Caralho

Velha chonga crioula

De gloriosa tradio
Pia criada em galpo
De cabresto arrebentado
J tiveste o teu passado
Hoje tens o teu presente
Numa buceta bem quente
Ou num cuzito apertado

Caralho criado solto

Na invernada da abertura
Nunca encontrou fechadura
E nem buraco apertado
Com um guspir entraste folgado
Pra descobrir a fundura

Quantas vezes por desaforo

Um c te peidou na cara
Mas quando se ergue no dispara
fora da profisso
Com calma, gua e sabo
Se despega o feijo
Que no pescoo se agarra

Caralho de lombo liso

como um jundi fora d'gua
Que a china olha com mgoa
E agarra com devoo
mais liso que sabo
Cruza matos e espinhos
No meio da escurido

Caralho do tempo antigo

Com palmo e meio de lombo
Entra e sai fazendo rombo
Nas ramadas de pentelhos
Grosso, bem quente e feio
De cabea retovada
De tanto levar pancada
Metido em buraco alheio