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(p. 50)
Da destruio e das tentativas de uma construo diversa e nova das vanguardas europeias,
Mrio de Andrade incorpora apenas um lado: aquele pelo qual sente que poder continuar a
explorao do seu eu. em um romantismo exacerbado que assim se encerra o primeiro fruto
nacional dos movimentos europeus dos anos iniciais do sculo. Atravs da sua psicologizao
romntica, a Mrio em princpio escapa o que fora fundamental, desde Baudelaire, ao
sentimento da poesia moderna: o impacto da grande cidade. Mas assim acontece mesmo
porque inexistiam no Brasil aglomerados semelhantes s villes tentaculaires.
(...) outro teria sido o rumo do modernismo brasileiro caso ele no fosse contemporneo crise
da economia cafeeira e ao incio da industrializao paulista.
(p. 52-53)
a cidade aparece para que aos poucos mergulhe no anonimato da subjetividade potica, que,
no verso =, d conta do consumo que afetou.
(p. 56)
(p. 57)
Esvaziamento do objetivo:
Incapaz de dome-lo [o dado objetivo] artesanalmente, o autor recorre blague para que no
penetre na mera consumao subjetiva.
(p. 58)
(p. 58)
Sobre os poemas iconoclastas, Ode ao burgus e enfibraturas do Ipiranga, diz Costa Lima:
(p. 59)
(p. 68)
Em Losango cqui : a cidade sensivelmente vai se confundir mais e mais com a terra. Em vez
dos rudos, tropelias e desarmonias daquela, so procuradas suas vozes, suas cores, seus
costumes. O aspecto musical que combatia na Pauliceia com o aspecto auditivo passar a ter
precedncia, provocando uma diversidade na prpria recepo e elaborao dos temas j atrs
preexistentes.
(p. 69)
Dilacerado, desde se incio, por uma expresso que lhe dissesse dizendo a realidade de que
partilhava, procurando por suas diversas fazes amadurecer essa dilemtica expresso, Mrio
veio a falhar porque seu manuseio da matria potica por si mesma se opunha quela
integrao. Este fracasso torna-se ento patente quando o autor procura uma ampla
construo, a Meditao do Tiet, que contivesse lirismo e contundncia. sua linguagem,
em suma, as fontes em que ela sempre embebeu e de que se no se desligou, que provoca a
impossibilidade do acordo buscado. Mrio um poeta que falha no que mais ambicionou.
(p. 128)