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Ja

Grace Évora
está de volta
Novo álbum é lançado
dentro de três semanas
El é sabim era para ser gravado por
Bana. O mundo deu muitas voltas
SEMANÁRIO GRATUITO e Grace adotou-o. É uma das
ANO I • N.º 1 • 23 Julho 2010 referências do novo CD
Director: Vlademiro Marçal
Propriedade: Medi@Capital, SA Pág. 12

O que por aí vai Cansados de esperar

polícias
Desemprego
aumenta

S. Vicente é flagelado pelo vento do


desemprego. Famílias e famílias no
desespero. E no Mindelo há queixas
de que mulheres desempregadas são
sexualmente assediadas com promes-
sas de emprego.
Vítimas deste estado de coisas con-
zangados
tam a Já os seus tormentos.
Pág. 8

Sem perdão

Thugs falam
Há 5 anos sem estatuto
Apontados como os “demónios” da ci-
dade da Praia, consideram-se vítimas
Exigem condições de trabalho e ser ouvidos:
da sociedade: dizem que já é muito di-
fícil saírem da marginalidade. dignidade da Polícia Nacional está posta em causa
Há demasiados desejo de vingança: a
retirada agrava os riscos de represálias. Páginas centrais
Pág. 5

Olhem para elas


Na rota dos dias Em jogo
Moda
Vává Duarte:
cabo-verdiana
Um terço do País está isolado obras sob suspeita
A grava-se o isolamento das ilhas
de S. Nicolau, Maio e Brava: as
ligações marítima e aérea são insufi-
cientes. Em vez de embarcações que
assegurem o abastecimento e as expor-
tações, têm promessas. Assim, o seu
desenvolvimento é impossível. Um
terço das ilhas habitadas de Cabo
Mais de 25 mil cabo-verdianos estão Verde vive, com desespero, este sufo-
Há quem sonhe com uma moda à nossa praticamente isolados do resto do País. co. Sem a visita de navios, assiste-se ao Finalmente as obras do Gimno Des-
medida. Jovens dizem que é necessário açambarcamento de produtos, à espec- portivo arrancaram. Mas as obras
E não parece haver disposição para
dar asas à criatividade, em vez de espe- ulação, ao disparar dos preços. Quem feitas por adjudicação direta configu-
rar que venha tudo do estrangeiro. resolver esta situação lhes acode? ram violação da lei.
Pág. 16 Pág. 3 Pág. 17
2 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

estatuto editorial editorial


Já é um jornal impresso, de Já defende um jornalismo de compreensão do mundo, com Vlademiro
informação independente dos qualidade, assente no primado vista à criação de uma sociedade Osvaldo Marçal
poderes político e económico, do deontológico, baseado no cada vez mais aberta.
cuja linha editorial é orientada rigor e na isenção e recusa o
por critérios de rigor e sensacionalismo, a perseguição Já entende contribuir para uma
seriedade, sem ambiguidade pessoal, o boato e a calúnia. cultura de liberdade, para o
nem dependência de ordem pluralismo político e de ideias,
ideológica, política ou Já defende que uma opinião para a tolerância, para a
económica. pública informada e esclarecida democracia, para o Estado de

Já é um jornal popular e
assume-o sem complexos, nele
é essencial a uma sociedade
desenvolvida e aberta, e entende
contribuir para o
Direito e para o primado da lei.

Já participa e contribui para o


Desafio
prevalecendo os temas que
mais interessam ao grande
público.
aprofundamento da democracia
no País através da prática de um
jornalismo exigente, crítico e
debate das grandes questões
nacionais, com plena autonomia,
obedecendo apenas ao propósito
conscientemente
Já é afirmativo, factual e não
adjetivo. Nada será publicado
objetivo.

Já oferece aos leitores


de bem informar e esclarecer a
opinião pública e os cidadãos. assumido

sem que disso se tenha provas.
A credibilidade de Já está nos
fatos que apresenta.
informação variada, mantendo-
se atento às preocupações e aos
interesses do público leitor.
privilegia a informação,
claramente distinguida da
opinião, trazendo aos seus
leitores o conhecimento objetivo
Q uando um novo jornal se apresenta ao público,
enriquece-se a vida de um país. Porque o
aparecimento de um novo órgão de Comunicação
subentende que mais informação se torna disponível aos
Já não é um órgão político, Já , existindo num País onde o dos factos, o relato de quanto cidadãos. O que também pressupõe que, devido às regras
muito menos partidário, desenvolvimento económico é vem ocorrendo na sociedade. próprias da concorrência, este jornal queira ser diferente e,
embora não recuse a prioridade e suporte do dessa forma, abrir o seu próprio caminho.
abordagem de temas políticos, desenvolvimento social e Já não se sobrepõe à opinião E isto queremos: queremos ser proposta diferente daquela
nem recuse tomar posição cultural, e onde a pobreza atinge dos seus leitores, transmitindo-
que já existia. O número Um de Já, que hoje chega aos
pública caso as circunstâncias boa parte da população, está lhes os dados a partir dos quais
leitores, será indicativo dessa diferença que, a cada edição,
nacionais o exijam. Se e particularmente atento às possam eles formular os seus
quando tal situação se verificar, realidades e problemas do tecido será cada vez mais aprofundada.
julgamentos, mas congraça um
isso será claramente exposto empresarial, objetivando criar conjunto de comentadores e
Este jornal pertence aos seus proprietários, ao coletivo da
aos leitores, em editorial. espaços onde tais aspectos sejam analistas, com voz e opinião sua redação (que entusiasticamente se empenhou nesta
abordados, numa perspectiva de próprias, procurando, por via tarefa) e aos seus leitores. Quem, por má fé, pretenda
Já é responsável unicamente análise. Propõe-se garantir a deles, transmitir opiniões atribuir-lhe outra propriedade ou paternidade, desiluda-se: o
perante os leitores, com os presença de páginas especiais tecnicamente competentes e nosso caminho está por nós mesmos definido e as manobras
quais mantém relação de que tratem dos principais heterogéneas. para nos atrelarem às fantasias dos comprometidos com
permanente diálogo e abertura. problemas do povo. determinados interesses não nos afastarão da rota traçada.
Cria espaços apropriados para a Já tem, em última análise, Já é um jornal de distribuição gratuita e destinado ao grande
expressão de opiniões, numa Já fornece aos leitores, através como primado a ampla difusão e público. Terá, por isso, a maior tiragem alguma vez havida
perspectiva pluralista, aberta à das suas páginas internacionais, valorização da vida social, em Cabo Verde: 20 000 (vinte mil exemplares). Quer isto
diversidade de correntes de elementos que permitirão um cultural, económica e política dizer que a publicação de Já implica um desafio enorme e
pensamento. melhor conhecimento e a melhor dos cabo-verdianos. muito sério, arquitetado com ponderação e construído com
todo o cuidado possível.
Pensamos que existia um espaço disponível a preencher e
que a reduzida tiragem dos órgãos concorrentes significaria
que a enorme maioria do público cabo-verdiano ou não se
identificava com as propostas à sua disposição no mercado,
ou o seu poder de compra o obrigava a ficar arredado da
Informação escrita.

Anuncie Já
Analisamos também as razões que levaram ao fracasso de
anteriores tentativas de forjar em Cabo Verde alternativas
informativas à disposição do grande público. Em
consequência, surgiu este projeto em cujo sucesso
apostamos. Esperamos que, a prazo, os leitores nos

no jornal de justifiquem.
Adotamos o novo acordo ortográfico vigente no espaço
lusófono, ao qual Cabo Verde aderiu. Talvez isso ainda cause

maior tiragem 20 000


exemplares!
estranheza, já que reconhecidamente há ainda forte oposição
a estas normas ortográficas. Todavia, lei é lei, há que
respeitá-la, admitindo que, de quando em vez, antigos
hábitos de escrita involuntariamente possam se sobrepor.

do País Acontecendo tal, pedimos desculpa, antecipadamente. 

Telefone: (00238) 2601415


Já SEMANÁRIO GRATUITO E-mail: jornalja@gmail.com.
Propriedade: Medi@capital, SA
Administração e Redação: Largo Eusébio Director: Vlademiro Marçal
Ferreira da Silva, Achada de Santo António, Design e Paginação: Ateliê Inês Ramos
Aproveite os preços promocionais. Ligue 260 14 14 e reserve o seu espaço Cidade da Praia, Ilha de Santiago, Cabo
Verde. C.P. 669
Impressão: Grafedisport SA
Tiragem: 20.000 exemplares
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 3

na rota dos dias


Ponto de mira
Um longo pontão deserto. Nada de navios.
É assim o cais de Porto Inglês (ilha do Maio)

João Dono

A ver navios...
S. Nicolau, Maio e Brava É um terço de um País
insular que está separado
das restantes ilhas. Isto

cada vez mais longe


acontece em Cabo Verde, país
dito de Desenvolvimento
Médio, no ano de 2010.
Sabem-se os porquês: três
ilhas (Maio, Brava e S.

de Cabo Verde
Nicolau) estão praticamente
sem ligações que as
coesionem com a restante
parte do mesmo arquipélago.
Sem navios, não chegam
cargas. Sem navios, o
Governo promete, promete, promete... mas nas três ilhas continuam à espera de ter “barco à vista” abastecimento falha, há
açambarcamentos e
um contentor de S. Vicente a S. Nico- Manuel Ribeiro, diz não compreender hortícolas, mas que há momentos em

A
grava-se o isolamento em que especulação, o disparar dos
vivem as ilhas de S. Nicolau, lau é um suplício. Neste momento, a que não haja um esforço por parte do que não há escoamento. Tudo isto vem
preços. Sem navios que as
Maio e Brava, provocado situação parece estar um pouco me- Governo no sentido de promover a complicando a situação económica da
lhor com a reentrada ao serviço do integração regional Santiago/Maio, ilha.
toquem, essas ilhas vêem
pela insuficiente ligação marítima e
aérea que vêm ganhando e, pesem navio a motor “Tarrafal”, o que tem pois, em seu entender, sem essa inte- A juntar a sua voz à do edil, Adérito impedido o seu
embora as reiteradas promessas do permitido a circulação de pessoas e gração não é possível a emergência de Semedo, rabidante há cerca de oito desenvolvimento, porque não
Governo, os empresários, os turistas e bens entre Mindelo, S. Nicolau e um tecido empresarial anos, afirma que a si- podem ganhar mercados
os seus munícipes de um modo geral Praia. O nosso interlocutor não deixa forte que possa deter- tuação parece estar a exteriores. Sem navios que as
estão cada vez mais desesperados com todavia de manifestar preocupação em minar o desenvolvi- deteriorar-se, pois se visitem, a população sofre e a
a situação prevalecente. relação ao escoamento dos produtos mento das duas ilhas. no passado este pro- economia definha.
No caso de S. Nicolau: o nosso jornal agrícolas. “Este ano, S. Nicolau pro- O edil diz que, neste blema já se colocava, São realidades duras,
abordou o empresário Manuel da Con- duziu bastante abóbora e feijão, e se momento, a TACV agora parece ser tudo indesmentíveis, que os
ceição que se mostrou desapontado, pensarmos que o processo de irrigação promove quatro voos mais complicado, por- discursos do optimismo não
apesar de continuar a acreditar que o gota a gota tem contribuído para o semanais, o que já é É num rebocador como que a ilha do Maio está
disfarçam. São 25 200
problema tem solução. “O isolamento aumento da produção, podemos ver qualquer coisa quando este que diariamente se a entrar numa dinâmica
cabo-verdianos, a população
a que estamos votados tem contribuí- que há aí um constrangimento: há pro- comparado com a rea- faz a ligação de Brava à de crescimento e essa
dução e não há escoamento. O estran- lidade anterior. “Te- dinâmica tem de ser total destas ilhas, que se
do, e de que maneira!, para que S. Ni-
colau fique na cauda de desenvolvi- ho é que a situação parece não inco- mos a promessa de um ilha do Fogo adequada à realidade encontram, por força destas
mento do País, pois não há ligação aé- modar os responsáveis, e/ou outras navio que venha substituir o “Sota- dos nossos dias. “Às vezes tenho carne tristes circunstâncias,
rea directa. Para se chegar à Praia há entidades que podiam articular-se para vento”, mas por ora é só promessa”, para trazer do Maio, tenho cebolas, marginalizados da Nação
que estar a dar voltas pelas ilhas do Sal a resolução deste problema”. afirma Manuel Ribeiro, acrescentando alhos, e fico desarmado quando tele- cabo-verdiana. É admissível?
e S. Vicente, e muitas vezes leva-se que a ilha já chegou a passar 15 dias fono para saber se há barco ou não. Es- Não. Mas a situação é essa.
um dia para chegar á capital”, queixa- Maio, problema igual sem ligação marítima e que, quando tando já na posse dos produtos, só Houve naufrágios que
se o empresário que advoga a O caso da ilha do Maio parece ter isto acontece, há problemas de açam- tenho é de ter meios para o escoamen- reduziram a frota mercante
adopção de medidas urgentes a fim de alguma semelhança com o de S. Nico- barcamento e de subida dos preços. to. Não os havendo vou acumulando inter-ilhas. Há avarias que,
evitar situações calamitosas. lau. Ou, se calhar, os dois casos encer- Manuel Ribeiro lembra que a ilha é prejuízos e mais prejuízos”, conclui volta não volta, colocam no
Manuel da Conceição diz que levar ram o mesmo drama. O edil maiense, produtora de carvão, sal e produtos Adérito.
estaleiro mais embarcações.
Em suma: o obsoletismo da
navegação arquipelágica tem
Boa Vista está a torna-se a ilha mais cara do País
de gentes vindas de várias parcelas do entender, o que está acontecer é a lei da dade de um pobre ter acesso a peixe”.
consequências; a falta de
investimento neste domínio
determina a não existência de
globo, tudo começou a mudar de figura. selva – é o salve-se quem puder. E acusa as autoridades de terem conhe- marinha; e não se descobrem
Abel Lima, emigrante há muitos anos Pedro Semedo é oriundo de Santa cimento dessa situação e nada fazerem incentivos que atraiam
na França, e que ultimamente entendeu Cruz e vive de forma esporádica na para amenizar os efeitos deste fenóme-
investimento.
fixar residência na sua ilha natal, a ilha Boa Vista. Mas já lá vivera anterior- no numa ilha que começa a ter carac-
Investe-se, sim senhor, na
das Dunas, diz estar desapontado com a mente um par de anos. terísticas especificas no
realidade. “Aqui é tudo a dobrar: se um Hoje diz estar espanta-
O desenvolvimento contexto nacional. construção de portos – enche
quilo de batata na Praia custa 100$00, do com o caso desta turístico da Boa Vista Pancrácio (Kaká), ho- o olho. Mas para que servem
aqui só pode ser 200 ou 200 e tal”, ilha. “Quando ali che- trouxe o disparar dos mem de mil ofícios, os portos se faltam navios?
Fica a pergunta. E enquanto
H á 15 anos, Boa Vista estava na
cauda do desenvolvimento, com
menos de 4 mil habitantes e sem nenhu-
queixa-se ele, assumindo a ideia de que
o açambarcamento é realidade incon-
tornável na Boa Vista. “Há bem pouco
guei comprava-se uma
boa garopa por 100$00.
preços nesta ilha
Hoje já vi, com este olhos que a terra
afina pelo mesmo dia-
pasão: tem o entendi-
mento de que a ilha não está a conhe-
não houver respostas, três das
nove ilhas habitadas de Cabo
ma indústria, mas hoje, com a ilha ao en- tempo, chegou a vender-se um saco de há-de comer um dia, operadores com- cer os seus melhores momentos. “O Verde estão a ver navios
trar no circuito turístico, as coisas muda- cimento por mil e tal escudos”, estra- prarem um bote cheio de peixe para ser poder de compra caiu vertiginosamen- passar ao largo, muito longe
ram e de que maneira. Com grandes em- nha Lima que acusa o Governo de nada revendido a preços exorbitantes, uma te, há açambarcamento, e ninguém le- delas.
preendimentos turísticos, com a atração fazer para controlar a situação. Em seu situação que afasta de vez a possibili- vanta um dedo”, acusa ele.
PUB
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 5

sem perdão
Thugs falam de si mesmos Ex-thug dá a cara
e assume-se
como “vencedor”
O mundo dos “thugs” começa a
deixar de ser inacessível, onde só
eles se conhecem e reconhecem. Mui-
tos começam a dar a cara, ou por ter
abandonado esse mundo obscuro onde
só fala a violência, ou porque ambicio-
nam deixá-lo para enfrentar uma vida
decente.
Elisandro Gomes Leal é natural de
Adi Achadinha Barba de Vila Nova Achada Grande, na Praia, e tem 22
anos. Cursava o 12º ano e a meio do
ano lectivo sentiu-se tentado a entrar
no mundo da violência. “Por causa de
Na caça ao “thug”, alguma influência, comecei a pensar
que ser “thug” era qualquer coisa de
a Polícia divulgou jeito, uma forma de viver fácil, de con-
testar o padrão social, enfim uma ilu-
caras e nomes. são estúpida que me arrastou para esse
Para que sejam mundo obscuro”, confessa ele, embora
tenha alguma dificuldade de assumir a
facilmente sua condição de ex-thug. “Isso é para
esquecer. Quero dizer a todos que se
identificados pela quisermos viver de forma decente, tal
Adilson de Brasil Gimilito Chiquinho Achada Tras população da Praia é possível”. Revela que aderiu ao mo-
vimento “Unidos para Vencer” e, atra-
vés dele, já fez um pequeno curso de
Informática, Inglês e Artes.

Sem futuro, não há como Neste momento está a pensar lançar-


-se no sector privado. “Não gosto de
trabalhar para o Estado. Eu quero é o
privado, porque agora estou a gostar
de desafios. Quero entrar no comércio,

mudar de vida
embora no passado quisesse trabalhar
na marinha, ou mesmo ser pescador”,
revela-nos Elisandro. Admite, todavia,
que não é fácil superar a sua situação
nesta terra, por-
que um crime pa- Admite,
Fizeram-se um flagelo da cidade da Praia. Semeiam terror – são os “thugs”, marginais, ga-se por toda vi-
da. Mas assegura todavia, que
estar completa- não é fácil
exorcizados. Mas o que pensam eles de si mesmos? JÁ foi ouvi-los e confirmou: o culto mente reabilitado superar a sua
da violência faz parte do seu modo de ser. Dizem-se um reflexo da sociedade e que mudar e já se assume co-
mo um “real ven-
situação nesta
terra, porque
de vida é quase impossível cedor”.
O jovem, que diz um crime

A
chada Grande Frente, cidade Para X e Y, que quiseram ter a identi- que não sabem e que tanto o Governo ter praticado a paga-se por
da Praia, jovens “thugs” jun- dade resguardada, quando alguém se como a sociedade não querem que o fe- violência, afirma
tam-se e falam a JÁ. Defen- torna “thug”, fica difícil sair do movi- nómeno se extinga pois apenas se preo- estar agora bem toda vida.
dem os seus pontos de vista, defendem- mento mesmo que um dia venha a pen- cupam em julgá-los e condená-los. De- com a vida, por-
-se, acusam, explicam-se. Começam sar mudar de vida: o inimigo sabe que mais, entre os grupos que rivalizem en- que recuperou a dignidade. Mas não
por ir ao encontro de um argumento terá então a grande oportunidade para o tre si acumulam-se sedes de vingança e deixa de alertar que os desvios que
querido de José Maria Neves: que o ajuste de contas devido aos problemas isso pode gerar situações explosivas, afectam a juventude resultam de um
Governo deve investir nos jovens, pro- que tiveram anteriormente e que estão como de resto tem acontecido. padrão social “injusto”, onde “somos
porcionando-lhes momentos de lazer - por sanar. Apesar do culto da violência e da mar- cada vez mais desiguais”.
nas áreas do desporto, da cultura, entre A droga é prática corrente, mas não ginalidade, que faz parte das suas Desfiando o rosário das amarguras por
outras. Isso iria diminuir a violência generalizada. E ela contribui para o regras, confessam quase no fim da con- que passou, Elisandro Leal diz-nos que
que está a tomar conta da capital. Logo aumento da agressividade: os que con- de vestir”, realçam. E, no entanto, as versa: esta não é a vida que querem - o liceu é um mundo de desigualdades,
outros contrapõem: o problema está na somem droga têm momentos em que aparências podem enganar – olha-se muitos já foram assassinados, sentem- razão por que muitos se frustram dado
mentalidade de cada um, porque há se tornam muito agressivos; outros para o exterior das pessoas, quando o -se completamente excluídos da socie- estarem derrotados à partida. ”Embora
quem cultive o espírito de vingança. zangam-se com aqueles que pretendem seu interior pode ser muito perigoso e dade e estão a perder o respeito da hoje não pense assim, porque há que
A revolta é um dos factores que desen- aconselhá-los e desviá-los desse cami- esconder-se de quem as vê. própria família. E não são indiferentes lutar mas com dignidade”, advoga ele.
cadeou o processo dos “thugs”, aqui to- nho. a isso. Elisandro alerta o Governo e as escolas
dos concordam: são as injustiças que Embora se diga que os “thugs” têm Um reflexo da sociedade Alguns destes jovens completaram o para a necessidade de compreenderem
levam alguns a entrar no movimento e facilidade em “conquistar meninas”, No decorrer da conversa, surge uma 12º ano e têm familiares na mesma que há fenómenos estranhos nas es-
a praticar violências. eles desmentem-no com um sorriso. pergunta: eles são “thugs” por influên- situação, que não conseguem oportu- colas que estão a formatar certos tipos
Explicam que o fenómeno teve origem Acham que o facto se deve à forma cia, por opção ou por vergonha de per- nidade para continuar os estudos nem de personalidade. “Hoje, estou cons-
nos deportados vindos sobretudo dos como se vestem: “talvez pamodi nôs é tencer a algum outro tipo de associação dentro nem fora do País. Acham que ciente de que sou fruto dessa realidade
EUA (Estados Unidos da América), basofos, nu ta bisti bem”, afirmam. que exista na zona? Respondem-nos isso acontece porque são “fidjo di po- que o Governo ainda não conseguiu
mas também é gerado por conflitos ent- Estranham, todavia, que se dê demasia- sem hesitações: que são o reflexo da bre”. E esta, segundo eles, foi uma das descodificar. Basta ir aos liceus e logo
re rapazes da mesma zona - rivalidades da importância à forma de vestir e se sociedade, dos problemas financeiros, razões que os levou a entrar na crimi- você vê quem são os futuros doutores.
que, segundo eles, muitas vezes acon- criem estigmas a partir daí. “Muitas familiares e tantos outros. nalidade: afinal, o seu amanhã é sem- Está tudo pré–definido”, conclui Eli-
tecem por mera falta de comunicação. vezes somos julgados pela nossa forma Até quando haverá “thugs”? Dizem pre a mesma coisa. Não têm futuro. sandro Gomes Leal. ASR
6 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

cá se fazem
2.ª Edição de “Badja Ku Sol” di STRELA Apesar da “concorrência”
da televisão que, ao
mesmo tempo, transmitia
a final do Campeonato
do Mundo de Futebol,
realizado na África do Sul,
ninguém arredou pé para
ver a actuação do músico
angolano cada vez com
mais fãs em Cabo Verde

Anselmo Ralph Grace Évora

Anselmo Ralph
melhor que Mundial com enorme expectativa no segundo dia do fes- ruts, que encerraram o espectáculo com o esti-
Natiruts


A
rrepiante”! É o único adjectivo pos-
sível para descrever a reacção do pú- tival, foi o da exibição de Grace Évora and lo reggae.
blico no areal da Gamboa quando o Friends. O músico cabo-verdiano radicado na Para o próximo ano, os responsáveis da Ca-
artista angolano Anselmo Ralph subiu Holanda trocou a bateria para estar de frente vibel já pensam num novo formato do festival
ao palco para mais um dia de es- para o público, a cantar e a encantar com as (na Praia e no Mindelo), que permita estender
petáculo, na segunda edição do melodias que nos habituou: “Romance”, “Lo- um pouco o horário para o encerramento dos
Festival “Badja Ku Sol” Verão lita”, pois claro, e alguns êxitos do seu pri- espectáculos: “Badja ku sol e ku Lua” deverá ir
2010, da cerveja STRELA, meiro trabalho - “Total Love”. até as 21 horas.
realizada nos dias 10 e 11 de De resto, a manhã de domingo, de 11 de Com esta operação de charme, STRELA ven-
Julho. Julho, foi preenchida com as actuações dos deu 25 mil litros de cerveja nos dois dias de LMC Malcriado
Apesar da “concorrência” “Rapaz Sem Juíz” (que contou com a parti- espectáculo.
da televisão que, ao mesmo cipação de Jay e Eder Xavier) e ainda do
tempo, transmitia a final do Projecto Verão - este, com vários artistas a
Campeonato do Mundo subirem ao palco da Gamboa: Ericson,
de Futebol, realizado os irmãos Nhelas e Djony, Paulinha,
na África do Sul, nin- Xibioti e Zé Espanhol. Os LA MC Mal-
guém arredou pé para criado, quatro jovens descendentes de
ver a actuação do mú- cabo-verdianos que vieram de França
sico angolano cada para pôr o público ao rubro.
vez com mais fãs em A 2.ª edição do Festival Badja Ku Sol da
Cabo Verde. STRELA começou no sábado, dia 10, com
Antes de Ralph, outro o festival de Dj’s, Ratcha, Djodje e Ricky
momento aguardado Boy, Face a Face e os brasileiros de Nati- Público
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 7

notícias do jet-set
VIP’s e Strelistas

Omar Camilo bem acompanhado Todos com Strela

Strelistas em grande estilo no festival Ramiro Pimenta da GRP

“Badju Ku Sol i Ku Lua” em 2011


Ao lado do palco do espectáculo, a Cavibel montou um espaço para receber os convidados e os seus VIP’s.
Como não podia deixar de ser, “Já” esteve presente e captou algumas imagens de artistas - pessoas ligadas ao
mundo da moda e dos espectáculos. Strelistas concerteza!

Kátia Pontes entre Nhelas e Djohny Félix Gomis e Jim Rama Badju ku Sol

Grace e Dabs Strelistas concerteza

As resistentes do festival
8 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

o que por aí vai


Desemprego em São Vicente

Caminhos de espera e
O desemprego não é
apenas arma de
arremesso político.
Acima de tudo é dor,
lágrimas, desespero,
o barricar de portas e
janelas de casa para a
desespero
miséria não entrar -
situação que os
políticos teimam em
ignorar. Em tempo
de campanha, o
desemprego é pedra
de arremesso à
espera que renda ou
tire votos
trabalho e querendo, consequente- to ligado às exportações. Que o Go-

T
eresa tem vinte seis anos e está
no desemprego desde o inicio mente, uma vida melhor, deixaram verno nada queria saber de indústrias
dos anos 2000, quando a fábri- Boca de Coruja, no Concelho da Ri- que estavam a criar milhares de postos
ca de componentes eletrónicos onde beira Grande, ilha de Santo Antão. de trabalho, directo e indirecto. E que
trabalhava encerrou portas. Muitas O fantasma do passado, que assom- o Governo pouca importância dava ao
teresas que ganhavam a vida na brou os seus pais, voltava a bater à por- programa do AGOA, programa que
Trofoelectronica, como montadores de ta. A indemnização que abria o mercado ameri-
componentes eletrónicos, foram para o receberam só dá para O assédio sexual cano para produtos
desemprego. De resto, quando a Cape aguentar dois meses, industriais que muitas
Verde Clothing Company e a Growela no máximo. A loja que as mulheres jovens em S. Vicente já
fecharam as portas ficou, ficou claro onde tomavam fiado sofrem na procura estavam treinadas para
vai cortar o crédito lo-
que o Parque Industrial do Lazareto,
go que souber que elas
de emprego em São produzir. O desemprego aumen-
sonhado para albergar centenas de Frescomar (S. Vicente) fechou: mais 500 no desemprego
fábricas e criar milhares postos de tra- estão no desemprego. Vicente é chaga tou na sequência do en-
balho, era apenas mais uma oportu- O jardim infantil, fre- apenas denunciada cerramento de muitas componentes eletrónicos. Logo fica- instituições do Estado, deixaram de
nidade, entre muitas outras, que a ilha quentado pelo filho de fábricas. O parque in- ram a saber que pior que estar no de- prometer trabalho quando não lhes dei
de São Vicente perdia para sair da lista uma das duas irmãs, em surdina dustrial então construí- semprego é ter a certeza que não vão sexo”.
da ilha com maior taxa de desemprego não vai deixar a criança do para dar impulso a ser criados novos postos de trabalho Muitos são os relatos de assédio sexu-
em Cabo Verde. continuar. Teresa e Hirondina deitam um sector industrial exportador ficou na sua área profissional e que é preciso al sobre mulheres que procuram traba-
Alheia aos argumentos do PAICV, en- as mãos a cabeça. Choram. Dias di- às moscas - até hoje. E o que é que o procurar, procurar… e procurar. lho. Há casos de jovens que dizem que
tão chegado ao poder, e do MpD sobre fíceis vêm a caminho. Governo ofereceu em troca? Nada. acabaram por aceitar a troca de sexo
a estratégia de transformar S. Vicente “Do lado do PAICV consideram que o Sexo por trabalho por trabalho, na certeza que o “empre-
num parque industrial, Teresa conhe-
Teresa e irmã amargam no Parque Industrial do Lazareto não pas- Procurar trabalho na ilha com maior gador” acabaria por se cansar e deixá-
cia o desemprego. Mas não só ela. Na desemprego sava de uma ‘elefante branco’ inserido desemprego em Cabo Verde não é ta- -las em paz no trabalho. Outras foram
sua casa eram duas irmãs que trabalha- MpD e PAICV continuam, até hoje, a no sonho megalómano de Gualberto refa fácil e, para uma mulher bonita, na cantiga e, depois do sexo uma vez e
vam na TRAFO e começavam a bar- discutir o desemprego e o fracasso do do Rosário em virar Cabo Verde a pode ser verdadeira via-sacra onde se outra vez… o tal trabalho nunca apare-
ricar janelas e portas para impedir a Parque Industrial do Lazareto, alheios Singapura de África e que os Go- vão estendendo lençóis para determi- ceu. Deste horror os políticos não fa-
miséria e a fome de entrarem em casa ao sofrimento de Teresa, dessa e mui- vernos do MpD pouco ou nada fize- nados leitos que, na maioria dos casos, lam: “não basta uma mulher ir para o
- dois quartos alugados assim que co- tas outras, que foi para o desemprego. ram para diminuir o desemprego em não conduzem a emprego. O assédio desemprego na procura de outro em-
meçaram a trabalhar na fábrica e que O deputado do MpD, Humberto Car- São Vicente. A prova é que foram der- sexual que as mulheres sofrem na pro- prego, muitas são tratadas como pros-
não sabiam como, doravante, iriam pa- doso, numa comunicação no Parla- rotados nas eleições legislativas de cura de emprego em São Vicente é titutas, como eu fui” – desabafa Tere-
gar a respectiva renda. mento, afirmou o seguinte “logo nos 2001”. chaga apenas denunciada em surdina. sa, que acabou por arranjar trabalho
O desemprego partilhado e transfor- primeiros meses de 2001, desmante- E Teresa? E a irmã da Teresa? Amar- Teresa desabafa: é uma pouca-vergo- como empregada de mesa num restau-
mado em discussão, que quem está lou-se o Centro de Promoção de Inves- gam no desemprego e comeram o pão nha. Não sei como consegui resistir ás rante dirigido por uma mulher. A irmã
ainda em situação de emprego não en- timentos em S.Vicente, o Promex. A que o diabo amassou sem entender o vezes que quiseram fazer sexo comi- conseguiu um visto para ir trabalhar
tende, começava a amargar a vida de retirada do Promex acabou por mandar que, de facto, aconteceu no Parque In- go, para começarem a falar de traba- numa fábrica em Famalicão, Portugal,
duas jovens que, um dia, fugindo a um um sinal forte de que o novo Governo dustrial do Lazareto. E aí estavam elas lho. A grande maioria os homens a em 2005. Teresa está prestes a seguir-
destino sem esperança de encontrar não estava interessado no investimen- no desemprego. Duas montadoras de quem fui pedir trabalho, muitos em -lhe as pisadas.
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 9

sem tirar nem pôr


Estado da Nação A Taxa Ecológica

Cabo-verdianos fazem Governo retira


diagnóstico do dinheiro às Câmaras
“País das Maravilhas” e exige limpeza
dos Municípios
Q uando, em Outubro do ano passa-
do, surgiram os primeiros casos
de dengue em Cabo Verde, o Governo
PAICV a favor da taxa
O PAICV explicou o voto favorável
com o fato de a adesão de Cabo Verde
tentou desresponsabilizar-se, passando à Organização Mundial do Comércio
a mensagem de que os Municípios (OMC) requerer adaptação da legisla-
eram os responsáveis pela situação e o ção nacional aos acordos internacio-
Nazolina e Fernanda Manuel Semedo Fatima Baldé
Governo o salvador. No mês seguinte, nais e que o País deve ter medidas e
José Maria Neves pediu uma mega- políticas para a preservação do seu
O Parlamento prepara-se para o debate sobre o Estado da Nação. Sejam quais forem os
-campanha de limpeza, mas o que se ecossistema, sendo um país insular e
discursos dos políticos, o povo tem a sua opinião formada – ele sabe exatamente qual é o viu foi um amontoado de lixo a ser frágil do ponto de vista ambiental.
verdadeiro Estado da Nação. Por isso, JÁ foi ouvi-lo retirado do Palácio da Várzea e o Posição diferente teve a Oposição de-
próprio Primeiro Ministro acabou, ele mocrática, com o MpD, através da de-

Q uando, a 30 de Julho, José


Maria Neves subir ao púlpito
da Assembleia Nacional para
o último balanço do Estado da Nação
próximas gerações). Tudo em nome
do poder.

O desemprego galopante
A crise é real
A nossa reportagem passou pelo mer-
cado de Sucupira e ouviu comercian-
tes. Uma delas, insistindo que não
mesmo, vítima de uma picada do
aedes egyptis.
Ao tentar “sacudir o capote”, o Execu-
tivo não disse aos cabo-verdianos na
putada Orlanda Ferreira, a defender
que o diploma teve um único sentido -
retirar receitas aos Municípios cabo-
-verdianos, na ordem dos 300 mil con-
desta legislatura, é pouco provável Os cabo-verdianos têm a exata noção quer ser fotografada, lá foi dizendo altura, que, no mesmo ano de 2009, ti- tos. Pelo mesmo discurso alinhou a
que reconheça a situação real de Cabo disto tudo. Em conversa com “JÁ”, que nunca viu uma situação como a nha retirado cerca de 330 mil contos UCID. António Monteiro discorda da
Verde. Não irá falar da “fórmula” ma- duas estudantes de Economia e Gestão que está a viver. Apontando para os aos Municípios do Programa Ambien- decisão do Governo de reduzir para
quiavélica que utilizou para fintar o no Instituto Piaget criticam o desem- produtos, Maria de Lurdes Semedo ta Municipal, ao mesmo tempo que quase metade a verba destinada aos
desemprego ou do encontro com os prego entre a camada jovem e vêm o conta que “é quase tudo fiado”, por- exigia melhor saneamento básico. Municípios.
cabecilhas dos thugs que prometeu (e seu futuro a preto e branco. “O desem- que não tem dinheiro para pagar os Com o aproximar da época das chuvas, Em 2009, os 22 Municípios do País re-
não cumpriu), ou ainda do barco que prego entre os jovens é preocupante. produtos que vende, apesar de reco- o Governo resolveu retirar mais meios ceberam, no total, 211,2 mil contos da
dá volta a Cabo Verde em 24 horas e Não vemos boas perspectivas para o nhecer as melhores condições que têm aos Municípios, com a aprovação re- taxa ecológica e previsões otimistas
que nunca mais chega aos nossos mercado de trabalho quando sairmos neste momento naquele mercado. cente no Parlamento (só com os votos apontam para uma arrecadação de re-
mares. da Universidade”, diz-nos Nazolina No mesmo espaço, encontramos Fati- dos deputados do PAICV) da taxa eco- ceitas na ordem dos 84,5 mil contos,
O Primeiro Ministro vai fazer “cavalo Pereira, acompanhada por Fernanda ma Baldé, cidadã da Guiné Conacry lógica, mas vai batendo na tecla do sa- com a entrada em vigor da nova lei -
de batalha” das estradas que o seu Go- Brito. As duas destacam a criação das há 4 anos em Cabo Verde. Tem passa- neamento básico, exigindo melhor re- uma diminuição substancial.
verno vem construindo, mesmo que universidades em Cabo Verde, mas do todo este tempo a tentar vender colha de resíduos sólidos e líquidos.
não tenham trânsito que justifique ta- acham que os governantes deveriam roupa e artesanato africanos. A ten- A proposta de lei aprovada no Parla- Governo contra Municípios
manho investimento. Vai falar de por- pensar no futuro dos diplomados. tar... porque a guineense garante que mento prevê que a receita arrecadada Se, para o Governo, esta medida é
tos e aeroportos, tendo os cabo-verdia- As duas universitárias criticam o fana- há dias em que não vende nem um es- na aplicação da taxa ecológica seja ra- acertada, o maior partido da oposição
nos a noção de que muitas ilhas estão tismo dos cabo-verdianos, resistentes cudo. Mas tem de pagar 125 escudos teada na proporção de 40 por cento pa- tem leitura diferente. Segundo o seu
isoladas por falta de política con- a viver em democracia. “Em Cabo diários para ocupar o espaço. ra o Fundo do Ambiente e 60 por cento líder, Carlos Veiga, “o Governo con-
sistente para os transportes marítimos, Verde, ou se é de um partido, ou de Muito perto, dois senegaleses ouvem para os Municípios. vive mal Poder com as autonomias e
e que o aeroporto de S. Pedro não outro. As pessoas são resistentes a a nossa conversa. Abdoulaye Sima es- De acordo com o diploma, a taxa eco- com a partilha democrática do Poder”
passa, por enquanto, de elefante bran- mudar, mesmo se a tá na Praia desde 2005. lógica incide sobre as embalagens não e, por isso, “vê o Local como um anti-
co - porque não houve políticas para vida não lhes corre biodegradáveis de metal, de vidro ou -poder e um contra-poder a abater”.
tirar S. Vicente do marasmo em que se bem. É preciso acabar
“Os governantes só Trabalhou na cons-
de matéria plástica, sendo a receita re- Daí, o plano que vem implementando
encontra. com esta forma de pen- querem festa. Para trução civil, foi para o
Sal “tentar a sua sorte”, vertida a favor do saneamento básico e para esvaziar os Municípios de recur-
A Oposição promete “cair” em cima sar, porque estamos isso estão preparados. a crise fê-lo regressar à da proteção do meio ambiente. sos, de competências e de poder.
do Governo, por não ter cumprido as numa democracia”, re-
flete Fernanda Brito.
Não querem ver a capital. Com mulher e
metas fixadas quanto ao crescimento a filho para criar, Sima já
dois dígitos e diminuir o desemprego O desemprego também situação do povo que pensa em regressar ao
a um dígito (nem mesmo com a “fór- é sentido pelos taxistas sofre” Senegal com a família.
mula mágica” a que tristemente se da capital que vêm a O sonho de vida melhor
subjugou). sua situação cada vez mais difícil. De no nosso país está a tornar-se pesadelo.
Os deputados do MpD e da UCID vão ano para ano, as coisas tendem a pio- A mesma situação vivem os hiacistas.
pedir explicações a José Maria Neves rar. “Com mais táxis, menos clientes Os mais prejudicados são os que fa-
sobre o aumento da insegurança e vio- (porque a vida está cara) e com o com- zem a ligação entre Praia e Tarrafal.
lência urbana verificadas nos últimos bustível mais caro, a nossa situação é Para andar de uma ponta a outra da
anos; a tentativa de sufocar o Poder dramática”, desabafa Manuel António ilha, os clientes continuam a pagar
Local, utilizando todos os métodos Semedo, que espera uma mudança de 400 escudos. “O combustível aumenta
possíveis e imaginários e, acima de tu- rumo. “Os governantes só querem fes- de dois em dois meses mas, com este
do, vão querer conhecer melhor os ta. Para isso estão preparados. Não desemprego, se aumentarmos o custo
meandros do repentino sonho da cria- querem ver a situação do povo que da viagem, ficamos sem passageiros”,
ção da “Cidade Administrativa”, que sofre”, adianta-nos, enquanto espe- conclui Carlinhos, desagradado com
vai custar mais 150 milhões de euros rava a limpeza do seu táxi pois “os cli- as multas da polícia a quem acusa de
aos cabo-verdianos (a ser pagos pelas entes estão cada vez mais exigentes”. O lixo retirado do Palácio do Governo no ano passado
perseguição.
10 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

isto vimos
Mal-estar na Polícia

Lívio Lopes não ata nem desata: as Polícias esperam legislação que não aparece
e as poucas propostas legislativas conhecidas não têm debate prévio. Resultado:
há descontentamento
pelos seus respectivos estatutos e regu- mo, foi concedida, ao Executivo de Jo- te o encontro para reco- Guarda Fiscal, esta-
Carlos Sá Nogueira lamentos disciplinares, o que, na pers- sé Maria Neves, Autorização Legis- lha de subsídios para riam, literalmente, a ne-
pectiva das associações socioprofis- lativa para, no prazo de 120 dias, apro- enriquecimento do do- gar a sua própria exis-

A
Policia Nacional (PN) está sionais, quer da Polícia de Ordem var, em sede de Conselho de Minis- cumento, as duas asso- tência e a perigar com o
mergulhada em profunda Pública (POP), quer da Guarda Fiscal tros, o pacote legislativo que contém, ciações mostraram-se próprio estatuto da GF,
letargia profissional, quase (GF), é uma aberração. entre outros documentos, o projecto de apreensivas quanto a em vigor, que a define
que numa espécie de “greve de zelo”. De acordo com o presidente de As- Estatuto de Pessoal e o Regulamento quatro artigos do ante- como pessoal policial.
Tudo por causa de um conjunto de sociação Socioprofissional da Polícia Disciplinar da PN. “Um ano depois da projecto: os artigos 85º, Por isso, o presidente
constrangimentos que vem enfrentan- de Ordem Pública (ASP – POP), audiência com o Ministro, recebemos, 86º, 121ºA, e 121º B, da ASPP-GF acha que
do, desde a sua criação, através do Rufino Lima, esta solicitou, em Junho da Comissão Especializada em Assun- com as epígrafes “Sub- tal medida é uma aber-
Decreto 6/2005, de 14 de Novembro, de 2009, audiência ao Ministro da tos de Segurança (CEAS) da AN, uma sídios de Risco”; “Sub- ração que ultrapassa
que adotou um novo modelo de orga- Administração Interna, Lívio Lopes, nota a solicitar-nos parecer jurídico sídios de Condição Po- todos os limites jurídi-
nização policial, em Cabo Verde. para, entre outros assuntos, apresentar- sobre o anteprojecto do EPP-PN. Na licial”, “Áreas de for- cos e denota incompe-
Desde logo, a falta de um Estatuto de -lhe o rol de problemas que afligem a opinião jurídica que enviámos, disse- mação relevantes e de tência para resolver os
Pessoal, do Regulamento Disciplinar e POP e aproveitar a ocasião para se mos que não conhecíamos a versão interesse para a PN e problemas da PN.
de um Estatuto Remuneratório. Estes inteirar dos processos de aprovação final do documento, pelo que seria di- “Princípio da não cu- O Governo não Rufino Lima, da ASPP-
instrumentos jurídicos são os três prin- das novas ferramentas de gestão da fícil, da nossa parte, pronunciar-nos mulação do subsídio de conseguiu dotar a PN -POP considera, por
cipais motivos que impelem as quatro PN, a saber: o Estatuto de Pessoal, o sobre algo que desconhecíamos”, condição policial e seu turno, que a sociali-
forças da PN (Polícia de Ordem Regulamento Disciplinar e Estatuto advoga Rufino Lima, para quem o pa- emolumentos”.
de um instrumento de zação já veio tarde,
Pública, Guarda Fiscal, Polícia Marí- Remuneratório. Foi então que o diri- recer da ASP-POP, terá, certamente, No que se refere aos gestão administrativo- porque o Governo já
tima e Polícia Florestal) para um ambi- gente da ASP-POP recebeu da tutela a motivado o Governo a baixar agora subsídios de risco e de -financeira, apesar de deveria ter dotado a PN
ente de desconfiança e ansiedade face versão zero do anteprojecto do nova versão do documento para a so- condição policial, os
“à falta de vontade política do Go- Estatuto do Pessoal Policial da Polícia cialização junto do pessoal da PN. representantes da PN
várias reivindicações do seu Estatuto, do Re-
gulamento Disciplinar
verno”, de acordo com Carta-Aberta Nacional (EPP-PN) para, no prazo de foram unânimes em de- das forças que a e de um Sistema Re-
enviada à tutela, na resolução destes 15 dias, emitir um parecer. “Não obs-
Anteprojeto nega fender que devem ter compõem muneratório que incen-
problemas, em ordem a levantar a tante sabermos da existência da versão direito a estes subsídi- tivem a instituição po-
moral dos policiais cabo-verdianos. um, que o Governo iria aprovar, nunca “Condição Policial” à GF os. Já o presidente de ASPP-GF, João licial no exercício das suas funções,
É que ainda, diz esse documento, o nos foram dados a conhecer os conteú- A socialização do documento aconte- Monteiro Barros, foi mais longe, ao mas que também definam claramente
Governo não conseguiu dotar a PN de dos desse documento”, garante o res- ceu na Praia, em Junho último, à qual afirmar que os artigos 86º e 121º B do a espinha dorsal de cada força da PN.
um instrumento de gestão administra- ponsável da ASP-POP, estranhando a estiveram presentes a ASP-POP e a anteprojecto, sobre o “Subsídio de ”É inconcebível e injusto que, passa-
tivo-financeira, apesar de várias rei- atitude do Governo em não partilhar, Associação Socioprofissional do Pes- Condição Policial” e o “Principio da dos cinco anos após a criação da PN, o
vindicações das forças que a com- na devida altura, aquela versão. soal Policial da Guarda Fiscal (ASPP - não cumulação do subsídio de condi- Governo não tenha sido capaz de dotá-
põem. Desde a sua criação, as quatro Entretanto, na sessão plenária de As- -GF), o comandante da Polícia Marí- ção policial e emolumentos”, ao recu- -la de ferramentas imprescindíveis ao
entidades da PN vêm sendo regidas sembleia Nacional (AN), de Abril últi- tima (PM) e a Direcção da PN. Duran- sarem a atribuição destes subsídios à bom exercício das suas tarefas, que
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 11

Opinião

Nacional tem nada a ver com aquela que tínha-


mos antes da integração. Foi um
choque, que deixou todo o mundo ató-
Miki Silves
nito e, desde então, os elementos da
GF vêm se confrontando com um esta-
O Governo falhou
do de ansiedade bastante elevado”, re-
vela o presidente da ASPP-GF, subli- À semelhança do que tem
acontecido nos mais diversos
setores da Administração Pública
nhando que a GF nunca acreditou no
cabo-verdiana, chegou a vez dos
projecto da PN, porque este veio des-
efetivos da Polícia Nacional (PN),
moronar todo o projecto que a GF ti-
reivindicarem ao Governo o que
nha iniciado. Por isso, a Polícia Nacio-
lhes é de direito por lei. A menos de
nal é um projecto falhado e má ma-
dois meses do novo estatuto da
drasta para a Guarda Fiscal.
Polícia Nacional ser publicado e
A GF, antes da sua integração na PN, posto em vigor, o efetivo ficou a
Batida da Polícia na Várzea era dotada de um pacote legislativo saber que ele apresenta inúmeras
que continha Estatuto de Pessoal, Re- lacunas e incongruências, o que
gulamento Disciplinar, Cartão de Iden- gera enorme preocupação no seio
tificação Profissional, Planos de Uni- dos policiais, sobretudo na
formes do Pessoal Policial, que, no en- camada dos Agentes, que
tender de Barros, são instrumentos supostamente são os mais
bastantes para responder às expectati- prejudicados com este estatuto,
vas do seu pessoal. Aliás, recorde-se, o caso seja publicado.
documento foi recebido com júbilo pe- Muito se critica a unificação da
los elementos da GF, aquando da sua polícia, pois algumas forças de
aprovação, em Setembro de 2003. segurança, como é caso dos
Hoje, 5 anos depois da sua integração, efetivos da Guarda Fiscal,
a GF continua a aplicar os mesmos ins- afirmam que o Governo falhou
trumentos jurídicos, o que, na opinião redondamente ao incluí-los na
de João Barros, revela uma incongru- unificação da polícia, porque não
ência de políticas para a PN. têm as mínimas condições nem
Quanto ao pressuposto assente na ra- incentivos para trabalhar.
cionalização dos meios materiais, fi- A criação da Polícia Nacional nada
nanceiros e humanos, o presidente de trouxe de novo, a não ser a falta de
ASPP-GF tece duras criticas ao Go- organização e perda de controlo
POP de intervencão por parte do Governo, que há
verno de José Maria Neves: a GF ficou
profundamente penalizada com a sua cinco anos não consegue sequer
integração na PN. “Tudo o que nós tí- aprovar o seu estatuto, quanto mais
visem a tranquilidade e segurança dos taria 62-C/98, de 16 de Novembro, que estudo preliminar e, sobretudo, sem criar condições para que os efetivos
nhamos passou para a POP, com ex-
da PN exerçam a profissão com
cidadãos”, reclama o responsável da regula o horário de Serviço, pois acha- auscultar os seus efetivos. “O balanço cepção das ajudas de custo pelos servi-
segurança e dignidade. A menos de
ASP-POP, alertando o Executivo de mos que esta portaria tem sido, siste- que faço destes quase cinco anos da ços de conferência de carga ou des-
seis meses das legislativas, o
JMN para o profundo mal-estar rei- maticamente, violada, dado existir nossa integração na Policia Nacional é carga de mercadorias, sua condução ou
Governo dá provas de falhanço em
nante na PN. uma grande discrepância na sua apli- negativo. Tivemos fiscalização, que são
matéria de segurança pública.
É que, apesar de uma luz no fundo do cação. Por exemplo, é humanamente alguns ganhos, mas as “A imagem que fixadas por Portaria do Há uma PN sem rumo nem direção,
túnel em relação à aprovação do Esta- inaceitável que existam elementos da perdas superaram os Ministério das Finan- por culpa das más políticas
tuto do Pessoal e do Regulamento PN que trabalham 12 horas e des- ganhos”, garante João ostentamos hoje não ças”, garante João Bar- adotadas pelo Governo de José
Disciplinar, paira, ainda assim, na cansam 24, outros que trabalham 6 e 8 Barros, para quem a es- tem nada a ver com ros, acrescentando que, Maria Neves, primeiro por colocar
mente de muitos elementos da PN que horas, respectivamente, para também magadora maioria dos neste momento, a GF a pasta da segurança pública nas
o JÁ contactou, o cepticismo radical descansarem 24 horas”, assevera Li- elementos da GF está aquela que tínhamos tem apenas uma viatu- mãos de Lívio Lopes que, enquanto
na aprovação, ainda este ano, daquele ma, reclamando ainda a revisão urgen- desapontada com a in- antes da integração. ra que lhe foi oferecida ministro da tutela, não fez qualquer
instrumento de gestão - temem que ex- te da Portaria 49/97, de 25 de Agosto, corporação na PN. Na pela Fábrica de Taba- diligência para a resolução dos
pirem os 120 dias concedidos ao Go- sobre a Tabela do Serviço Remunera- sua óptica, o pressupos- Foi um choque, que co, devido ao seu exce- problemas.
verno, sem que este tenha, sequer, do (TSM) que, a seu ver, está desajus- to do Governo, segun- deixou todo o mundo lente contributo na fis- O que ultimamente se verifica é que
aprovado o diploma, que, segundo tada à realidade actual. A este propósi- do o qual a criação da
fonte do Ministério de Lívio Lopes, to, e a título exemplificativo, aquele PN visava ‘reforçar a
atónito e, desde então, calização e apreensão
dos tabacos contrafei-
os efetivos da PN estão
descontentes com a forma como o
ainda não está agendado para reunião responsável indica que um árbitro re- autonomia operacional os elementos da GF tos, que circulam no Governo conduz o processo, indo
do Conselho de Ministros, nos próxi- cebe, para uma partida de futebol, e a cadeia de coman- de mal a pior - com a PN sem
mos tempos. Os 120 dias terminam em 2500$00 e um elemento da PN que tra- dos’, por um lado, mas
vêm se confrontando mercado nacional.
Apesar do ambiente de estatuto próprio, sem regulamento:
Agosto, já que a autorização legislati- balha, debaixo do sol ardente, durante também ‘reforçar a ca- com um estado de incerteza e ansiedade os efetivos estão ao Deus dará, sem
va foi concedida em Abril último. 6 horas, aufere apenas 500 escudos. pacidade operacional e saber qual o rumo e que futuro,
Para o presidente da ASP-POP, além racionalizar os meios
ansiedade bastante em que trabalham os
elementos da Guarda- com este Governo.
da urgência na aprovação deste pacote materiais e humanos’, elevado” -Fiscal, ainda assim o É crueldade ter Agentes licenciados,
legislativo, a ausência de respostas às
ASPP-GF também está para propiciar maior presidente de ASPP-GF a guardarem as portas das
outras reivindicações é, por outro lado, descontente coordenação entre as várias vertentes garante que os profissionais estão uni- entidades: o Governo não está
algo preocupante para as forças polici- Quem também não está satisfeito com de segurança, não passa de um elefante dos pela força de vontade, de espírito preocupado com a questão da
ais. Instado a enumerar quais as princi- a integração da Guarda-Fiscal na PN é branco. de camaradagem e de coesão corpora- formação do pessoal, nem com o
pais preocupações da Associação que o presidente da Associação Sociopro- Para João Barros, a incorporação da tiva. “Nada nos impede de continuar a esforço dos Agentes.
dirige, Rufino Lima é peremptório: GF na PN significa a rotura de uma O povo cabo-verdiano exige mais
fissional do Pessoal Policial da Guar- exercer as nossas missões, em prol do
atenção em matéria de segurança
“Para além de algumas inquietações, da-Fiscal (ASPP-GF), João Monteiro identidade própria e histórica, ostenta- desenvolvimento deste País”, sublinha
pública e os Agentes merecem
decorrentes do anteprojecto do docu- de Barros. Para o representante da GF da pela Guarda Fiscal no panorama João Barros, exortando todos os con-
melhores condições - a bem da
mento que analisámos, exigimos tam- foi um erro crasso o Governo ter opta- das forças policiais em Cabo Verde. frades a não baixar os braços na luta a
sociedade.
bém a observância do disposto na Por- do por uma integração sem ter feito um “A imagem que ostentamos hoje não favor dos seus interesses.
12 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

pela boca entrevista


Grace Évora
Grace está esperançado no êxito do seu novo álbum: o público
julgará. Mas se não tiver êxito, não será morte de artista...
E enquanto nos conta o trajeto da sua vida, fala também dos
“acidentes de percurso” de Lolita

Grace Évora está


de volta ao mundo
discográfico com
álbum de atuações
ao vivo
Chama-se Grace Évora e é um dos ícones da moderna O artista “ matou” o engenheiro de autoria do Calú Monteiro, nos E.U.A., e era para
“Em 1986, eu já estava diplomado, mas acredito que ser gravado pelo Bana. Não sei o que se terá passado.
música de Cabo Verde. Tornou-se notável ao revelar-se O tema acabou por cair nas minhas mãos. Gostei... e
o artista matou o engenheiro. Já não sei fazer nada na
um dos raros bateristas que, entre nós, executa ao área de engenharia, até porque nunca fiz um esforço assim acabou por constar do meu álbum”.
mesmo tempo esse instrumento e é capaz de ser para me dedicar a esse domínio de atividade”, diz
Grace, acrescentando que esteve sempre ligado à Se o novo álbum não agradar...
intérprete vocal. O artista, que está sempre na ribalta, música, pois aos 12 anos frequentou uma formação Em relação a novos projetos, Grace Évora diz estar
prepara-se para, dentro de três semanas, lançar um na área de percussão com um professor holandês e, a empenhado em continuar a gravar. No entanto, de
partir daí, fez parte dos conjuntos momento a tarefa principal é pro-
CD-DVD que será depositário da sua trajetória Djarama, Livity e Splash. mover o seu CD-DVD que é uma
artística que já ultrapassou duas décadas. “O trabalho Grace Évora é tido igualmente compilação das atuações ao vivo
como compositor, mas afirma-nos onde participam nomes como
está pronto e o que estou agora a fazer é a preparar o não assumir por inteiro essa Manú Lima, elementos do Splash,
seu lançamento, o que deverá acontecer num intervalo condição. “Gosto mais de interpre- Livity, Rabelados, entre outros.
tar outros compositores. Ocasio- “Eu penso que é um trabalho que
de tempo que não ultrapasse três semanas”, revela-nos nalmente tenho feito uma ou outra vai marcar alguma diferença. Mas
Grace Évora, assegurando que o lançamento vai composição, mas não passam de o julgamento está do lado do pu-
duas mãos cheias”, avalia ele, blico; eu espero mesmo que vá
acontecer em diferentes localidades do território embora aponte que está sempre agradar. Se assim não for, não vou
nacional e também na Diáspora. vigilante para captar situações que ficar desiludido, apenas esforçar-
Natural de S. Vicente, onde nasceu a 2 de Fevereiro de possam engendrar uma com- -me-ei nas próximas investidas”,
posição. “Gosto de cantar a nossa “Gosto de cantar diz Grace para, logo de seguida,
1959, Grace Évora enveredou para o mundo da música terra: basta ver a natureza das a nossa terra: basta lançar um alerta aos organizadores
de forma espontânea, confeccionando “baterias de minhas interpretações”. de festivais para que avaliem as
Questionado sobre a génese do ver a natureza possibilidades de criar melhores
lata” com as sua próprias mãos. Aos 8 anos foi levado tão badalado tema “Lolita”, o ar- condições para os artistas nacio-
das minhas
para França onde deu continuidade aos estudos, tista esclarece que a composição nais atuarem com melhor digni-
foi feita em parceria com o Gui interpretações” dade, pois o desempenho dos artis-
carreira interrompida um ano depois, porque a Ramos: nada de especial, é apenas tas depende dessas condições
Holanda surgia como um novo rumo. Ali continuou a “fruto de imaginação de uma mulher ideal num objetivas, que não têm a ver só com a questão do ca-
cenário de amor não correspondido”. E em relação ao chet, mas sobretudo com o transporte dos instrumen-
estudar até cursar Engenharia Mecânica (produtor de tema: “El ê sabim”. Grace Évora diz estar orgulhoso tos, entre outras coisas já discutidas e de conhecimen-
peças), mas a música sempre falou mais alto. por saber que esta música esteve no Top. “O tema é to de todos.
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 13

nota$ solta$
A verdade dos números em 35 Anos de Independência

Economia teve pico


na década de 90
Ao longo de vários números “Já” apresenta aos seus leitores um balanço dos 35
Anos de Independência

A análise, em termos de taxas de crescimento a 2000 apresentam o crescimento médio mais

C
omeçamos pela economia. Não há
Variação anual do PIB a preços
desenvolvimento sem crescimento médio anual, confirma a década de 90 como a elevado, 8,4%, dos últimos 30 anos pós
económico. A população cresce todos
constantes de 1980 de crescimento mais acelerado dos trinta anos Independência.
os dias, as necessidades aumentam e após a Independência. Esta diferença no ritmo de crescimento das três
diversificam-se. Mas as economias têm que décadas que compõem os últimos trinta anos,
crescer para satisfazer as necessidades das Taxa de crescimento médio anual do reflecte-se no rendimento médio das famílias,
pessoas, finalidade última da economia. Em 35 PIB a preços constantes de 1980 nas tal como é medido pelo indicador PIB/habitante.
anos de Independência, os números dizem que décadas 80-90, 90-2000, 2000-2010
Cabo Verde cresceu mais foi na década de 90. Evolução do PIB/habitante a preços
As fontes utilizadas neste artigo são as constantes de 1980
seguintes: Instituto Nacional de Estatísticas,
INE, série conta nacionais 1980 a 2007; Fundo
Monetário Internacional, FMI, estimativas PIB
A uma primeira década de flutuações
2008 a 2010 (relatório de 21 de Junho de
importantes, seguiu-se, na década de noventa,
2010); Censos 1980,1990 e 2000 para a
um crescimento mais sustentado.
população nesses anos e projeções
A terceira década apresenta flutuações
demográficas do INE para a população dos
importantes, mas menos significativas do que
restantes anos. O PIB, a preços constantes, de
nos anos oitenta.
2008 a 2010 foi calculado partindo do PIB de
O crescimento dos anos oitenta foi muito A taxa de crescimento média anual da
2007 das contas oficiais do INE (28.5 milhões Em 1980, o PIB atribuível a cada cidadão era,
volátil, aos soluços. Esta configuração do economia foi de 5,2% nos anos 80, 6,8% nos
de contos), ajustado em função das taxas de em média, de 19,3 contos anuais. Em 2010,
crescimento explica-se, em parte, pela reduzida anos 90 e 5,8% nos anos 2000.
crescimento previstas pelo FMI (2008: 5,9%; estima-se que possa alcançar 62 contos,
base de partida e pelo efeito de alguns A decomposição do crescimento médio anual,
2009: 3,0% e 2010: 4,1%). evolução significativa e claramente
investimentos de grande dimensão por períodos de cinco anos, pode ser
(Cabnave…). No final do período, verifica-se demonstrativa da melhoria do nível médio de
acompanhada no gráfico seguinte.
vida dos cabo-verdianos.
Crescimento económico uma quebra substancial do crescimento que,
Os efeitos conjugados das variações
em 1990, praticamente foi nulo. No conjunto, Taxa de crescimento médio anual do
Quanto e como cresceu a economia de Cabo demográficas e do PIB real refletem-se no
a linha de tendência é descendente. PIB a preços constantes de 1980 por
Verde da Independência até ao presente? crescimento do rendimento per capita de cada
Foi diferente o crescimento dos anos noventa.
O indicador mais utilizado para medir o períodos de cinco anos década.
Começou devagar em 1991, depois da recessão
crescimento económico é o Produto Interno
de 1990, mas ganhou ímpeto a partir de 1993, Crescimento do Pib/hab
Bruto, abreviadamente PIB. Vejamos o que nos 2000-2010
e manteve uma tendência ascendente e taxas 1980-1990 1990-2000
diz o gráfico seguinte: Variação pib/hab 44% 52% 47%
de crescimento elevadas ao longo dos anos
Tmca 3,7% 4,3% 3,9%
seguintes, com um pico relativamente
Evolução do PIB a preços constantes excepcional, não característico, em 1999. Entre os dois anos extremos da década de 80, o
de 1980 A primeira metade da década que termina em PIB per capita aumentou 44%, a uma taxa
2010 foi de crescimento desacelerado. média anual de 3,7%. Nos anos noventa, o
A partir de 2005, a economia começa a aumento global foi de 52% e 4,3% em média
acelerar, registando-se um pico de crescimento anual. Entre 2000 e 2010 estima-se um aumento
também excepcional em 2006. A partir dessa de 47% e um crescimento anual médio de 3,9%.
data e até 2010, o crescimento volta a A primeira metade da década de 80 Em conclusão, nos trinta anos que decorrem de
desacelerar, fixando-se em 3% em 2009 e 4% testemunhou um crescimento médio importante, 1980 a 2010, a economia nacional foi
em 2010. da ordem de 6,6%, imediatamente seguida de multiplicada por 6 e cresceu à taxa média anual
Três décadas, três perfis diferentes de uma acentuada quebra que se fixou em 3.9%, de 6%, o que se traduziu numa melhoria
crescimento. Olhemos mais de perto, através em média anual. A economia retomou o importante do nível médio de vida dos cabo-
de alguns indicadores mais sintéticos. crescimento na primeira metade dos anos 90, verdianos. O ritmo de crescimento foi
Nos anos oitenta, o PIB real aumentou crescimento que acelerou bastante nos cinco diferenciado em cada uma das três décadas do
Uma economia de 5,7 milhões de contos em globalmente 67%. Na década de noventa, a anos que decorrem de 1995 a 2000. Na terceira período, tendo a economia crescido de forma
1980 transformou-se, em 30 anos, numa economia quase duplicou (aumento de 93%). década, que se iniciou em 2010, o crescimento mais acelerada nos anos noventa do que na
economia de cerca de 32 milhões de contos, a Na década que agora termina, o PIB deverá médio anual desacelera para 5,4%, para década de oitenta e na década posterior, o
preços constantes de 1980, ou seja, foi aumentar 76%, mais do que na década de 80, terminar os últimos cinco anos em tendência mesmo acontecendo, mas em menor grau,
multiplicada por 6. O crescimento médio anual mas abaixo do crescimento global da década ascendente, praticamente ao mesmo nível da relativamente ao crescimento do rendimento per
foi da ordem dos 6%. O crescimento não foi, de noventa. Nos anos noventa, a economia primeira metade dos anos 80. Globalmente, capita.
nem podia ser, uniforme nesse período. Para cresceu, assim, 39% mais depressa do que na confirma-se o crescimento mais acelerado dos No próximo número discutiremos a evolução do
nos certificarmos disso, basta olhar para o década de oitenta e 22% mais rápido do que na anos 90 em relação tanto à década de 80 como à modelo de economia desde a Independência até ao
gráfico década 2000 a 2010. década de 2000. Os cinco anos que vão de 1995 momento presente.
14 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

coisas do mundo
O caso português BISSAU

Ver como param


Sócrates: as modas
à espera da cicuta
ponto de relacionamento entre Sanhá e
G uiné-Bissau corre o risco de ficar
isolado da comunidade interna-
cional: a nomeação do general António
o Chefe do Governo, Carlos Gomes
Junior. Recentemente, correram rumo-
Indjai para chefe do Estado Maior res de que os dois políticos estavam de
General das Forças Armadas guineen- relações tensas e que o Presidente que-
ses foi recebida como uma “bofetada ria a tirar o tapete ao Primeiro Minis-
na cara”. A promoção deste militar tro. Esses rumores foram desmentidos,
Geminações perigosas quando há riscos de contágio da sua governação: o desemprego golpista, que derrubou do comando mas não se percebe quem apóia quem,
galopante, a crise económica, a Zamora Induta (ainda detido), merece nem que poder real tem de fato cada
falência das empresas, o disparar dos total repúdio – é vista como capitula- um destes protagonistas. Sobressai a
impostos. Tudo isso, que a máquina ção do Governo diante da tropa sem evidência: em Bissau, o poder ainda
da propaganda governamental (in- controlo político, que continua a se- está totalmente no cano das espingar-
tensa e intensiva) já não apaga, fala mear desmandos e violência nas ruas, das – os políticos são demasiado frá-
demasiado alto aos ouvidos dos por- e confissão de incapacidade perante o geis. E os narcotraficantes fazem o que
tugueses. A oposição movida pela narcotráfico, cujo chefe máximo será querem e como querem.
“desacreditada” (?) Manuela Ferreira Bubo na Tchuto, segundo o Departa- A instabilidade ameaça Bissau. Apesar
Leite começa a ter efeitos ao retar- mento do Tesouro norte-americano. da CPLP fechar os olhos à realidade,
dador: ela previu o descalabro eco- Ora, Indjai e Bubo são “unha e carne”, talvez na esperança de que haja evolu-
nómico, denunciou-o e foi amesqui- dizem os observadores: nestas condi- ções positivas, a paciência da comuni-
nhada pelo Governo de Sócrates, ções, a democracia guineense continua dade internacional chega ao fim. Há
pelos papagaios da Comunicação por um fio. quem duvide da viabilidade da Guiné-
Social (que, impreparados para pen- Embora o Presidente da República, -Bissau como país, muito embora essa
sar por cabeça própria, se fizeram Malam Bacai Sanhá, publicamente viabilidade ou inviabilidade seja igual
repetidores de frases por outros exija que tanto golpistas como narco- à de outros países. Com tudo, em Bis-
feitas). Os resultados dos erros go- traficantes sejam afastados do apare- sau, preso por arames, reclamam os
vernativos ficam visíveis e a roda da lho do Estado (e a Polícia Militar reti- mais cautos: esperar para ver como pa-
fortuna começa a rodar, “ajudada”
Do Capitólio à rocha Carpeia, a curta distância pelas antigas denúncias de Ferreira
rada das ruas), não está claro qual o ram as modas.

Leite.
resultante do auto-convencimento e das palavras
fáceis. A realidade da economia nunca perdoa
Sócrates e os seus arautos, auto-con-
vencidos pelo próprio discurso, mal Breves
se apercebem que, à medida que de-

D
o Capitólio à rocha Carpeia é ais não foram excessivos, mesmo ten- bitam palavras de confiança sobre
sempre curta (e fácil) a dis- do por comparação os praticados um cenário cada vez mais doloroso
Mundo Global execução. Os filhos de Sakineh e um
advogado dizem que ela está inocente e
tância: ainda há pouco, o pelos seus antecessores em Belém – para os portugueses, apenas incitam TECNOLOGIAS MILITARES. As não teve julgamento justo, com base
actual Primeiro Ministro português Eanes, Soares, Sampaio. Nem Sócra- a que os destinatários de tais discur- forças armadas norte-americanas estão numa confissão forçada. Argumentam
apresentava-se vocacionado para tes se poderá queixar de que o Presi- sos os repudiem. Perdem o crédito. a utilizar nova tecnologia militar no que ela só fala azerbaijano e não
ganhador de combates eleitorais, e já dente da República lhe sacou o tapete Por fim, a aparência de lufada de ar Afeganistão: utilizam aviões sem piloto entendeu o que lhe perguntaram no
agora as sondagens lhe vaticinam der- de debaixo dos pés: os discursos de fresco ocorrida no partido concor- (“drones” armados com bombas e tribunal. Devido aos protestos da
rotas, suplantado por outro jovem Cavaco dificilmente foguetes), controlados a muito longa Turquia e do Reino Unido, a execução
rente (a chegada de
são interpretáveis co- distância – no Colorado, Estados da sentença de Sakineh foi suspensa.
político em ascensão, Pedro Passos Pedro Passos Coelho à
Coelho, líder do PSD desde o último mo venenosos “avisos No interior do PS liderança do PSD) fez
Unidos, onde os tripulantes, No entanto, ela ainda pode ser levada
comodamente instalados numa cabina e ao apedrejamento ou ser enforcada.
Congresso deste partido. Como é que à navegação”, quando começam a surgir estremecer o frágil em total segurança, se servem de Apesar do Irão ter assinado a
foi possível tal volte-face na cena se comparam com os edifício construído por controlo remoto, vendo num ecrã tudo convenção da ONU que requere que a
política portuguesa? “avisos” de Mário Soa- movimentações a Sócrates. Está agora à o que se passa à frente do avião que, pena de morte seja usada apenas para
Para os analistas, a série de escânda- res ou de Jorge Sam- beira de desmoronar. entretanto, atua no Afeganistão em os “crimes mais sérios” e apesar do
paio a governações so-
contestar a política de
los (ou “atrapalhações”) em que Só- Como sempre aconte- tempo real. Com a mão esquerda, Parlamento iraniano ter no ano passado
crates se viu envolvido em pouco em- cial-democratas. Sócrates: os “barões”, ce nestes casos, no in- dominam, através de botões e volantes, banido o apedrejamento, o adultério
purrou o até há pouco incontestado di- Nem a Comunicação terior do PS começam o acelerador e o motor do “drone”. continua a ser punido desta forma
rigente socialista para a melindrosa si- Social se portou “tão cheirando o descalabro a surgir movimenta- Com a mão direita conduzem o naquele país.
tuação em que está. Casos, como a sus- mal” com os consula- próximo, aprontam-se ções a contestar a po- aparelho e fazem disparar as armas
peita de interferência na Comunicação dos socráticos como o com que este está equipado. Cerca de FÚRIA. A chamada Igreja Universal
lítica de Sócrates: os
Social, o seu título de “engenheiro” fizeram contra os Go- a tomar lugar nas “barões”, cheirando o
duzentos “pilotos” foram preparados do Reino de Deus, IURD, que vai
para este novo tipo de combate, com o multiplicando o número de crentes com
(verdadeiro ou falso), o Freeport, se vernos de Cavaco, de posições de partida descalabro próximo, qual teria sido abatido recentemente recurso a métodos por vezes pouco
lhe beliscaram a imagem, muito pou- Barroso ou de Pedro aprontam-se a tomar um líder taliban. Se esta arma evita que “ortodoxos”, também gera
co contribuíram para a pré-anunciada Santana Lopes, contri- para a “próxima lugar nas posições de as forças armadas sofram baixas, animosidades. Em Faro, Portugal, um
“queda em desgraça”: o eleitorado buindo assim para que partida para a “próxi-
lusitano já encolhe os ombros a tanta se construísse a ima-
corrida” também aumenta a possibilidade de homem de 42 anos (Eleutério Cortes, o
ma corrida”. E isso, enganos e de agravar o número de seu nome), atacou o templo local da
lavagem de roupa suja que deslustra gem de uma informa- inevitavelmente, ace- “baixas civis”, vítimas do “fogo IURD com uma retro-escavadora,
os seus políticos. ção “controlada” a partir de S. Bento, lera um processo que, amadurecen- amigo”. derrubou as portas, a sala de entrada,
Nem terá sido consequência de qual- de que tanto falam Clara Ferreira do, é irreversível. paredes, cadeiras e parte do teto.
quer processo de erosão, resultante de Alves, Mário Crespo e os muitos Sócrates, tal como o seu homónimo SAKINEH. Ampla mobilização da O atacante afirma ser um ex-fiel desta
uma difícil co-habitação com a Pre- blogues que povoam o universo da helénico, o filósofo, parece condena- opinião pública internacional tenta seita, à qual teria doado 100 mil euros.
sidência da República, que lhe não é internet portuguesa. do à prova da cicuta. São lições de salvar da morte por apedrejamento a A IURD nega que Eleutério tivesse
afim. Cavaco Silva, preocupado com iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani. alguma vez relações com esta confissão
história e de política que ressaltam de
Os resultados “castigam” Sakineh foi condenada por adultério, e recorreu à Justiça portuguesa com
a sua própria reeleição, quase sempre Lisboa para quantos, noutras para-
tal como outras 12 mulheres e um vista à responsabilização "civil e
deixou Sócrates governar sem exces- O que faz periclitar o domínio de gens, têm a tentação de geminar pe- criminal" do autor do ataque.
homem, que aguardam esta bárbara
sivos obstáculos: os vetos presidenci- Sócrates são os resultados objectivos rigosos modelos e vícios.
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 15

segredos de polichinelo
Dias Loureiro: procura-se diz-se...
!?!
S ão insistentes as mensagens enviadas de Lisboa para
Cabo Verde, dando conta da presença no Arquipélago do
!!
antigo Ministro português da Administração Interna, Manuel
Dias Loureiro. O conhecido político (foi dirigente do PSD) e «Aquele governo
advogado luso renunciou ao cargo de conselheiro de Estado,
para que fora nomeado pelo Presidente da República Aníbal (de José
Cavaco Silva, devido aos escândalos do Banco Português de
Negócios, BPN, de que era administrador. Sócrates) não
Ao que consta nos mentideros portugueses, Dias Loureiro acompanha
viajou para Cabo Verde, onde estaria a gerir um resort. “Já”
tem conhecimento de que diversos jornalistas, alertados pe- claramente a
los “avisos” provenientes de Portugal, buscam descobrir o
paradeiro do ex-ministro e conselheiro. Fala-se que estará no determinação e a
Sal, mas nem profissionais da Comunicação, nem paparazzi capacidade de
o conseguiram localizar ainda.
Recorde-se que o BPN estava ligado à SLN, Sociedade Lusa iniciativa» do seu
de Negócios, de má memória, devido às pouco transparentes
negociatas nas quais mergulhou na Boa Vista e no Maio. Primeiro
Ministro.
António Costa,
Presidente da
E esta, hein!? Câmara de Lisboa,
à SIC Notícias
 MISTÉRIO honrada, só por má fé se admite que ela
não exista. Dão-se explicações: trata-se
máxima para 30 pessoas, e muito enjôo,
continua sem resolver o problema.
Inforpress
de uma “delegação invisível”; é Dizem na Furna, de binóculo em punho:
dixit: “O
clandestina; sofre de reumatismo, por cadê o prometido ferry-boat? Foi só
primeiro-
isso demora a chegar. Os mais abusados promessa? Por enquanto continua a ser....
«Democracia
-ministro, José
decidiram-se por um prémio: entradas com fome, sem
Maria Neves,
recusou hoje
gratuitas na Fortaleza para quem  TXAKOTA educação e sem
encontrar a famosa delegação do Os bravenses
(dia 18) a idéia
de que a
Ministério da Agricultura. dizem-se saúde para a
gozados com a
Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
 ALVÍSSARAS visita da maioria, é uma
A estrela negra ministra concha vazia»
tenha falhado nos seus objetivos,
vem Fátima Fialho
nomeadamente por ser desconhecida da
maioria dos seus cidadãos”. Mistério:
desmaiando na à ilha de Nhô Nelson
DjaBrava. Eugénio: foi lá
será que ser conhecida pelos seus
Andou por lá apenas atirar Mandela
cidadãos não é um objetivo da CPLP?
Que sucesso pode ter uma organização
José Maria promessas – de ligações marítimas, de (celebrou o 92º
Neves e ouviu energias renováveis que abasteçam a 100
que nem sequer é conhecida pelos seus?
que contar: os por cento a Brava. Diz um bravense: “Se aniversário no dia
bravenses da primeira vez levou a Polícia para 18 de Julho)
 PRÉMIO disseram-lhe que estavam fartos – de desembarcar um gerador, que ainda não
Decorrem buscas na Ribeira Grande de promessas e de tudo sempre na mesma. foi solução para os problemas da Brava,
Santiago: há muita gente à procura da Conseqüência: o PAICV multiplicou da segunda vez teve a proteção do
famosa delegação do Ministério da peregrinações até à “ilha das flores”. Mas exército só para levar promessas, apenas
Agricultura que José Maria Veiga de frutos, nada. Então, aguçaram o promessa, da próxima vez, a terceira, ela
prometeu que estaria a funcionar em engenho e lá puseram mais carreiras de vai com a marinha, o exército e a força
Janeiro último. A verdade é que ninguém barco no vai-vem Fogo-Brava. O “Fajã aérea, para fazer campanha e irá de mãos
a vê, ninguém a acha, ninguém sabe dela. d’Água” passou a fazer seis viagens vazias” (in BravaNews). Os bravenses
Como palavra de ministro deve ser lei e semanais: rebocador com capacidade falam de Txakota.
16 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

olhem para elas


Costureiro na Terra Branca quer ter a sua própria marca

Novos horizontes
para a moda cabo-verdiana
A moda antiga está quase perdida. Surgiu entretanto o “panu di tera”, que pode ser o embrião de uma moda cabo-verdiana.
Djack sonha com isso e vai fazendo pela vida. No entanto, só acredita que ela vingue entre nós, se ela “pegar” no estrangeiro
e acabar por “vir de fora”. Esta é, infelizmente, a regra do jogo

J aquelino Domingos Pereira Ro-


drigues nasceu a 26 de Março
de 1976 e é natural da ilha do
Fogo. É também dono de um atelier
admitiu que, antigamente, em Cabo
Verde, existia um tipo de vestuário
que esteve mesmo na moda durante
algum tempo e que se mantém até ho-
disse que não acha possível porque,
hoje em dia, nem mesmo os jovens do
interior se interessam em usar esse
tipo de vestuário. Salienta que só há
de Corte e Costura, situado em Terra je... mas com um “porém”. É que, se- uma possibilidade: “o nosso traje
Branca, mais precisamente numa rua gundo ele, o traje que outrora foi mo- tradicional fazer história na Europa e
antes do Meno Soares, ao lado da da, é hoje notável nas pessoas idosas, no mundo dos famosos. Só assim seria
Mercearia Sassá. sobretudo nas do interior. Trata-se do usado de novo neste país. Os cabo-
Trabalhou durante sete anos e meio vestuário tradicional das senhoras e verdianos são muito influenciáveis.”
com pessoas do ramo antes de abrir o senhores de idade mais avançada. Nos dias de hoje, existe um produto
seu próprio espaço. Nessa época, não se antigo que está a tornar-se numa refe-
O dia 22 de Maio de “Quero ser o compravam roupas rência na forma de vestir dos cabo-
1994 marcou o início prontas, mas sim teci- verdianos, designadamente o “panu di
de uma nova etapa na
protagonista da moda dos que vinham de fora tera”, que está a fazer muito sucesso.
vida do costureiro. Ini- cabo-verdiana, já que para confeccionar os Podem fazer-se roupas com uma faixa
cialmente, ele trabalha- ainda não a temos” trajes consoante o gos- desse tecido, mas também uma peça
va sozinho com uma to e o bolso do cliente. de roupa inteira, destacando assim
máquina; quatro meses depois, já ti- Djack, como também é chamado, esta nova conquista - além dos aces-
nha uma empregada. A partir daí, as lamenta que hoje só tenhamos a imi- sórios como bolsas, chinelos entre
coisas foram caminhando e de melhor tação da moda que chega da Europa. outros.
forma não podia ser. Tudo ia de “vento Para ele, com a evolução dos “ttm” Jaquelino, o nosso entrevistado, acre-
em popa” - dezasseis meses após a (tempo, tecnologia e mentalidade), as dita que, num futuro muito próximo,
abertura do atelier, ele já tinha dois coisas foram mudando e a moda não será possível falar da moda cabo-
funcionários. europeia ganhando espaço. verdiana porque acha que os jovens, e
Em conversa com a equipa do Já sobre Questionado sobre a possibilidade de não só, devem ser os promotores da-
moda cabo-verdiana, o costureiro regresso da antiga moda, o costureiro quilo que é produto nacional.

Nho Sabura

A injustiçada “pobreza”
da gastronomia das ilhas também o multiplicar de doenças do É a incultura gastronómica que tem injustificadamente “envergonha-se”
H á uma certa monotonia na dieta
alimentar dos cabo-verdianos,
não justificável pela suposta pobreza
aparelho digestivo que a medicina lo-
cal regista.
atrofiado e impedido o desenvolvi-
mento da culinária autóctone, que, to-
da sua gastronomia, ainda que comece
a perceber-se que ela pode ser uma
do que os solos produzem. Construída No entanto, o que sobretudo falta ao davia, tem algumas excelentes bandei- mais-valia. Falta-lhe aprender que a
fundamentalmente com o recurso ao cabo-verdiano é uma cultura gastro- ras: do modjo di San- gastronomia é, tam-
milho e às leguminosas, a dieta habit- nómica – a educação do seu palato. Ao Niclau à txacina, do A gastronomia é, bém, parte (e não pe-
ual cabo-verdiana traz consigo o pés- contrário do que vulgarmente se caldo de peixe da Ci- quena) da sua cultura
pensa, apesar de a Natureza ser ingra- dade Velha à djagaci-
também, parte da própria, da sua identi-
simo apelo à mayonaise e ao ketchup,
aos ingredientes pré-fabricados que a ta e difícil, a sua oferta é variada e per- da, da catxupa à sopa nossa cultura própria, dade e, como tal, deve
química engendra e abundam nos mite diversificar a alimentação, para rolon, da garopa suada da nossa identidade e, ser ensinada e assimila-
minimercados, como forma de “alin- mais usufruindo de um mar que não é da ilha do Fogo ao cal- como tal, deve ser da a partir das escolas.
dar” sabores e procurar tornar supor- avaro, mesmo não sendo riquíssimo, do d’ovo, encontramos Falta-lhe entender que
táveis os alimentos cuja repetição en- devido à estreiteza das plataformas um naipe largo de pos- ensinada e assimilada se adicionar um pouco
fastia. marítimas e à falta de rios que para aí sibilidades que a gas- a partir das escolas de engenho e criativi-
Estes hábitos gastronómicos excessi- transportem nateiros. Por outro lado, tronomia insular ofere- dade, esta sua cultura
vamente pobres comportam conse- embora não havendo uma pecuária ce e, contudo, está praticamente arre- gastronómica pode fazer-se fabulosa.
quências terríveis, sobretudo em ter- cuidada (e daí alguns perigos san- dada das ementas dos restaurantes. Este vai ser um dos propósitos desta
mos de saúde. Por isso, os ventres in- itários), nem por isso escasseia carne O cabo-verdiano orgulha-se, e bem, secção (Nho Sabura) de JÁ. E o seu
chados que por aí se vêem. E por isso de qualidade. da sua música e da sua literatura, e grande desafio. NR
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 17

em jogo
Situação do Gimno Degradação do
Vavá Duarte já teve
Desportivo deixa consequências graves
dirigentes e desportistas O estado em que se encontra o
Gimno-Desportivo Vavá Duarte
ganhou contornos que ultrapassam os
limites do desporto. Os próprios mece-
Desportivo Vavá Duarte, este dirigente
desportivo é contra a forma como o
processo foi conduzido, “com conse-
quências negativas para o desporto ca-

frustados
nas viram comprometidos os objec- bo-verdiano. Não podendo crucificá-
tivos a atingir com os patrocínios às -los pelo que fizeram, devemos, pelo
diversas associações e clubes. Para menos, responsabilizá-los. Acabamos,
além das organizações da ginástica rít- em parte devido ao estado do pavilhão,
mica, o basquetebol e o andebol têm por perder a realização em Cabo Verde
sido, também, os mais prejudicados. do torneio da Zona II em Basquetebol”.
Depois de um longo “finca-pé”, a or- Agora, no recinto exterior do Gimno-
ganização de algumas provas de salão -Desportivo, sem dignidade nem segu-
realizaram-nas, optando pela única rança, praticam-se algumas activida-
alternativa: competir no recinto exteri- des desportivas, como o andebol e o
or do Vavá Duarte, sem basquetebol. “Como
garantias mínimas de “Praticamos um não podemos ficar pa-
segurança aos atletas. basquetebol primário, rados por causa dos er-
“A situação é desagra- num piso irregular, ros dos outros estamos
dável e poderia ser evi- a praticar no piso exte-
tada, caso houvesse com graves ameaças rior, em condições não
concertação e planea- à saúde física recomendáveis, com
As obras arrancaram... finalmente mento entre a gestora dos atletas” sérios riscos para os
do espaço e os utiliza- atletas. Estamos a re-
das autoridades para com o Pavilhão Ilídio Cunha, vulgo Vuca entre os pra- dores antes da retirada do anterior pi- gredir. Praticamos um basquetebol pri-

C
artas ao Governo, provas can-
celadas e/ou adiadas e, sobre- Vavá Duarte. Wânia interroga-se sobre ticantes e adeptos desportivos, é um de so”, advoga o activista desportivo Fi- mário, num piso irregular, com graves
tudo, uma grande desilusão, o destino dado aos fundos gerados entre as dezenas que têm dado a cara a lomeno Costa, secretário-geral da Fe- ameaças à saúde física dos atletas”, de-
assim tem sido o dia a dia dos des- pelo recinto já que é sabido que “todas esta causa porque é “frustrante para deração Cabo-verdiana de Basquete- nuncia Filomeno Costa, porque os pro-
portistas da cidade da Praia que se sen- as associações desportivas pagam para qualquer praticante que um país clas- bol. Defensor de uma profunda inter- blemas do Gimno-Desportivo estão
tem afrontados pelo estado de “aban- frequentar este recinto”. A sua carta ao sificado em terceiro lugar no Bas- venção nas estruturas do Pavilhão longe de se reduzir ao piso.
dono” em que se encontra o Gimno- gabinete de Octávio Tavares desmere- quetebol africano esteja a viver esta
-Desportivo da capital cabo-verdiana.
Desesperados perante o silêncio das
ceu a resposta do ministro do Despor-
to, confirmando, deste modo, a “indi-
angústia”. Este dirigente da Associa-
ção Adesba, do bairro Craveiro Lopes,
Sidónio Monteiro cometeu atropelos atrás
autoridades é, agora, com recurso à
NET e Comunicação Social que pro-
ferença das autoridades” aos protestos
que se generalizam entre dirigentes e
lamenta que “o único espaço para a
prática de actividades de salão na
de atropelos
curam sensibilizar o Governo e a Di- praticantes do desporto na cidade da cidade da Praia esteja em completo
recção Geral dos Desportos para que,
pelo menos, se criem as condições mí-
nimas no Pavilhão Desportivo Vavá
Praia.
Indignação, revolta e
estado de abandono, depois de várias
tentativas por parte dos activistas des-
portivos para que, a ser feita, a reabili-
Adjudicação directa
Duarte para a prática do desporto de
salão.
As provas desportivas vêm sendo rea-
lizadas no recinto exterior do Pavilhão
frustração
Após ter escrito ao Ministro de Educa-
ção e Desportos, a treinadora de ginás-
tica rítmica, Wânia Monteiro, deixou
tação se fizesse de modo favorável aos
interesses desportivos”. Ao invés, ano-
ta Vuca, “no momento de se proceder
à troca do piso foram alertados para a
das obras violou a lei faltava chegar ao país um grupo de
Desportivo Vavá Duarte porque, lá
dentro, não há condições mínimas à
claro à imprensa que o seu “desagrado”
é total. Ela como nin-
qualidade do pavimento a introduzir”.
O mais grave é que “ti-
A Direcção Geral dos Desportos
justifica o atraso no arranque das
obras com “constrangimentos da
técnicos da empresa lusa Mondo, con-
tratada para a remodelação do piso
prática das actividades desportivas de guém tem expressado “A tornar mais negro veram pressa em trocar empresa contratada”. O técnico da que, prevê a Direcção Geral dos Des-
salão. Os dirigentes de associações e em palavras a “indig-
o quadro, é frequente oterem então piso sem antes
a confirmação da
Direcção Geral dos Desportos, José portos, deverá levar no mínimo 15 dias
clubes desportivos da cidade da Praia nação, revolta e frustra- Luís Gomes, resumiu as razões do para ficar praticável pelo desporto.
fizeram chegar ao Ministério da Edu- ção” que paira sobre a a presença de bichos chegada ao país do pa- atraso “à demora que a empreiteira Fontes deste jornal confirmam ter ha-
cação e do Desporto e à Direcção Ge- comunidade desportiva roedores e répteis, vimento encomenda- teve em importar material de Portugal, vido, em Outubro de 2010, a adjudi-
ral dos Desportos a “complicada situa- da Praia, frequentadora nomeadamente, do”. Por isso, este diri- bem como a dificuldades no seu desal- cação directa da obra, algo que con-
ção” do Gimno-Desportivo. Desde do Gimno-Desportivo gente da Associação fandegamento”. O incumprimento dos figura uma violação à lei. Estas mes-
Janeiro, várias competições foram des- desde há longa data. ratos, baratas, Desportiva do Bairro prazos, segundo fonte deste Jornal, mas fontes estranham que tenha sido
locadas para recintos escolares en- Wânia Monteiro tem lagartixas, grilos, crê que “o trabalho não levou a DGD a um novo acordo com a contratada uma “empresa sem experi-
quanto a maioria das actividades pro- recorrido a diversos e outros tipos foi planeado”. Ida Monteiro e Filhos, empresa res- ência nessa área”, para uma obra cujo
gramadas foi, simplesmente, excluída meios para “protestar Daí conclui ter havido ponsável por parte dos trabalhos de valor do projecto ultrapassa os nove
devido à falta de espaços. até que se tome uma
de insectos um deliberado “aban- reabilitação do piso e de algumas mil contos.
“A tornar mais negro o quadro, é fre- posição a favor do úni- no pavilhão” dono” do maior recinto dependência do Pavilhão Vavá Duarte. Há, por isso, um rol de dúvidas e im-
quente a presença de bichos roedores e co pavilhão desportivo de desporto de salão de Seja como for, para a Direcção Geral precisões nas relações estabelecidas
répteis, nomeadamente, ratos, baratas, da Praia”. No blogue operacaogimno. Cabo Verde, para “frustração” dos diri- dos Desportos “os trabalhos devem com a adjudicação e execução dos tra-
lagartixas, grilos, e outros tipos de wordpress.com vem publicado um tex- gentes, atletas e adeptos. Porque ape- estar concluídos o mais rapidamente balhos no Gimno-Desportivo Vavá
insectos no pavilhão” escreve a ginas- to da atleta em que se mostra agastada sar de não apresentar, desde há razoá- possível”, sendo desconhecida a data Duarte, até porque o despacho do en-
ta e treinadora Wânia Monteiro, em com os sucessivos atrasos na realiza- vel tempo, as condições exigidas para exacta para a entrega da obra. tão Ministro da Juventude e Desportos,
carta aberta ao Ministro do Desporto. ção dos trabalhos no Gimno-Desporti- a prática das modalidades de salão, o “As obras já começaram e julgamos Sidónio Monteiro, que dispensa o con-
A “indignação” de Wânia Monteiro vo. Lamenta não haver espaços na ci- Gimno-Desportivo vinha, com alguma tê-las executadas nos prazos a que nos curso público e limitado para a execu-
junta-se à dos demais atletas, dirigen- dade que possibilitam a prática da gi- dificuldade, acolhendo provas regio- propusemos”, declarou José Luís Go- ção da obra, datado de 24 de Setembro
tes, treinadores e agentes desportivos nástica rítmica porque “não se pode nais e nacionais, para além de activi- mes, sem precisar as datas quando nem de 2009, só viria a ser publicado em
que, desde há sete meses, vêm bradan- treinar em espaços abertos, devido a es- dades paralelas, nomeadamente con- sequer todo o material necessário se Boletim Oficial sete meses depois, ou
do por uma explicação ao “descaso” pecificidades próprias da modalidade”. certos de música e cultos religiosos. encontrava ainda na cidade da Praia e seja, em Abril deste ano.
18 • Já • Sexta-feira 23 Julho 2010

cachupada
Mia, Horóscopo
a baleia do Bairro Por Maria Helena
De 25 a 31 de Julho

Manguí - I Felicidade.
Carneiro
21-3 a 20-4
Carta Dominante: 10 de Copas, que significa

Amor: Sentirá que tudo corre na perfeição.


Que a alegria de viver esteja sempre
Leão
23-7 a 22-8
Carta Dominante: 3 de Paus, que significa
Iniciativa.
Amor: Não viva ansioso com a ideia de
perder a pessoa que tem ao seu lado, aproveite
Ganho.
Sagitário
21-11 a 20-12
Carta Dominante: 6 de Paus, que significa

Amor: O seu companheiro poderá estar mais


afastado mas não será nada de preocupante.
na sua vida! antes todos os momentos que tem para estar A força do impulso está em si e só você pode
Saúde: Cuidado com os esforços físicos. com o seu companheiro. Viva a sua vida para criar as circunstâncias propícias à realização
Dinheiro: Não se descuide, pois está a ir por que o seu exemplo possa servir de modelo aos dos seus projectos. Tome a iniciativa, é você
um óptimo caminho a nível profissional. outros! que cria as oportunidades!
Número da Sorte: 46 Saúde: Não se desleixe e cuide de si. Saúde: Muito favorável, aproveite e pratique
Números da Semana: 17, 23, 45, 2, 19, 40 Dinheiro: As suas economias estão a descer, exercício físico.
Dia mais favorável: quinta-feira tenha algum cuidado. Dinheiro: Notará que o seu esforço a nível
Lema da Semana: A felicidade alegra o meu Número da Sorte: 25 de trabalho será recompensado.
coração! Números da Semana: 12, 4, 32, 47, 19, 7 Número da Sorte: 28
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 11 Dia mais favorável: segunda-feira Números da Semana: 41, 23, 47, 36, 21, 27
Lema da Semana: Graças ao meu espírito Dia mais favorável: terça-feira
de iniciativa alcanço aquilo que desejo. Lema da Semana: Ganho o respeito dos
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 15 outros porque me respeito a mim mesmo.
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 19

Touro Virgem Capricórnio


21-4 a 21-5 23-8 a 22-9 21-12 a 20-12
Carta Dominante: 9 de Copas, que significa Carta Dominante: os Enamorados, que Carta Dominante: Valete de Paus, que
Vitória. significa Escolha. significa Amigo, Notícias Inesperadas.
Amor: Poderá reencontrar um antigo amor. Amor: Exprima os seus sentimentos sem ter Amor: Irá manifestar-se em si uma grande
Esteja receptiva pois o Cupido pode bater-lhe à medo de ser rejeitado. Com os nossos energia sensual. Enfrente os seus medos e as
porta! pensamentos e palavras criamos o mundo em suas dúvidas e será feliz!
Saúde: Evite situações de stress. que vivemos! Saúde: Não seja céptico quanto à medicina
Dinheiro: Faça contas à vida e veja bem com Saúde: Cuidado com o calor. natural.
o que pode contar. Dinheiro: Poderá ter que optar por um ou Dinheiro: Resolverá os seus problemas facil-
Número da Sorte: 45 outro emprego que lhe surja. mente.
Números da Semana: 49, 15, 39, 22, 1, 30 Número da Sorte: 6 Número da Sorte: 33
Dia mais favorável: domingo Números da Semana: 33, 20, 4, 36, 19, 1 Números da Semana: 22, 17, 36, 40, 9, 25
Lema da Semana: Tenho a capacidade para Dia mais favorável: quinta-feira Dia mais favorável: quinta-feira
vencer todos os desafios que a vida me Lema da Semana: Aprendo a escolher aquilo Lema da Semana: Estou disponível para
apresenta. que é melhor para mim. as alegrias que a amizade me traz!
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 12 Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 16 Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 20

começou, entretanto, a emitir sons

A
manhã acordou meio cinzenta
no Arquipélago das Acácias, estranhos que os meninos não entendi- Gémeos Balança Aquário
num daqueles dias em que a am! “miiiiiiiiiii aaaaaaaaa uuuuuu miii-
21-5 a 20-6 23-9 a 22-10 20-1 a 18-2
bruma seca vem visitar as janelas das iiiaaaaa”! Que quereria ela dizer-lhes?!
Carta Dominante: 5 de Ouros, que significa Carta Dominante: 8 de Ouros, que significa Carta Dominante: Valete de Copas, que
casas também cinzentas da Ilha de San Foi nesta altura que Nádi avistou ao Perda/Falha. Esforço Pessoal. significa Lealdade, Reflexão.
Jon, bem no meio do Oceano. Porém, longe o avô Irondino, um velho crioulo Amor: Lute pelo verdadeiro amor, não se Amor: O seu coração está um pouco dividido, Amor: Permita que a sua relação seja mais
aquela não seria uma manhã qual- de carapinha e barba brancas, muito deixe influenciar por terceiros. Você merece pense bem qual o caminho que deve seguir. liberal, não é a prender a outra pessoa que
ser feliz! Tenha a convicção de que é uma pessoa com um conseguimos que ela nos ame. Seja paciente e
quer… velhinho e de quem ninguém sabia a Saúde: Não invente doenças quando potencial intelectual enorme. Aprenda a soltar compreensivo com as pessoas que vivem a seu
No Bairro de Manguí, o burburinho idade, mas que vivera toda a vida no realmente não as tem. toda essa Força e Luz interior que desconhece. lado!
era enorme desde a madrugada e Juni- mar e contava histórias de aventuras e Dinheiro: Este é um bom momento para Saúde: Faça uma limpeza geral aos seus Saúde: Tente não andar muito tenso.
monstros marinhos aos miúdos do bair- investir, aproveite. dentes para poder ter um sorriso radiante. Dinheiro: Sem preocupações.
nho acordara com os berros de excla- Número da Sorte: 69 Dinheiro: A vitalidade e esforço que tem Número da Sorte: 47
mação que vinham da rua: “São ba- ro Manguí, enquanto fumava o seu ca- Números da Semana: 21, 30, 25, 11, 5, 32 demonstrado no trabalho estão a ser muito Números da Semana: 14, 19, 23, 46, 2, 42
leias, grandes e pequenas, tcheu baleia chimbo feito de cana sacarina seca. Dia mais favorável: quinta-feira favoráveis para si. Dia mais favorável: domingo
na praia dos coqueiros!” Todos o adoravam e, por isso, todos os Lema da Semana: Acredito que posso Número da Sorte: 72 Lema da Semana: Sou leal e sincero para
recuperar o que perdi, estou sempre a tempo Números da Semana: 20, 47, 6, 22, 45, 9 com os outros e comigo mesmo.
Juninho levantou-se a correr, passou meninos, e até os crescidos, lhe cha- de vencer. Dia mais favorável: sexta-feira Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 21
dois dedos de água nos olhos e foi a mavam “avô Irondino”. Foram ter com Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 13 Lema da Semana: Graças ao meu esforço e
correr ter com Iva e Nixon, amigos de ele e contaram que a baleia grande confiança em mim próprio consigo vencer
queria falar, mas ninguém entendia! todos os obstáculos.
todas as horas e aventuras. Foram os Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 17
três à Rua Mangueira chamar Nádi e Avô Irondino veio com os quatro ami-
correram os quatro para a praia. gos até junto da baleia e pôs-se a ouvir
Entre o fim do mar e a areia vermelha os gemidos da baleia, depois fez-lhe
havia uma mancha preta que parecia uma festa no lombo e colou os olhos Caranguejo Escorpião Peixes
respirar e olhava os olhos das muitas ao olho grande da baleia. Ouviu e tor- 21-6 a 22-7 23-10 a 21-11 19-2 a 20-3
pessoas que por ali assistiam ao fim da nou a ouvir, olhou e tornou a olhar, fu- Carta Dominante: Rainha de Espadas, que Carta Dominante: Rei de Espadas, que Carta Dominante: Rei de Paus, que significa
significa Melancolia, Separação. significa Poder, Autoridade. Força, Coragem e Justiça.
vida de mais de cem baleias que um mou e tornou a fumar, até que disse Amor: Poderá ter que enfrentar uma Amor: A concórdia e o amor reinarão na sua Amor: Seja mais audaz no amor. “Ama o
submarino atómico desviara de encon- aos meninos: “Já sei o que ela quer. Te- separação. Procure ter pensamentos optimistas relação afectiva. A felicidade na sua casa próximo como a ti mesmo” – Esta foi a
tro à praia. Juninho, Iva, Nixon e Nádi mos aventura miudagem… a baleia es- e ver as situações pelo lado positivo. depende da educação que der aos seus filhos, mensagem que Cristo nos deixou; se a seguir
tá a chamar pela cria acabada de nas- Saúde: Possíveis dores de rins. por isso, preste atenção à formação que lhes dá. será feliz!
aproximaram-se da maior das baleias
Dinheiro: Avalie os seus gastos. Saúde: Tente controlar as suas emoções para Saúde: O excesso de ansiedade não é
que estava mais longe da água. Era cer, que deve estar perdida no mar aqui Número da Sorte: 63 que o seu sistema nervoso não se ressinta. favorável para a sua saúde.
enorme e respirava muito devagari- perto e deve responder ao grito ‘mmmi- Números da Semana: 12, 41, 20, 36, 4, 17 Dinheiro: Não haverá nenhuma alteração Dinheiro: Seja mais equilibrado nos seus gastos.
nho, o olho grande e brilhante olhava- iiiiiiaaaaaa’”. Dia mais favorável: terça-feira significativa. Número da Sorte: 36
Lema da Semana: Enfrento com optimismo Número da Sorte: 64 Números da Semana: 20, 13, 4, 26, 7, 10
-os fixamente como se ela estivesse a Mia?! Mia?! Mia! Mia! – repetiram os mesmo as situações mais difíceis. Números da Semana: 24, 17, 46, 30, 9, 11 Dia mais favorável: sexta-feira
querer falar com aqueles quatro ami- quatro amiguinhos de olhos postos no Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 14 Dia mais favorável: quarta-feira Lema da Semana: Tenho a força e a coragem
gos que assistiam à tragédia das ba- mar. Vamos salvá-la? – desafiou o avô Lema da Semana: Sei usar a minha necessárias para exercer a justiça na minha
Irondino. autoridade com justiça e rectidão. vida!
leias que morriam devagarinho na
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 18 Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 22
praia dos coqueiros. A baleia grande José Braga-Amaral
Já • Sexta-feira 23 Julho 2010 • 19

Televisão destaques da semana Telenovelas


Sexta-feira 23 Julho Ribeirão do Tempo
RTP-ÁFRICA
06:00 ZIG ZAG 11:00 Jornal da Tarde 13:00 Programa a 16:15 O Olhar da 19:00 Paixões
07:00 Notícias 12:15 Repórter RTP designar Serpente Proibidas
08:00 Zig Zag África 13:30 O Preço Certo 17:00 Artes e 19:45 Músicas de
09:00 Biosfera 12:30 Artes e 14:30 Zig Zag Espectáculos África
10:00 Ganância Espectáculos 15:30 Quem quer ser 17:30 Repórter África 20:45 Portugueses pelo
(Telenovela) Milionário 18:00 Telejornal Mundo

Sábado 24 Julho
RTP-ÁFRICA E leonora manda Teixeira destruir tudo o que tiver relação com a
busca que eles fizeram para encontrar o filho desaparecido dela.
Ela revela ao advogado que a mancha que seu filho tem nas nádegas
06:00 África 7 Dias 09:00 Portugal Sem 13:15 Músicas de 17:30 TOP Crioulo 21:00 Arquitectarte (R/) tem a forma parecida com o mapa do Brasil.
06:30 Biosfera (R/) Fronteiras África (R/) 18:00 Telejornal Filomena chega e vê Querêncio bêbado. Querêncio quebra a taça que
07:00 ZIG ZAG 11:00 Jornal da Tarde 14:30 ZIG ZAG 19:00 Festi Angola estava escondendo da filha e acaba se machucando. Sancha pede para
Querêncio arriar as calças para tratar a ferida e repara que ele tem uma
08:00 Sal na Língua da Tarde 15:45 Desporto 2 2010
macha de nascença no bumbum. Flores revela a Zé Mário que foi
08:30 Notícias de 12:15 Rumos 17:00 Janela Indiscreta 20:00 Lá e Cá Nicolau quem matou o senador.
Portugal 12:45 Arquitectarte com Mário Augusto 20:30 Olhar o Mundo André e Sérgio agitam o movimento pela libertação de Joca. André
conta para Carmem que já foram arrecadadas quase trinta assinaturas
Domingo 25 Julho para o abaixo-assassinado. Tito deixa claro para Virgílio que ele não vai
propor sociedade para ele. Virgílio afirma que está bem na posição que
RTP-ÁFRICA está e os dois parecem se entender.
08:15 Eucaristia 12:15 Negócios de 14:15 ZIG ZAG 18:00 Telejornal Guilherme conta como foi o salto para Diana, que o parabeniza. André
06:00 Negócios de
e Sérgio recolhem assinaturas para o abaixo-assinado. Arminda assina
África Dominical África 15:45 Desporto 2 19:00 A de Autor
o abaixo-assinado. Marisa fala para Querêncio que ele sabe a vida que
06:30 Pérolas do 09:15 Nós 12:45 Conversas no 16:45 Portugueses pelo 20:00 Programa a ela leva, mas garante que gosta dele. Arminda vai até o ateliê e diz a
Oceano (R/) 10:00 Olhar o Mundo Quintal Mundo (R/) designar Querêncio que quer contratar os serviços dele.
07:00 ZIG ZAG 10:30 Moamba 13:15 Nha Terra, Nha 17:30 África 7 Dias 21:30 Pérolas do
11:00 Jornal da Tarde Cretchéu (R/) Oceano (R/) Passione
Segunda-feira 26 Julho
RTP-ÁFRICA
06:00 ZIG ZAG 11:00 Jornal da Tarde 13:45 O Preço Certo 17:00 Estação das 19:45 Paixões
07:00 Notícias 12:15 Repórter RTP 14:30 ZIG ZAG Artes Proibidas
08:15 ZIG ZAG África 15:30 Quem quer ser 17:30 Repórter África 20:45 Grandes Livros
09:00 Clips RTP África 12:30 Estação das Milionário 18:00 Telejornal 21:30 Janela Indiscreta
10:00 Ganância Artes 16:15 O Olhar da 19:00 Documentário com Mário
(Telenovela) 13:00 Vila Faia Estreia Serpente 19:15 Fórum África (R/) Augusto (R/)

Terça-feira 27 Julho
RTP-ÁFRICA
M elina se recusa a ler o dossiê sobre Fred e Bete fica preocupada.
Gerson não aceita a decisão de Diana e tenta convencê-la a con-
tinuar com ele. Clara e Dr. Luciano conspiram contra Totó. Benedetto
06:00 ZIG ZAG 11:00 Jornal da Tarde 13:30 O Preço Certo 17:00 África Sport 20:30 Moçambique fica chateado com o comportamento de Mimi. Clara diz a Mimi que vai
07:00 Notícias 12:15 Repórter RTP 14:45 ZIG ZAG 17:30 Repórter África Fashion Week ajudá-lo com Agostina, mas faz intrigas com sua enteada.
Fátima não consegue aceitar que Felícia seja sua mãe. Candê visita
08:15 ZIG ZAG África 15:30 Quem quer ser 18:00 Telejornal
Amendoim. Mauro enfrenta Fred. Bete diz a Mauro que gostaria de ter
09:00 Clips RTP África 12:30 África Sport Milionário 19:00 Paixões tido um filho como ele. Saulo afirma para Noronha que vai conseguir
10:00 Ganância 13:00 Programa a 16:15 O Olhar da Proibidas tirar Bete da presidência da empresa. Melina diz a Fred que vai apoiá-
designar Serpente 19:45 TOP Crioulo -lo. Gerson implora para que Diana não vá embora e destrói seu com-
(Telenovela)
putador.
Clara faz com que Totó e Agostina discutam. Clara avisa a Kelly que
Quarta-feira 28 Julho vai levá-la para morar com ela na Itália e pede à irmã para entrar em
contato com Danilo. Melina conta para Mauro que vai se casar com
RTP-ÁFRICA Fred. Saulo fica ansioso para o início da assembleia com os acionistas.
06:00 ZIG ZAG 11:00 Jornal da Tarde 13:30 O Preço Certo 17:00 Fórum África 20:15 Nha Terra, Nha Agnello confirma que irá ao jantar na casa de Lorena e ela confessa a
07:00 Notícias 12:15 Repórter RTP 14:30 ZIG ZAG 17:30 Repórter África Cretchéu Stela que está apaixonada. Fátima diz que quer se apaixonar por Sinval.
08:15 ZIG ZAG África 15:30 Quem quer ser 18:00 Telejornal Kelly dá o recado de Clara para Danilo. Gerson acorda e descobre que
12:30 Fórum África Milionário 19:00 Paixões Diana foi embora. Durante a reunião com os acionistas, Melina se une
09:00 Clips RTP África a Fred e a Saulo para tirar Bete da presidência da metalúrgica.
10:00 Ganância 13:00 Programa a 16:15 O Olhar da Proibidas
(Telenovela) designar Serpente 19:45 Rumos
Destaque
Quinta-feira 29 Julho
Jornal da Tarde - RCV
RTP-ÁFRICA
06:00 ZIG ZAG 11:00 Jornal da Tarde 13:30 O Preço Certo 17:00 Áfric@Global 20:00 Pérolas do Género: Noticiário
12:15 Repórter RTP 14:30 ZIG ZAG 17:30 Repórter África Oceano Faixa Horária: 13H00-13H30
07:00 Notícias
Periodicidade: Segunda-feira a sexta-feira
08:00 ZIG ZAG África 15:30 Quem quer ser 18:00 Telejornal 20:15 Concertos da
Autoria/Produção: Rádio de Cabo Verde
10:00 Clips RTP África 12:30 Áfric@Global Milionário 19:15 Paixões Music Box Coordenação/Apresentação: José Leite
10:00 Ganância 13:00 Programa a 16:15 O Olhar da Proibidas 21:15 Cidade Despida O Jornal da Tarde, numa edição de José Leite apresenta as notícias
(Telenovela) designar Serpente do dia e ainda a informação especializada dos mundos desportivo,
económico e cultural.

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