 8 Capitulo 1 Figura [.2.2—Relé de Sobretenstio Temporizado (597) As unidades tém raps para possibititar a escola do ajuste mais indicado para a respectiva protegiio instantinea e temporizada a ser adotada para o sistema elérico em estudo, No relé de sobretensdo temporizado de tempo inverso escolhe-se uma curva Tempo x Tensto, conforme familia de curvas disponibilizadas pelo fabricante aptesentadas, na figura 1.2.3, por exemplo. Dependendo do porte da importancia do sistema elétriee a protegao de clevagao de tensiio pode ser efetuada utilizando-se um ou mais relés de sobretensio, Por exemplo, num sistema de grande porte, pode-se utilizar 3 relés de sobretensio, conectados enire fases ou entre fase ¢ terra. A figura 1.2.4 mostra uma ligagdo com relés de sobretensdo (59) entre fase ¢ terra Zona de Protegtio a ele go Sobretarsa0 Portoraabvaler #0 Tap dstade ra Figura 1.2.3 ~ Curva Tempo x Tensio do relé de Sobretenstio Figura 1.24~ Liga dos Relés de Sobreicnsao Instantancos ¢ Temporizados 9 10 Capitulo 1 © diagrama funcional de protegio de sobretenstio esti apresentado na figura 1.2.5. + 391 A 8 c i == rt Ser ae sis Figura 1.2.5 — Diagrama Funcional da Protegio de Sobreten: Pelo esquema apresentado na figura 1.2.5, a protegao de sobretensio 86 provocs o disparo no disjuntor quando: ® Ocorte uma sobretensdo nas 3 fases com a conseqiiente operacio das 3 unidades instantdneas, Os contatos das unidades instanténeas esto em série, portanto, somente com os fechamentos dos 3 contatos dos relés o disparo do disjuntor efetuado. Se ocorrer, por exemplo, uma sobretenstio em uma s6 fase, a unidade instantinea da fase correspondente fecha 0 seu contato, porém nao ocorre a operacio do disjuntor. @ Ocorre uma sobretensio em 1 on 2 fases que sc mantém por certo tempo provocando a operagao da unidade de sobretenstio temporizada. Note que os contatos das unidades temporizadas esto emi paralelo, portanto qualquer unidade gue atua provoca 0 dlisparo do disjunter. Os TPs podem também setem conectados em A para a ligagio dos relés entte fases. Apresentou-se aqui a protegio de sobretensio utilizando-se relés de sobretensio eletromecdinicos para possibilitar um melhor entencimento do funcionamento fisico do equipamento, mas atualmente utilizam-se telés Zona de Protegio, 1 igitais multifungio, em que a Fungo 59 jd ests incorporada, Geralmente, a fans 59 no relé digital € de tempo definido. Num relé de sobretenstio eletromeciinico & interessante obter a relagdo de tensio de atuagdo (pick-up) e a tensio de desoperagio (drop-out), conforme expresso 1.2.2. tensto de atuagao 49 Rel be tensdo de desoperagio 2.2) 2 OO= Note que a expresso 1.2.2, deve-se principalmente ao relé eletromeciinico, em que o fluxo magnético minimo gerado pela sobretensio que é sufictente para acionar a alavanca fechando 0s contatos é bem maior que 0 fluxo magnético gerado por uma tensto menor que cansegue soltar a alavanca do rele, abrindo-se os seus contatos. Pela expresso 1.2.2 este valor & sempre maior que 100%, Note que este problema intrinseco do relé eletromecdnico leva a um valor bem superior a 100%. ‘Quando ocorre uma sobretensio temporiria que provoca a operagao do relé de sobretensio instantaneo, pode muitas vezes permanecer 0 contato fechado mesmo com o retomo da tenso nominal do sistema. Por isso, deve- se sempre ter 0 cuidado para que a tensdo de desoperagio seja maior que a tensfio nominal do sistema, assim garantc-se o restabelecimento do relé de sobretensio instantineo. © felé de sobretensio digital no tem este problema, porque a relacio de tensio do pick-up ¢ drop-out & praticamente 100%. ‘A sobretensio no sistema elétrico pode provocar os seguintes problemas: @ Arcos elétricos entre condutores de uma linha transmissio; © Arcos elétricos nos isoladores; ® Aumento da corrente de fuga nos para-raios; © Esforgos maiores na isolagiv dos transformadoces; @® Esforgos maiores na isolagéo dos geradores sincronos; ® Aumento dos esforgos na isotagto eléirica dos equipamentos. 1.3 Relé de Subtensio © relé de subtensto, fungto de proteg%o 27, opera quando & temo iminui abaixo de um valor pré-ajustado, Construtivamente é idéntico 20 relé de sobretensio, mas sua operago ocorre somente quando ha uma redugao da tensao elétrica no circuito no qual est talado. AAs caracteristicas e esquemas de ligagdo sfio os mesmos da protego de sobretensio. A curva de temporizagao desse reté & mostrada na figura 13.1 t eran 1 Figuea 1.3.1 ~ Curva de Temporizagiio do Relé de Subtensio Os relés de subtensio sto idénticos aos telés de sobretensiio, mostrado na figura 1.2.1, com bobina magnetizante com varios saps paca possibilitar a escolha do percentual (%) da tensio ajustada para a qual o rele it atuar. A atuagdo é por ago da desoperagao (drop-out) da alavanca, Na operagio normal do sistema, a tensio nominal produz um fluxo magnético Zona de Protegao 13 que mantém atraida a alavanca (armadura) do relé, conforme ilustrado na figura 1.3.2 agrtcarto | aoRes 271 Figura 1.3.2 ~ Relé de Subtensio Instantneo (271) lo Operado A mola neste caso se mantém permanentemente tracionada. Quando fa tensfo elétrica do circuito diminui abaixo de uma valor ajustado, 0 fluxo magrético diminui e solta a alavanca, A mola que esta tracionada puxa a) alavanca de volta fechando © contado do relé, isto & coneretizando a ‘operagdo propriamente dita do relé de subtensio 27, Ver figura 1.3.3, Figura 1.3.3 —Relé de Subtenso Instantineo (271) Operado ) O relé de subtensao (27) € utilizado em varias situagdes na protegio do sistema elétrico, muitas vezes combinado com outros relés. Por exemple, —) utiliza-se © relé de sobrecorrente com monitoramento (permi subtensdo. Isto significa que a atuagao da protegio € combinada, is disjuntor $6 receberé dispato se houver atuagio dupla, do relé de zi 14 Capitulo L sobrecorrente 51 e do celé de subtensfio 271, © esquema apresentado na figura 1.3.4 mostra como se realiza a operacio desta protegtio, otc BARRA Figura 1.3.4 — Diagrama Unifilar e Esquematico em DC da Protegao de Sobrecorrente com Supervisio do Relé de Subtenso (51/27) 0 esquemitico em DC esté apresentado na figura 1.3. Figura 1.3.5 — Esquemético em DC da Protegdo de Sobrecorrente com Supervisdio do Relé de Subtensio (51/27) Na srepresentago numérica da ANSI (apéndice A), 0 relé de sobrecorrente temporizado com monitoramento de subienstio é denominado por 51/27. Outra variante, muito utilizada é a denominada de protegdo por relé de sobrecortente com restrigao de tensio, Neste caso, 0 torque de atuagao no relé de sobrecorrente eletromecinico é dependente da tensiio, que pode ser por subtensio ov sobretensio. Por exemplo, a figura 1.3.6 mostra 0 diagrama unifilar desta configurago por restrigio de subtensio. Zona de Prowecio 15 BARRA Figura 1.3.6 —Relé de Sobrecorrente com Restrigo de Subtensio (O esquemético em DC esta apresentado nu figura 1.3.7. + 50.0u 51 Figura 1.3.7 — Esquemético em DC © torque no relé de sobrecorrente eletromecdnico, ou seja, a sua corrente de atuago depende do tap escolhido c varia em fungao do valor da tensdo elétrica aplicada apés atuagao do relé 27, Isto é, a corvente de ajuste do relé de sobrecorrente varia de acordo com a tensio elétrica aplicada e pode ser daca pela expresso 1.3.1 Taj 50051 = TAD so vst“ (Var) 03.) Para o relé digital ou eletrénico, a corrente de ajuste varia de acordo coma expresso 1.3.2 1 untae 0300051 £ (Vz) (32) Em que: 16 Capitulo 1 f(Vx,) — Representa uma fungao que varia de acordo com o valor da tensdo sobre o relé 27. A corrente de ajuste do relé de sobrecorrente 50 ou 51 pode ser visualizada, por exemplo, na figura 1.3.8. auto ace creer Tap Alustado: Tenséio Nominal Figura 1.3.8 - Curva do Tyg versusiensio V Note-se que com o abixamento da tensio aumente-se a sensibilidade do relé de sobrecorrente, esta caracteristica é util em varios esquemas de protegio, principalmente os utilizados na partidas de maquinas rovativas A protegio por relé de sobrecorrente com restrigdo (dependéncia) de tensdo é denominada de S0V ou SIV. © eld digital de multifungdo contém varias fungBes incorporadas, inclusive a de sublensio 27 e a de sobretensto 59, A caracteristica de aluago com respeito 4 tensdo e & temporizagio so mostradas na figura 1339. Neste caso 0 celé opera quando a tensio sai da faixa de operagiio mostrada na figura 1,3.9, inclusive as temporizagées podem ser diferentes para as funebes 27 ¢ 59. ary, 69 Tensao Figura 1.3.9 —Caracterfstica de Atuagio do Relé de Teasio 27 ¢ 59 14 Protegio de Sobretensdo para a Terra de Sistemas Isolados Num sistema isolado ou aterrado com uma alta impedincia, geralmente para a protegio de defeito a terra, utiliza-se a tensio de seqiiéncia zero obtida por 3 TPs ligados em A aberto. A figura 1.4.1. ilustta esse esquema de ligacao. ABC | | | Ve %" Figura 1.4.1 ~ Relé de Sobretensiio Conectados nos Tetminais do A Aberto Neste tipo de sistema elétrico, quando ocorre um deleito om relagia 4 terra, haverd um desequilibrio de tensio com @ consegiiente geraclo de 18 Capitulo L tensiio de seqiiéncia zero. Assim, conforme descrito na referéneia [5], na ligagdo em A aberto aparecers uma tensdo de se nia zero com 0 valor de 3Vp que ativa o relé de sobretensio 59. Apesar de o relé ser de sobretensiio esta fungio de protegtio é denominada de 64 pela ANSI, dita também de protegio de terra ou de contato A terra. Por exemplo, no circuito de 13,8 KV dos servigos auxiliares de uma subestago, proveniente do tercidrio ligado em A do transformador de poténcia de 3 encolamentos, utiliza-se a proteyio de sobretensio mostrada na figura 1.4.1, Note que neste caso, em funcionamento normal, a tensfio no secundaio dos ‘TPs ¢ de 15/3 = 66,4 V. Em termos fasoriais, tem-se: V, = 66420 V V, = 66,42-120° V V, = 6642-240" V A tensiio sobre o-relé 59 &: Vaetsso = Va + Vp +V_ = 2070 Portanto em funcionamento normal do sistema elétrico a tensio no relé 59 6 nula, Havendo um defeito 4 tera, no sistema elétrico isolado, as tenses desequilibradas geram tenses de seqiéncia zero iguais e em fase n0 secundario dos TPs, ¢ 0 relé 59 ficard submetido a Vpetes = 3Vp = 3x 66,4 = 199,2V Desse modo 0 relé 59 deve ser ajustado com uma tensio bem menor, por exemplo: Vajustodo Rote 59 = Veominal <3Vo Na pratica, na figura 1.4.1, & necessario colocar em paralelo com 0 relé 59 uma resistineia elétrica (R) de estabilizaco, principalmente para minimizar as sobretensdes advindas da propria operagdo do relé e também para atenuar possiveis problemas de ferro-ressondncia tio comum neste tipo de circuito. 19 RELE DIFERENCIAL | 2.1 Relé Diferencial SS _| O relé diferencial € um dispositivo de protege de um equipamento que se bascia no principio da comparagiio de corrente elétrica de entrada e saida, podendo haver varius possibilidades de conexies, sendo simbolicamente tepresentada pela figura 2.1.1 Fronds i Hlementa =e — Protegida > Figura 2.1.1 - Prineipio da Protegio Diferencial A fungiio de protegao findamenta-se na (" Lei de Kirchhoff aplicada 40 equipamento, isto & TT 20 Capitulo U Koes = basa * he fg tana haan ay 0 dispositive de protegao vai atuar do seguinte modo: 8) Se Taw = las 2 comente 1, =0, ¢ 0 relé no atua, isto & 0 elemento protegido nio apresenta defeito. B) Se ign hua Taj me» 8 Proteeiio atua porque a difereaga de comente € maior que 0 ajuste no relé. Neste caso hi um defeito no elemento protegido A comparaco das correntes eiétricas & feita por meio de VCs. A protegao diferencial 6 largamente empregacla na: 4 Protegiio de transformadares de poténcia 4 Protegiio de cabos subterrdneos + Protegdo de méquinas sineronas + Protegio de barras + Protegiio de cubjculos metalicos 4 Protociio de linhas de transmissto curta A protegiio diferencial 6 denotada pelo nimero de fans 87. ‘Apresentam-se a seguir virias possibilidades do emprego da protecdo uilizando o relé 87, 2.2 Relé Diferen £ uma protegio em que se utiliza um relé de sobrecorrente 50 ou 51, fazendo a fungio 87. A figura 2.2.1 mostra o esquema genérico desta ) protecio, em que os TCs t8m relagdo 1:1. Comum Relé Diferencial a Rel Diferenciat a fuse ohCt Te i, => Elemento Ze _ tesla Droid — lets fists } eat Benen reig — — Figura 2.2.1 - Protegiio Diferencial Comum na Operagtio Normal do Sistema Elétrico No caso da figura 2.2.1 em que o sistema elétrico esti operando normalmente, isto é, alimentando uma carga, a8 correntes de entrada e saida so iguais & 0 relé no opera, Note que a protecio diferencial pode ser ampregada em sistemas elétricos radiais ¢ em anéis, sendo que sua zona seletiva de atuagio 6 entre os dois TCs, _A figura 2.2.2 apresenta 0 caso de um curto-cirenito fora da zona protegida pelos dois TCs. 1" i Plemen iy i=i, ae es a dio bana te mee do mek velo Figura 2.2.2 - Defeito Fora da Zona Protegida Supondo o sistema em anel, as correntes que supremo curto-cizcuito vém dos dois lades como mostra figura 2.2.2, mas como o defeito ocorreu. fora da zona protegida pela protegao diferencial, os dois TCs vém a mesma corrente I,, € 0 relé niio opera. Ja a figura 2.2.3 apresenta um curto-cireuito intemo a ligagao diferencia, aa 2 Capitulo Tr Relé Diferencial 2B ee aptloT Roe iene Este esquema de protegio utiliza um relé diferencial pereentual i y ee, 4 Ya apresentado na figura 2.3.1 bays FE Enero we is zt Protagi¢o 7 uf t - fu yi ir is BOBINA DE Nt q} BORINA DE , Figura 2.2.3 - Defeito Dentro da Zona Protegida esrnigao N2 ‘rERAGRO ) Se o sistema for radial a corrente i, = 0, se for em anel a cotrente )— i, seri uma corrente de curto-circuito. A corrente que passa pela bobina magnetizante do relé sera i, +1, ea proteg’o atuard, ) E importante observar que o uso das ligagSes anteriores & freqiiente, Apesar das ligagdes anteriores serem usadas, elas apresentam problemas na ocorréncia de elevado cutto-circuito fora da zona seletiva, mas muito ) prdximo a0 TC. Isto se da devide a: Figura 2.3.1 - Relé Diferencial Percentual ‘Note-se que: + Sco elemento protegiclo for um cabo subteniineo, uma maquina sincrona ou uma linha de transmissio curta, as correntes i, ¢ i, serto ignais 4 niio ser perfeito 0 casamento dos TCs; 4 saturagio dos TCs; + canegamento (burden) nos secunditios dos TCs, que causam. saturagao no ndcleo; + Sco clemente protegido for um transformador, as correntes i, ¢ i, sero determinadas pelas relagdes de transformacao do transformador ¢ que deverdo ser compensadas pelas relagdes de transformagio dos TCs e, se necesito, pelo emprega de TCs auxiliares. + outros problemas inerentes a0 equipamento protegido. As situagdes acima produzem ertos nos TCs, podendo provocar a ) atvagio indevida do relé de sobrecortente que esta fuzendo a fungao de protecdo 87 Para contornar esses problemas & melhor utilizar 0 telé diferencia pereentual, Relé Diferencial Percentual © esquema de protegio diferencial percentual apresentado pela figura 2.3.1 bascia-se na interago de duas bobinas, que sao: + Bobina de restrigdo, que tem uma derivagao central. O campo magnético gerado nesta bobina de restrigo atua atraindo um Embolo produzindo um torque negative, isto & contrério a0 torque de operagao. “| 24 Capitulo Ht + Bobina de operagio, cujo campo magnétieo atrai um émbolo que ploduz o torque positive. O telé 87 ind operar se o torque positive (r_) for superior a0 torque negative (c.). © funeionamento bisico do relé diferencial percentual da figura 2.3.1 baseia-se nos torques gerados nas bobinas de restrigdes e de operacéo. Para analisar melhor o funcionamento, apresentam-st os itens a seguir. fora da zona a) Operagio normal do sistema elétrico ou det protegida. Este 6 0 caso em que as correntes secundirias nos TCs do esquera da figura 23.1 so iguais (i, =i,). Nota-se que a bobina de restrigdo & composta de duas partes enroladas no mesmo sentido, portanto as correntes i, i, produzem um campo magnético concordante que atrai com bastante forga © émbolo, produzindo um forte torque negative. Ja na bobina de ‘operagio, a corrente resultante & i, -1, =O, ou seja, o torque seré mulo. Assim, o forte torque negativo (restrigio) garantité a nfo operagio do relé 87. b) Defeito interno entre os dois TCs. Quando 0 defeito (custo-circuito) ¢ interno, ou seja, dentro da zona jtada pelos dois ICs, as correntes i, e I, dirigem-se a0 ponto do defeito, Neste caso, tem-se a inversto da corrente 1, como mostra a figura 232. Para dar énfase ao funcionamento deste relé, supde-se que a corrente i, tenha 0 mesmo valor em modulo da corrente T,, deste modo, © campo magnético gerado pela corrente 1, na meia bobina de restrigdo, tem sentido oposto 40 campo criado pela corrente f,, assim, 0 campo magnético de restrigdo resultante € nulo, conseqilentemente nfo existe torque de restrigto. J& a corrente resultante i, +i, =2i,, passa totalmente pela bobina de , produzindo tum elevado torque positivo. Note que neste caso, © Relé Diferenci torque de operacdo & grande © o torque de resttigdo & nulo, ficando desse ‘modo, gerantida a operagao do rele. Elemento Protegido OBA DE BOBINA DE ‘oPERAGAO ) resTricao N2 EXO. Bsn Figura 2.3.2 - Defeito interno Esta € grande vantagem desse relé, que se traduz. em: 4 Defeitos extemos, o relé fortifiea a restrigio e enfraquese 2 operagio, garantindo a nao atuagao do relé. 4¢ Defeitos intemas, 0 relé enfraquece a restrigao ¢ fortifica a operacio, garantindo a atuagio do relé, © rele diferencial percentual (87) apresentado na figura 2.3.1 6 ropresentado pelo esquema da figura 23.3, em que aparece a bobina de ‘operagiio ea bobina de restrigo separacia em duas partes. Passa-se a obter a expresso analitica de operacio do relé diferencial percentual, considerando que as correntes i, ¢ 1, estio referencindas de acordo com as figuras 2.3.1 ¢ 2.3.3. Na bobina de restripfo, age a corrente resultante que é dada por ivi, 26 Capitulo 1 “2 fobina de B <3 oporacio b Bobinad de festngdes Figura 2.3.3 - Relé Diferencial Percentual (87) Para simplificar, utiliza-se apenas a média dos médulos individuais, isto é L cujo torque de restrigo sera dado por p (the } socits © (rages) | Frmctts ® (Panis [AF Na bobina de operagio, a corrente resultante é, I ce © para simplificar utiliza-se I crue cujo torque de operayao é dado por Fags (Pagans) (ha)? Portanto, desprezando-se a restrigio da mola restauradora, 0 torque resultante que age no balancim do relé diferencial percentual ¢ dado pela expresso 2.3.1, Relé Diferencial 27 Fet7 = Fopmste ~ Facan A-n yx, @3.) No limiar (£,4,57 = 0) do relé 87, tem-se: 0-0-1) -K,(LEE) \ 2 Lh = fe eh 232) 1 oS ¢ Fazendo-se, a ie tem-se K, 141 yoh=ateh 33) . +k Fazendo-se, y=Iy-Tz @ x=“, tem-se a expressio 233, reescrita como sendo a expresstio 2.3.4, que € uma equagdo de uma reta que passa pela origem dos cixos cartesianos y yaax - @34) Fazendo-se o grifico da expresso 2.3.3 de T,—1, em fungio de tom-se a figura 2.3.4 reta do limiar de operagio do relé 87 © eefeite da mola de restaumagao do relé sé apareceri para pequenas correntes de defeito, neste caso, sua aco esté representada na figura 2.3.4, em que a reta no passa pela origem, mas tem um pequeno desvio. — EE 28 Capitulo 1 Alle AZ _Liniar se oprago OPERA ~ coin a0 J afaito de, N ola NAO OPERA \ a te 2 Figura 2.3.4 - Curva de Operagio do Relé Diferencial Percentual Para o relé diferencial percentual, devem-se fazer dois ajustes: a) Ajuste da declividade (slope), que pode ser 4 $.2.25% para miquinas sincronas; # 10.2.45% para transformadores de poténcia. Deve-se obsorvar que se a declividade for de 25%, que couresponde a aga =0,25 © a =arctag0,25=14,04", Quanto anaior for a declividade, menor é a sensibiliade do rele, b) Ajuste do valor inicial ou pick-up do relé para compensar 0 efeito di mola de restaurago, seu valor tminimo ¢ limitude por &- em que K; representa o efeito da mola. Por exemplo, 0 ajuste do pickup ou corente minima de atuagdo do relé, pode ser 0.1.A ou 0,24, ouo valor recomendado pelo fabricante do rel, Pode-se também representar o relé diferencial percentual, em um gnifico da comente de retengao 1, em funedo da corrente de reten¢ao 1, Relé Diferencial 29 Para isso ¢ definido outro termo que ¢ a perventagem da comente iferencial 1, I, em relacto 4 menor das correntes de retengdo I, ou 1, Supondo-se que I, <1, assim a percentagem diferoncial “p” ¢ dada por: Desenvolvendo-se, tom-se: 100+p 1 2. im 35) Supondo-se que 1, <1, tem-se p= Desenvolvendo, tem-se 1-1 2.3.6) i00+p ao Usando-se no relé diferencial percentual, o perventual “p* de 10% e 25%, o gréfico da zona de atuapio do r2l6 é apresentado na figura 2.3.5. Nota-se que a reta superior da gravata é dada pela expresso 2.3.5 ¢a rela inferior pela expresstio 2.3.6 Assim, para qualquer operagio que produza um ponto dentro di regio hachurada o relé 87 no atua, Qualquer ponto de operagilo fora da gravata representa uma eorreate ciferencial além do ajustade no relé 87 e a protegio atua, De uma maneira geral na protegio de transformadores ou maguinas sincronas o relé 87 nfo afua diretamente no dispositive de abertura do disjuntor. © relé atua ativando o relé auxiliac de bloqueio (86), que providencia uma série de comandos, sendo ui deles o disparo da abertura do disjuntor ou disjuntores, conforme pode ser visualizado na figura 2.3.6. 30, Capitulo IL ein wt Be Deane + FY Zona Inoperante. ret Dn sal ay ‘0 400] al [42° 4 6 8 10 12 14 16 18 20 2 24 26 Figura 2.3.5 - Zona de Atuagao do Relé Diferencial Percentual em Forma de Grove ‘ : As H toners | Pe Hi @) Figura 2.3.6 - Diagrama Esquemitico da Protego Difereneial A figura 23.7 apresenta o diayrama esquemitico simplificado em DC da atuagio da protegio. Relé Diferencial 31 2 Figura 2.3.7 - Esquemético em DC da Protege Diferencial Percentval Em que: VM + limpada vermetha, indicando disjuntor fechado, VD + lampada verde, indicando disjuntor aberto. ‘As notagBes numéricas sto identificadas no apéndice A. Note que na proteso de linhas de transmissio com relés $0, 51, 21, 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20, com classe de exitidio de 10%. Os TCs utilizadas na protegao diferencial, os eros dos mesmos influenciam no ajuste do relé, portanto esses TCs devem ter preciso analisada para cada caso, © podem ser de classe de exatiddo de 2,5%, de 5% ou de 10%, Desse modo, em alguns casos, os TCs da protecdo diferencial devem ser methores do que os TCs das outras protegbes. Cee nnn nnn nn mene nnn nnn nn 32 TELEPROTEGAO 3.1 Teleprotesio A protegio que utiliza comunicayio entre os relés das barras adjacentes de uma linha de transmissio é denominada de teleprotegio. O principio bisico da teleprotegao & 2 utilizugio da protegao diferencial (87) a istincia, em que a transmissio do sinal de um relé ao outro é feita pelas vias de comunicagio, Do mesmo moclo da proteg4o diferencial, 0 techo supervisionado (selecionado) pata a protegio € compreendido enue os 2 relés, A figura 3.1.1 mostra simplificada ¢ esquematicamente a protegdo da linha de transmissio utilizando a teleprotozao. bara A ‘va do Gomunizarao Figura 3.1.1 ~ Teleprotegao 33 Teleprotegdo A filosofia da teleprotecio € a mesma de protegéo utilizada no sistema de energia elétrica, com o adicional que a contiabilidade da teenologia da comunicagao é fundamental. ‘A teleprotecdo basicamente utiliza 2 processos para a ago de desligamento do trecho em defeito. Os 2 processos so: 4 comunicago efetiva ou nao entre os relés, para o bloqueio do desligamento do disjuntor; + comunicagio entre os 2 relés, para o desligamento efetive dos disjuntores. Na teleprotesdo a necessidade de se utilizar a protego principal ¢ aliernativa é importante, possibilitando a garantia de seletividade de 100% da linha de transmissaio. Na teleproteedo as vias de comunicagio, conhecida como canais piloto, podem ser de varios tipos: + fio piloto; + onda portadora (Cartier); # mictoondas; 4 fibres dpticas do tipo: % cabo dielétrico de fibra éptica: £ cabo OPGW. Na (cleprotagio & imprescindive! que © meio de comunicagio tenha alta confiabilidade e alta velocidade. Isto porque a teleprotegio € um componente incorporado 20 sistema de protegao. Desse modo € importante considerar a seguranga do meio de comunicacao, principalmente quanto & sua exposigao fisica, Geralmente em linhas de transmisséio, 0 sistema de comunicagao abrange todo © comprimento da lisha, ficando exposto a toda sorte de riseos, inclusive o de vandalism, Os mecanismos das vias de comunicagio sto resumidamente apresentados a seguir. [3.2 Fie Piloto 34. Capitulo TU Fio piloto € um condutor fisico utifizado para conduzir (transmitir) sinal de comunicagao entre os sistemas de prote¢o instalados em cada terminal do elemento protegido. © condutor, meio de propagacdo, pode dependendo do tipo de protegio, ser © Figs telefnicos; © Cabos elétricas; © Fios nus, A comunicagzo por fio piloto é feita por um par de condutores, em que o sinal de transmissao pode ser efetivado (transmitide) por: © Corrente continwa (DC) © Corrente alternada (AC) em 60 fz; © ACem sinal de audio, © esquema de protegaio utilizando fio piloto mais indicado quando © elemento protegido for de pequonas dimensdes, tais como: ® Transformador; # Gerador sinerono; # Cabos elétricos, prineipalmente os subtersincos; # Linha de transmissfio curta, Pode-se utilizar 0 fio piloto para protecdo de linha de transmissio curta de até 30 ker, mas na pritica ndio & muito usado. No tipo de protegio por fio piloto, por exemplo, utiliza-se a mesma filosofia do relé difetencial (87) adotada no transformador de poténeia, sendo que neste caso a protegao diferencial 6 feita por 2 equipamentos de protegio instalados em cada terminal da linha dé transmissao. A figura 3.2.1 mostra a protegéo diferencial (87) de um transformador de poténcia, Substituindo 0 transformador por uma linha de transmissio & utilizando a protegio diferencial com o emprego de 2 relés em cada tetminal, tem-se a figura 3.2.2. Note que ao sc unirem os 2 relés da extremidade da linha de transmissiio, tém-se a constituigao do relé diferencial tradicional. ‘Teleprotegaio 35 m 3E a ap Sess Bobina de A» sorina co Restiggo 1 Restrgdio 2 Figura 3.2.1 ~ Protegao Diferencial do Transformador eo CS Sa eT (z eae Figura 3.2.2 ~ Protegdo com fio Pilota Identicamente & protego diferencia comum, nos relés da figura 3.2.2 as bobinas de resitig6es produzem ago para n nfo operagdo © ax bobinas de operagéo produzem agdo para a operagio da proteyio provocando 0 desligamento dos disjuntores. Simbolicamente a teleprotegao, com vias de comunicagio através do canal piloto com o uso de relés 87 cm cada terminal da linha de transmissio, E representada pelo esquema da figura 3.2.3. aus Boras _ [Wace Gaminact Figura 3.2.3 — Esquema Basico da Teleprotegio com Canal Piloto 36, Capitulo HL No esquema da figura 3.2.2, com o sistema elétrico operando em condigéo normal, as corTentes no circuit sccundiies dos 2 TCs slo apresentadas na figura 3.2.4, que é 0 mesmo caso para um curté-cireuito no ponte 1 te —— oy aL Figura 3.2.4 Operagtio Normal Nesse caso, com nio hé defeito na linha de transmissio, a corrente ¢ ‘a mesma no inicio e no final, desse modo, as correntes secundarias nos TCs so a5 mesmas ¢ no passa correntes pelas bobinas de operagio nos 2 relés das extromidades. As correntes passam somente pelas bobinas de resttiges garantindo a niio operagio dos relés, Uma caracteristica deste tipo de esquema de protegio é que na operagao normal do sistema cléirico sempre circula corrente pela cablagem do canal piloto, Assim, quando ocorre um defeito na cablagem do canal piloto, devidamente a protesio pode provocar © destigamento do elemento protegido, A figura 3.2.5 mostra o sentido das eorrentes elétricas para 0 aso de curto-cirouito na linha de transtissio. aera eras an Figura 3.2.5 ~ Curto-circuito na Linha de Transmissio Nesse caso de curto-cireuito na linha de transmissio, a tinalo de exemplo, supée-se que as correntes 1 ¢ I” sfo iguais em médulo. Assim, deduz-se que do passa corrente pela cablagem do fio piloto ¢ toda a corrente passa na bobina de operagiio de cada relé com o consegiiente cisparo dos disjuntores, em cada exiremo da linha de transmisséo, Na en Teleprotego 37 realidade as correntes de curto-circuito proveniente das barras Ae B no sao. iguais e pela cablagem do canal piloto passa a diferenga das correntes. Pode-se, também, efetuar o mesmo tipo de protegiio utilizando o esquema de protecdo por oposicdo de correntes, Neste tipo de protegio, er operagio normal do sistema clétrico, nfo passa corrente pela cablager do fio piloto, como mostra a figura 3.2.6. ana paras. inna do Treneriseso . rests pesto Figura 3.2.6-- Protegiio por Canal Pioto em Oposigdo na Operagdio Normal Hayendo um defeito na linha de transmissio, uma das correntes de curto-circuito inverte-se na exiremidade, © que, por sua vez, determina a condugio de corrente pela cablagem do canal piloto, com mostra figura 3.27. “potina de ao opera Figura 3.2.7 — Defeito na Linha de Transmissi0 ‘Neste exemplo da figura 3.2.7, foi considerado que i = i 3.3 Fibra Optica _ 38. Capitulo HL No esquema apresentado na figura 3.2.3 0 canal de comunicagao pode ser feito por um cabo dielétrico de fibra éptica, como esté representado na figura 3.3.1, ara Bara 1, nsdn 1 | QT} Figura 3.3.1 — Teleprotegio com Cabo de Fibra Optica Este esquema de teleprotecio é similar ao de fio piloto, em que 0 meio fisico da via de transmissdo € constitulde por um cabo de fibra éptica, Neste tipo de teleprotepdo, o sinal elétrico obtido no relé 87 & dirigido ao ‘ronsdutor fotoeléirico, que o transforma em um sinal luminoso equivalente © ssinal Juminoso, que tem ina freqféneia dentro do espectro do infravermetho, & transmitido pela fibra éptica ao outro terminal, assim se estabelece & comunicagio entre os relés dos terminais da linha de transmissdo. Com a informagdo das correntes aos 2 terminais da tinka de transmissio, ¢ de acordo com 0 esquema de proteyio adotado, os zelés podem: @ nfo operar; @ oporar; @ bloqnear a ago de desligamento do disjuntor remoto; @ petmitir o destigamento de um disjuntor remoto;, # bloquear o religamento, ‘As vantagens da utilizagdo da fibra éptica no esquema de protegao dda figura 3.3.1 si © 0 cabo de fibra Sptica nfo est sujeito a interferéncia celetromagnética ¢ eletrostiti Teleprotegio 39. © Rapidez na transmiisso do sinal luminoso; © Precisio nos dados transmitidos; © Disponibilizacio de varios canais de comunicagao possibilitando as realizagBes de outras fungdes, tais como: telefonia, medic, supervisio e controle, transmissdo de sinal de audio e de video, Prineipalmente para agées de seguranca do monitoramento do patio das subestagdes; Mudanga de ajustes de relés; © © Possibilidade de ages de autodiagnose na integridade do sistema de protegdo com respeito aos relés © das fibras épticas ¢ transmissdo do sinal; © Canal de comunicagiio dedicado e seguro para as agdes de transferéncia de sinal objetivando 0 bloqueio ou o disparo do Aisjuntor remoto; ® Pequena atenuacio do sinal transmitido cobrindo grandes distincias de comunicagao; © Separagio galvanica entre os circuitos clétzicos do sistema de protesio com o sistema de fibras épticas; © Grande largura de banda; © Extremamente leves. A fibra éptica ¢ constituida de um niicleo de silica, revestide com uma camada de silicone, Para confinar ainda mais 0s raios luminosos dentro do niicleo de silica da fibra éptica, hé nccessidade de aumentar o indice de refracio, Com esse propésito dopa-se a fibra com GeO; (didxido de germiinio) ¢ SiO; (didxido ée silicio). As fibras Spticas de acordo com 0 tipo de transmissio e indice de reftagio podem ser: + Fibra 6ptica monomodo, que utiliza diametros de 9 um ¢ 10 hm, com comprimento de onda (2) de 131 mm © 1550 nm, tem menor atenuagdo no sinal, & emprogada para grandes distincias de transmissio; Fibra éptica multimodo que se divide om: 40. Capitulo I indice degrau que tem dois indices de reftagdo, um ‘para o miicleo e ontro para a casca. Sao fibras grossas com diimetro de 100 ym a 850 ym. Sab empregadas em distincias curtas. indice gradual que apresenta indice de refragio variivel, a dimensio do niicleo é de 50 um, 62,3 pm e 100 wm, e da casca de 125 wm e 140 um. Podem ser usadas em majores distancias com atenuagées de | a 6 dBikm, ‘A fibra éptica multimodo, tem didmeiro do miicleo de 50 wm, 62,5 um e 200 pm, com comprimento de oncia da luz emitida na ordem de 650, 820 e 1300 nm. Os transdutores (conversores) fotoelétticos dos relés em cada terminal da linha de transmissdo devem ser compativeis, isto €, deve gerar sinais luminosos com o mesmo comprimento de onda. Os cabos de fibra éptica podem ser simples ou acompanhados de urn cabo (guia) de ayo. O cabo de fibra éptica com guia de aco possibilita langar o cabo em maiores vios entre torres de transmissio e resguarda de tensionamentos meeinicos nas fibras, ‘A petda de sinal na fibra Sptica & medida em 48. Deve-se considerar as perdas em dB em todo o sistema de transmissio do sinal de fibra éptica, concementes as emendas, fs conexdes € 05 cabos propriamente dito. Por exemplo, o cabo de fibra éptiea de 9,3 ym tem perdas de: 4 0,4 dBekm para }.= 1310 nm; + conecior, perdas de 2 dB/eonector; ¢ emenda, perda de 0.4 dB/emenda. A distincia de comunicagéo direta entre relés fica Timitada pela geragio de sinal no conversor ¢ pelas atenuagées de sinal no sistema de comunicagio. Estas limitagdes restringem a operagao direta entre relés em tomo de 50 km. Cabo OPGW (Optical Ground Wires) & um cabo condutor metilico, mente esto instalados os cabos de fibra éptica. Ver figura Fibra Otica MA Cabo de Fibra Otica Capa Aluminio Figura 3.4.1 ~Cabo OPGW ) 0 cabo OPGW é utilizado como cabo de eobertura (cube pita: ou cabo guarda) de uma linha de transmissio. Ver figura 3.4.2 Figura 3.4.2 ~ Cabo de Cobertura do tipo OPGW (O cabo de cobertura esté aterrado na torre de transmissiio. Assim, na! ocoréneia de uma descarga atmosfirica, 0 raio sera captaco pela parte tmetélica do cabo de cobertura, sera condurido até a torre mais proxitna, © a2 Capitulo Ut sera escoado a terra pelo aterramenio (contrapeso) do pé da torre. Esta condugao do raio nfo afeta a transmisso do sinal tuminoso dentro do nnicleo da Fibra dptica. © esquema da teleprotesio © da via de comunicagio & apresentado simbolicamente pela figura 3.4.3 ara ewe 6, Uni de Tareas » To rear pt | Coatsecormceno | ae | se Figura 3.4.3 — Teleprotego com Cabo OPGW Neste tipo de teleproteg#o a comunicagio entre os relés é feita pela teansmissio do sinal pelas fibras Opticas contidas no cabo OPGW, possibilitando efstuar varios esquemas de protego. Apenas para ilustragao, por exemplo, o cabo OPGW com 18 pares de fibras Opticas pode trafegar em cada par, 7560 canais, perlazendo no total 136.080 canais de comunicagit. A transmissio com OPGW pode cobrir grandes distincias com a introdugao de repetidora de sinal Desse modo, pode-se utilizar a transmiss¥o de sinal pela fibra ptica, para 0 uso da: ® Protegao; © Comunicagio telefOnica; © Transmissao de sinal de TV; © Comwunicasao via Internet; © Comunicagao do sistema de supervisio & controle; Teleprotegao 3. © Servicos para companhias telefénicas ou de TVs nio pertencentes empresa. Isto & podem-se comercistlizar os canais excedentes para empresas particulares, 3.5 Onda Portadora _ A transmissdo por onda portadora é feita utilizando 0 meio fisico, isto é, 0 proprio cabo condutor da linha de transmissao para a propagagio do sinal de comunicagio. O sinal a ser transferido é modulado na. onda portadora, é injetado na extremidade da linha de transmissio e recebido na outra extremidadle onde ¢ demodulado, isto é, 0 sina & separado dx onda portadora. Este sistema € conhecido por OPLAT ~ Onda Portadora sobre Linha de Alta Tensio. O esquema da figura 3.5.1 mostra os elementos bisicos da teleprotegdo com onda portadora (Sistema Carrier), Bobina de Bloqueio const do Bera TC de Carrer cemunicagao Una do T : s Treremsss0 BI L Taamisor Recap Camor Figura 3.5.1 —Teleprotegao Onda Portadora (Carrier) O sinal ¢ transmitido por uma onda portadora de alta freqiiéncia na cordem de 20 a 400 KHz, que se superpSe & corrente elétrica (60 Hz) da Tinka de transmissio. Cada sinal, com sua respectiva freqiiéncia, propaga-se independentemente como se o outro sinal nfo existisse, apenas seus efeitos so somadas. O receptor, no outro extremo da linha de transtnissio, quo esté 44. Capitulo IM sintonizado na freqiiéncia Carver, absorve apenas 0 sinal da onda portadore, sendo que a correspondents demodulagao extrai o sinat da informacdo, Para a finalidade de usar o sistema Carrier por onda portadora na teleprotecio, hé necessidade de apenas apresentar a figura 3.5.1 de modo ais simplificado, como mostra o desenho da figura 3.5.2, cose, x © Figura 3.5.2 ~ Sistema Carrier Em que T representa o transmissor e R 0 receptor da onda portadora Carrier, Os equipamentos que constituem o sistema de transmissio por onda portadora podem utilizar a tecnologia digital, porém a trunsmissio da onda portadora pela linha de transmissto € feita sempre no modo analégico © sistema completo da transmiss2o por onda portadora (Carrier), sucintamente é composto pelos seguintes equipamentos: 4 Bobina de bloqueio do Carrier; # Divisor Capacitivo de Potencial (DCPS); 4 Equipamento de sintonias 4 Transmissor Carrier; # Receptor Cartier; + Filtro da onda, © capitulo 2 da referencia [5] foi dedicado #0 equipamento DCPs contendo o seu funcionamento e utilizagao. ‘A aixa de fregiigneia utilizada para @ propagasio de sinal confinada na linha de transmissfio, em comparagaio com outras freqiéncins, & mostrade na figura 3.5.3. Teleprotegao 45. lo Nooo, sole ses wold sie rs a re sisie . Pere vere Fea Caio -— Figura 3.5.3 — Faixa de Freqiéneia Cartier Freqiigneias menores que 20 kHz prejudicam 0 acoplamento com 08 DCPS, ¢ para freqiiéacias maiores que 400 kHz as perdas de transmissio do sinal sio mais acentuadas ¢ também comega a haver interferéncias com os servigos de ridio. sistema de proteg3o que utiliza onda portadora (Cartier) depende muito di integridade dos condutores da linha de transmissio. Sendo prejudicados nos seguintes casos Abertura dos condutores da linha de transmissio; Curtos-cireuitos; Manobras de disjuntores; Interferéncias eletromagnéticas; Interferéncia eletrostatica. ©e808 6 Microondas Na transmiss2o por microondas o meio de propagacdo do sinal é pelo ar. O sinal é transmitido numa freqdéncia de 900 kHz a 20 MHz. O sinal de alta freqiiéncia da microonda € dirigido por antenas parabsticas de ponta & ponta, Por este motivo as antenas parabélicas devem estar colocadas em torres de comunicagdo para que sua visads tenha longo aleance. Ver figura 3.6.1 A faixa de freqiléncia deste sistema de comunicagio &: + Uff de 300 MHz a 3 GHz: # Microondas de 3 Glitz a 30 GHz. O sistema de comunicagao por microondas € muito eomplexo e caro AS antenas parabdlicas devem estar direcionadas umas em relaglo as outras, de modo que o sinal seja transmitido entre as torres de comunicagio 46 Capitulo UL até o seu destino final Em condigies favoraveis a mixima distdncia entre as torres pode ser de até 60 im, Antena Parabéiica Cabo Guia de Microondas. Equipamento de Transmissao Recepcéio Figura 3.6.1 — Torre de Comunicagdo de Microondas Este sistema softe influ’ncia das condigées atmosféricas, sendo um. problema para a fidelidade desse sistema de transmissio, principalmente para a teleprotegao. A vantagem desse sistema & que 2 comunicago independente dos efeitos das correntes de curtos-cireuitos na linha de ‘transmisso e das interferdncias eletromagnéticas geradas na subestagio. ‘Tipos de Sistemas de Teleprotesio. SS Os sistemas complexos de protegio que utilizam a técnica de comunicagio entre subsistemas de proteg’es sto conhecidos gencricamente por teleprotegio. As proterSes e as comunicagdes entre relés podem ser cfetuadas com 0 emprego de virias técnivas, denominadas: a) Sistema de Blogucio por Comparagdo Direcional ou Sistema de Compacacdo Direcional por Bloqueio — CDB - (Blocking), b) Sistema de Comparacdo Direcional por Desbloqueio - CDD - (Wablocking), Teleprotectio 4. ©) Sistema de Transferéncia de Disparo Direto por Subaleance (Direct Underreach Transfer Trip ~ DUTT); 4) Sistema de Tsansteréncia de Disparo Permissivo Por Subaleance (Permissive Underreach Transfer Trip PUTT); ©) Sistema de Transferencia de Disparo por Sobrealcance (Permissive Overreach Transfer Trip ~ POT). Existem virios sistemas de protego que utilizam os osquemas anteriores ou suas variantes, sendo que alguns sero apresentados nos itens a seguir. Neste tipo de esquema qualquer relé pode ser utilizado, sendo os mais usuais 0s relés 21, 67, 50, 51 38 Sistema de Bloqueio por Comparagao Direcional _| O sistema de bloqueio por comparagao direcional (CDB), conhecido também por Blocking, utiliza o sistema de comunicagao para enviar um sinal para bloquear, isto é, para no permitir a operagdo de abertura do disjuntor remoto adjacente. Por este motive, © sinal enviado pelo canal de comunicago ser utilizado para impedir a operagio de desligamento do disjuntor, mesmo que a protegao local queira abrir 0 disjuntor. O sinal 6 de bloqueio da abertura do disjuntor, dai advindo @ nome sistema de blogueio por comparacio direcional, Para o caso de protocio principal e alternativa, quando sc tém 2 sistemas de protecdo separados ¢ independentes por terminal da linha cle transmisséo, ¢ garantida a atuago da protec local, sem preocupagio com a obrigatoriedade da atuagio da protegao de rctaguarda remota, Pode-se utilizar © sistema de blogueio por comparagdo direcional (CBD), apresentado a seguir, cujo diagrama unifilar € mostiado na figura 3.8.1 2 Figura 3.8.1 — Diagrama Unifilar do Sistema Elétcico para a Protegio CDB 48 Capitulo UL No diagrama unifilar da figura 3.8.1 esti apresentado somente & protepdo priméria da LTqn de uma configurago em anel, Na bara A, 0 relé 2P esté direcionado no sentido da linha de transmissGo LTap ¢ sobrealcanga a barra remota B e vai até, por exemplo, a 40% da préxima linha de transmisséo, LTyo, ¢ 0 relé 21S (instantéineo) esti direcionado 20 sentido contririo (reverso) e aleanga a barra adjacente, barra 1D, como mostrado no esquema da figura 3.8.1. A filosofia do CDB ¢ que sempre que o relé 21S vé 0 defeito, um sinal de comunicagio é eaviado para a ouira barra para no deixar que 0 disjuntor abra, isto é, 0 sinal é enviado para BLOQUEAR a abertura do disjuntor da barra remota. Na protegdo da figura 3.8.1, as zonas de atvagio do relé 21 so designadas por P ¢ S, em que P significa protec pilotc ov principal S significa Start, ou seja, partida (disparo) do transmissor que cnvia um sinal pelo sistema de telecomunicagao para @ outra barra, © diagrama fimeional em DC do sistema de bloqueio por comparagdo direcional aplicado ao diageama unifilar da figura 3.8.1 esté mostrado na Figura 3.8.2. é Rolede 8 ‘Tempo 5 Tempo f | 7 1p é ‘ Re Sper 1A RC], as PARR] Figura 3.8.2 — Diagrama Funcional em DC do CDB Sistema de ‘Telecomunicacso Em que: 21 ~+ relé de distancia, Poder-se-ia utilizar um outro relé no Iugar do relé 2L, por exemplo, o relé $0 ou o relé 67; 21P + contato do relé 217; LCL nn nen eee nnn nnnnnnnnnnn nnn nnnn nnn nnn mmm mn mmm nnn Teleprotegio 49 21S ~ contato do relé 218; BA — bobina de abertura do disjuntor; ‘TR + transmissor, equipamento que envia o sinal de comunicagao para 1 barra remota: RC + receptor, equipamento que esté sintonizado para receber o sinal de comunicagdo enviado pelo transmissor da barra remota, Quando 0 receptor RC recebe o sinal de comunicagio, 0 seu contato RC abre; Relé de Tempo + fecha seu contato Ty quando transco:re 0 seu tempo ajustado. © tempo dle ajuste To = 6 a 20 ms. O tempo de ajuste Ty é um tempo muito baixo, mas deve ser maior que 0 tempo da propagacio do sinal de transmissio de uma barra a outra. Ou seja, Ty > Tempo de propagagao do sinal pelo sistema de telecomunicaco, Este tempo Th uitas vezes jd vem incorporado no equipamento fornecide pelo fabricante, ¢ esté fixado entre 15 a 20 ms. Passa-se a seguir u analisar a atuagio da protegdo para os deftitos assinalados no diagrama unifilar da figura 3.8.1 a) Defeito no ponto F; da linha LT xu. As protegdes das barras A e B, atuario com 0 acionamento dos seguintes contatos, smninal A # Fecha 0 contato 21P que enengiza o relé de tempo; # Transcorrido o tempo Ty, 0 relé de tempo fecha 0 seu contato Ta; # Odisjuntor A é destigado, inal B + Fecha 0 contato 21P que energiza o relé de tempo; + Transcorrido o tempo Ty, 0 relé de tempo fecha o sex contato To; ¢ O disiuntor B é destigado. Note que neste caso, nenhuma proteco 218 viu o defeito, portanto nenhum sinal de comunieagio foi enviado. 1b) Defeito no ponto F2. 30, Capitulo 1 Este defeito é fora de LTys, portanto nenhum disjuntor deve ser desligado, A seqligncia de atuagio da protego &a que segue: ‘Terminal B + Fecha instantaneamente 0 contato 21S; © Ativa-se o transmissor B, que envia um sinal pelo sistema de telecomunicagdo para o receptor A da barra A. ‘Terminal A © Fecha instantaneamente o contato do relé 21P; © Oreceptor A recebe o sinal do transmissor B e abre 0 seu contato RC. Note que 0 contato RC estando agora aberto, no seré mais, Possivel efetuar a operacdo de abertura do disjuntor A, isto é, 0 disjuntor A esté bloqueado; # O relé de tempo fecha 0 seu contato Ty no tempo To, Note que o tempo To > tempo da propagagao do sinal de comunicago entre as barras; # Odisjuntor A permanece fechado, em operagio normal © problema neste tipo de sistema de protegdo de bloqueio por comparagio direcional € que: @ Se houver vm deftito no sistema de telecomunicagio, de modo que o sinal seja emitido indevidamente, a abertura do disjuntor fica bloqueada, independents da atuagao da protec local, ® Se houver uma falha no sistema de telecomunicagio, de modo que 0 sinal transmitido 10 chegar no receptor remoto, poder haver atagio indevia de protegio local para deteito fora da linha de transmisséo, Fato este que geralmente ocorre neste tipo de esquema de protegao. Como nfo se sabe se hé defeito no sistema de telecomunicagiio, hi necessidade de uma constante vigilineia no sistema para garantir 0 seu eesempenho, esquema funcional apresentado na figura 3.8.2 é simplifieado, na realidade o esquema é mnais complexo e, pode-se citar que © receptor allo ‘Teleprotegio St promove a abertura do contato RC. Esta fungio & feita por um relé 85 auxitier, O funcionamemto bascia-se no esquema mostrado na figura 3.8.3. Sistema de Telecomunicagao Figura 3.8.3 —Relé 85 Quando o receptor recebe um sinal de comunicago, ativa o relé 85 que promove a aberture do contato RC. O relé 85 tem também outros contatos auxiliares NA ¢ NF, para realizar outras fung6es. Geralmente, provoca-se wn tetardo intencional no tempo de rearme do relé 85, a fim de evitar problemas na protegdio de linhas operando em paralelo. No esquema de protege apresentado, a seletividade & de 100% da Jinhua de transmissio com um tempo de atuagao de Tp, ——__— 4 pce 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparacio Direcional Sistema de protegio de desbloqueio por comparagio direcional (Unblocking) seré analisado em relagdo ao diagrama unifilar da figura 3.9.1 Figura 3.9.1 ~ Diagrama Unifilar Os relés de protegdo de cada barra tém direcionatidade para a linha de transmisso com sobreaicance da linha adjacente. 32. Capitulo IT A filosofia do sistema de proteqiio de desblogueio por comparagéo direcional (CDD) € manter um canal de comunicago sempre ativo © mantide numa freqiéncia chamada de guatda, Portanto, o sinal permanente no canal € indicativo que o canal de transmissiio de ‘elecomunicagiio esté fincionando em perfeito estado, isto ¢ importante porque € uma garantia de que quando houver defeito no sistema elétrico 0 canal de comunicagiio est pronto para enviar um novo sinal de desbloqueio cem uma nova freqléncia, diferente da freqiiéncia do canal guarda. O sinal de desbloqueio ¢ sempre no sentida de promover 0 desligamento do dis) untor. Na operagéo normal do sistema eléirico, no sistema de protegiio CDD, é sempre enviado, permanentemente, um sinal de guarda (na freqiiéncia guarda) entre os sistemas de protegio da barra A e B, que mantém aberto 0 contato que esti em série com a bobina de abertura do disjuntor, Havendo defeito no sistema ctétrica a protego troca a freqiiéucia do canal de comunicagio para freqiiéncia de desbloqueio, que ser enviada para a outra barra, uo sentido de permitir 0 desligamento do disjuntor remoto, Portanto a légica do CDD &: % Fregiiéncia de guarda significa operagio normal do sistema ¢ os disjuntores devem permanceem fechados; 4 Frogiiéncia de desbloqueio significa defeito no sistema elétrico & € disjuntores devem ser desligados. © esquema funcional do diagrama unifilar apresentado na figura 3.9.1 esti mostrado na figura 3.9.2. [ie peer rR] emma Soria I Figura 3.9.2 — Funeional em DC do CDD Teleprotecao 33 Se o sinal guarda esté em funcionamento & porque o sistema de telecomunicago esté em funcionamento normal ‘A. seguir apresenta-se a atuagio das protegSes para os defeitos assinalados no diagrama unifilar da figura 3.9.1 a) Defeito no ponto Fy dentro da LT4s. Os relés operam na seguinte seqiiéncia: rerminal A © Fecha o contata P do relé da barra A; * Ativa-se o transmissor A, que muda a freqigncia do sinal de comunicagio transmitido. A freqiigneia do sinal ¢ comutada da froqiiéncia de guarda para a freqiigncia de desbloqueio; # O receptor A recebe o sinal de comunivagdo na treqligncia de desdloqueio que foi enviada pelo transmissor B. O recepior A Fecha o seu contato RC; + Ativarse a bobina de abertura BA que promove o desligamento do disjuntor A. Terminal B 3 Seqiéncia igual a do terminal A. Observa-se que o sinal na freqiiéncia de desbloqueio provoca desbloqueio (permissio) de operagio de desligamento do disjuntor. ) Defeito no ponto F: fora da LT x. A seqiidncia de atuagio dos relés & Terminal B ‘A protecio deste terminal niio vé o defeito em Fs, portanto nada acontece. # 0 receptor B recede o sinal do transmnissor A na frogiiéncia de desbloqueio ¢ fecha o seu contato RC, mas nv hé operagzio do cisjuntor B porque o contato P permanece aberto, ‘Terminal A A protecio deste terminal vé o defeito Fe: 54 Capitulo TH © Fecha o contato P do relé A; + Ativa-se 0 transmissor A, que permuta a fregiiéncia do sinal que € enviado para a barra B. Note que nda hé operacdo do disjuntor A, porque o receptor A iio recebe sinal na freqiéncia de desbloqueio. Observagio: Este sistema de protego de desbloqueio por comparagio direcional (CDD) é mais simples que 0 CDB, é mais confidvel devido a existéncia permanente do sinal guarda. Normalmente 0 tempo de comnutagao do sinal de comunicagio dé-se em 5 ms. 3.10 Sistema de Bloqueio por Comparagio Direcional -) Variante | Este esquema & utilizado na protegio tradicional com relés de distincia que usuftui do sistema de comnicagao. Para assimilar com mais propriedade estes fundamentos, 0 diagrama unifilar da figura 3.10.1 mostra as zonas de atuagio do sistema de protegzio instalado nas barras A © B com sentido direcional para dentro da linha de transmissao, isto &, como indicado pelas setas sobre os TCs. Fo Diwcioal 87 os i o Fp bros 75 Figura 3.10.1 — Alcance das Zonas dos Relés 21 Neste esquema os relés de distancia 21 tém seus ajustes de zonas de atuagdo © suas correspondes temporizagdes indicadas no item 5,8 da referencia [46]. Alimeniado pelo mesmo TC, hi um relé de disténcia Teley reverso que deverd cobrir todo o circuito da linha de transmissio reversa (anterior). © esqueia funcional em DC de cada sistema de protego est apresentado na figura 3.10.2. +. tgnce = abce | me Bn 4 3 Roam ¥ oe Figura 3.10.2 ~ Esquema Funciona em DC do Sistema de Prot Bloqueio por Comparagio Direcional Em que: 2; ~ contutos NA ¢ NF da I* zona (instantinea) do relé de disténcia 21; Z_ + contato da 2 zona (temporizada = 2) do relé de distancia 21; 23 ~ contato da 3* zona (temporizada ~T5) do relé de distancia 21; ZR > contato da zona reversa de atuagHo (instantinea) do relé de distancia 21R; ‘TR + Transnissor do sinal Cartier para a barra remota; RC * Receptor do sinal Carrier proveniente da barra remota, Quando 0 Receptor RC recebe um sinal Carrier o seu contato RC abre instantaneamente; FD ~ contato da unidade direcional 67; To > € um tempo muito baixo, porém maior que o tempo da propagagio do sinal de transmisso Carrier de uma barra a outra, Ou seja, Ty > Tempo de ptopagaco do sinal Carrier, =0,4.00,5s + temporizagao da 2* zona do relé de distancia 21; 56 Capitulo ttt 21, Passa-se a analisar o funcionamento da proteyio de acardo com seu dliagrama funcional para alguns pontos assinalados na figura 3.10.1 ‘Ts = Is + temporizagio da 3* zona do relé de distin a) Defeito no ponto F do diagrama unifilar da figura 3.10.1. Os relés de protegao amram do seguinte modo: ‘Terminal % Fecham simultaneamente og contatos FD, Zs, Z2 ¢ Z; ¢ 0 contato Z\NF abre-se; Através dos fechamentos dos contatos FD ¢ Z; ovorte a stivagéo da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuntor A. ‘Terminal B: © Fecham simultancamente os contatos FD, Z,, Zz ¢ Zs ¢ 0 contato Zi NF abre-se; % Através dos fechamentos dos contatos FD e Z) ocore a ativago da bobina de abertura BA € 0 desligamento do disjuntor B, Neste caso os 2 disjuntores A e B da LTas foram desligados (abertos) instantaneamente, Note que para este tipe de defelto dentro da linha de transmissi, na qual é visto pela 1* zona dos 2 relés terminais, nenhum sinal de comunicagio foi ativado pelo truasmissor TR, porque nenhum relé de distancia reverso viu o defeito ¢ os contatos ZR permaneceram abertos e ainda os contatos Z; NF foram abertos. Note que pelo esquema do diagrama funcional da figura 3.10.2, quando o defeito esta dentro da 1 zona, o rel de distancia atua prioritariamente ¢ instantaneamente no disparo do disjuntor, nfo havendo necessidade do sinal de comunicagio do Carrer, }b) Defeito no ponto F2 do diagrama unifilar da figura 3.10.1. Os relés de protegdo atuam do seguinte modo: % Fecham simultaneamente 08 contatos FD, Z1, Z) @ Zs @ 0 contalo ZiNE abre-se; 4 Ocorre a ativagio da bobina de abertura BA ¢ 0 desligamento do disjuntor A, 7 ‘Teleprotecio 31 ‘Terminal B 4 Feclam simultancamente os contatos FD, Zs ¢ Zs & Ativa-se o relé de tempo, que transcorrido o tempo Ty fecha 0 contato To, provocando o disparo do disjumtor B. © terminal A da linha de transmissio LT,» foi éestigado instantaneamente pelo disjuntor A e 0 terminal B foi aberio no terapo Ty que € muito baixo. Note que aqui também no houve necessidade do sistema de telecomunicagzo. «) Defeito no ponto F; do diagrama unifilar da figura 3.10.1. Os relts de protegiio atuam do seguinte modo: 1B 4 Fecha insiantaneamente 0 contato ZR; Ter 4 Ativa-se o transmissor TR que envia um sinal Carrier para o receptor A da barra A. Termin 4 Fecham simultaneamente os vontatos FD, Z1 ¢ Zs; 4 Ativa-se o relé de tempo; % O receptor RC reccbe sinal Carrier do transmissor TR da Barra B. Ao receber o sinal Cartier, 0 receptor RC abre 0 seu comtato RC; £ O relé de tempo no tempo Ty fecha o sext contato Ty, Note que agora nde ha desligamento do disjuntor porque sinal Carrier recebido pelo receptor abriu 0 contato RC antes do fechamento do contato Ty, Esta ago € que di o nome deste esquema de proteefo, ou seja, 0 sinal Carrier transmitido blogucou o disparo do disjuntor A. Observa-se aqui hd necessidade de ter-se Ta > ‘Tempo de propagagio do sinal Carrier da barra B até a barra A. isto 6, o receptor da barra A deve receber 0 sinal Currier ¢ abriv © comtato RC antes que o relé de tempo feche o seu contato To. ‘Algm do mais, o tempo Tp deve ser 0 menor possivel, porque ‘quando o relé da outra barra vé 0 defeito dentro de sua I* zone, esta informagao ¢ imediatamente passada via Cartior para que 0 38. Capitulo Tt relé da barra adjacente abra com certeza o seu disjuntor no tempo Tr, Observacaio 1: Para o defeito no ponto Fs, a protegio da 1° zona do relé B da LTac deve atuar instantaneamente, somente em caso de defeito desta Protecio, deve amar a 2* zona do relé 21 da barra A no tempo Ta, Observaciio 2: No esquema de bloqueio por comparagio direcional (CDB), ‘© sistema de telecomunicagio dedicado & protego nunca promove o disparo do disjuntor, atuando somente no sentido de bloquear o dispar do disjuntor, Portanto, quando hé um defeito no sistema de telecomunicagso a protecio toma-se a convencional Apresentasse a seguir outro tipo de protegio de bloqucio por comparacéo direcional (CDB) para um sistema de protoyao priméia © alternativa, comm zona de seletividade de 100% da linha de transmissdo e nfio hd tisco de disparo do disjuntor, porque a aciio do receptor niio consegue de modo algum provocar o disparo do disjuntor. 3.11 Transferéncia de Disparo Direto por Subaleance Transferéncia de disparo direto por subaleance aplicado a um sistema eléicico € quando o sinal de comunicagio ¢ utilizado para efetuar a operagio de desligamento direto do disjuntor. Este tipo de protegao também € coniecido por DUTT — Direct Underreach Transfer Trip. diagrama unifilar ¢ a zona de atuagio dos relés & 0 mesmo apresentado na figura 3.10.1, sendo que © esquema funcional em DC & mostraco na figura 3.11.1 Note que o sinal de transferéncia provoca o disparo do disjuntor. Neste esquema caso haja um defeito no sistema de comunicacde que provoque uma trunsmissdo indevida de sinal, o disjuntor da barra remota seré desligado, Uma variante deste esquema é a utilizagaa do disparo direto do isjuntor da barra remota, quando & necessario o desligamento de um equipamento que nfo tenha disjuntor préprio. Por exempio, & 0 caso do reator de linha nfo manobrivel (figuta 3.11.2) ou que tenha disjuntor proprio no lado terminal do aterramento.. Teleprotecio 59 Sistema de Telecomunicagao Figura 3.11.1 ~ Esquema Funcional do Sistema de Transferencia de Disparo Direto por Subaleance Bara Bera “Transertndla do Oisparo Ditto Vade Comnicgo Figura 3.11.2 — Transferéncia de Disparo para a Barra Remota Se ocorrer defeito no reator os 2 disjuntores deverdo ser desligados, sendo que o disjuntor remoto da batra A é disparado diretamente pelo sinal enviado pelo sistema de comunicagao da barra B. A figura 3.11.3 mostra uma fotografia de um reator de linha manobrivel com disjuntor no terminal do aterrainento. 3.12 Transferencia de Disparo Permissivo por Subalcance Este sistema de protepdo também € conhecido por PUTT - Permissive Underreach Transfer Trip. © sistema clétrico € 0 mesmo da figura 3.10.1 © 0 diagrama funcional esté apresentado ma figura 3.12.1 60 Capitulo IIL | . re are Toros at + 3% oH . | + 1] | ae . Figura 3.12.1 — Funcional do Sistema com Transferéncia por Disparo Permissivo de Subaleance E quase idéntico ao anterior, 86 que no esquema apresentado na figura 3.12.1 © disparo do disjuntor s8 ocorrerd com a permissdo da nidade | direcional que tem contato em séri¢ com 0 coniaio RC. Assim, 0 nome permissivo, neste caso, € dado pela unidade direcional, isto & © dispare s6 Teleprotegion 61 ser possivel se a unidade direcional permitic, Apesar da introdugio deste pequeno detalhe, jé se produz mais seguranca no esquema de protey assoviada & ieleprotegSo, Isio porque, se o sistema de comunicagao enviar por falha, engano ow erro huciano, wm sinal de disparo, o disjuntor nao ser acionado porque a unidade direcional no permit, [3.13 Transferéncia de Disparo Permissive por Subalcance | | com Aceleragio de Zo [2 oe |+-——_ Temoo af HH zt HHF-- Lore, Lb | Sistema de Telecomunicagaa a 3.13.1 ~- Funcional em DC Este esquema apresenta mais seguranga porque a permissividade ¢ feita pela unidade direcional ¢ pela 2' zona, Portanto $6 haverd disp Aisjuntor, se 3 condigies forem satisfeitas: do | + Recebimento do sinal de comunicagio emitido pelo ttansmissor | da barra remota; 4 Defeito na diregto da linha de transmissio protegida; + Defeito dentro da 2* zona. Este esquema € utilizado em linhas de transmissio média e longa distancia 62. Capitulo I 3.14 Transferéncia de Disparo Permissivo por Sobrealcance Este tipo de sistema de protegdo também € conhecido por POTT — Permissive Overreach Tranfer Trip. Para o mesmo sistema eléttico aptesentado na figura 3.10.1, cujo ddiagrama funcional pode, por exemplo, ser 0 da figura 3.14.1 it, nse rol Z 1 HE Hi Sistema de Tolecomunicayae Figura 3.14.1 —Funcional em DC do Esquema de Transferéncia de Disparo Permissivo de Sobrealcance Este esquema ¢ idéntico ao anterior, com a diferenga de que o dispuro do sinal de comunicagdo & feito pela unidade distincia da 2* zona cujo aleance vai até 50% da linha de transmissio remota, E utilizado em linha de transmissio curta, dada a dificuldade de acionar o sinal de comunicagao pela !* zona devido & imprecisao de se fazer o-ajuste para 80% da linha. & adequado neste sso ‘ajustar a 1* zona para 50% de linha. Observagio: Muitas empresas utilizam um sistema de protegao, em que 0 POTT tem zona de sobcealcance independente da 2* zona da protega0 normal. 3.15 Légica de Eco + Teleprotectio 6 ‘Na utilizagdo do sistema de protegio do tipo desbloqueio por comparagio direcional (CDD), como apresentado no item 3.9 a abertura do disjuntor s6 ocorre se houver recebimento do sinal de transmissdo enviado pela protecio de linha de transmissio da barra remota. Devido a esta filosofia do sistema CDD, este esquema de: protegao fica prejudicado quando 0 disjuntor ou a chave seccionadora estiver aberta em um terminal remoto de uma Tinba de transmissio de um sistema elétrico conectado em anel. Por exemplo, no esquema do diagrama unifilar da figura 3.15.1, em ‘que um terminal da Tinha de transmissio est aberto, — Figura 3.15.1 - Terminal B da Linha de Transmissiio Aberta Neste caso com o terminal B aberto e se ocorrer um curto-cireuito no ponto F, na logica do CDD 0 disjuntor A s6 abrird se receber um sinal de desbloqueio do terminal B. Mas como o tetminal B néo ve 0 defeito, renhum sinal de desbloqueio sera enviado ao terminal A. Ver figura 3.9.2. Por esse motivo, para possibilitar a abertura do disjuntor A, hé necessidade de se efetuar a ligica de eco. A légica de evo jé esti incorporada no esquema de protegio CDD atual. Esta lgica se basein no principio do eco, ou seja, @ sinal de transmissio enviado pelo canal A ao terminal B deveré retornar {nstantaneamente ou ap6s certo tempo ao terminal A. Por exemplo, no esquema de protegiio da figura 3.15.2, utiliza-se um rel6 de tempo, para envisr o sinal de volta a0 terminal A. Em que: S > contato aux ‘NF da chave secoionadora; 52 contato auxiliar NF do disjuntor; Ty contato do relé de tempo. 64, sale 1 Relioe Temps 8A Sistoma de Telecomunicagao Figura 3.15.2 - Esquema Funcional do CDD com Logica do Feo Em relagdo ao esquema de protedo da figura 3.15.2, na ocorréncia de um curto-circuito em F, a seqiéncia de atuagdo da protesiio & % Fecha 0 contato P do terminal Ay % Ativaese o transmissor A que envia um sinal de desbloqueia para o receptor B; % O receptor B recebe o sinal transmitido pelo transmissor A. O receptor B fecha o seus contatos RCs que ativa o relé de tempo do terminal B; % Transcorrido 0 tempo o relé de tempo fecha e seu contato Ty; % Com o fechamento do contato To ativa-se 0 transmissor B que envia um sinal de desbloqueio ao terminal A, Este sinal enviado € 0 ce % O receptor A recebe o sinal transmitido por Be fecha o seu contato Ri % Com o fechamento do contato RC, ativase a BA que promove a abertura do disjuntor A. Nota-se que 0 tempo Ty ajustado no relé de tempo € maior que os tempos de operngiio das protegdes normais com o disjuntor o4 seccionadora local fachadas. Este tempo Ty atrasa a abertura do disjuntor, sendo 0 principal problema da lgica de eco deste tipo de esquema da figura 3.15.2. Para contomar o problema apresentado e acelerar a abertura do disjuntor, na logica de eco, utilizam-se 05 contatos auxiliares do disjuntor & Teleprotegdo 6 das chaves seccionadoras que ativam diretamente o transtnissor para enviar 6 sinal de retomo para a barra remota. A logica de evo 36 sera ativada se 0 disjuntor ou a chave seceionadora estiver aberto, 0 diagram wnifilar de —— a figura 3.15.3 apresenta esta condigio. Sistema de Ur ‘Telecomunicagso Figura 3.15.3 — Légica de Eco Ativada pelos Contatos Auxiliares da Chave Seccionadora ou do Disjuntor Neste caso, nlio ha necessidade de se utilizar o relé de tempo, ¢ para um curto-cireuito em F, a seqiiéncia da atuagao da protesio é: + Oreld do terminal A vé 0 defeito e fecha o seu coiitato P; * Ativa-se o transmissor A que envia um sinal de desbloqueio a0 terminal B; + O receptor B recebe o sinal enviado pelo transmissor A. O receptor B fecha o seu contate RC; + Com © fechamento do coniato RC do terminal B, ativa-se 0 transmissor B que envia um sinal de volta ao terminal A (logica de eco); ‘+ © receptor A recebe o sinal enviado pelo terminal B e fecha o seu contato RC; + Ativa-se a BA coma conseqiente abertura do disjuntor A. A login de eco, apresentada na figura 3.15.3 6 melhor que a da figura 3.15.2, porque atua muito répido e s6 € ativada quando o disjuntor ou a chave soccionadora remota estiver abetto. Existem também outras l6gicas de cous utiizadas nos esquemas de protecio CDD. —— See 66, Capitulo 11 Teleprotecao 6 3.16 Protegao de Linha Morta _] | 27 estiver operado. Esta protego do relé de sobrecorente supervisionado pelo relé 27 & mostrada na figura 3.16.1 O rele 21 utiliza a medigao de Vf para a sua logica de atuagio. Nos casos de curtos-cireuitos muito préximos da barra, isto é, préximo do relé, a medigao Vy fica prejudicada, porque o valor de tensio 6 muito baixo. Para contomar este problema, 0 relé 21 dispde do tecurso da ago de meméria, que garante uma tenséo residual no relé quando a tensio cai a zero ou proxima de zero, Esta agdo de meméria possibilita a atuacio do relé 21 para curtos-circuitos muito préximos & barra. A ago da meméria no relé 21 sé & efetiva quando a linha de transmissdo esta energizada, isto é, com tensdo normal pré-falta. Quando uma linha de trunsmissio é desligada, 0 relé digital 21 mantém a agdo de meméria por um tempo de 0,1 a 2s A aco de meméria no relé 21 nilo 6 efetiva, quando a linha de transmissdo estiver sem tensfo (linha morta), que 6.0 caso da linka que ast aberta ou desenergizada, Se a linha estiver desenergizada, a aylo ‘meméria no relé 21 6 mula, Se a linha de transmissio aberta estiver com defeito do tipo curto-circuito, durante cnergizagio, ou seja, durante 0 fechamento do disjuntor, 0 relé 21 ficara prejudicado porque sua agio de meméria ests desativada, Satiente-se ainda, que durante a energizagto de uma Tinha de transmissio sob curto-circuito, o gradiemte de crescimento da comrente elétrica de curto-circuito & grande e o da tensio & muito baixo, prejudicando ainda mais a logica A do relé 21. Deste modo, os relés que tenham a logica de atuagao por comparagao por tensto elétrica para este tipo defeito nao sio adequados. Para este tipo de defeito de curto-circuito em linha morta (dead line) que esti sendo enetgizada, o relé de sobrecorrente 50 & 0 mais indicado, A protegio de fechamento sob falta de uma linha de transmissiio descnergizada, $6 entra em operagdo quando o disjuntor € fechado, © & efetuada por um relé de sobrecorrente 50 supervisionado pelo relé 27, € & desativada apés um certo tempo, geralmente de 500ms. Portanto, quando a linha esti morta, 0 relé 27 jd esté operado, e durante o fechamento do disjuntor, o relé de sobrecorrente 50 esta em prontidiio para operar ou nto, dependendo se ha ou nao defeito na Tinka de transmissio. O relé de sobrecorrente SOfSf (sobrecorrente de fechamento sob falta) s6 atua se a tensfio na linha de transmissio sob falta estiver baixa, isto €, enquanto o relé Barra A Barra e BIOS RR Figura 3.16.1 ~Relé 50 para Fechamento sob Falta de uma Linha de ‘Transmissfio Morta O esquemitico em DC 6 mostrado na figura 3.16.2. Figura 3.16.2 ~ Fsquema Funeional em DC Na figura 3.16.1 no esto apresentadas as outras protesdes de linha de transmission, Note que no esquema apresentado o relé de subtensio ndo é necessério na protegao de linha morta, Também, nfo foi apresentado aqui a direcionalidade da atuagio da protecao. Sempre que ocorrer a atuagdo da protegiio de linha morta, a fangdo dle religamento (79) do disjuntor deve ser bloqueada. Salienta-se que virias sao as causas de defeitos em linkas mortas, mas a mais comum ¢ a pior delas, € 0 esquecimento do aterramento tempordrio que foi utilizedo pela equipe de mamutengo na execugio de um setvigo na linha de transmissdo, A energizagio de uma linha de transmis com o aterramento temporirio conectado provoca um curto-cireuito triféisico de grande intensidade. TTS 3.17 Fraca Alimentagio 68 Capitulo Lit _—____] sistema eléticv softe eoutinggneias, em que linhas de transmissiio sio retiradas de operago, mudando-se a configuragdo da topologia da rede. Devido a esta estraiégia, muita vezes, alguns trechos ou linhas de transmissio ficam debilitadas quanto ao fornecimento de corrente elétrica para suprir umn curto-circuito na nova configuragdo da rede elétrica, Nesse caso, @ ocoméncia de um defeito provoca queda de tensio © a corrente de curto-circuito no so suficientes para provocar a atuagdo do relé 21 que esté ajustado para as condigies de pré-contigéncia. Isto é conhecido por fraca alimentagio (weak infeed). A fraca alimentagio ocorre também quando algum gerador de pequeno ports, devido a contingéncias, fica alimentanco setores isoladas do sistema elétrico. Assim, quando 0 weak infeed esti presente em alguma linha de transmisso do sistema elétrico, © emprego do sistema de desbloqueio por comparagio direcional (CDD) é prejudicado, Conforme item 3.9, no sistema de proteyao do tipo CD, o disjuntor de um terminal s6 seri aberto se receber sinal de comunicago do outro terminal, e como neste caso, o terminal fraco (weak infeed) no vé o defeito, nenhum sinal de comunicaso seré enviado, Portanto nenhum disjuntor seri abert. A figura 3.17.1 mostra uma linha de transmis sistema elétrico sob contingéneia que tenha weak infeed da barra B para a barra A. Perea Figura 3.17.1 — Terminal B com weak infeed Antes da contingéncia o relé 21B tem o alcanee PB(original) € com contingéncia, por exemplo, devido ao weak infeed, o alcance rmudow para PB weak infeed). Teleprotegdo 9. Na ocorréncia de um defeito em F, pela légica do CDD apresentado na figura 3.9.2, a atuagdo dos relés €: ‘Terminal 4: + Orelé 21 vé 0 defeito em F e fecha o seu contato P; ‘+ Otransmissor A é acionado, um sinal de comunieagdo é enviado ao terminal B. ‘Terminal B: + © receptor B recebe © sinal de comunicago enviado pelo terminal A c fecham os seus contatos RC. Note que o relé 21B nfo vé o defeito em F, portanto nenhum sinal de ‘comunicagao & enviado 2o terminal A. Assim, embora a protegiio da linha de ‘transmisso conectada & barra A tenba atuado, 0 seu contato RC permanece aberto porque nenhum sinal de comunicagio foi envindo da barra B, portanto o disjuntor A nio seré aberto. Portanto, devido ao weak infeed a linha de transmissio sob defeito, ndo seré desligada Para contomar este problema em linha de transmissfo que por motivo operacional venha a ficar com weak infeed, wtiliza-se uma variants ‘no esquema de protego CDD com o emprego do relé dé subtensio 27, Assim, quando ocorre um defeito tipo curto-cireuito, a tensdo na bara sofreré um afundumento da tensio elétrica com a atuagdo do relé de subtensio 27. No terminal fraco, que no caso & 0 terminal B, utiliza-se o telé de subtensio 27, conforme item 1.3 ¢ que esta aqui apresentado na figura 3.17.1, cujo diagrama esquemitico em DC € o da figura 3.17.2 Para um defeito que ocome em F no esquema da figura 3.17.1, a légica da aruagao da protegdo é: ‘Terminal A’ + Orelé 21 vé 0 defeito em F ¢ fecha 0 sou contato P; + Com o fechamento do contato P, ativa-se 0 transmissor A que ayia um sinal de cormunie: a0 terminal By + © receptor A recebe 0 sinal de comunicagdo enviedo pelo teansmissor B ¢ fecha 0 seu contato R | i) Capitulo TH * Com o fechamento do contato RC, a bobina de aberura BA é ativada provocando o desligamento do “Coan A be Lt] | | ==}s Figura 3.17.2 — Esquema DC para a Protegio de Terminal Fraco ‘Terminal B: + Orelé 21 nao vé o defeito em F; + © receptor B recebe o sinal de comunicagio enviado pelo transmissor A e fecham os seus contatos RCs; + Ocorte o afundamento da tensio elétrica e 0 relé de subtenstio ¢ eperado fechando 0 seu contato 27; © Com o fechamento dos contatos RC e 27 ativa-se: © abobina de abertura BA ¢ o disjuntor B é desligado; +o transmissor B que envia um sinal de comunicagiio 0 receptor A. Salienta-se que atualmente com 0s recursos modemos das tecnologias dos relés digitais, que esté imegrada ao sistetna de supervistio controle do sistema elétrico, & possivel com programagio adequaca efetivar automaticamente a mudanga do ajuste de alcance do relé 21 do terminal weak infeed, quando da ocorréncia de determinada contingéncia. Deste modo, a protegio de weak infeed com o relé de subtensio apresentada no cesquema da figura 3.17.3 nfo é necessétia. [3.18 Protegio por Seqiiéncia Negativa Teleprotegio a Quando ‘0 sistema opeta fora da normalidade a componente de segiiéncia negativa esti sempre presente. Os estudos e as anilises envolvendo a seqiiéncia positiva, negativa e zero esto apresentados na referencia [5]. A componente de seqiléncia negativa é dada pela expressio 3.18.1, 3.18.1) Deseavolvendo a expressilo 3.18.1 como indicado a seguir, chega-se ‘na expresso 3.18.2. fi, +421, +af, +7, -1,) eat +i (3.18.2) Deve-se utilizar coneades com TCs e TCs auxiliares, para se conseguir obter fisicamente a expresso 3.18.2, para que o rele eletromeciinico (46) seja seusibilizado pela seqiiéncia negativa. Assim, por exemplo, um desses esquemas é 0 apresentado na figura 3.18.1. Neste esquemia para que o relé de sobretensio 59 opere fazendo a fungio 46, € necessdrio que seja sensibilizedo pela componente de seqiiéneia negativa. Assim, a impedincia Z=R'+ |X deve ter médulo igual a R e Angulo de 60°, e tem-se Z=R'4jX= 2260" =RZ60° OT 2 Capitulo —|—-_Teleprotegio 2B Nos relés eletromeesinicos, a funglo 46 allo & utilizada devido a necessidade de sc construir ura relé proprio paca esta Fungo, inclusive com filtros adequados para se abter somente a componente de seqiiéncia negativa do sistema elétrica sob deteito Para os atuais relés digitais multifungdo, @ incorporayao da funga0 | 46, isto &, da seqtiéncia negativa & facilitada e disponibilizaca, © algoritmo interno do relé digital processa 0 médulo da expressio 3.18.1, obtendo-se a expresso 3.18.4. Gus4y tave=|Efao¥y vat O valor da Tuisag € somente seqiléncia negativa e se for maior que o valor ajustado, o relé 46 digital atua, Hsta protecdo € propria para defeito do tipo alta impediincia, inclusive para auxiliar ou funcionar como redundincia para defeito a terra de alta impedancia, a De todos os danos que a presenca da seqiiéncia negativa provoca no bis pianos, sistema elétrico, por exemplo, os mais criticos sdo 0s nos equipamentos que \ uutilizam niicleo de material ferromagnético no seu interior, tais como oh i | motores de indugio ¢ miquinas sincronas. A corrente de-seqiiéncia negativa es | eria um fluxo magnético que gira ao contritio da flux magnético original 88) de seqiiéncia positiva, atuando como freio magnético, provocando corrente Func 46 | induzida na freqiiéncia de 120 Hz, aquecendo os enrolamentos e 0 material 7 7 a do niicleo magnético do equipamento, i 3, — Esquema para de Seyiié 2 | Pigats 2.18 nee a Ie RnpsnOR Ce Sees Assim, @ comente de seqiitneia negativa na armadura da méquina sincrona iri dar origem a um campo girante, com a mesma velocidade, porém contrério ao campo criado pelo rotor, induzindo comrentes parasitas de freqiéncia dupla na massui metilier do rotor. Da mesma forma, uma componente do seqiiéncia zero na armadura int indwzir uma corrente na . i : | freqiigncia fundamental no rotor. Poste que eslas correntes vio eitcular Rotea6= nl, -1,)+ (lI 200° jes lb, de rotecgth ea aon we eioeetlntes, acetic at Considerando a expressio 3.18.2, tem-se: | caminho de baixa resisténcia, toda a superficie do rotor e seus componentes estardo sujeitos a uma forte clevagio de temperanira. As correntes. de = seqiiéneia neyativa produazitio vibragies no rotor que é pemicioso avs Rele46= ig G.183) wa vse: ro es em # ue Sel} | © enrvlamento do rotor da méquina sincrona € extremamente Portanto, de acordo com a expressdo 3.18.3 0 relé 46 & sensibilizade sensivel as componentes de seqiéncia negativa e zero, oriundas da eperacio pela componente de seqiiéncia nogativa desequilibrada ou de defeitos& tera Polo esquema da figura 3.18.1, 0 relé 46 vé Relé46 = Rii, -i,)+(i, -f, )RZ60° 4 Capinalo TH (3.19 Fatha de Disjuntor Sempre se apresentou que a atuagao do esquema de protocao finaliza com a abertura do disjuntor, deste modo, diz-se que a protegio atuou com sucesso, Porém, muitas vezes toda a protego atua adequadamente, mus por algum motivo a corrente de curto-circuito no é extinta, diz-se entéo que houve falha do disjuntor (Breaker Failure). A falha do disjuntor pode ocorrer de dois modos: a) Falha mecfiniea: ocorre quando os contatos mecinicos do disjuntor nto foram abertos ¢ a corrente de curto-circuito continua alimentando o defeito, Varios motivos causam fulhas mecdnicas, tais como: ® Soldaduras dos contatos; ® Defeito no dispositivo de liberagio dos mecanismos de abertnra dos contatos méveis do disjuntor, ® Falha na pressio do ar comprimido em disjuntores pneumaticos, ou perda de Gleo nos disjuntores hidriulicos ow problema na ‘mola do disjuntor; ® Problema na bobina de abertura do disjuntor, b) Ratha elétriea: As falhas de origem elétricas podem sei ® Falha na bobina de abertura do disjuntor; ® Fatha no meio fisico, isto é na rigidez dielétrica entre os contatos principais do disjuntor, Embora os contatos mecanicos do disjuntor estejam abertos, hid condugdo da corrente do curto- citcuito pelo arco elétrico entre os contatos, Isto ocorre devido & tum defeito na camara de extingdio do arco elétrico, Portanto, deve-se prever no esquema de protege, uma protegio adicional para falha do disjuntor, que deverd acionar a abertura de todos os disjuntores mais proximos de modo a isolar 0 techo sob curte-circuito do sistema elétrico, Os disjuntores mais proximos so geralmente os da barra na qual houve a falha do disjuntor. Por cxemplo, a figura 3.19.1, mostra um diagrama nnifilar de um sistema elétrico que pertence a um sistema em ancl Teleprotecdo 5 Figura 3.19.1 —Falha do Disjuntor Na figura 3.19.1 @ protecio para a falha do disjuntor 6 denominada de SO/62BF (ver apéndice A), que é executada pelo relé de sobrecorrente 50 associado com o relé de tempo 62. ‘Na ocorréncia de um curto-circuito em F, com a atuagao normal da protegdo os dois disjuntores 1 e 2 deveriio ser abertos de modo a retirar de operagdo a linha de transmissio. Se 0 disjtntor 2 atuar e o disjuntor 1 fathar, a protego contra falha ée disjuntor deve atuar e enviar um sinal de abertura (‘rip) para os disjuntores 3, 4 e 5, ou seja, a batra A deverd ser desconectada do sistema clétrico. Isto ocorrendo, perde-se a seletividade da protecio ¢ varios elementos serio desligados, inclusive bloqueando-se os respectivos religamentos. Se, entretanto, o disjuntor | abrir © ocorrer a fallia do disjuntor 2, a protest de falha do disjuntor 2 deverd desligar os disjuntores 6 e 7, ou seja, ‘a barra B ser desconectada, Apresenta-se na figura 3.19.2 um esquema simplificado da protegao de fatha do disjuntor. + [Freese ionF de Linha T= 62x BF Figura 3.19.2 — Protegao de Fatha do Disjuntor para Linha de Transmissiio 76, Capitulo LT Se ocorrer um defeito em F e, por exemplo, o disjuntor 1 fathar, a seqiléncia de atuagaio da protego na barra A é: % AtuagZo instantinea do relé de sobrecorrente SOBF; % Atuago da proteeio de linha de transmissio que energiza simultaneamente a bobina de abertura BA e 0 relé auxiliar 62X; a relé auxiliar 62X fecha 0 seu contato 62X; © Com 0 fechamento do contato 62X, ativa-se o relé de tempo 62BF; © Seo deftito nao for liminado depois de tanscorrido 0 tempo ajustado no relé de tempo 62BF, 0 seu contato 62BP sexi fechado; © Com o fechamento do contato 62BF, ativa-sc 0 relé de bloquein 86 da Burra A, que abriré de acordo com sua programacao os disjuntores 3, 4e 5. Salienta-se que o tempo ajustado no telé de tempo 62BF & menor que © tempo das protegdes de retaguarda remota para evitar maiores desligamentos, Existem varios esquemas de protegdo contra falba de disjuntor, 0 apresentado na figura 3.19.2 é um deles, Note-se que pelo esquema da figura 3.19.2, a atuagio do relé de sobrecorrente SOBF no garante a aniagio do relé de tempo 62BF. A atuagio do relé de tempo 62BF s6 & possivel com atuagio do SOBF e da protegdo especifica de linha. Getalmente 0 ajuste do SOBF & muito baixo, is vezes menor que a corrente de carga, portanto j4 opera atuado com a corrente normal de carga. Dai A necessidade de sua atuagio ser monitorada pela protegdo de linha, Muitas vezes, dependendo da configuragio do sistema elétrico, a protego conéra fatha do disjuntor, além de desligar os disjuntores adjacentes, deve também provocar a abertura de disjuntores remotos. A abertura de disjuntor remoto deve ser feita via comunicagio de sinal por transferéneia direta de disparo, Caso a subesiagio tenha protegdo principal e alternativa com 2 bobinas de abertura do disjuntor, o esquemitico em DC de fatha do disjuntor pode, por exemplo, sero apresentado na figura 3.19.3. Figura 3,19.3 — Bsquemético em DC da Fatha do Disjuntor Supondo que houve fatha do disjtntor a seqiiénein de atuagaio da protegtio & + As protegdes principais e alternativas fecham os contatos 21P ¢ 21A e 9 relé de sobrecomrente SOBF opera fechando 0 coatata SOBR; + Ativam-se a bobina de abertura BA e BA2 do disjuntor ¢ ativam-se também os relés auxiliares 62X c 62¥ que fecham os seus contatos 62X ¢ 62Y; de tempo 62BF; + Ativa-se or + Como o disjuntor falhou, © cutto-circuito ni é eliminado & transcorrido 0 tempo de ajuste do relé de tempo 62BF © sew contato é fechado; + Com o fechamento do contato 62B®, ativa-se o relé de bloqueio 86 que provoca o disparo (trip) dos respectivos disjuntores de modo a isolar 0 defeito (curto-circuito). Quando a protegio contra falha do disjuntor é acionada, perdc-se a seleiividade com varios desligamentos de linhas ou cargas elétricas n8o envolvidas pelo defeito. De todas as configuragSes de barras existentes, a configuragdo de barramentos de disjuntor e meio é a que menos softe com a perda de seletividade. Em um sistema de poténcia, o sistema de protegao tet sucesso se ‘opera adequadamente, finalizande com 2 abertura do disjuntor. Desse modo, todos os componentes do sistema de protegdo devem operar sem defeitos. Na realidade os componentes do sistema de protegdo apresentam a, | 2B Capitulo LT defeitos. A seguir, apresenta-se na tabela 3.19.1 as taxas de falha dos componentes do sistema de protegto, Sistema de Protecio Equipamento Tare de falha | | Disjuntor 47.16% TCeT? 047% Relé 474% Bateria 710% | Fiagdo 0.47% ‘Tabela 3.19.1 — Taxas de Falha do Sistema de Protegio Verifica-se que os elementos com maiores taxas de falha sfio 0 disjuntor e 0 sistema de alimentagao, 3.20 Fontes Intermediarias | rele de distincia 21 opera efetmando a medigio da impedncia que 6 obtida pela divisio da tensdo pela corrente clettica, de acordo com a expressiio 3.20.1 Veet Tra No caso de um sistema radial apresentado na figura 3.20.1, € considerando que o defeito em F ¢ ideal, isto é, sem resisténcia de contato, 8 impediincia vista pelo relé & proporcional ao comprimento da linha de transmissao e & dada por: Zeon = 20.1) Bara A, Figura 3.20.1 —Diagrama Unifilar de um Sistema Radial, “Teleprotegio ~ 6.202) Na expresso 3.20.2, a variével x representa o valor percentual na base unitéria correspondente a0 ponto de defeito na linha de transmissio. Se houver resisténcia de contato no local do defeito, a impedancia vista pelo relé 21 serd: ¥, X Zit + Reowaia teins Zoo = 2 2x27 + Regu el 2 Lesteiio Teeiito Portanto, pode-se verificar que a presenga de resisténcia de contato produz um subaleance do relé de distincia 21, dando uma incerteza da real zona de atuagio da protegao, ‘No sistema elétrico em anel, figura 3.20.2, as correntes de curtos- circuitos que alimentam o defeito vem das barras adjacentes, e considerando a resistencia de contato no local de defeito, 2 impedincia vista pelo relé de distancia é: Bora Bara 6 Zesaain = lp) Zeae 21 a =¥Zu + Roontto + Reonttol 7 | cn 9217 Rae Rane) (3.203) Note que pela expresso 3.2003, quando ccorre um deteito no local a x porcento da linha de transmissio, na verdade o relé 21 nfo esté vendo a impedincia xZjp mas sim xZ,z +Reonmo Rama i2), que para 0 A rclé, 0 ponto de defeito pareve estar mais distante, A parcela de impedéncia a 80. Capitulo 1 Rosa Eases devido 20 infeed, isto 6, da alimentagde do curto- circuito pela bara remota B, isto provoca um subalcance no relé, diminuindo a real zona de atuagio do mesmo. Portanto, devido a resisténeia de contato ¢ do infeed, nio se tem certeza da real zona de atuago do rele Resumindo pode-se coneluir que a zona de atuagdo do rele é influenciada pelos seguintes erros devido a: @ Infeed de corrente das barras temotas adjacentes do sistema elétrico; Erros dos TCs; Ervos dos TP: Exros intrinsecos do proprio relé; eOoee@ Eros devide 3 cortentes © as lensdes transitérias no momento do defeito; ® Presenga da componente DC no momento do curto-cireuito; ® No caso de DCPs, eros devido aos efeitos transitorios gerados por esses equipamentos © problema de subalcanee, produzido pelo infeed, ocorte também aa ‘zona ée retaguarda dos relés de distincia no sistema em anel, como mostra a figura 3.20.3. Curto- ireuto Figura 3.20.3 - Alimentagio Intermediaria, Teleproteeio 31 ‘Neste caso a impedancia vista pelo relé A & Orel D ve i Zesen =Zpa +%290 +¥Za0 5 Desse modo as 2" © 3* zonas dos relés de distincias, terdo seus alcances prejudicados pela alimentagio dos curtos-cireuitos pelas fontes intermedirias (infeed). Exemplo: Dado o diagrama unifilar da figura 3,20.4 cujo defeite ocorre no ponto F sem resisténcia de contato. ‘ 8 Tye 9270 ce i, = 30004 Figura 3.20.4 Diagrama Unifilar do Exemplo (0s relés das Barras Ae D tém os ajustes de 2* zona em: © Zana =1250 (ajuste até 50% da Tinka de twansmissio remota LTac) 82, Capitulo UL © Zarnep =1452 (ajuste até 50% da linha de transmissio remota LTsc) Para 0 curto-circuito em F, os relés 21 das barras A e D, verfio na 2° zona as seguintes impedincias: 3000 Zana =8+343( 0) 843445 =1552 : 2000, Zouy =1023+3( 2) Quando a freqiiéncia alcangar o valor fi © relé de freqiiéneia fecha o seu 0 contado fi; % Ativa-sco relé de tempo; % Quando a fiegiiéncia aleangar 0 valor fz 0 relé de freqiiéneia fecha o seu o contado f, Note-se que 0 contato f; fecha antes da atuaglo do relé de tempo; % Ativase o relé de bloqueio 86, que efetivars as suas agSes programadas Teleprotegio 85 b) dfeito COM Cees < Fj esse caso @ freqiiéncia cresce com uma taxa menor que a ajustue no relé de freqiiéncia e a atuagio da proteyio €: & Quando a freqiiéncia alcangar o valor f; o relé de freqiéncia fecha o sew contado f); DF Ativa-se 0 relé de tempo; > Transcorrido o tempo T ajustado no relé de tempo, abre-se 0 contato T, que a partir desse instante impossibilita a operacio do relé 86. Note-se que, até esse momento, a fteqligncia ainda ao alcangou a freqiiéncia £. Portanto, a partir desse ponto mesmo que @ freqléncia vonha a ultrapassar f; 0 relé 86 esiant desativado, Mostrou-se, no exemplo anterior, s6 a operucdo do relé de fregiiéncia com atuagao por taxa de variagio da freqliéncia, Na realidade na protecdo do sistema clétrico, utiliza-se mais um ajuste de freqiiéncia absoluta > f Assim, se no item b, a freqiiéneia crescer além do valor f; 0 relé 86 sera ativado. Geralmente as empresas do setor elétrico, utilizam os seguintes valores para os ajustes | f= 62H © = 62,5 Hz T=05s ¢ &=65 lz Hz os me 0 rele de frequen (deserito no item seguinte). € utilizado nos Esquemas Especiais de Protegiio cemas Pspeciais de Protecio 3s Sistemas Especiais de Protegdo (SEPs), silo sistemas automaticos le impkantados na geragao, transmissfio © distribuigdo de energia elétrica que, devido a uma ocorréacia de uma aedo forgada ou nia, agem com 0 objetivo de: en ' | 86 Capitulo | ) © Restaurar as condigdes operativas da geracio do sistema elétrico; © Restaurar as condigdes operativas do sistema elétticns © Restaurar os limites operatives de equipamentos do. sistema » | elétrico; » © Bvitar blecaute parcial ou total do sistema eléttico. | A aplicagio dos SEPs, baseiam-se em: | © Esquemas de Controle de Emergéncias (ECEs); | ‘€ Exquemas de Controle de Seguranga (ECSs) | Os SEPs, para fazer a ago de controle, necessitam dependendo da ) cestratégia de agi, de: | % informagdes de grandezas el6tricas de transformadores | paca instrumentos (TP e TC); | {% informagGes de grandozas nfo elétricas; % da topologia (configuragio) da rede elétrica; % estados (abertos/fechados) dos disjuntores, seccionadoras, chaves seletoras e outros dispositivos. Os SEPs intervém no sistema elétrico por meio do comandando de: + aberturw/fechamento de linhas de transmissio, geradores, transformadores, reatores, capacitores e outros; + permuta de compensadores e geradores sinetonos, i | ; | “+ rethigto/elevagao de poténeia de geradores: + alivio‘restauragio de cargas; © outras agdes, | A utilizagio dos esquemas SEPs, auférem ao sistema clétticos { coutras vantagens, que sto: | © pormitir maior utilizagio dos sistemas de geragio, transmnissto e distribuigio; © aumentar a confiabilidade da operagio do sistema inierligado; Teleprotecto 87 © prover protegio adicional a componentes do sistema elétrieo; © molhorar a seguranga do sistema, evitando tanto a propagacio de desligamentos em cascata quanto de distirbios de grande porte; © melhorar a qualidade de operagio do sistema elétrico interligado, 3.23 Esquema Regional de Alivio de Carga (ERAC) © sistema elétrico opera atingindo um estado de equilibrie de poténcia gerada © potéicia consumida, estabelecendo uma operagio em regime permanente em uma dada fiegiigncia. Se 0 objetivo & estabelecer uma freqiiéncia de operagio fixa, por exemplo, a de 60 Hertz, a geragio sempre deverd suprir a demanda nessa freqiiéncia. Assim, na operagio do sistema elétrico em regime permanente em 60 Hertz, a poténcia gerada & igual a poténcia consumnida, isto & vn te 3.23.1) Para manter 0 sistema elétrico operando na fregiléneia nominal, por exemplo, na de 60 Hertz, hi necessidade de agdes de controle, porque varias sfio as causas que podem mudar 0 equilibrio de poténcia na freqiiéncia desejada, Estas causas so: © Variagtio da carga conectada na rede elétrica; ® Mudanga na configuragdo da rede elétrica, devido & retirada sibita de linhas de transmnissdo, transformadores ou de outros equipamentos pela agio da protegzo; © Perda de geragio. © acompanhamente das cargas, da geragto e do sistema elétcico, & ‘monitorado pelos centros de eperagio das empresas de energia elétrica. As variagdes na freqiiéncia so constantemente monitoradas e as agbes de controle dos reguladores de velocidade na poténcia priméria, procuram sempre estabelecer a operagao do sistema elétrico na freqiiéncia nominal Na operagio normal do sistema elétrico, se ocorrer, por exemplo, perda de geracdo, © se a geragio remanescente ni for suficiente para suprit —_—F ee _<_ OE EE EEE EEO Eee 88 Capitulo 1 a demanda na freqiéncia de 60 Hertz, 0 novo balango de poténcia se dara numa freqiéncia inferior 2 nominal. © funcionamento do sistema elétrico numa fregiiéncia diferente da freqidneia nominal produz os seguintes efeitos: ® O balango de poténcia em 60 Hertz nko € conseguido; @ As-cargas operam fora das suas caracteristicas de projeto; ® Alteram as cameteristicas intrinsecas dos equipamentos de medigio, controle e protegao. ® Podem provocam danos nas pas das turbinas térmicas a vapor das unidades geradoras. Durante a operagio normal de um sistema elétrico, pode ocorrer perda de geragio. A perda de geragio pode ser: a) Perda de pequena geragio, Se ocorrer a perda de uma pequena geragiio, mas a gerugo remanescente tem capacidade de suprir a carga, nesse caso, as agdes dos reguladores auiomiticos de velocidade das unidades geradoras e do Controle ‘Automitico de Geragio (CAG), estabelecem as novas contribuicdes dos geradores para suprit 2 carga na freqiéncia de 60 Hertz. Como a ago dos reguladores de velocidade & lenta, em alguns casos pode hayer necessidade de um corte tempordio de cargas, com o objetivo de controlar a variagao da fecqiiéncia, apés entio, a recomposigo das cargas pode ser restabelecida. b) Perda de grande bloco de geragio. No caso de perda de grande bloco de geragdo, em que a capacidade de geragio remanescente nfo consiga suprir a demanda, hayerd ume diminuigao da freqiencia do sistema elétrico, isto € foo paraa bobina secundéria, sendo que X; representa o inicio da bobina que esté acoplada magneticamente com o Hy da bobina priméria ¢ X € 0 seu final ‘Assim, a posigfo das marcas de polaridade & identificada por Hy ¢ x Considerndo as caracteristicas normais de operagio do transformador, vale a expresso: Ny Vw iw ¥) N, Vw lw ay Mi (42.0) Em que: 4 > & 4 relagdo de transformagio do transformador Pelas convengdes representadas na figura 4.2.1, tem-se que @ Astensdes V, ¢ V, estiio cm FASE, ¢ esto relacionadas por Vy, =a, (422) + Ascorrentes i, ¢ {estilo em FASE, e sto dadas por i=al, (423) © cireuito da figura 42.1 pode ser representado pelos circuitos das figuras 42.20 4.2.3 Figura 4.2.2 Transformador Monofisico Figura 4.2.3 - Diagrama Unifilar Protegio de Transformador, 97 roteco Diferencial no Transformador Monofiisico Na utilizagio da protesio diferencial os TCs devem compensar as diferengas numéricas das correntes primérias e secundétias do transformador A figura 4.3.1 mostra um esquema de proteeao utilizando uma protegao diferencial percentual. Figura 4.3.1 - Protegiio Diferencial Percentual no Transformador Monofisico | No esquema da figura 4.3.1 deve-se observar as regras para a figagdo dos TCs ; 1) As ligagdes dos TCs devem seguir as mesmas seqiiéncias das | marcas de polaridade das bobinas primérias e secundarias do | transformador. 2) Os terminsis dos TCs com marcas de polaridade devem se conectat | as bobinas de restrigSes do relé 87 3) Dimensionar os TCs de modo que as correntes secundirias que passam pelas bobinas de restrigées sejam iguais em miduio ¢ | Angulo, ou seja As regras | € 2 fazem com que as correntes que passam nas bobinas de restrigdes esicjam em FASE, ¢ para garnntir que os médulos sojam iguais, deve-se fazer: Lah Es Capitulo 1V RTC, RIC, RTC, =a-RTC, (43. Em que ¢ RTC, € a relugdo de transformagtio do TC conectado 20 primario do transformador, # RIC, €2 relagdo de transformagiio do TC conectado no secundirio do transformador, Assim, desconsiderando-se os erros de cada TC, na operactio normal do transformador e em caso de defeitos fora da zona protegida pelos dois TCs, a corrente que passa na bobina de operagdo do relé 87 & mula, Apresentam-se a seguir alguns exemplos dessa protegio diferencial no transformador monotisico. Exemplo 4.3.1: Scja o diageama unifilar apresentado na figura 4.3.2 0 cireuito de um transformador monofiisico de 10 MVA que alimenta uma carga de 8280 KVA com fator de poténcia de 0,8 atrasado. Caleular: a) Acorrente clétrica na carga, $=vI 8280k = 13,8k -I) 1, = 600A }) A corrente no Jado primério do transtormador. Hi dois modos: 'b.1) No lado primario Protegio de Transformador, 99. sre, = 100 eget 5 i uuisky By S=VE .2) Pela relagdo de transformagdo do transformador ©) A relagio de transformagio di y, Nomi Viomioa 13,8 1,=60A TC2, de modo a se adequar a protesao diferencial pereentual, Pela expresso 4.3.1, tems L que: RTC, =a-RTC, iii do 02. _ 4 nn do TEL 0 5 5 Nn | 1 Pg capitsiory, | _Brotegtio de Tramsformador 101 ‘esse caso, a corrente nominal do primétio do TC: é um dado | a=25%=2.=0,25 informado na figura 4.3.2, ist0 & Lyinusow er =100 A. Assim 1 3 @) A corrente no secundario do TC). —4 RIC, ©) A corrente no secundario do TC. =aretg 2= 63,4" ss | | 1, _ 600 | Sendo que: i seins 703 Feet = Tp00 2 ie | gets Tyee | Actin > 25% =} = co relé atua 1) A corrente que passa na bobina de operagio do relé 87. | os | , : csin 21403") aioe ae = ‘A figura 43.3 mostra graficamente as correntes e suas inclinagdes Como a Tencsad ane = 0 0 relé ndo opera. (slope), - 2) © que acontece com um relé 87 que tem ajuste de 2A e lupeacin declividade de 25%, ua ovorréncla de um defeito interno de 200% 200A no transformador operando a vazio. | / Neste caso, 0s céloulos so os apresentados a seguir i L reso Figura 4.3.3 - Comrentes e suas Inclinagées } Treirigio = SA | A figura 4.3.4 apresenta a situagdo final do item g. 102 Capitulo 1V HwI3sEV afl Figura 4.3.4 - Defeito Intemo no Transformador Monofisico jcado em DC da atuacio = A figura 4.3.5 apresenta 0 esquema simp! da protecao. Figura 4.3.5 - Esquemitico em DC da Protest Diferencial Em que: VM ~ Kimpada vermelha, indicando disjuntor fechado ‘VD + limpada verde indicando dlisjuntor aberto Para outras notagdes numéricas ver apéndice A. Protegio de Transformador 103 E importante observar que na protecfio de linbas de transmissfio com relés 50, $1, 21, 67, 32, uilizam-se TCs com fator de sobrevorrente de 20, com classe de exatidio de 10%. J4 0s TCs para a protegio diferencial, os erros dos mesmos influenciam no ajuste do relé. Assim, os TCs mais adequados deveriam ser 0 de classe de exatiddo de 2,5%, Ou seja, os TCs da protegdo diferencial deveriam ter classe ce exatidio melhor do que os TCs das outras proteedes. Mesmo assim, os TCs de classe de exatidio de 10% siio utilizados na protegdo diferencial, nesse caso, se a corrente elétrica do defeito for pequena, o erro dos TCS ser pequeno, mas para um curto- cireuito de grande intensidade 0 erro poderd ficar em 10% para cada TC Assim, um TC pode ter erro de +10% ¢ o outro de -10%, 0 que acarreta para o relé 87, uma corrente diferencial com erro de até 20%. 4 Transformador Trifisico transformador trifésico opera como se fosse 3 transformadores monofisicos, podendo ser constituido por: # Banco de transformadares monofiisicos; * Transformador tifisice, montado sobre um mesmo niieleo magnético, que pode ser: © Nacleo envolvido; + Nacleo envolvente, A forma de ligagdo do transformador trifisico, em cada lado do cnrolamento, pode ser: © Emestrela (Y); * Em delta (A); + Em zig-zag, Destas_ligagdes resultam as mais diversas combinagdes que dependem do sistema elétrico adotado, £m relagdo ao ntimero de enrolamentos podem ser de:

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