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2 CORÍNTIOS
DO FUNDO DO CORAÇÃO
Não é fácil falar com a alma ou com o coração, Desde cedo, somos educados a
guardar os nossos sentimentos e emoções. Por exemplo, raramente admitimos as
nossas limitações e fracassos, principalmente de forma pública, pois corremos o risco
de sermos mal interpretados ou considerados fracos ou até incrédulos.
Neste aspecto, a igreja da atualidade não difere muito da igreja de Corinto, que exigia
discursos bem elaborados por um pregador que demonstrasse sabedoria e cultura
(1.12; 3.18-23; I Co 1.17-2.16).
O apóstolo Paulo dispunha desta qualificação, mas ao escrever II Coríntios, opta por
uma linguagem íntima que nasce da sinceridade de seus sentimentos, e pretende
identificar-se com os problemas emocionais de seus leitores.
A epístola
Em sua primeira epístola, Paulo abordou alguns problemas da comunidade de Corinto,
como: divisões, mau testemunho, problemas conjugais, idolatria etc. Acontece que
novas informações chegaram ao conhecimento do apóstolo, indicando que "falsos"
pregadores questionavam na comunidade a sua autoridade apostólica.
Ela guinda seu autor à altura dos maiores homens, dos maiores teólogos e dos
maiores santos da igreja em todos os tempos". Podemos dizer, portanto, que aqui, o
apóstolo Paulo abre a sua alma e fala do fundo do coração.
Acontece que, após a remessa da primeira carta, o apóstolo passou por adversidades.
Nesse tempo, enviou mensagens diferentes: ora defendendo-se de acusações, outras
vezes, solicitando doações para irmãos necessitados, ou compartilhando experiências,
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No texto principal, percebe- se que ele abre o seu coração e admite as suas
fraquezas. Tudo foi experimentado pelo amor ao Senhor e à sua causa. Como era do
conhecimento da comunidade, Paulo entregou-se (de corpo e alma) à obra
missionária, movido por uma visão celestial. E a sua dedicação levou-o a enfrentar
toda sorte de adversidade.
Eis uma preciosa lição para nós! Enquanto muitos pregam o sucesso e a prosperidade
como evidência "da bênção", o apóstolo admite as lutas e vitórias, mas também os
fracassos e derrotas, como sinal da presença constante do Senhor em seu ministério.
Ao conviver com provações, aflições ou tentações, devemos louvar a Deus e
perseverar firmes, pois haveremos de crescer na fé (Tg 1.2-4).
Os filhos de Deus são pessoas normais, finitas e limitadas, sempre carentes da graça
de Deus (Rm 3.23). Ao ouvir a experiência de um irmão, a igreja madura jamais
cederá à tentação de comentar ou divulgar o assunto com os outros, gerando fofocas
e desconfiança nas pessoas; mas, aprenderá a interceder e a crescer na fé.
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Como é visível na leitura do texto, a artimanha deste tipo de gente, geralmente, é feita
através de difamações, suspeitas e calúnias. O ministério de Paulo era conhecido dos
coríntios, e eles haveriam de distinguir entre os verdadeiros e os falsos missionários.
A igreja deve manter-se alerta e cautelosa quanto aos que, em nome de uma boa
causa, adentram à comunidade, com atraentes opções, mas que terminam por
prejudicar os líderes e, depois, toda a comunidade.
Por isto, ensina a epístola a buscarmos as motivações mais íntimas que nascem do
fundo do coração, porque "dele procedem as fontes da vida" (Pv 3.24).
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