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As crises do capitalismo no século XXI

O século XXI carrega uma característica da virada do século, a inevitabilidade da crise mundial,
às várias crises que precederam, deixando marcas de uma crise estrutural e global vá assumindo
novas dimensões. A referencia da crise aguda no nascedouro desse século determinada pelas
condições da economia mundial em curso hegemonizadas pelo EUA e da Troika (BCE -Banco
Central Europeu, FMI - Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia - é o órgão
executivo que defende os interesses gerais da União Europeia).

Podemos especificar algumas crises precedentes e consequências da bolha de 2007 nos EUA,
ocorridas no século XXI, na coexistência e dinâmica do capital financeiro da economia mundial
entre na busca de índices de crescimento econômico com percalços dessa trajetória como
estagnação baseados nas políticas de crescimento da produtividade e da capacidade de resposta
da produção nacional com a competitividade internacional.

- The Dot-com bubble (1995-2000) - Bolha das empresas de eletrônica NASDAQ.

- Real estate bubble - Inicio da bolha imobiliária americana (2000)

- Australian first home buyer (FHB) property bubble (2000 a 2010 os preços das casas não
pararam de crescer) - Bolha imobiliária Austrália

- British property bubble (até 2006) - Bolha imobiliária Grã-Bretanha

- Irish property bubble (até 2006) - Bolha imobiliária Irlanda

- United States housing bubble (até 2007) – Crise do sub-prime nos EUA

- Spanish property bubble (até 2006) - Bolha imobiliária Espanha

- China stock and property bubble (até 2007) - Bolha imobiliária e de ações China

- Romanian property bubble (até 2008) - Bolha imobiliária Roménia


- Uranium bubble of 2007 - Bolha do Urânio

- Commodity bubble (Até 2008) - Bolha das comodites.

- Crise europeia: Grécia, Portugal e Espanha (a partir de 2010)

Para entendermos melhor a questão é preciso saber que é nos mercados financeiros que os
empresários e diversos tipos de investidores "produtivos" encontram financiamento para
transformar ideias em negócios, possibilitando a inovação tecnológicas e outros tipos de
modernizações, ponto de partida para "destruição criadora" que caracteriza o funcionamento
capitalista, poderá imaginar-se a profunda perturbação operada na economia pelo terremoto que
percorre o sistema financeiro mundial.

Nesse contexto se desencadeou o que é considerada a maior crise do capital e a mais importante
em todos os tempos. O estopim ou a gota d'água foi a bolha imobiliária no EUA, uma bolha que
corresponde desde os meados da década de 90 do século passado, as crises sistêmicas que
tendem a acentuar o caráter agudo dessas crises do mundo globalizado e se designa aos períodos
mais críticos como "bolhas financeiras" ou simplesmente "bolhas".

A ocorrência dessas bolhas estão ligadas às praticas de natureza especulativas, porque a ação de
diversos agentes que operam os mercados financeiros visam maximizar os lucros nas sucessivas
operações de compra e venda em curto períodos, são aumentos muito rápidos do preço de um
ativo. A saber, o capital financeiro captura parcela da mais-valia produzida através de vários
instrumentos negociados no mercado financeiro, chamados de ativos financeiros. Esses ativos
podem ser ações de empresas, títulos de dívida pública ou privada, contratos de compra futura de
mercadorias (soja, café, minério etc) e moedas, e uma infinidade de derivativos (títulos derivados
de outros títulos) limitados apenas pela criatividade humana. Esses ativos, por si só, não
produzem riqueza e não rendem nada. Seu rendimento depende das atividades produtivas e da
capacidade das instituições financeiras capturarem a riqueza gerada pelo setor produtivo. Eles
são, portanto, uma promessa de rendimento.

A grande crise financeira imobiliária iniciada nos EUA em 2007 (crise sub-prime) e desencadeou
uma crise mundial com a quebra da bolsa em novembro de 2008, movida pela expansão e
contração das economias motivadas pelo crescimento excessivo do endividamento, teve sua
origem na conjunção política de crédito hipotecário muito facilitadas, com a direção tomada pelo
mercado de habitação no EUA, cujos preços mantiveram uma tendência crescente nos anos
anteriores à crise, indiferentes as oscilações dos índices da bolsa, até começarem a cair
vertiginosamente em 2006.

Se analisarmos uma breve cronologia da crise financeiro-imobiliária "americana" ou Bolha do


Sub-prime, verificamos que, muito antes de Agosto de 2007, já havia sinais evidentes de que
algo de muito errado estaria a acontecer. Contudo o jogo continuou até estourar a bolha.
2007
Fevereiro
(8) HSBC anuncia queda dos lucros devido ao aumento de provisões e 10 000 milhões USD para
créditos imobiliários duvidosos;

(27) Freddie Mac avisa que não continuará a comprar as hipotecas de risco mais elevado ou de
títulos feitos a partir destas hipotecas;

Abril
(2) O New Century Financial (segunda maior instituição subprime) despede metade dos
trabalhadores, ou seja, 3200.

Junho As agências de rating Standard and Poor's e a Moody's reclassificam para baixo 100
obrigações baseadas em hipotecas.

Bear Stearns, o 5º banco de investimento norte-americano, fecha dois fundos de investimento e


dois gestores são acusados de fraude.

Julho
A Standar and Poor's reclassifica em baixa 612 obrigações baseadas em hipotecas.

Agosto
Morgan Stanley alerta para a possibilidade duma crise na banca espanhola.
American Home Mortage, a 10ª instituição de crédito hipotecária, pede proteção ao abrigo lei
falências.

BNP Paribas suspende os pagamentos de 3 fundos de investimento, que tinham perdido 20% nas
duas semanas anteriores.

O BCE colocou no mercado monetário 95 000 milhões de euros e nos dias seguintes mais 108
000 milhões.

As autoridades americanas informaram publicamente que colocarão no mercado monetário a


liquidez que for necessário.
Setembro
Governo autoriza o Banco de Inglaterra a conceder crédito ao Northern Rock, o 5º banco de
crédito hipotecário.

Corrida aos depósitos no Northern Rock a primeira de 1866.


FED reduz a taxa de juro para 4,75 %.

Banco de Inglaterra vai colocar 10 000 milhões de libras no mercado monetário.

Outubro
UBS é o primeiro do grupo dos 5 maiores bancos mundiais a anunciar perdas devido ao
afundamento do mercado do crédito subprime nos EUA.

Novembro
Quatro cidades norueguesas entram em crise financeira com perdas equivalentes a 64 milhões de
coroas de obrigações criadas pelo Citigroup.

Dezembro
Bush apresenta plano para ajudar cerca de 1,2 milhões de famílias em dificuldades devido às
hipotecas.

A FED reduz a taxa de juro de 4,75 para 4,25%

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