You are on page 1of 17
Curso a distancia Supletivo Oficial ENSINO MEDIO 2? SERIE GEOGRAFIA ENSINO MEDIO GEOGRAFIA ~*~“ AULA 5 AFORMAGAO ECONOMICA DO BRASIL ~ DA AGROEXPORTAGAO A INDUSTRIALIZACAO A histéria da economia brasileira acha-se intimamente ligada a uma série de ciclos, em cada um dos quais houve predominancia de determinada riqueza econémica sobre as demais. A esses ciclos se acham ligados também os fatos histéricos do pais; allés, [4 vimos como influfram no povoamento do territério brasileiro. © gedgrafo J.F. Normano, referindo-se a essa predominancia de um produto especitico, durante certo tempo, na economia brasileira, afirmou que ela é suscetivel de variagdes téo repetidas que chegam a provocar assombro. Para ele, a economia brasileira nada mais era Sendo a ascensdo e queda sucessivas de sistemas econémicos, em que o pais s¢ apoiava para sobreviver. No seu modo de entender, cada um de nossos ciclos econémicos foi encabecado por um produto-rei, como 0 café, 0 agiicar, etc., existindo paralelamente a eles produtos nao to importantes economicamente, uma vez que se destinavam apenas a subsisténcia da colénia. Os produtos-reis funcionavam, em seu tempo, como eixos da economia nacional e deram ao Brasil supremacia temporaria nos mercados mundiais. Os principais ciclos econémicos do Brasil s0 os seguintes: 1) Ciclo do pau-brasil 2) Ciclo da cana-de-aciicar. 3) Ciclo da Mineragao. 4) Ciclo do cate. 5) Ciclo da industrializacao. © ARQUIPELAGO ECONOMICO NO INICIO DO SECULO xx __|ce = "@CICL00 PAULBRASIL A primeira riqueza econdmica do Brasil foi o lenho conhecido como pav-brasil, pertencente a familia das "Caesalpinas’, arvores gigantescas, cujo cere se caracteriza pela cor de brasa, e que os portugueses conheciam pelo nome de brasis, Desde 0 século IX 0 comércio do pau-brasil passou a ocupar lugar de destaque na economia européia, por ser tal madeira largamente empregada como corante. Até esse século apenas do Oriente se trazia essa madeira, 0 que a tornou carissima na Europa, onde nao era encontrada. Do seu comércio participavam ativamente os genoveses & venezianos, que nao a conheciam como pau-brasil, mas como "verzino". Tao logo Cabral aportou nas terras brasileiras, tomou conhecimento da existéncia de grande quantidade dessa madeira e, imediatamente apés, foi iniciada a exportagao da mesma, cuja produgao atingia 300 toneladas por ano. ‘A maior parte das arvores concentrava-se numa area bastante restrita, que se estendia do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. Entre o Cabo de Santo Agostinho e 0 Rio Real encontravam-se os melhores exemplares. Nessa faixa, onde a incidéncia de madeira era maior, encontravam-se trés espécies de pau-brasil: 0 ibirapitanga (denominacao que os indigenas davam ao pau-brasil em geral), o brasil-agu e 0 brasileto. Dessas trés espécies, apenas a vitima era utiizada na construgao de navios e nas indistrias de marcenarias. O ibirapitanga e o brasilacu eram utilizados como corantes. A exploragao do produto se fazia por intermédio de feitorias, que acumulavam os toros em locals préximos dos portos, a fim de que os navios nao se detivessem por muito tempo nos mesmos. Os indigenas eram empregados nesse trabalho; derrubavam as drvores, cortavam os toros e os transportavam para as feitorias, muitas vezes caminhando dezenas de léguas, com os pesados fardos nos ombros. Em troca desse trabalho, os portugueses concediam-Ines pro- dutos de infimo valor econémico, bugigangas, com os quais os indios se contentavam. Finalizando nossas consideragdes a respeito desse primeiro ciclo econémico, temos que admitir que ele nao trouxe conseqiléncias benéficas para o Brasil; nao passou de um sistema de economia puramente extrativa. A preocu- pacdo de povoamento do Brasil ou fixagao no mesmo inexistiu. Tal ciclo serviu apenas para despertar a cobica dos franceses, que na época se achavam em concorréncia econémica com Portugal. A pirataria era praticada nas costas brasileiras € os contrabandistas freqiientemente as visitavam para a exploracdo da madeira. Quando voltavam para a Europa, seus navios se achavam repletos de aves, indios e outros produtos brasileiros. Apenas a Metrépole se viu bene ficiada com a exploragao do pau-brasil, uma vez que arrendando as terras da colénia, se desobrigava de organizar expe- digdes para a exploragdo da costa, bem como a manutengao das feltorias, trabalho que era conferido aos arrendatarios. Enfim, 0 pau-brasil foi a primeira fonte de renda de Portugal na América, tendo seu ciclo se estendido de 1500 a 1550. "CICLO DA CANA-DE-AGUCAR Nos fins do séoulo XVI, a cana-de-agticar suplantou 0 pau-brasil como fonte de riqueza e iniciou novo ciclo econémico no Brasil. E importante ressaltar que a cana-de-agucar ja era conhecida dos asiaticos, uma vez que seu cultivo remonta ao Antigo Egito, tendo se desenvolvido antes da Era Crista, portanto. Posteriormente, os arabes levaram sua cultura a Africa, no século Vil. Mais tarde, também foram os arabes os responsdveis por sua introducao na Espanha, Provenga e Sicilia. Desse modo, o acicar passou a ser conhecido em todo o sul da Europa e, depois, foi amplamente divulgado por todos os recantos do Velho Mundo, através das Cruzadas. Todavia, ainda no século XIV o acticar era tido como género de luxo e seu prego era elevadissimo. © primeiro grande produtor de agtcar na Europa foi a Sicilia j4 no século XV ele substituia o mel como adogante, passando a ser amplamente consumido em todo 0 mundo ocidental. Os portugueses decidiram, entao, plantar a cana-de-agiicar no Brasil, j4 que varios fatores eram favoraveis a essa cultura, dentre os quais os seguintes. a) existéncia de um clima quente e umido; b) presenca do solo de massapé; ©) as facllidades de transporte oferecidas pelos rios, que se dirigiam diretamente para 0 oceano; 4d) a presenca da Mata Atlantica, que fornecia 0 combustivel para os engenhos; @) 0s favores concedidos pela metrépole lusitana, satisfeita com os |ucros auterides pelo comércio; #) existéncia de um mercado consumidor garantido, em terras européias; 9) presenga de capitais latifundiarios, particularmente os de procedéncia holandesa. ‘A construgao do primeiro engenho de agticar no Brasil é atribuida a Martim Afonso de Souza, tendo o mesmo introduzido sua plantagao na Capitania de Sao Vicente, no ano de 1 533. Nao foi nessa area, entretanto, que se deu a grande expansao da plantagao canavielra, uma vez que 0 solo nao concortia para isso e os centros consumidores se achavam distantes da Capitania. Ademais, a produgdo carecia de maiores capitais por parte dos grandes proprietarios de terras. Todas as condigdes favoréveis, que citamos acima, foram encontradas no Nordeste. Portanto, a tendéncia natural dos engenhos vicentinos foi subir ao longo da costa, até atingir 0 Nordeste, quando entao se verificou 0 ver- dadeiro periodo aureo do acicar, no Brasil. Os engenhos se multiplicavam em Pernambuco; em 60 anos, 0 numero tri- plicou e, no periodo de 1560 para 1630, de 50 elevou-se para 150, No século XVI, 0 agicar brasileiro era o maior artigo do comércio internacional. Portanto, a base da agricultura nesse tempo foi a grande propriedade monocultural, trabalhada por escravos. A cultura da cana-de-acucar marcou 0 inicio da grande imigrago (forgada) de elementos africanos. Portugal se interessou em implantar o regime escravagista na colénia, pois nao dispunha de grande populagao, que pudesse ser desfalcada de milhares de elementos, que nesse caso viriam para a colonia para suprir a necessidade de mao-de-obra. Além disso, nenhum portugués sujeitaria a vir para o Brasil para dedicar-se ao trabalho rural assalariado. Os que vinham para ca 0 faziam mediante a concessao de favores e titulos; a condicaio de pequenos camponeses nao os satisfazia. Portanto, a escravidao foi adotada e constituiu-se na Unica solucao encontrada por Portugal, para preencher as necessidades de mao-de-obra. Assim sendo, a primeira grande fase econémica do Brasil fundamentou-se na reuniao de um grande niimero de individuos dentro de uma Unica area produtora. A organizagao agraria compunha-se de trés elementos principais: a grande propriedade, a monocultura e 0 trabalho escravo. A PLANTATION mercado extemno cae O desenvolvimento dessa "grande exploragao rural” que aqui se organizou, porque Portugal nao dispunha de recursos de produc, acarretou indmeras conseqléncias para o Brasil, tanto de ordem politica, como social, econémica e cultural: a) Povoamento da Zona da Mata ¢ Recéncavo Baiano. b) Desenvolvimento da escravidao negra ¢ indigena (esta em menor escala). ) Aparecimento de uma sociedade patriarcal, em que dominava 0 "senhor de engenho", poderoso, que vivia nas "Casas Grandes" e que desempenhava papel relevante na politica da regido. Deu-se, portanto, o aparecimento de uma nova estrutura politico-social d) Predominancia do regime de latifundios (grandes propriedades) como base da estrutura econémica. e) Incentivo e apoio para a cultura do fumo e intensificagao da pecuaria O CICLO DA MINERACAO descobrimento do ouro no Brasil deu-se nos tins do século XVII e inaugurou novo ciclo econémico: 0 da mine- ragdo. A principio, 0 ouro foi encontrado nos planaltos de Minas Gerais, ocasionando o deslocamento do centro econémico da colonia, do Nordeste para o interior mineiro. Mais tarde, o metal precioso também passou a ser explorado em Golds @ Mato Grosso. ( século XVII marcava entao 0 aparecimento de nova teoria econémica, langada por Colbert, 0 mercantilismo. Tal sistema era monometalista por exceléncia e media o poder de uma nagao pela quantidade de ouro que ela possuisse. O ouro passou a ser padrao de circulado e a ele se achava sujeito 0 movimento dos pregos no mercado mundial. Os reis, absolutistas concediam apoio as grandes companhias de comércio, para que elas explorassem suas colénias. Havia mutuo auxilio entre eles, pois, enquanto as companhias colaboravam para 0 fortalecimento deles, também recebiam todo 0 apoio para seu trabalho em terras distantes. A descoberta do ouro brasileiro foi providencial para os portugueses, que nos fins do século XVII se achavam em situagao critica, pois haviam perdido para os holandeses a supremacia do comércio com as Indias, e 0 agiicar ja entrava em decadéncia, devido ao surgimento de fortes concorrentes. A Inglaterra se achava em brilhante fase econdmica e Portugal manteve com ela importantes tratados econémicos. Em virtude da politica intercambial desenvolvida entre ‘ambos, a maior parte do ouro brasileiro ia ter a Londres. Portanto, 0 ouro brasileiro no somente deu a Portugal um século de riquezas, em que sua corte foi pomposa- mente sustentada, como também contribuiu para o fortalecimento da economia inglesa. Os verdadeiros descobridores de nosso ouro foram os bandeirantes, que se atiraram ferrenhamente a cata do metal precioso, transpondo rios, montanhas, e cruzando vales, até atingirem as Minas Gerais e os chapadées de Mato Grosso ¢ Gols. Esses bandeirantes foram concretizando o sonho que eles préprios alimentavam, de encontrar 0 ouro no Brasil Contrariamente ao que ocorrera durante 0 ciclo da cana-de-acicar, o da mineragao no resultou na formagao duma sociedade tipica e hierdrquica, ou de uma aristocracia acomodada numa posicao financaira estavel. Os explo radores do ouro eram aventureiros, acostumados mais do que tudo a liberdade; por nenhum motivo se sujeitariam a viver dentro de padres sociais rigidos. Isso era contra a sua propria natureza, inquieta ¢ livre. Foram desses homens que partiram os primeiros movimentos de revolta contra o extorsivo sistema tributério aplicado no Brasil. Podem ser apontados como os primeiros batalhadores da independéncia politica do Brasil Nao existem dados que comprovem a quantidade exata de ouro produzido pelas lavras brasileiras. Caleula-se, no entanto, que “o total exportado pelas colénias espanholas e portuguesa somou 350 milhdes de libras esterlinas, parti Pando o Brasil, desse total e nesse periodo, com 194 milhdes, ou seja, cerca de 1000 toneladas". (Lamartine Cardoso — Geogratia Econémica do Brasil) Por volta de 1730, quando ainda se encontrava em pleno apogeu a exploragao do our, apareceram os diaman. tes e as pedras semipreciosas. Sua exploragao foi das mais intensas, também no Estado de Minas Gerais. Foram essas pedras preciosas importantissimas dentro da economia brasileira. Portugal delas tirou os mesmos frutos que o ouro lhe proporcionava. Enquanto as minas de ouro aos poucos se exauriram, a exploragéo de diamantes ainda hoje continua em ativi- dade, sendo os diamantes menos preciosos largamente aproveltados em nossas indiistrias. O ciclo da mineragao nao foi bastante duradouro. No principio do século XIX ja se encerrava tao brilhante periodo econémico para o Brasil ¢ as causas desse declinio nao sao dificeis de ser indicadas. ROTAS DO OURO BRASILEIRO E RELACOES COMERCIAIS DE MINAS GERAIS COM © BRASIL E O EXTERIOR [HI cas auriteras do Brasit no sée. XVI, =| rota do ouro par © Ro de Janse © Ssiveder. =| Rota do ourepara.a metropole @ Inlaera Em primeiro lugar, devem ser levadas em conta as caracteristicas das jazidas auriferas do solo brasileiro, que sao formadas de depésitos aluvionais recentes. As primeiras exploragdes recairam unicamente sobre eles, 0 que provocou seu esgotamento em curto espaco de tempo, pois nossas principais rochas nao se apresentam em grandes proporcées e, além do mais, tém baixo teor metalico. Assim, enquanto se exploravam os aluvides, nenhum problema houve, visto que novos instrumentos e métodos sanavam as dificuldades que iam surgindo. Tedavia, quando se esgotaram esses aluvides e se voltou para a exploracao das rochas, os problemas surgiram. Elas eram dificeis de ser trabalhadas e os bons resultados passaram a escassear. Por outro lado, a falta de técnica apropriada @ de instrumentos precisos, além da inexperiéncia técnica dos mineradores, agravaram ainda mais a situagao. Diversas foram as marcas deixadas pelo advento do ouro, contando-se entre elas as seguintes: a) Transferéncia do eixo econémico do Nordeéte pata a regio centro-oriental. A capital do Brasil colonial, que até entao se achava instalada em Salvador passou para 0 Rio de Janeiro (1763), que ficava mais préxima da regiao mineira. b) Fundacao e desenvolvimento de diversas vilas e cidades, que ja se Interessavam pela instrugao e denotavam certa cultura. A arte religiosa, particularmente a escultura, destacou-se sobremaneira com os expressivos trabalhos de Aleijadinho. ¢) Houve verdadeiro abandono da cidade de Sao Paulo, por parte de seus habitantes, que se dirigiram em grandes grupos para a zona da mineracéo, sonhando enriquecer-se. ) A decadéncia do poderio econémico do Nordeste. pois © ciclo da mineracao ofuscou totalmente a cultura canavieira, que ja se achava em declinio. Houve grande migragao de nordestinos em direao as regides mineiras, que acenavam com a possibilidade de melhoria de vida, com a obténgao de maiores lucros. e) Houve alargamento do terrtério brasileiro, devido &s entradas dos bandelrantes, pelos sert6es, ocasionando o recuo do Meridiano de Tordesilhas. {Foi incentivo aos movimentos nativistas que se levantavam contra o injusto sistema de impostos aplicado pela metrépole em relagao & colonia. 4g) Deu-se o aparecimento de diversos centros urbanos, como Ouro Preto, So Joao Del Rei, Sabara, etc. O CICLO DA PECUARIA Enquanto declinava o ciclo da cana-de-agiicar e se iniciava 0 da mineracéo, outra forma de riqueza era explorada no territério brasileiro: a pecudria. Ela se apresentava como complementagao da economia canavieira, pois os animais se faziam necessérios nos engenhos e, além do mais, fomeciam a care, alimento essencial & subsisténcia da colonia, © couro valia a metade de uma rés e, nessa poca, quase todos os artigos manufaturados eram de couro: calgados, roupas, camas, etc. ‘Actiagdo de gado recebeu maior impulso no governo de Tomé de Souza, tendo se desenvolvido principalmente no sertao do Nordeste. Essa regido oferecia todas as condigtes propicias & criagéo de gado, tais como a vegetacao pouco espessa da caatinga; 0 relevo, em que predominavam as amplas chapadas; a presenga do rio Sao Francisco € inimeros outros, de facil travessia, dotados de jazidas de sal-gema, explorado no comércio e que abastecia toda a area compreendida entre o Piaui e Minas Gerais, além de Mato Grosso ¢ Goids. Nos principios do século XVIII, a regiao do Sao Francisco ja abrigava mais de um milhdo de cabegas de gado, as quais era concedida ampla liberdade, de vez que as propriedades eram desprovidas de cercas. (Os “currais" multiplicavam-se assustadoramente e adquiriam grande importancia, mesmo porque era bastante baixa, quase nula, a atividade industrial, e a mao-de-obra era preenchida pelos indigenas e mestigos, que, por sua natureza livre e pela vida cheia de aventuras que gostavam de levar, se adaptaram perfeitamente a esse tipo de traba- Iho, tornando-se vaqueiros. Nesse periodo, houve sucessivas aliangas com os Indios, que se sentiam bastante & von- tade nessa acupacdo, o que nao ocorrera nos engenhos de agiicar, onde também se tentou introduzi-los. Os resultados foram totalmente negativos, pois a maior parte deles morria pouco tempo depois. Nem sempre imperava a harmonia entre os criadores de gado ¢ os indios. Muitas vezes, algumas tribos se opu- nham ao alastramento dos “currais", cuja tendéncia era aumentar sempre, limitando, portanto, as terras indigenas. Nessas ocasiées, as guerras se tornavam inevitaveis e traziam como conseqiiéncia 0 exterminio de varias tribos. ( apogeu da pecusria deu-se no século XVIII, quando jé se estendera pelos vales de diversos rios do Nordeste, da bacia do Sao Francisco e da vertente briental. Nas fazendas localizadas nessas areas havia mais de 800 mil reses. Entretanto, nao se restringiu a essa area; passada a época aurea da mineracdo, a criacdo de gado alastrou-se por ou- tras regides: sul de Minas Gerais e do Mato Grosso, Goids, a Ilha de Marajé, os campos paranaenses. Vacaria e Campanhas (Rio Grande do Sul), Santa Catarina e também no sul de Sao Vicente, em Sdo Paulo. Em todas essas regides, a criacdo de gado desempenhou papel importantissimo, pois constituiu-se em ponto de fixacao de povoamento. O CICLO DO CAFE Com a decadéncia da mineragao e a estagnacao da agricultura Nordestina (acicar, fumo, algodao), o Brasil apre- sentava um excedente de méo-de-obra escrava que passou a ser utilizado em um novo e importante ciclo de desen- volvimento econémico: o ciclo do café. Até a primeira Metade do século XIX a cultura cafeeira era apoiada na mao-de-obra escrava, expandindo-se pela Balxada Fluminense. Entretanto, com a proibigao do trafico de escravos e a conseqiiente redugao dessa méo-de-obra, a cultura cafeeira nesta regiao entrou em decadéncia, Ademais, 0 solo fluminense apresentava um agravante: nao era totalmente apropriado a cultura do café. A decadéncia dos cafezais fluminenses seguiu-se a ascensao dos paulistas. A principio, os maiores centros produtores eram Campinas, Ribeiro Preto e o centro do estado; nos ultimos anos, a cultura alcangou a Araraquarense, a Noroeste, a Alta Paulista @ Alta Sorocabana, ultrapassando os limites de So Paulo, atingindo as zonas novas do Parana e sudeste de Mato Grosso. ‘Quando se espalhou a cultura do café por todo o Planalto Paulista, o Brasil passou a ocupar o primeiro lugar na exportagéo mundial MARCHA DO CAFE NO SUDESTE A produgao nacional atingiu, em 1939, 29 milhdes de sacas, recorde mundial da producao, garantindo ao Brasil a ‘supremacia absoluta do mercado. O que deu incentivo & expanséo cafeeira foi a vertiginosa alta que sofreu o produto na Europa, em 1823, Em Sao Paulo, o cultivo do café nao se processou pela mao-de-obra escrava, ¢ sim pelo trabalho do imigrante, Principalmente do italiano, que se deslocou para o territério paulista atraido pelo alto rendimento que a lavoura vinha Proporcionando. Além disso, o clima temperado também se constituiu em ponto a favor da imigragao em grande escala, ois se assemelhava ao clima da terra natal dos imigrantes. Portanto, a adaptacéo dos mesmos & nova terra foi quase imediata. Somente de 1889 a 1930, o Brasil acolheu mais de dois milhdes de imigrantes, que em sua maior parte foram encaminhados as fazendas de caté A tudo isso, acrescenta-se a existéncia de terra roxa ndo sé em Sao Paulo, como também no Parana, sendo ela a mais apropriada ao plantio do café. A prépria expansdo cafeeira motivou a ampliagdo das estradas de ferro paulistas, como a Sorocabana, a Paulista e a Mojiana, ciclo do café proporcionou ao Brasil um periodo de grande progresso e estabilidade econdmica. Formaram-se novas palsagens, pois as matas foram sendo substituidas por milhdes de cafesiros. Varias regiées foram tangidas pela ‘expansao cafeeira, nolas surgindo novos povoamentos e vilas. O aparecimento de uma nova elite rural, os "bares do café", também foi produto desse ciclo sua influéncia se refletiu bastante na politica brasileira. Nas ruas principais de 40 Paulo, surgiram os primeiros grandes palacetes, que refletiam a invejavel posigéio econémica que destrutavam os ‘componentes da nova elite. Para dar vazo ao produto, foram construidas estradas de ferro e aparelhado o porto de Santos; o eixo da econo- mia brasileira deslocou-se para Sao Paulo, o malor centro produtor de café. Contudo, a cultura cafeeira também atravessou fases ctiticas, como as verificadas em 1906, 1924, 1929 1953. Esta ultima crise ocorreu por ocasido de uma subita queda de temperatura nos estados de Sao Paulo e do Parana, tendo sido perdida grande parte das plantagdes, o que redundou na alta de pregos nos paises consumidores. A ctise de 1929 foi uma das conseqiiéncias funestas da Primeira Guerra Mundial. Com a crise da Bolsa de Nova York, que fez cair violentamente nossos pregos, 0 plantio de novos cafeeiros foi proibido e queimaram-se mais de 4.420 000 toneladas do produto, pois nao havia mercados internacionais suficientes. A crise financeira atingia os con- sumidores ¢ eles se omitiam. Nos armazéns paulistas, 0 numero de sacas atingia 22 milhdes de unidades, sem que houvesse compradores para as mesmas. Deram-se, entdo, a queda da aristocracia cafeeira @ consequéncias polfti- cas de grande vulto. O CICLO DA BORRACHA Nosso estudo sobre os grandes ciclos econémicos se tomaria incompleto se deixassemos de abordar a época em ‘que a borracha também constituiu grande fonte de riqueza para o Brasil: esse produto foi largamente comercializado a0 lado do café. Entre 1870 @ 1912, a Amazénia, com suas abundantes seringueiras, possibilitou-nos algar 0 primeiro lugar na pro- dugae mundial da borracha, com uma média de 150 000 toneladas do produto. Nessa época, o Nordeste sofria as con- seqiiéncias de uma grande seca e o Amazonas foi entao alvo de intensa corrente migratéria No entanto, a fase de riquezas que a borracha proporcionou nao se estendeu por muito tempo. A concorréncia de novos produtores foi suplantando aos poucos nosso dominio de mercado, Em 1914, a Asia ultrapassou o Brasil na pro- ducao mundial. Isso ocorreu principalmente em virlude dos métodos bastante rudimentares empregados na extragao de nossa borracha; das infimas condigées de trabalho oferecidas pelos seringalistas; e do abandono das selvas, por parte dos seringueiros. Enquanto isso ocorria em nosso pais, uma produgao altamente mecanizada @ bem dirigida se desen- volvia no sudeste asiatico, por intermédio de paises europeus, como a Franga, a Inglaterra e a Holanda. A nossa propria borracha serviu de base para a ascensao da Asia no mercado mundial, pois as primeiras sementes conduzidas aquela regido foram tiradas de nossas préprias seringueiras. ‘Atualmente, vam sendo tomadas algumas providéncias no sentido de aperfeicoar e racionalizar a producao da borracha. PRODUCAO E CONSUMO MUNDIAL DA BORRACHA — 1900-1929 A Produgao (em toneladas) ‘ConsuRTO| nos _| Sudeste da Asia Brasil Outros Total (em toneladas) 1900~ 1904 4572 446 758 87 430 238 760 261940 1905-1909 23876 184076 197 488 345 440 391 160 1910-1914 193.040 487141 176 085, 556 260 579120 1915-1919 +046 480 158572 99968, 1303020 1132 840 1920-1924 1761 236 100463 33.301 4905 000 1918208 1925-1929 3144012 111 649 84.439 3.340 100 3.230880 O CICLO DA INDUSTRIALIZACAO, A industria, centro dindmico da economia brasileira a partir da década de 30, criou um novo espago geogrético, concentrando a maior parcela da produgao e da populagao do pais: 0 espaco urbano-industrial. Entretanto, até esse espaco se consolidar no pais, a industria brasileira sofreu, alternadamente, por motivos diver- 08, crescimento, declinio, estagnacao e novamente voltou a crescer a partir da década em questo. desenvolvimento da industria no Brasil esta ligada a uma série de lases que veremos a seguir: —Primeira Fase (1500 — 1808) Em sua primeira fase, ou seja, desde 0 descobrimento do Brasil até a vinda de D. Joao VI e a familia real, em 1808, a indistria brasileira produzia unicamente alguns artigos destinados a propria colénia, como lougas, tecidos de algodo, sabao, etc. Portanto, esse primeiro periodo caracterizou-se por uma produgio bastante pequena. Quando nossa industria de tecidos comegou a apresentar uma produgao bastante superior & que vinha apresentando até entao, decretou-se, em 1785, 0 fechamento de quase todas as manufaturas téxteis, permanecendo em funcionamento apenas algumas delas, que deveriam produzir unicamente tecidos ‘grosseiros, para a contecgao das roupas dos escravos. Portugal jamais admitiria que sua propria.colénia se tornasse ‘sua concorrente no mercado exterior, razéo pela qual podou as primeiras grandes iniciativas industriais desta. ~ Segunda Fase (1808 — 1930) © decreto de 1785 foi revogado em 1808, quando nossa indiistria tentou se impor novamente, mas ja agora tendo que lutar com fortissimos concorrentes ingleses, com os quais conseguiria fazer frente apenas no final do século XIX e principios do seguinte. A revogacao do decreto vai dar inicio & segunda fase, que corresponde a insta- lagao das industrias no Brasil Em 1840, foram langadas no Brasil as primeiras maquinas a vapor, que deram verdadeiro impulse & expansdo de nossas industrias de tecidos, de méveis, das fundigbes de metals, etc. Por outro lado, a expansao cateeira trouxe para ‘So Paulo milhares e milhares de imigrantes e provocou também o desenvolvimento das estradas de ferro, através das quais se podia chegar mais rapidamente aos centros consumidores e dar vaz4o aos produtos industriais. No campo do Progresso técnico e da expansao de nossos meios de transportes destacou-se sobremaneira a figura do Bardo de Maua ((rineu Evangelista de Souza), que foi o criador da primeira estrada de ferro brasileira. Os lucros que se obtinham com a cultura cafeeira passaram a ser investidos nos empreendimentos industriais. Entre os anos de 1890 1895, foram instaladas em nosso pais cerca de 452 fabricas, nas quais se empregou a metade do total investido em nossa producao, nos tiltimos anos daquele século, Em 1889, foram tomadas uma série de medidas no sentido de proteger nossa indistria em formago, contra a concorréncia estrangeira. Entretanto, tal politica nao foi muito bem sucedida. A partir dessa época até 1939, nossa indistria passou por algumas crises, dentre elas a ocorrida por ocasiéo da Primeira Guerra Mundial (1 914) e a crise econdmica de 1929. Essas crises fizeram com que nossa economia sofresse modificago radical: a policultura passou a substituir a monocultura cafeeira, até entéo dominante. No plano industrial, tentou-se fabricar novos produtos que, anteriormente, se importavam. A exportagéo passou a ser visada e, para isso, comegou-se a por em pratica um plano de culturas variadas e exploragao de nossas préprias riquezas naturais. A expansdo industrial verificou-se primeiro nas manufaturas téxteis de algodao, que entdio se multi- plicaram por todo 0 territerio nacional. Apés a industria téxtl, novas industrias foram se firmando, como a de artefatos de couro, plasticos, brinquedos, artigos elétricos, siderirgicas, metalirgicas, de automévels, ete. —Terceira Fase (1931 — 1955) Nas décadas 30/40, uma nova crise se abateu sobre nossa economia, devido a eclosdo da Segunda Guerra Mundial e conseqtente limitacao das exportagdes. Nesta terceira fase, o que se pos em pratica foram setores industriais de emergéncia, cujo objetivo era apenas manter relativo equilibrio da situagdo industrial, uma vez que os equipamentos © a técnica de que dispunham eram bastante deficientes. Varios produtos que antes eram importados passaram a ser fabricados aqui mesmo. O resultado de tudo isso, ao terminar a guerra, foi dos mais felizes: nossa industria se apresen- tava em franco desenvolvimento, muito embora, liberadas novamente as exportagdes, estas passassem a ser feitas e se tornassem bastante dispendiosas para 0 pais. Nao demorou muito para que a falta de capital obrigasse 0 governo a pedir ajuda ao estrangeiro, o que realmente aconteceu em 1953. Os empréstimos obtidos se destinaram sobretudo as industrias de base, ou seja, aquelas industrias cujo produto vai ser incorporado a outras industrias, para se obter um produto final. € a chamada industria pesada. Ela requer, em primeiro lugar, proximidade em relagao ao local de pro- dugao de matéria-prima, ou, pelo menos, em relagao aos postos de importagées, dentro do pais. E o que realmente acontece com as nossas indistrias siderirgicas, que sao indUstrias de base, uma vez que fornecem um produto que entrard na elaboracao de outro: elas se localiza préximo as jazidas minerais (de ferro, carvao, manganés, etc.) Nossas indiistrias esto concentradas, em sua maior parte, no sudeste e sul, abrangendo quatro Estados: Sao Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Neles se reine a maior parte da produgao industrial e de pes- soal empregado. Vérios fatores sdo responsdveis por essa predominancia, dentre os quais os seguintes: faclidade na obtencao das matérias-primas; maior concentracao de energia; melhores meios de transportes, etc. Dentre os Estados citados, Sao Paulo se destaca por suas indiistrias localizadas em Sao Paulo, Sao Bernardo do Campo, Santo André, Osasco, Cubato, Sorocaba, Vale do Paraiba, etc. Essas numerosas e bem sucedidas indistrias permitem ao Estado de Sao Paulo colaborar com 56% na produgao global do pais. Com a implantagao das indistrias de base, que tém seu marco com a construgéo da Companhia Siderirgica Nacional (CSN) em Volta Redonda, estado de Rio de Janeiro (1942 - 1947) e a criagao da Petrobras (1953), podemos dizer que o Brasil solidificou a sua industrializagao. As indistrias de base permitiram a ampliagao do setor industrial de bens de consumo sem depender das impor- tages de maquindrios. As industrias de bens de consumo sao aquelas que produzem diretamente para o mercado consumidor, utilizando-se dos produtos fornecidos pelas industrias de base. Essas inddstrias requerem, geralmente, maior proximidade dos mercados consumidores do que do local de pro- ducdo de matérias-primas, utilzam menor quantidade de energia e apresentam maior agiizacao do capital investido. Podem ser subdivididos em industrias de bens duraveis e de bens nao-duraveis. ‘As indistrias de bens nao-durdveis, ja existiam no Brasil desde o periodo colonial, correspondendo aquelas que produzem mercadorias de primeira necessidade com pouca durabilidade, tais como tecidos, alimentos, remédios, roupas, calgados, etc. As indistrias de bens duraveis, que se implantaram no Brasil apenas neste século s40 aquelas que produzem mercadorias nao-pereciveis, como os automéveis, os eletradomésticos, os aparelhos de comunicagao e informatica etc. Observe a figura. 1-[ Natureza (Fonte de matérias-primas) — t 2-[ Indistrias base | ——» 3 Indistrias de bens de consumo ' 4—[ Mercado consumidor — Quarta Fase (1956 até os dias atuais) A partir de 1956 tem inicio a quarta fase de nossa industrializacao, conhecida como fase da internacionalizacao, devido a implantacao do Plano de Metas durante o governo de Juscelino Kubitschek. Esse plano estimulou a entrada de capitais estrangeiros, tanto na forma de empréstimos como na instalagao de industrias multinacionais, dinamizando 0 setor de bens de consumo. Com a.instalagao do governo militar, a partir de 1964, ocorre uma intensificagao desse processo de interna- cionalizagao, gerando como conseqiléncias para a nossa economia, 0 aumento da divida externa e a dependéncia tecnolégica. A transformago do Brasil de pais agroexportador em pafs urbano-industrial acarretou profundas transformacoes na distribuigao espacial da populagao. Poucos paises conheceram um processo tao intenso e rapido de urbanizago como 0 Brasil, conforme veremos na tabela a seguir: Brasil: distribuigdo da populagao rural e urbana no periodo 1950 1990 (em % da populacdo total) ‘Ano Populacao rural | Populagao urbana 1950 64,0 36,0 1960 55,0 45,0 1970 44,0 56,0 1980 32,5 675 1990 25,0 75.0 Outro reflexo da nossa industrializacao foram as modificagdes na distribuigéo da populagdo economicamente ativa (PEA) pelos setores de atividades. Observe a ilustracdo a seguir: POPULACAO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA) DO BRASIL Distribuicao pelos setores de atividades (1940 - 1990) F: = > Faltheitestet f= "rR GE Aare Enis BT. TBET Fanaa San, So PTB Com a industrializagéo, 0 setor que mais tem crescido é 0 terciario, cujas atividades sao fundamentais nos centros urbanos. Ele abrange as atividades comerciais, administrativas, financeiras e a prestacao de servicos (escolas, hospi- tais, etc.).. O PROBLEMA DOS TRANSPORTES Era de se esperar que, ao lado do grande surto industrial por que passou o Brasil, também ocorresse notavel desenvolvimento em nossas redes de transporte. Esse desenvolvimento atenderia, entdo, as necessidades de nossa propria produgao. Portanto, a situagéo de nossas redes de transporte deveria ser condizente com o progresso que aos oucos amos aleangando. No entanto, observa-se que ainda hoje, embora jé desfrutemos de bons meios de transportes, nao temos vias de ‘comunicagao que preencham na integra as necessidades de nossa produgao; elas sao insuficientes, o que, sem divida alguma, constitui grande empecitho ao nosso desenvolvimento econdmico. 1—0s antigos caminhos As primeiras vias de comunicagao brasileiras nao passavam de simples trilhas ou caminhos usados pelos indios, antes mesmo do descobrimento do Brasil. Quando os primeiros portugueses para cA vieram, utlizaram-se desses ca- minhos, dos quais muitos se transformaram, mais tarde, em estradas, pela continua ullizagao. ‘Na época colonial, outros caminhos foram aparecendo, ligando o litoral com o interior do planalto. © Caminho do Mar unia Sao Vicente e Santos aos campos de Piratininga, onde mais tarde se ergueu 0 Colégio do Padre Anchieta e hoje 6 a cidade de Séo Paulo. No inicio do século XVIII, terminou-se 0 Caminho Novo, que, partindo da Baia da Gua- nabara, alcangava Minas Gerais, em plena area da mineragao. 2- O transporte ferroviario © transporte ferrovidrio no Brasil esta diretamente ligado a expansao da cafeicultura, pois seu desenvolvimento era necessario para escoar a produgae do café do interior ao litoral (Portos do Rio de Janeiro ¢ de Santos) (© periodo de maior expansao das vias férreas situou-se entre 1 870 — 1.920, quando a expansao das ferrovias passou de 745 Km (1870) para 28 595 Km (1920). Apés esse periodo, 0 ritmo de expansdo das ferrovias diminuiu acentuadamente. Vérios foram os fatores para essa diminuigao das quais podemos destacar: + Crise da Cafeicuttura. + Concorréncia do transporte redoviario. BRASIL — FERROVIAS 3—As rodovias Com 0 desenvolvimento das ferrovias, as estradas de rodagem foram sendo abandonadas e transformaram-se (om péssimas vias de comunicagao, intransitaveis por ocasiao das chuvas. A partir de 1920, com 0 uso cada vez maior de automéveis, houve necessidade de melhores estradas que pudessem ser utilizadas a qualquer hora. Em 1930, tinhamos 113276 km; em 1940, a cifta elevou-se para 258390 km; ‘em 1953, subiu para 341 035 km; em 1962, jA contavamos com 519 452 km e, em 1965, com 803.068 km. Em 1985, nossas redes federal, estadual e municipal totalizavam 1426157 km, de estradas pavimentadas, nao-pavimentadas € transiterias. O aperteigoamento de nossas estradas de rodagem comecou a intensificar-se em 1937, quando da criagéio do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), que até os nossos dias vem se empenhando na manutengao de boas estradas, bem pavimentadas. ‘As regides mais bem servidas por estradas de rodagem sao as seguintes: a) Regio Sul E a mais bem dotada de rodovias, algumas importantissimas: a Via Anchieta, com 65 km de extensao, unindo ‘$40 Pauk a Santos; a Via Anhangilera, que liga S40 Paulo a Campinas, com 445 km; Rodovia Presidente Dutra (Rio-Sa0 Paulo), com 397 km; Via Raposo Tavares (Sao Paulo-Curitiba); a Via Fernao Dias; a Via Bandeirantes (com 325 km) e a Rodovia Castelo Branco (Estrada do Oeste), com 242 km, até onde esta construida (dados obtidos junto 20 DNER-Sao Paulo), e também, a Via Imigrantes (S40 Paulo a Santos) b) Regiao Centro-Oriental Nela temos: a Rodovia Rio-Belo Horizonte, com 542 km; a Belo Horizonte-Goldnia, com 1131 km; a Rio-Bahia, com 1878 km; a Rio-Vit6ria, com 672 km. ©) Regido Nordestina Esta regido dispée de boa rede rodoviaria, em virtude da luta, que ai se desenvolve contra as secas: sete estradas- troncos e cinqenta estradas subsididrias, que server os Estados de Pernambuco, Ceara, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraiba e Piaui. Essas estradas foram organizadas segundo um plano previamente elaborado pelo DNER em conjungao com 0 DNOCS. A mais importante das rodovias dessa regiao & a Transnordestina, com 1725 Km, que vai de Salvador a Fortaleza, pelo sertdo; nela se entroncam numerosas rodovias, que cortam todos os estados nordestinos. Completando 0 seu plano de expansao do setor rodovidrio, o DNER criou o Plano Rodovidrio Nacional, em 1944, com a finalidade de promover a construgao de 27 novas estradas, que dividiram em: longitudinais (seis estradas que se abriram na diregao norte-sul); transversais (quinze estradas, na diregao leste-oeste); estradas de ligagao, cujo papel foi o de ligar entre si as varias rodovias. Atualmente, 0 Brasil apresenta uma estrutura de transportes baseada no predominio rodoviario, o que vem a ser uma excegao em relagao aos demais paises industrializados de dimensdes continentais. Observe a tabela a seguir: DESLOCAMENTO DE CARGA SEGUNDO 0 MEIO DE TRANSPORTE — I 1 (oR. j= | | = ae } | 2m | [re | | | t ee — | am | om | | mn | [| | | om | fae] mila |i || | | Ld ed EUR io Rlomanha = Franga = ERURSS = Brwall [7] Rovia Co Hidrovia (| Ferrevia © rodoviarismo no pais esté em contradigao com as condigdes geograficas do territorio, As grandes distancias e 0 relevo suave favorecem o desenvolvimento ferrovidrio, 0 vasto litoral ¢ a presenga de ios navegaveis favorecem 0 desenvolvimento hidroviario. Tanto 0 sistema ferrovidrio como o hidrovidrio sdo mais vantajosos do que o sistema rodoviario no que tange aos custos de carga e descarga. 4— Outros tipos de Transportes ‘As demais formas de transporte, tais como as hidrovias e aerovias apresentam, pequena participagao no contexto da circulagao de mercadorias no pais, abrangendo apenas 15% dos transportes nacionais. Dentro deste contexto cade destacar os Corredores de Exportagao, que foram implantados devido a necessi- dade de 0 Brasil escoar sua produgao com maior rapidez, eficiéncia e competividade em relagdo ao mercado externo. Os corredores de exportacao apresentam uma infra-estrutura composta de sistema de transporte, armazenagem e sistema portuério bastante satisfateria. Observe 0 mapa a seguit: ES oe = A cS ; Ince eae © [som ano, aco HP conedores de oxportagto ‘OCEANO ATLANTICO sean) Vocabulario Aluvido: depésito de cascalho, areia e argila deixado pelas chuvas; inundagao. ‘Arrendar: dar em arrendamento, isto é, contrato pelo qual alguém cede a outrem, por certo tempo © prego, 0 USO e gozo de um imovel. Incidéncia: qualidade de incidente, isto &, daquilo que recai sobre ou acontece. Jazidas Auriteras: jazidas de ouro. Lavra: Terreno de mineragao; local de onde se extrai ouro ou diamante. Monocultura: Cultura exclusiva de um 6 produto agricola, Monometalista: Sistema monetério que admite apenas um metal (geralmente 0 ouro) como padrao legal. Remontar: Referir-se a tempos passados. 4. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, | (2)Monccultura (1) Utilizagao de mao-de-obra com- relacionando os elementos principais da agricultura colo- pulsdria, trazida da Africa pelos traficantes europeus, executando trabalhos forgades, principal- mente nos engenhos. (3) Latitundio (2) O exo econémico do Brasil era sustentado pelas grandes expor- tagdes de um 56 tipo de produto, osvengenhos:de aqioar, 8s aqui cultivado em larga escala, fazendas de gado e de café. como o café ec cane-cle-agioer. rial brasileira com suas caracteristicas. (1) Trabalho escravo (3) Grande propriedade agricola que concentrava a producto econémica da colénia, como: 2. Neste exercicio, fazemos uma série de afirmagées sobre os fatores que favoreceram a implantago da cultura da cana-de-agicar no Brasil. Algumas, estao certas; outras, erradas. Indique as certas com (C) e as erradas com (E) a) (E) Existéncia de um clima quente e seco. Comentario: Esta errada, porque 0 clima é quente mide. b) (C) Existéncia de um mercado consumidor garantiddo, em terras européias. ©) (C) Presenga do solo de massapé na zona da mata Nordestina, favorecendo 0 cultivo pela sua fertlidade. 4) (C) Participacao de capitais holandeses investidos na instalagéo dos engenhos, pois a cana-de-acticar era refina- da na Holanda, 0 que auferia grandes lucros a esses investidores. Comentario: Esta correto, porque os holandeses é que tinham a técnica de refinacao da cana-de-agiicar, mas nao possuiam vastas colénias tropicais para promover 0 cultivo. Portanto, através da intermediacao da metrépole (Portugal), os holandeses investiram capitais no Brasil ara que 0 cultivo da cana se desenvolvesse, obtendo a matéria-prima para a producao do agiicar que era co- mercializado por eles para toda a Europa 3. Marque com um (X) os termos que completam as seguintes frases. a) Com a decadéncia do ciclo da cana-de-aciicar, o cen- tro econémico do Brasil passou a ser (_) Sao Paulo. (X) Minas Gerais. b) Grande parte do ouro brasileiro era enviado para a porque Portugal mantinha com esse pats varios tratados econémicos, pagando com 0 ouro brasileiro os déficits (dividas) de sua balanga comercial. (X) Inglaterra. () Holanda. Comentario: A Inglaterra é que mantinha tratados ‘econémicos com Portugal. Porém esses tratados benefi- ciavam muito mais os ingleses que vendiam produtos manufaturados em troca da compra de vinhos portugue- ses, além de poderem comercializar diretamente com as colénias portuguesas. Esses acordos desestabilizaram a economia portuguesa pois 0 valor das exportagies era inferior ao das impor- tagoes (balanga comercial desfavoravel), levando os por- tugueses a usar 0 ouro brasileiro como pagamento de manufaturados. ©) Uma atividade que se desenvolveu juntamente com a produgao agueareira © tave seu apogeu no period da Mineracao 6 a ( )extragao da borracha. —_( X) pecuaria. d) Durante 0 ciclo da Mineracao, a capital do Brasil colo- nial foi transterida para a cidade de (X) Rio de Janeiro. ( ) Salvador. 1. Neste exercicio, fazemos algumas afirmagées sobre o ciclo do café no Brasil. Assinale (V) para as afirmacdes verdadeiras e (F) paras as falsas. a) (_) O cutive do café na Baixada Fluminense, situada no Fico de Janeiro, era apoiada na méo-de-obra escrava. b) (_) Com a decadéncia da produgao cafeeira na Bai- xada Fluminense, Sao Paulo passou a ocupar a posicao de maior produtor de Café do Brasil. ©) (_ ) Osolo de Massapé, encontrado em Sao Paulo e no Parana, foi o mais apropriado para o plantio do café. 4) (_) A proibig&o do trafico de escravos promoveu a transig&o da mao-de-obra escrava para o trabalho do imi- grante, que foi adotado nas fazendas cafeeiras paulistas, 2. Complete as lacunas das frases com os termos que aparecem nos reténgulos. Nenhum termo pode ser repetido. industrializacéo estradas de ferro exportagao bardes do calé a) © ciclo do café proporcionou ao Brasil uma fase de modernizagao que se percebe pelas inumeras que ligavam as areas de cultivo com o Porto de Santos. b) A partir do século XIX 0 café passou a ser 0 produto de maior do Brasil ©) A economia cafeeira ampliou 0 povoamento do Brasil, surgindo cidades e vilas e também fez surgir uma nova elite rural, conhecida como . que de- tinham o poder econémico e politico do Brasil 4d) As exportagées de café geraram capitais que pas- saram a ser investidos na brasileira, diversificando as atividades econémicas do nosso pais. 3. Relacione as trés colunas, numerando a primeira e a terceira de acordo com as palavras da segunda. 2® Coluna 1 — industria de base 4® Coluna ( ) automéveis (_ ) remédios 2— industria de bens duraveis ( ) ago 3— industria de bens ndo-duraveis 38 Coluna () 6 aquela cujo produto vai ser usado por outras in- duistrias. () @ aquela que produz bens pereciveis, geralmente gé- neros de primeira necessidade. ( ) 6 aquela que produz mercadorias nao pereciveis para atender ao mercado consumidor. 4, Marque com um (X) a Unica alternativa errada entre as que estdo certas sobre a evolucao da industria bra- sileira. a)(__) Aprimeira fase da industrializagao brasileira ¢ ca- racterizada pela proibicao da instalagao de indistrias, a no ser aquelas que atendessem as necessidades inter- nas da colénia. b) (_) A segunda fase da industrializagao brasileira ca- racteriza-se pela instalagdo das indistrias, com a revo- ‘gacao do decreto de 1785 e com a adogao de uma série de medidas para proteger a produgao nacional contra a concorréncia estrangeira. ©) (__) A terceira fase da industrializacao brasileira ca- racteriza-se pela substituigao das importacées, acen- tuando 0 processo industrial através de capitais e mao- de-obra liberados pela crise do café e posteriormente pela implantagao das industrias de base. d)(" ) A quarta fase da industrializagao brasileira ca- racteriza-se pela nacionalizagéo da nossa economia, fechando as portas para o capital estrangeiro @ desen- volvendo os setores de bens de consumo. 5. Marque com um (X) a alternativa que completa corre- tamente as seguintes frases. a) Em fins do século XIX e inicio do século XX, com a ‘expansao da cultura cafeeira, 0 transporte ‘conheceu seu principal perfodo de desenvolvimento. ( ) rodovi ( ) ferroviario b) Com a criagao do DNER houve um certo desenvoivi- mento do transporte no Brasil. Mas 6 a partir de 1956, com o plano de metas de Juscelino Kubitschek, estimulando a instalagdo da industria auto- mobilistica no Brasil, que esse sistema de transporte passa a ser 0 mais utlizado no pais, tanto no transporte de passageiros como no de carga. (_ ) redoviario. () maritimo 1. Neste exercicio, fazemos algumas afirmagbes sobre ciclo do café no Brasil. Assinale (V) para as afirmagoes verdadeiras e (F) paras as falsas. a) (V) O cultivo do café na Baixada Fluminense, situada no Rio de Janeiro, era apoiada na mao-de-obra escrava. b) (V) Com a decadéncia da producao cafesira na Bai- xada‘Fluminense, So Paulo passou a ocupar a posi¢ad de maior produtor de Café do Brasil. c} (F) O solo de Massapé, encontrado em Sao Paulo e no Parana, foi o mais apropriado para o plantio do café. Comentario: é falsa, pois o solo apropriado é a terra roxa. 4) (V) A proibigao do trafico de escravos promoveu a transigao da mao-de-obra escrava para o trabalho do imigrante, que foi adotado nas fazendas cafeeiras pau- listas. 2. Complete as lacunas das frases com os termos que aparecem nos retangulos. Nenhum termo pode ser repetido. industrializagao estradas de ferro exportagao bares do café a) O ciclo do café proporcionau ao Brasil uma fase de modernizagao que se percebe pelas inumeras estradas de ferro_que ligavam as areas de cultivo com o Porto de Santos. ) A partir do século XIX 0 café passou a ser o produto de maior exportacao do Brasil ©) A economia cafeeira ampliou o povoamento do Brasil, surgindo cidades e vilas e também fez surgir uma nova elite rural, conhecida como _bardes do café , que de- tinham 0 poder econémico e politico do Brasil d) As exportagées de café geraram capitais que pas- saram a ser investidos na _industrializacao_ brasileira, diversificando as atividades econémicas do nosso pais. 3. Relacione as trés-colunas, numerando a primeira e a terceira de acordo com as palavras da segunda. 1" Coluna —-2® Coluna (2) automéveis 1 — industria de base (3) remédios 2— industria de bens duraveis (1) ago 3— industria de bens ndo-duraveis, 3 Coluna (1) @ aquela cujo produto vai ser usado por outras indéstrias (3 ) € aquela que produz bens pereciveis, geralmente géneros de primeira necessidade. (2) 6 aquela que produz mercadorias nao perédiveis para atender ao mercado consumidor. 4. Marque com um (X) a Gnica alternativa errada entre as que estao certas sobre a evolugdo da industria brasileira, a)(__) A primeira fase da industrializagao brasileira 6 ca- racterizada pela proibicao da instalagdo de indUstrias, a nao ser aquelas que atendessem as necessidades inter- nas da colénia. b) (_) A segunda fase da industrializacao brasileira ca- racteriza-se pela instalacdo das indistrias, com a revo- gagio do decreto de 1785 e com a adocao de uma série de medidas para proteger a produgao nacional contra a concorréncia estrangeira. ©) (_)A terceira fase da industrializagao brasileira ca- racteriza-se pela substituigéo das importagdes, acen- tuando 0 processo industrial através de capitais e mao- de-obra liberados pela crise do café e posteriormente pela implantagao das industrias de base. ¢) (X) A quarta fase da industrializacdo brasileira ca- racteriza-se pela nacionalizagao da nossa economia, fechando as portas para o capital estrangeiro e desen- volvendo os setores de bens de consumo. Comentari std errada porque essa fase é caracteri- zada pela internacionalizagao da economia brasileira, abrindo as portas, para o capital estrangeiro através de ‘empréstimos e da instalagao das multinacionais. 5. Marque com um (X) a alternativa que completa corre- tamente as seguintes frases. a) Em fins do século XIX e inicio do século XX, com a expansao da cultura cafeeira, o transporte conheceu seu principal periodo de desenvolvimento. (_ ) rodoviario (X) ferrovidrio ») Com a criagao do DNER houve um certo desenvolvi- mento do transporte no Brasil. Mas & a partir de 1956, com o plano de metas de Juscelino Kubitschek, estimulando a instalagao da indistria automobilistica no Brasil, que esse sistema de transporte passa a ser 0 ‘mais utiizado no pais, tanto no transporte de passagei- ros como no de carga. (X) redoviario ( ) ferroviario

You might also like