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CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
TRANSFERÊNCIA DE CALOR NA
ENVOLVENTE DA EDIFICAÇÃO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................2
1.1 O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES ......................................2
1.2 DEFINIÇÕES ....................................................................................4
1.3 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ..................................5
1.3.1 Modelo de condução..................................................................5
1.3.2 Modelo de convecção ................................................................6
1.3.3 Modelo de radiação...................................................................6
1.4 BALANÇO ENERGÉTICO ...................................................................7
2 CONDUÇÃO ....................................................................................10
2.1 REGIME PERMANENTE ...................................................................10
2.2 ANALOGIA ELÉTRICA ....................................................................11
2.3 EQUAÇÃO DE DIFUSÃO DE CALOR .................................................15
2.4 DIFERENÇAS FINITAS ....................................................................17
3 CONVECÇÃO .................................................................................21
3.1 FORÇADA ......................................................................................25
3.2 NATURAL ......................................................................................26
3.3 CÂMARA DE AR VERTICAL NÃO VENTILADA ..................................28
4 RADIAÇÃO......................................................................................31
4.1 RADIAÇÃO EM UMA SUPERFÍCIE ....................................................31
4.2 RADIAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES .....................................................35
5 BIBLIOGRAFIA..............................................................................40
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – PPGEC/UFSC
www.ppgec.ufsc.br - posecv@ecv.ufsc.br
2
Fone: (48) 331 9370
1 INTRODUÇÃO
1.2 DEFINIÇÕES
O calor, por tanto, é uma grandeza física vetorial caracterizada pela intensidade e
orientação espacial (direção e sentido). A transferência de calor ocorre na direção do
gradiente de temperatura e no sentido decrescente da temperatura (de maior a menor
temperatura).
T1 > T2 T1 − T2
qcd´´ = λ (Lei de Fourier)
L
sólido qcd´´
λ: condutividade térmica [W/m·K]
L
Tsup > T∞
A taxa na qual a energia é liberada por unidade de área (W/m2) é conhecida também
como poder emissivo, que é previsto pela Lei de Steffan-Boltzmann onde Tsup deve
ser considerada em unidades absolutas (K) e σ é a constante de Steffan-Boltzmann
Es
Eg Ear
Ee Es Es
Eg
Ee – Es + Eg = Ear
Superficiais Volumétricas
EXEMPLO 1.1
Se ligarmos uma resistência aquecedora de 20 Ohms em
220 V por 10 min, dentro de um recipiente de 100 l com
água a 20 °C. Qual a temperatura final da água?
P=U·I U=R·I
U: Tensão elétrica, Voltagem [Volt]
I: Corrente elétrica [Ampère]
R: Resistência elétrica [Ohm]
Balanço energético:
m: massa [kg]
Ee – Es + Eg = Ear = m · c · ∆T = ρ · V · c · (Tf – Ti) ρ: densidade aparente [kg/m3]
V: Volume [m3]
c: calor específico [J/kg·K]
Ee = 0, Es = 0 T: Temperatura [ºC]
t: tempo [s]
Eg = P · t = ρ · V · c · (Tf – Ti)
2.400 · 600 = 1.000 · 0,1 · 1.000 · (Tf – 20) => Tf = 34,4 [ºC]
Eg = ρ · V · c · (Tf – Ti) ÷t
Eg ΔT dT
= P = m⋅c⋅ = m⋅c⋅
t t dt
1.5 EXERCICIOS
2 CONDUÇÃO
∂x
ou ∂ T = Cte ).
∂x
A Lei de Fourier estabelece que o calor transferido por condução (q) é diretamente
proporcional a área (A), a condutividade térmica do material (λ) e a diferença de
temperatura (∆T=T1-T2); e inversamente proporcional ao comprimento (ou espessura)
do material (L). A equação 2 resume esta lei para o caso unidirecional.
λ⋅A
q= ⋅ (T1 − T2 ) (2)
L
L
R= R: Resistência térmica [(m2 K)/W] (3)
λ⋅A
ΔT
q= (4)
R
T1
qx
T2
x
Figura 7 – Condução de calor na parede.
U ΔT
I= q=
Re Rt
Figura 8 – Analogia térmico-elétrica.
elétrico. As regras para calcular resistências térmicas equivalentes são as mesmas para
somar resistências elétricas em série e em paralelo (Figura 9).
Série Paralelo
R1
R1 R2
R2
n n
1 1 1 1
Req = ∑ Ri = R1 + R2 =∑ = +
i =1 Req i =1 Ri R1 R2
EXEMPLO 2.1
λ 1 = λ 2 = λ 4 = 1,15 [W/m K]
λ 3 = 1,00 [W/m K]
Prof = 1 [m]
0,1 0,1
R2 = = 4,35 [m2 K/W] e R3 = = 0,5 [m2 K/W]
1,15 ⋅ 0,02 1,00 ⋅ 0,2
1 1 1 1 1
= + = + => Req = 0,45 [m2 K/W]
Req R2 R3 4,35 0,5
0,02
R1 = R4 = = 0,079 [m2 K/W]
1,15 ⋅ (0,20 + 0,02)
ΔT 30 − 20
q' ' = = = 74,75 [W/m2]
A ⋅ Rt (0,20 + 0,02) ⋅ 0,61
1
Rconv = (5)
h
EXEMPLO 2.2
Dados:
L: 10 [cm] λ: 1 [W/m·K]
qcond
qconv_ext
(303 − T1 ) T − T2
+ 0,7 ⋅ 500 = 0,9 ⋅ σ ⋅ (T14 − 303 4 ) + 1
0,04 0,1
qrad_ext
Que resolvendo:
T1 = 38,3 [ºC]
T2 = 27,8 [ºC]
Como foi visto no exemplo 2.2, a análise de condução de calor visa o conhecimento
da distribuição de temperaturas em um componente. Uma vez que as temperaturas são
conhecidas, o fluxo de calor pode ser determinado pela lei de Fourier. A partir do
balanço energético, este capítulo apresenta a metodologia para determinar a equação
de difusão de calor unidimensional conforme o modelo mostrado na Figura 10. O
resultado é uma equação diferencial, dependente do tempo e posição, cuja solução
pode ser obtida a partir de duas condições de contorno e uma condição inicial.
ΔT dT
q dx
(x− )
−q dx
(x+ )
= m⋅c⋅
Δt
= m⋅c⋅
dt
(8)
2 2
dq dx dq dx dT
q ( x) − ⋅ − q( x) − ⋅ = ρ ⋅c ⋅ dx
dx 2 dx 2 dt
dq dx dT
− 2⋅ ⋅ = ρ ⋅c⋅ ⋅ dx
dx 2 dt
dq dT dT
− = ρ ⋅c⋅ com q = −λ
dx dt dx
⎛ dT ⎞
d⎜− λ ⋅ ⎟
⎝ dx ⎠ dT
− = ρ ⋅c⋅
dx dt
d 2T dT
λ⋅ 2
= ρ ⋅c⋅
dx dt
dT λ d 2T
= ⋅ Equação de difusão de calor (Fourier) (9)
dt ρ ⋅ c dx 2
dT d 2T λ
=α⋅ 2 α= difusividade térmica [m2/s]
dt dx ρ ⋅c
Observa-se que a pesar do fluxo de calor ser uma grandeza vetorial, ele pode ser
integrado na equação de difusão de calor como escalar, sendo que seu sentido é
definido pelo símbolo (positivo ou negativo) adotado na convenção.
dT d 2T
=α⋅ 2 => T(x,t)
dt dx
Preciso conhecer Preciso conhecer T
a distribuição de T(x,t0) T(0,t) em dois pontos de x
T para um T(L,t) o tempo todo
tempo t
CONDIÇÕES DE
CONDIÇÃO CONTORNO
INICIAL
Implícito Explícito
ρ ⋅ (Δx) 2 ⋅ c 1 λ ⋅ Δt
T20 − 2 ⋅ T30 + T40 = ⋅ (T3 − T30 ) com Fo =
λ ⋅ Δt ρ ⋅ (Δx) 2 ⋅ c
1
Fo ≤ (11)
2
2 ⋅ hext ⋅ Δt 2 ⋅ λ ⋅ Δt
⋅ (Text0 − T10 ) − ⋅ (T10 − T20 ) = T11 − T10
ρ ⋅ c ⋅ Δx ρ ⋅ c ⋅ (Δx) 2
⎛ h ⋅ Δt λ ⋅ Δt ⎞ 0 k ⋅ Δt hext ⋅ Δt
⎜⎜1 − 2 ⋅ ext − 2⋅ ⎟ ⋅ T1 + 2 ⋅
2 ⎟
⋅ T20 + 2 ⋅ ⋅ Text0 = T11
⎝ ρ ⋅ c ⋅ Δx ρ ⋅ c ⋅ ( Δx ) ⎠ ρ ⋅ c ⋅ ( Δx ) 2
ρ ⋅ c ⋅ ( Δx ) 2
hext ⋅ Δx hext ⋅ Δt
Com Bi = e Bi ⋅ Fo =
λ ρ ⋅ c ⋅ Δx
1 − 2 ⋅ Bi ⋅ Fo − 2 ⋅ Fo ≥ 0 (13)
A equação para calcular a temperatura superficial do lado direito (interno) pode ser
determinada por analogia com o caso da superfície esquerda.
2.5 EXERCÍCIOS
3 CONVECÇÃO
Neste capitulo será apresentado com mais detalhe o mecanismo de convecção para
descrever a transferência de calor entre uma superfície e um fluido em movimento
sobre a superfície.
V∞, T∞
q’’ As, Ts
T∞ ≠ Ts
X dx
Figura 13 – O problema de transferência por convecção.
Considerando que superfície está a uma temperatura mais alta que o fluído, a
densidade de fluxo de calor local pode ser calculada como
O fluxo de calor total na superfície pode ser calculado através da integração das
densidades locais em toda a superfície.
q = h ⋅ As ⋅ (Ts − T∞ ) (16)
1
h= ∫ h ⋅ dAs
As As
(17)
1
L ∫0
h= h ⋅ dx (18)
Densidade
Propriedades do fluído Viscosidade
Condutividade térmica
Independentes
Calor específico
Plana
Geometria da superfície
Cilíndrica
Laminar
Condição de escoamento Turbulento
V∞ T∞
δ(x)
δ(x)
δc
δt
Cinética Térmica
Sempre que exista uma diferença de temperatura entre a superfície e o fluido, existirá
uma camada limite térmica que indica quanto penetra a influência das condições
térmicas na superfície no escoamento do fluido. Da mesma forma que no caso
cinético, a camada que está em contato com a superfície adota a temperatura da
superfície e vai influenciar na temperatura das camadas adjacentes até uma distância
da superfície (y = δt) onde o efeito torna-se desprezível.
Para valores baixos de Rex as forças viscosas são suficientemente altas para impedir
que pequenos distúrbios no fluído tornem o escoamento turbulento. Por outro lado,
com o aumento de Rex, os efeitos de inércia começam a ter importância podendo
desenvolver uma condição de turbulência.
μ
xc = 5 ⋅ 105 (20)
ρ ⋅ V∞
3.1 FORÇADA
A partir de um método empírico em que uma placa plana é aquecida com uma
resistência elétrica para manter Ts>T∞ e controlando a velocidade de escoamento (V∞)
é possível definir que o número de Nusselt (que contem o coeficiente de convecção)
pode ser correlacionado como uma função do número de Reynolds e de Prandlt.
Para o fluxo laminar, os coeficientes de convecção local (hx) e médio ( h ) podem ser
estimados a partir das seguintes relações em função do Nusselt local (Nux) e Nusselt
médio ( Nu ).
1 1
Nu x = 0,332 ⋅ Re x 2 ⋅ Pr 3
(21)
1 1
Nu = 0,664 ⋅ Re x 2 ⋅ Pr 3
(22)
4 1
Nu x = 0,0296 ⋅ Re x 5 ⋅ Pr 3
(23)
Para a zona de transição (ou fluxo misto), o coeficiente de convecção médio pode ser
determinado a partir de:
4 1
Nu = (0,037 ⋅ Re x 5 − 871) ⋅ Pr 3
(24)
3.2 NATURAL
Nos casos de convecção natural (ou livre), a troca de calor também acontece entre
um sólido (superfície plana) e um fluido (ar), mas o movimento do fluido não é
forçado externamente por bombas, ventiladores mecânicos ou vento. As situações de
convecção natural são originadas por duas forças, o peso próprio do fluido (campo
gravitacional) e as forças devidas ao gradiente de densidade de massa no fluido
relacionado com sua variação de temperatura (Figura 16).
g
Ts T∞, ρ∞
Visto que as taxas de escoamento em convecção livre são geralmente menores que as
de convecção forçada, a taxa de transferência de calor entre a superfície e o fluído
também é menor. Isto se traduz em que a camada de ar próxima a superfície apresenta
uma interessante resistência térmica. Assim, nos sistemas construtivos de baixa
resistência térmica (5 cm de concreto => resistência térmica ≈ 0,04 m2 K/W), a
camada interna de ar pode fornecer uma resistência térmica maior (≈ 0,125 m2 K/W).
∂u ∂v ρ −ρ ∂u 2
u +v =g ∞ +υ 2 (25)
∂x ∂y ρ ∂ y
Em que as variações de velocidades em cada eixo (lado esquerdo) são iguais as forças
de empuxo em que o escoamento se desenvolve pelo gradiente de densidade de massa
(primeiro termo do lado direito) e as forças de viscosidade (segundo termo do lado
direito). Se considerarmos que o gradiente de densidade de massa é devido
exclusivamente às variações de temperatura, o primeiro termo do lado direito pode ser
relacionado com o coeficiente de expansão térmica volumétrica (β), que representa
a medida na qual a densidade de massa varia em resposta a uma variação de
temperatura para uma pressão constante.
1 ⎛ ∂ρ ⎞ 1 Δρ 1 ρ −ρ
β =− ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ ≈ − ⋅ ≈− ⋅ ∞ (26)
ρ ⎝ ∂p ⎠ p ρ ΔT ρ T∞ − T
g ⋅ β ⋅ ρ ⋅ (Ts − T∞ ) ⋅ L3
Gr = (27)
μ
Para esses casos, é considerado que os efeitos de convecção forçada são comparáveis
aos de convecção natural. Geralmente, os efeitos devem ser considerados em conjunto
quando
GrL
≈1
Re 2L
GrL
<< 1
Re 2L
GrL
>> 1
Re 2L
Para a geometria de placa plana, a maior parte dos cálculos de engenharia são
apropriadas as correlações empíricas da forma
h⋅L
Nu L = = C ⋅ RaLn
k
(28)
g ⋅ β ⋅ (Ts − T∞ ) ⋅ L3
RaL = GrL ⋅ Pr = (29)
υ ⋅α
Para uma placa plana colocada em posição vertical, as expressões empíricas estimadas
a partir da equação 28 são
Para uma placa em posição horizontal e com fluxo ascendente (Ts > T∞)
E para uma placa horizontal com escoamento descendente (Ts < T∞).
T1 T2
qt = h cv + cd ⋅ (T1 − T2 )
conv
qt
cond
kar
h cv + cd = h cv +
L
L
h cv + cd
kar
L
L (cm)
3.4 EXERCÍCIOS
4 RADIAÇÃO
vácuo
qrad liq
Tsup
Todo material que possua uma temperatura superficial positiva e maior que zero (na
escala Kelvin), estará emitindo radiação radiação independente do seu estado (sólido,
liquido ou gás). Mas o foco no estudo das edificações está nos materiais sólidos em
que a emissão de calor por radiação acontece nas moléculas que se encontram a uma
distância não superior a 1 μm da superfície. Este é o motivo pelo qual o fenômeno de
radiação é considerado um fenômeno superficial.
visível
Infravermelha
Ultravioleta Microonda
RADIAÇÃO TÉRMICA
Comprimento
[μm]
0,1 1 10 100
Emissão Irradiação
(E) (G)
Radiosidade (J = E + G·ρ)
Irradiação
refletida
O poder emissivo de um corpo negro (Eb) pode ser calculado segundo a Lei de Stefan-
Boltzmann , simplesmente conhecendo a temperatura superficial do corpo negro.
Eb = σ ⋅ T 4 (35)
Continuando com as superfícies reais, elas têm um poder de emissão que depende de
sua emissividade (ε). Isto é, a razão entre a radiação emitida pela superfície e a
radiação emitida por um corpo negro na mesma temperatura. A emissividade de
metais é significativamente menor se comparado com outros materiais de construção
opacos para uma temperatura de 300 K (Tabela 4)
ρ
α
τ
Irradiação
α λ + ρλ + τλ = 1 (36)
ελ = α λ (37)
As superfícies que seguem a relação 37 são conhecidas como superfícies cinza (ou
cinzentas). Uma convenção normalmente utilizada na área de desempenho térmico de
edificações é se referir exclusivamente à emissividade do material em ondas longas
(Infravermelho) e à sua absortividade no espectro de ondas curtas (radiação solar =
ultravioleta + visível).
No capítulo 4.1 foi explicado o fenômeno de radiação em uma única superfície. Nesta
parte será apresentado o problema de trocas de radiação entre duas ou mais
superfícies. Essa troca depende da forma, localização e orientação das superfícies,
assim como das suas propriedades radiantes (emissividade e absortividade) e sua
temperatura.
Ti Ai
nj
θi
ni dAj
R
θj
dAi
Tj Aj
1 cos θi ⋅ cos θ j
Ai ∫Ai ∫
Fij = ⋅ ⋅ dAi ⋅ dAj (38)
Aj π ⋅ R2
∑F
j =1
ij =1 conservação de radiação
EXEMPLO 4.1
N = 2 (superfícies)
O problema é definido através de N2 fatores de forma => N2 = 22 = 4 (F11 F12 F21 F22)
N ⋅ ( N − 1)
Porém, utilizando as relações, será necessário determinar diretamente
2
N ⋅ ( N − 1) 2 ⋅ (2 − 1)
= = 1 fator de forma
2 2
2
1
F11 = 0 (Côncava)
A1
A1 ⋅ F12 = A2 ⋅ F21 (Reciprocidade) => F21 =
A2
A1
F21 + F22 = 1 (Conservação radiação) => F22 = 1 −
A2
N
qi = ∑ Ai ⋅ Fij ⋅ σ ⋅ (Ti 4 − T j4 ) (40)
j =1
Porém, o conceito de corpo negro representa uma superfície radiante ideal que
dificilmente pode ser aplicado nas situações reais. Para isso, nas superfícies que não
são negras é necessário considerar o fenômeno de reflexão superficial. Esta análise
pode ser abordada a partir de uma superfície i que pertence a um ambiente convexo
(Figura 24). Sendo a temperatura, emissividade e área da superfície i é possível
calcular o fluxo térmico radiativo líquido nela.
3 j
j+1
2
N
1 Ti Ai εi
Definindo a taxa líquida como positiva quando a superfície emite radiação, o balanço
de energia radiante na superfície i pode ser representado como a diferença entre a
radiosidade (sai) e a irradiação (entra).
qi = Ai ⋅ ( J i − Gi ) (41)
A radiosidade (J) pode ser detalhada como a soma da emissão mais a irradiação
refletida.
J i = Ei + ρi ⋅ Gi (42)
Ei = ε ⋅ Ebi (43)
ρi = 1 − α i = 1 − ε i (44)
J i − ε ⋅ Ebi
Gi = (45)
1− ε
Ebi − J i
qi = (46)
(1 − ε ) / Ai ⋅ ε
Por outro lado, a taxa líquida na superficie i pode ser calculada a partir da troca de
radiosidade com o resto das superfícies considerando o fator de forma entre elas.
N
qi = ∑ Ai ⋅ Fij ⋅ ( J i − J j ) (47)
j =1
Ebi − J i N
= ∑ Ai ⋅ Fij ⋅ ( J i − J j ) (48)
(1 − ε ) / Ai ⋅ ε j =1
A equação 48 pode ser aplicada a cada uma das superfícies do ambiente e agrupadas
de forma matricial para cada radiosidade (J) e suas constantes (a e C) que intengram
os parâmetros conhecidos.
4.3 EXERCÍCIOS
Para reforçar os conceitos introduzidos sobre radiação, sugere-se que o aluno trabalhe
nos seguintes problemas do texto base (INCROPERA e DEWITT, 2003).
5 BIBLIOGRAFIA