O menino acha um filhote de cachorro na rua e o leva para casa, mas a mãe não permite que fique. Apesar das súplicas do menino para ficar com seu novo amigo, a mãe insiste que ele leve o cachorro embora em dez minutos. No final, o menino vende o cachorro por dinheiro para mostrar à mãe que não precisa dela.
O menino acha um filhote de cachorro na rua e o leva para casa, mas a mãe não permite que fique. Apesar das súplicas do menino para ficar com seu novo amigo, a mãe insiste que ele leve o cachorro embora em dez minutos. No final, o menino vende o cachorro por dinheiro para mostrar à mãe que não precisa dela.
O menino acha um filhote de cachorro na rua e o leva para casa, mas a mãe não permite que fique. Apesar das súplicas do menino para ficar com seu novo amigo, a mãe insiste que ele leve o cachorro embora em dez minutos. No final, o menino vende o cachorro por dinheiro para mostrar à mãe que não precisa dela.
A me estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado,
arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distncia. Como a me no se voltasse para v-lo, deu uma corridinha em direo de seu quarto. Meu filho? gritou ela. O que respondeu, com o ar mais natural que lhe foi possvel. Que que voc est carregando a? Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabea? Sentindo-se perdido,tentou ainda ganhar tempo. Eu? Nada Est sim. Voc entrou carregando uma coisa. Pronto: estava descoberto. No adiantava negar o jeito era procurar comov-la.Veio caminhando desconsolado at a sala, mostrou me o que estava carregando: Olha a, mame: um filhote Seus olhos splices aguardavam a deciso. Um filhote? Onde que voc arranjou isso? Achei na rua. To bonitinho, no , mame? Sabia que no adiantava: ela j chamava o filhote de isso. Insistiu ainda: Deve estar com fome, olha s a carinha que ele faz. Trate de levar embora esse cachorro agora mesmo! Ah, mame j compondo uma cara de choro. Tem dez minutos para botar esse bicho na rua. J disse que no quero animais aqui em casa. Tanta coisa para cuidar, Deus me livre de ainda inventar uma amolao dessas. O menino tentou enxugar uma lgrima, no havia lgrima. Voltou para o quarto, emburrado: A gente tambm no tem nenhum direito nesta casa pensava. Um dia ainda fao um estrago louco. Meu nico amigo, enxotado desta maneira! Que diabo tambm, nesta casa tudo proibido! gritou, l do quarto, e ficou esperando a reao da me. Dez minutos repetiu ela, com firmeza. Todo mundo tem cachorro, s eu que no tenho. Voc no todo mundo. Tambm, de hoje em diante eu no estudo mais, no vou mais ao colgio, no fao mais nada. Veremos limitou-se a me, de novo distrada com a sua costura. A senhora ruim mesmo, no tem corao! Sua alma, sua palma. Conhecia bem a me, sabia que no haveria apelo: tinha dez minutos para brincar com seu novo amigo, e depois ao fim de dez minutos, a voz da me, inexorvel: Vamos, chega! Leva esse cachorro embora. Ah, mame, deixa! choramingou ainda: Meu melhor amigo, no tenho mais ningum nesta vida. E eu? Que bobagem essa, voc no tem sua me? Me e cachorro no a mesma coisa. Deixa de conversa: obedece sua me. Ele saiu, e seus olhos prometiam vingana. A me chegou a se preocupar: meninos nessa idade, uma injustia praticada e eles perdem a cabea, um recalque, complexos, essa coisa. Pronto, mame! E exibia-lhe uma nota de vinte e uma de dez: havia vendido seu melhor amigo por trinta dinheiros. Eu devia ter pedido cinqenta, tenho certeza que ele dava murmurou, pensativo.