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Área 1, Aula 1.
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho.
Ilustração da Via Láctea e seus quatro braços maiores - Perseu, Norma, Crux-
Scutum e Carina-Sagitário - e os braços menores de Órion e Cignus.
Fonte: http://www.apolo11.com/imagens/etc/via_lactea_bracos_small.jpg.
Introdução
Prezado aluno em nossa primeira aula, da primeira
área, vamos estudar o nosso lugar no Universo.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula vamos estudar a nossa localização no
Universo, ao final esperamos que você esteja apto a:
• identificar endereço da Terra no Universo;
• diferenciar um planeta de uma estrela;
• definir galáxia;
• identificar quantos sóis têm em nossa galáxia;
• estruturar o Universo em larga escala;
• localizar a nossa galáxia no Universo;
• conhecer a composição do Universo, partindo
do nosso planeta, chegando ao Sistema Solar, a
composição da Via Láctea, do Grupo Local, do
Superaglomerado Local e, finalmente o Universo
conhecido.
Resumo
O planeta Terra está localizado no Sistema Solar que,
juntamente com mais de 100 bilhões de estrelas, formam a
nossa galáxia, a Via Láctea. A nossa galáxia faz parte de um
pequeno aglomerado de galáxias chamado Grupo Local,
que por sua vez faz parte de uma região gigantesca em que
há maior condensação de galáxias e de aglomerados de
galáxias, chamado de Superaglomerado Local. Esse, por sua
vez, juntamente com os demais superaglomerados de
galáxias e de vazios, formam o Universo.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Ilustração do exoplaneta
Kepler-16 com seus dois
sóis. O planeta foi
descoberto pela missão
Kepler da NASA. Crédito:
NASA/JPL- Caltech.
Introdução
Prezado aluno, em nossa segunda aula, da segunda
área, vamos tratar das estrelas binárias. Primeiro devemos
ter o cuidado para saber diferenciar estrelas binárias reais
(duas estrelas próximas no céu que se encontram à mesma
distância da Terra, formando um sistema físico) e binárias
aparentes – ou estrelas duplas aparentes (duas estrelas
próximas no céu, porém, que se encontram a distâncias
diferentes da Terra, mas por projeção parecem duplas).
Mais de 50% das estrelas do céu compõem sistemas
com dois ou mais membros.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos de estrelas binárias e
esperamos que ao final você esteja apto a:
• definir o que é uma estrela binária;
• diferenciar os tipos de sistemas binários;
• calcular a massa das estrelas em sistemas
binários;
• entender a importância dos sistemas
binários para conhecer as massas das
estrelas.
Estrelas binárias
São duas estrelas próximas Figura 02.02.01: Sistema binário eclipsante Algol.
que estão praticamente à
mesma distância da Terra Um breve histórico das estrelas binárias
e formam um sistema
físico, orbitando Em 1783, John Goodricke viu a estrela Algol (β
mutuamente. Persei) diminuir seu brilho em mais de uma magnitude por
Estrelas binárias aparentes
algumas horas,e calculou seu período em 2d 20 h 49min.
Em 1804, William Herschel descobriu uma companheira
São duas estrelas que fraca da estrela Castor (a Geminorum) e, usando uma
parecem estar próximas medida que James Bradley havia feito em 1759, mediu o
no céu, mas estão a
distâncias diferentes da
período como sendo de 342 anos. Herschel foi o primeiro a
Terra e só parecem duplas estabelecer que se tratavam de corpos interagindo
pelo efeito da projeção. gravitacionalmente, isto é, de binárias físicas. Em 1827, Felix
Savary determinou, pela primeira vez, a órbita de uma
estrela binária, ao mostrar que ξ Ursae Majoris tinha uma
órbita elíptica, com um período de 60 anos. Em 1889,
Edward Charles Pickering e Antonia Caetana de Paiva
Área 2, Aula 2, p.2
Pereira Maury descobriram as binárias espectroscópicas,
Müller, Saraiva & Kepler
ao perceberem que a estrela Mizar A (ζ Ursae) apresentava
linhas duplas que variavam com um período de 104 dias.
Em 1908 Mizar B foi também detectada como uma binária
espectroscópica por Edwin Brant Frost 1866 – 1935) e
Friedrich Wilhelm Hans Ludendorff (1873 - 1941), com um
período de 175,6 dias.
- Binárias astrométricas
São assim classificadas quando um de seus
componentes é muito tênue para ser observado ao telescópio,
mas a sua detecção é obtida pelas ondulações no movimento
da companheira mais brilhante. (Exemplo na figura 02.02.07).
Tipos de Sistemas
Binários
-Visuais
-Astrométricos
-Espectroscópicos
- Eclipsantes
Três posições
características de um
sistema binário e o efeito
produzido no espectro
observado quando
como de uma linha de
visada paralela à
página, de baixo para Figura 02.02.08: Dois espectros de Mizar obtidos por Pickering em 27 de março
cima. e 5 de abril de 1887. Notar como a segunda linha (uma linha do cálcio)
aparece dupla no primeiro espectro e simples no segundo. Não se nota a
duplicidade da primeira linha (que é uma linha do hidrogênio) no primeiro
espectro porque a linha é muito forte.
- Binárias eclipsantes
São classificadas assim os sistemas em que uma estrela
eclipsa a outra, quando a órbita do sistema observado está
de perfil para o observador.
Confira uma bonita animação de eclipsantes,
disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrela_bin%C3%A1ria#Bin.
C3.A1rias_astrom.C3.A9tricas
a ( UA) = α ( " ) x r ( pc ) .
(r x α )3
(M 1 + M2 )=2 .
P
Para descobrir a massa de cada estrela é necessário
saber a distância r de cada estrela ao centro de massa do
sistema. Dessa forma teremos:
M1 r2
= .
M2 r1
3ª Lei de Kepler
O quadrado
Figura 02.02.11: Esquema do sistema binário visual de Sirius A e Sirius B.
do período
orbital (P)dos
planetas é a) Qual é a massa desse sistema?
diretamente
proporcional
( MA + MB ) 502 =
(7,50 " x 2,67 pc)
3
ao cubo de ,
sua distância
média (r)ao
8 030,03
Sol. (M A +M
=B ) = 3,21 M .
2 500
P2 = K.r 3
Um aumento na frequência
é chamado de
deslocamento para o azul;
Uma redução na
frequência é chamado de
deslocamento para o
vermelho.
Logo
2. π . a1 = v1 . P e 2. π . a2 = v2 . P e,
Área 2, Aula 2, p.8
Müller, Saraiva & Kepler
por definição de centro de massa:
M1 . a1 = M 2 . a2 .
a1 M2 v1
= = ,
a2 M 1 v2
M1 + M 2 (a / UA)3
= .
M (P / ano)2
Exemplo 2
Seja um sistema binário de período 17,5 dias (0,048
anos), e com velocidades v1 = 75 km/s, e v2 = 25 km/s. Qual é
a massa de cada estrela?
M 2 v1 75
= = =3 ⇒ M2 =3 M1 ,
M 1 v2 25
v1 + v2 = 75 + 25 = 100 km / h ⇒( a1 +a2 )=
100km / s x17,5dias
= 24.000.000 =km 0,16 UA.
2π
a3 0,163
(M 1 + M 2)= = = 1,78 M ,
P2 0,0482
mas como:
M 2 = 3 M1 → 4 M 1= (M 1+ M 2),
M 1= 0,44 M ,
M 2 = 1,33 M .
(M 1+ M 2)real (a1 + a2 )3 1
= = .
(M 1+ M 2)med (a1 + a2 )med sen3 i
3
Resumo
O estudo do movimento orbital mútuo das estrelas
em sistemas binários permite determinar as massas das
estrelas.
- Estrelas binárias reais são duas estrelas próximas no
céu que se encontram à mesma distância da Terra,
formando um sistema físico.
- Tipos de sistemas binários:
Binárias Visuais;
Binárias Astrométricas;
Binárias Espectroscópicas;
Binárias Eclipsantes.
- Efeito Doppler:
Devido ao movimento da fonte geradora da onda,
que se aproxima ou se afasta de quem observa, ocorre
uma alteração no comprimento de onda (ou na frequência
detectada).
Ao se aproximar a frequência aparente aumenta (o
comprimento de onda diminui), ao se afastar a frequência
aparente diminui (o comprimento de onda aumenta).
- Efeito Doppler com fontes luminosas:
Um aumento na frequência é chamado de
deslocamento para o azul;
Uma redução na frequência é chamado de
deslocamento para o vermelho.
Graças ao Efeito Doppler sabemos que as estrelas
que constituem um sistema binário têm velocidades distintas
que pelo efeito podem ser determinadas. Fazendo uso da
3ª Lei de Kepler podemos calcular as massas das estrelas
constituintes do sistema binário.
Área 2, Aula 2, p.10
Müller , Saraiva & Kepler
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
1. Quais seriam os períodos de revolução de
sistemas binários nos quais cada estrela tem a massa do Sol
e os semieixos maiores de suas órbitas relativas têm os
valores:
a) 1 UA?
b) 2 UA?
c) 20 UA?
d) 60 UA?
e) 100 UA?
2. Para cada item do problema anterior, a que
distância as duas estrelas pareceriam ter uma separação
angular de 1”?
a) 1 UA.
b) 2 UA.
c) 20 UA.
d) 60 UA.
e) 100 UA.
3. ξ Ursa Maior é um sistema binário cuja órbita tem
um semi-eixo maior de 2,5”. A paralaxe do sistema é 0,127”,
e o período é de 60 anos. Qual é a massa do sistema, em
massas solares?
Até a próxima aula!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa terceira aula, da
primeira área, vamos estudar o movimento anual do
Sol e as estações do ano.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos do movimento anual do Sol
e das estações do ano, e esperamos que ao final você
esteja apto a:
• explicar como a inclinação do eixo de
rotação da Terra em relação ao seu plano
orbital causa as estações do ano;
• definir eclíptica e descrever como
encontrar sua posição aproximada na
esfera celeste;
• definir equinócios e solstícios em termos do
movimento anual do sol na esfera celeste.
• descrever o movimento diurno do Sol nas
diferentes estações do ano em diferentes
latitudes;
• descrever a variação das posições de
nascimento e ocaso do Sol ao longo do
ano;
• definir insolação e comparar o seu valor em
diferentes lugares da Terra em diferentes
épocas do ano.
Equinócio Figura 01.03.02: O Sol em suas posições relativas à Terra ao longo do ano.
Em 21 de março e em 23 de setembro temos os equinócios e em 22 de
(latim) equi = igual junho e 22 de dezembro os solstícios.
+ nox = noite.
• Equinócio de Março (cerca de 21 março): Sol cruza
Solstício
o equador, indo do hemisfério sul celeste para o
(latim)Sol = Sol hemisfério norte celeste.
+ sticium = parado. o o dia claro e a noite duram 12 h em toda a
Terra ( nos polos o Sol fica no horizonte);
o no hemisfério sul (HS) é o equinócio de
outono; no hemisfério norte (HN) é o equinócio
de primavera.
*Declinação
Questão
Nascente e Poente do
Sol
Pontos do horizonte em
que o Sol nasce e se
põe. Somente nos
equinócios coincidem
com os pontos
cardeais leste e oeste.
São pontos de
intersecção do
horizonte com o Figura 01.03.05: Movimento diurno do Sol com as trajetórias indicadas em
equador celeste. períodos de equinócio (21 Mar, 23 Set) e de solstício (21 Jun e 21 Dez).
Insolação Solar
Figura 01.03.09: Vemos que devido á variação da altura máxima do Sol para
um lugar (causada pela inclinação da órbita) acontece uma variação da
área iluminada na superfície da Terra e, portanto, uma variação na
insolação.
Ano e Calendário
Resumo
Eclíptica: Movimento aparente do Sol.
Obliquidade da eclíptica: inclinação do eixo de
rotação da Terra em relação ao eixo perpendicular ao
plano orbital da Terra, 23o27’.
Movimento anual do Sol: movimento de translação
da Terra em torno do Sol.
Equinócio de Março ( ≈ 21/03), quando o Sol cruza o
equador, indo do HS para o HN, no HS é equinócio de
outono; no HN é equinócio de primavera.
Solstício de Junho ( ≈ 22/06), quando o Sol está na sua
declinação máxima para o norte, incide diretamente no
Trópico de Câncer, no HN é solstício de verão; no HS é
solstício de inverno.
Equinócio de Setembro ( ≈ 22/09), quando o Sol cruza
o equador indo do HN para o HS. No HS é equinócio de
primavera e no HN é equinócio de outono.
Solstício de Dezembro ( ≈ 22/12), quando o Sol está na
sua declinação máxima para o sul, incide diretamente no
Trópico de Capricórnio, no HS é solstício de verão e no HN é
solstício de inverno.
A altura máxima do Sol varia ao longo do ano.
Gnômon: haste vertical fincada no solo que ao ser
exposta ao Sol forma uma sombra de tamanho variável com
o passar das horas e dos dias do ano. Através das variações
dos tamanhos das sombras que nossos antepassados
determinaram as durações das estações (ano tropical).
O nascente e o poente do Sol variam ao longo do
ano.
Estações do ano: São causadas pela variação do
ângulo de incidência dos raios solares nas diferentes latitudes
da Terra com o passar do ano.
Círculos polares: linhas de latitudes +66,5o (norte) e
-66,5o (sul).
Em seus respectivos verões o Sol fica 24h acima do
horizonte nas latitudes mais ao norte do círculo Polar Norte e
mais ao sul do Círculo Polar Sul. Fica 24h abaixo do horizonte,
em seus respectivos invernos.
Área 1, Aula 3, p.10
Müller, Saraiva & Kepler
Insolação solar: Quantidade de energia por unidade
de área e de tempo que atinge a superfície da Terra num
determinado local.
Ez
I= .
A
A insolação é 66 % maior no verão do que no inverno
aqui em Porto Alegre.
Ano sideral: toma como referência as estrelas
distantes.
Ano tropical: toma como referência o ponto Áries
(equinócio de Março).
Ano bissexto: Instituído em 46 a.C. para corrigir o
tempo gasto para a Terra dar uma volta completa ao redor
do Sol, que era considerado 365,25 dias. A cada ano 0,25 dia,
a cada 4 anos um dia a mais no calendário.
Calendário Gregoriano: Utilizado por nós desde 1578.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
1. Observando o Sol se pôr no horizonte, ao longo do
ano, o que se nota a respeito do ponto onde ele se põe? Em
que ponto ele se põe nos equinócios?
2. Por que nós não vemos as mesmas estrelas no verão
e no inverno?
3. Qual a declinação do Sol nas seguintes datas:
a)equinócio de primavera e equinócio de outono no HS;
b)solstício de verão e solstício de inverno no HN;
4. Qual o dia mais longo do ano no HS e no HN?
5. Em que datas do ano o dia e a noite têm a mesma
duração em toda a Terra?
6. Que estação é, no HN, quando o Sol está
aumentando sua declinação (se afastando do equador)
para norte?
7. Nessa época no HS, os dias estão ficando mais
longos ou mais curtos?
8. Se num determinado lugar do hemisfério sul, ao
meio dia do solstício de verão, a direção do Sol forma um
ângulo de 10° com a direção do zênite, qual o ângulo entre
o equador e o zênite nesse lugar?
9. Em que lugares da Terra (em que latitude) o Sol
incide perpendicularmente ao meio-dia no solstício de verão
do HN? E no Solstício do HS?
10. Quantas vezes por ano o Sol passa no zênite, ao
meio dia, em lugares com latitude:
a) 0°;
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Foto da Lua.
Introdução
Prezado aluno, em nossa quarta aula, da
primeira área, vamos estudar a Lua, suas fases e os
eclipses lunares e solares.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos de fases da Lua e eclipses, e,
esperamos que ao final você esteja apto a:
• explicar por que a Lua passa por um ciclo de
fases;
• descrever as fases da Lua em termos de
posições relativas Sol-Terra na esfera celeste;
• relacionar as fases da Lua com a orientação
de sua porção iluminada em relação ao
horizonte e com a hora e posição no céu
em que é visível;
• diferenciar mês sinódico de mês sideral;
• descrever as condições necessárias para a
ocorrência de um eclipse solar e de um
eclipse lunar.
Mês Sideral
Tem duração de
aproximadamente 27,25
dias. Intervalo de tempo
que a Lua leva para
completar uma volta ao
redor da Terra em
relação a uma estrela. Figura 01.04.09: Esquema que ilustra o ângulo descrito pela Terra em um dia
solar, 0.986o.
Mês Sinódico
O período sinódico da Lua, com duração de
Tem duração aproximadamente 29,5 dias (variando entre 29,26 e 29,80
aproximada de 29,5 dias, dias), é, em média, 2,25 dias maior do que o período sideral
intervalo de tempo entre
da Lua porque nos 27,32 dias em que a Lua faz uma volta
duas fases iguais
consecutivas. completa em relação às estrelas (o período sideral da Lua), o
Sol de desloca [360°/(365,25 dias)] aproximadamente 27° (27
dias × 1°/dia) para leste e, portanto, é necessário mais 2 dias
[27°/(360°/27,32 dias)] para a Lua se deslocar estes 27° e estar
na mesma posição em relação ao Sol, que define a fase.
Sombra
Umbra + penumbra.
Eclipses do Sol
É extremamente
perigoso olhar o Sol
diretamente, após 15
segundos de exposição,
os olhos são
permanentemente
danificados sem
qualquer tipo de dor.
Figura 01.04.15: Registro de onde podem ser observados eclipses solares entre
1996 e 2020. As faixas azuis indicam as datas e os locais com latitude e
longitude em que os eclipses serão perceptíveis.
Eclipses da Lua
Área 1, Aula 4, p.10 Figura 01.04.16: Diagrama do eclipse lunar, a umbra da Terra, à distância em
Müller, Saraiva & Kepler que é cruzada pela Lua, tem um diâmetro de aproximadamente 2,5 vezes o
diâmetro da Lua.
Figura 01.04.17: As figuras representam a seção transversal da sombra na
Terra à distância da Lua. A região mais densa é a umbra, a região menos
densa a penumbra. (a) Quando a Lua cruza a sombra passando pela umbra,
o eclipse é total. (b) Quando a Lua cruza a sombra de maneira a que só
parte dela entre na umbra, o eclipse é parcial.
Simulador de eclipses.
Resumo
Principais movimentos da Lua: rotação, em torno de
seu próprio eixo; revolução, em torno da Terra, translação em
torno do Sol e libração, movimentos laterais que expõem
pequenas frações da face mais distante da Lua.
Fase da Lua: É a porção que vemos iluminada da Lua.
Pode ser definida em termos de números de dias e em
termos de fração iluminada da face visível.
Fases principais da Lua: Nova, Quarto Crescente,
Cheia e Quarto Minguante.
Mês sinódico: Duração aproximada de 29,5 dias,
intervalo de tempo entre duas fases iguais consecutivas.
Mês sideral: Duração de aproximadamente 27,25
dias. Intervalo de tempo que a Lua leva para completar uma
volta ao redor da Terra em relação a uma estrela.
Dia lunar: Duração de 24 h e 48 min.
Eclipse: Ocorre quando um corpo entra na sombra
do outro.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas
com os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Simulação do movimento
aparente dos planetas
produzido em um planetário.
Os “laços” formados indicam o
movimento retrógado dos
referidos planetas.
Introdução
Prezado aluno, em nossa quinta aula, da
primeira área, vamos estudar o movimento anual do Sol
e as estações do ano.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos do movimento dos planetas
e do modelo heliocêntrico de Copérnico, e esperamos que
ao final você esteja apto a:
• explicar como a observação do movimento
dos planetas levou à ideia do sistema
heliocêntrico;
• explicar as diferenças e similaridades entre
os modelos ptolomaico e copernicano;
• entender o que é elongação de um planeta
e definir as configurações planetárias em
termos de elongação;
• aplicar o método de Copérnico para
calcular as distâncias dos planetas.
O Modelo heliocêntrico
Sistema Copernicano
Sistema heliocêntrico
proposto por Copérnico:
os planetas orbitam o Sol
em órbitas circulares.
A velocidade orbital
decresce com o aumento
do raio da órbita.
Figura 01.05.05: Nicolau Copérnico (1473-1543) foi um astrônomo polonês com
grande inclinação para a matemática. Estudando na Itália, ele leu sobre a
hipótese heliocêntrica proposta (e não aceita) por Aristarco
(aproximadamente 300 a.C.), e achou que o Sol no centro do Universo era
muito mais razoável do que a Terra. Copérnico registrou suas ideias num livro -
De Revolutionibus - publicado no ano de sua morte.
Planetas inferiores:
Planetas inferiores,
também chamados Figura 01.05.09: Fotografia de Vênus e Mercúrio, planetas interiores.
interiores: (Fonte: http://luminescencias.blogspot.com/2004/05/trnsito-de-vnus.html).
Planetas superiores:
São os planetas que têm órbitas maiores do que a da
Terra (figura 01.05.10). Podem estar a qualquer distância
angular do Sol, podendo ser observados no meio da noite.
Planetas superiores,
também chamados
exteriores:
-apresentam órbitas
maiores que a da Terra:
Marte, Júpiter, Saturno,
Urano, Netuno e Plutão
(o planeta anão). Figura 01.05.10: Planetas exteriores, na ordem da esquerda para a direita:
Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e o planeta anão Plutão.
(Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_k8uhybS0880/SxV-
vVkO7QI/AAAAAAAAAD0/zPrRtj66PE4/s1600/noix.jpg).
Configurações Planetárias
Elongação
Área 1, Aula 5, p.6 Figura 01.05.12: Posições relativas Sol-Terra-planeta nas quatro configurações
Müller, Saraiva & Kepler principais de um planeta inferior.
• conjunção inferior: o planeta está na mesma direção
do Sol (e = 0), e mais próximo da Terra do que o Sol.
• conjunção superior: o planeta está na mesma direção
do Sol (e = 0), e mais longe da Terra do que o Sol.
• máxima elongação ocidental: o planeta está a oeste
do Sol (nasce e se põe antes do Sol). É visível ao
amanhecer, no lado leste.
o
em (Mercúrio) 28
= = ; e m (Vênus) 48o ,(onde em é elongação máxima);
o
em (Mercúrio) 28
= = ; em (Vênus) 48o ;
Período de translação do
planeta em torno do Sol Período sideral (P)
em relação a uma estrela
fixa.
É o período real de translação do planeta em torno
do Sol, em relação a uma estrela fixa.
Uma simulação de movimento orbital de dois planetas
é referida na figura 01.05.14.
1 1 1
= − .
S Pi Pe
Exemplos:
1. Marte leva 780 dias para ficar em oposição duas
vezes consecutivas (período sinódico S = 780 dias ), qual é o
período sideral orbital ( Pe ) de Marte?
Usamos a relação :
1 1 1
= − ,
S Pi Pe
=S 780
= dias / 365,25 ( dias / ano ) 2,14 anos,
Portanto:
d( Planeta − Sol ) = sen em x1UA.
1 UA (unidade
astronômica) No caso de Mercúrio,
1 UA = Distância média
d(Sol-Mercúrio) = sen 28° × 1 UA = 0,46 UA.
Terra-Sol
Devido à alta excentricidade da órbita de Mercúrio
≈150 000 000 km .
(0,206), a elongação máxima varia de 23° a 28°, e a distância
de 0,39 UA a 0,46 UA.
Distâncias dos planetas superiores
Netuno - - 30,1
Modelo geocêntrico:
o movimento retrógrado era explicado pela inversão
do sentido do movimento do planeta ao percorrer a parte do
epiciclo interior ao deferente.
Modelo heliocêntrico:
explicava o movimento retrógrado pela aparente
mudança de sentido do movimento do planeta ao ser
“ultrapassado” pela Terra.
Período sideral:
período de translação do planeta em torno do Sol em
relação a uma estrela fixa.
Planetas inferiores:
estão mais próximos do Sol do que a Terra: Mercúrio e
Vênus.
Planetas superiores:
estão mais distantes do Sol do que a Terra: Marte,
Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão (planeta anão).
1 1 1
= − , onde : Sé operíodo sinódico.
S Pi Pe
b) na conjunção inferior?
c) na conjunção superior?
d) na quadratura?
b) Mercúrio?
c) Marte?
d) Júpiter?
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa sexta aula, da primeira
área, vamos estudar o movimento dos planetas e o
modelo de Kepler.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos do movimento dos planetas
e do modelo de Kepler e, ao final, esperamos que você
esteja apto a:
• listar as principais contribuições de Tycho
Brahe, Kepler e Galileu à fundamentação
da teoria heliocêntrica;
• descrever as Leis de Kepler do movimento
planetário e aplicá-las na resolução de
problemas;
• listar as principais propriedades das elipses e
aplicá-las na resolução de problemas.
Quais as colaborações de
Tycho Brahe, de Kepler e de
Galileo para as explicações
dos movimentos dos
planetas ?
Movimento dos Planetas
Órbitas elípticas
Os planetas
descrevem órbitas
elípticas de baixa
excentricidade ao
redor do Sol. Figura 01.06.05:
O Sol ocupa um dos Embora as órbitas dos planetas sejam elipses, as elipticidades são tão
focos dessa elipse. pequenas que elas se parecem com círculos. Nestas figuras mostramos as
elipses que descrevem as órbitas de Marte (esquerda) e Plutão (direita) em
torno do Sol, na forma correta. A órbita de Plutão tem grande excentricidade,
comum entre os asteróides do sistema solar.
Excentricidade
É um parâmetro
relacionado ao grau de
alongamento da elipse.
É definido como a
distância entre os dois
focos dividido pelo eixo Figura 01.06.06: Elementos de uma elipse: a é o semieixo maior, b é o
maior da elipse, semieixo menor, F e F´são os focos, c é a distância de cada foco ao centro
2c da elipse. P é um ponto qualquer da elipse.
e= .
2a (fonte: http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/aula_tykega.htm).
F P + F' P = constante = 2a
c a2 − b 2
e= = .
a a2
Periélio
RP = a − c = a − a.e = a(1− e)
As Leis de Kepler
P 2 = a3 .
Resumo
Tycho Brahe
Grande astrônomo observacional, fez observações
sobre o movimento dos planetas e coletou dados,
principalmente de Marte. A precisão de suas medidas era
extremamente elevada para a época. Seus dados foram
usados por Kepler.
Johannes Kepler
Auxiliou Tycho Brahe na análise dos dados dos
movimentos de planetas, com a morte deste “herdou” seus
dados e continuou os estudos concluindo o que hoje
chamamos de Leis de Kepler:
2ª Lei:
A reta que une o planeta ao Sol varre áreas iguais em
tempos iguais.
Logo a velocidade orbital do planeta não é constante
em módulo ao redor do Sol.
Vafélio < vperiélio.
3ª Lei:
P2 α a3 ,
onde P = período orbital do planeta
=e a distância média planeta − Sol.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas
com os demais colegas.
Bom trabalho!
1. Qual a maior importância de Tycho Brahe na
Astronomia?
2. Suponha que você tem um barbante de 1m de
comprimento, cujas extremidades estão presas a duas
tachinhas. Fixando as tachinhas em uma superfície e puxando
o fio com um lápis você pode desenhar uma elipse.
a) Qual será o semieixo maior dessa elipse?
b) Qual a separação entre as tachinhas para desenhar
uma elipse com excentricidade 0,1?
c) Nesse caso, qual será o tamanho do semi-eixo menor
da elipse?
d) Qual será a menor distância de um ponto da elipse
a um dos focos?
e) Qual será a maior distância de um ponto da elipse a
um dos focos?
Área 1, Aula 6, p.10
Müller, Saraiva & Kepler
3. Descreva as três Leis de Kepler do movimento
planetário. Garanta que entende bem o significado de cada
termo da 3ª Lei.
4. Em que sistema de unidades a constante "K" da 3ª
Lei de Kepler vale 1?
5. Como Galileu contribuiu para consolidar o modelo
copernicano?
6. Por que o fato de Vênus passar por um ciclo de fases
é uma prova de que Vênus orbita o Sol, e não a Terra?
7. O asteróide Ícaro tem uma órbita elíptica cujo afélio
está a 1,969 UA do Sol, e o periélio a 0,187 UA. Encontre o
semieixo maior e a excentricidade da órbita de Ícaro e o seu
período sideral.
8. O período de Phobos, satélite de Marte, é 0,3189
dias, e o semieixo maior de sua órbita é 9.370 km. Compare
esses valores com os parâmetros da órbita da Lua em torno
da Terra para determinar a massa de Marte, em massas
terrestres.
9. Ganimede, o maior satélite de Júpiter, tem uma
distância média ao planeta de 1.070.000 km, e um período
orbital de 7,15 dias. Calisto, outro satélite, tem uma distância
média ao planeta de 1.883.000 km, e um período orbital de
16,69 dias.
a) Europa é outro satélite de Júpiter, e se encontra a
670.900 km do planeta. Qual o seu período?
b) Quanto vale a constante da terceira lei de Kepler
para o sistema de Júpiter e seus satélites?
c) Compare o valor dessa constante com o valor da
constante para o sistema de Sol e seus planetas. Qual a
massa de Júpiter em massas solares?
17. Miranda, uma lua de Urano, orbita o planeta em
1,4 dias a uma distância média de 128.000 km. Determine a
massa de Urano de três maneiras:
a) em massas terrestres, comparando o movimento de
Miranda em torno de Urano com o movimento da Lua em
torno da Terra (P(Lua) = 27,32 dias; a(Lua) = 384.000 km).
b) em massas solares, comparando o movimento de
Miranda em torno de Urano com o movimento da Terra em
torno do Sol (P(Terra) = 1 ano = 365,25 dias; a(Terra)= 1 UA =
150 x 106 km ).
c) em kg, usando todas as grandezas no SI
(G=6,673×10 −11 m3 kg−1 s-2).
11. Um planeta hipotético tem três luas, A, B e C. As
massas das luas são desprezáveis frente à massa do planeta.
A tabela abaixo apresenta, na segunda coluna, as distâncias
médias das luas ao planeta, em km, e na terceira coluna, os e
seus períodos orbitais, em dias.
A 1 x 105 1
B 4 x 105 8
C 9 x 105 27
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa sétima aula, da
primeira área, vamos tratar da gravitação,
relacionando as Leis de Newton com as generalizações
das Leis de Kepler.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos de gravitação relacionada
com as Leis de Kepler, e esperamos que ao final você esteja
aptos a:
• descrever a Lei da Gravitação Universal de
Newton e explicar como ela fundamenta as
Leis de Kepler;
• explicar como a 3ª Lei de Kepler na
formulação de Newton permite determinar as
massas de corpos astronômicos;
• verificar que a energia do sistema determina
o tipo de órbita que ele segue e permite
calcular a velocidade em qualquer ponto da
órbita;
• aplicar esses conceitos na resolução de
problemas.
P2 = K r 3 ,
A força gravitacional
faz com que os
planetas se movam em
órbitas elípticas.
Sob atração
gravitacional, corpos
que não têm órbitas
fechadas terão órbitas
parabólicas ou Figura 01.07.02: Seções cônicas e equação da elipse.
hiperbólicas.
Todas as seções cônicas podem ser descritas pela
equação da elipse, dependendo dos valores que seus
elementos podem assumir:
L= rxp
onde as grandezas vetoriais estão representadas em negrito e
o produto vetorial (×) é tal que o vetor resultante é
perpendicular ao plano definido pelos dois vetores envolvidos
Lembre que para fins de na operação, e tem módulo igual ao produto dos módulos
apresentação neste
dos dois vetores pelo seno do ângulo entre eles.
texto, as grandezas
vetoriais estão
representadas em Ou seja, se o ângulo entre r e v é α, então:
negrito.
L = r m v sen α.
Se r e v são paralelos, r xv = 0.
Figura 01.07.03: A área descrita pela linha reta (r) unindo o ponto P a F,
quando ele se desloca até Q, é aproximadamente (para um intervalo de
tempo pequeno) igual à área de um triângulo de base rΔθ e altura r.
= 1 2 r ∆θ .
∆A
Em um tempo Δt:
L = r×mv → L = r mvt.
A = πab,
o momentum angular por unidade de massa é:
h= 2πab/P.
m1v12
F1 = ,
r1
Área 1, Aula 7, p.6 e
Müller, Saraiva & Kepler
m2 v22
F2 = .
r2
2π r1 4π 2 r12
v=1 ⇒ v12= ,
P P2
Gm1 m2 m1 v12 4 π 2 m1 r1
F=1 F2= FG= = = ,
( r1 + r2 ) r1
2
P2
3ª Lei de Kepler
Modificada por e
Newton:
M.P2/a3 = constante. Gm1 m2 m2 v22 4π 2 m2 r2
= = .
( r1 + r2 ) r2
2
P2
G(m1 + m2 ) 4π 2 (r1 + r2 )
= ,
(r1 + r2 )2 P2
ou:
4π 2
( r1 + r2 ) .
3
=P2
G ( m1 + m2 )
( )
3
4 ( 3,14 ) x 1,5 x1011 m
2
Exemplo 2:
Deimos, o menor dos dois satélites de Marte, tem
período sideral de 1,262 dias e uma distância média ao centro
de Marte de 23.500 km. Qual a massa de Marte?
Podemos resolver este problema de diversas maneiras.
Aqui vamos mostrar algumas delas.
a) Calculando a massa de Marte diretamente em
massas terrestres. (Vamos usar a notação: Marte = Ma; Deimos
= D; Terra = ⊕ e Lua = L).
I - Uma maneira de resolver o problema é comparando
os parâmetros da órbita de Deimos em torno de Marte com os
parâmetros da órbita da Lua em torno da Terra, sem introduzir
o valor da constante.
Desprezando a massa de Deimos e da Lua frente às
massas de seus respectivos planetas, podemos escrever:
MMaKMa = M⊕ K⊕ , sendo KMa = (PD)2/(aD)3
e K⊕ = (PL)2/(aL)3
Então:
MMa ( PL ) / (aL ) PL
23 2 3
aD
= = ,
M⊕ (PD )2 / (aD )3 PD aL
sabendo que:
PL = 27, 32 dias,
PD = 1, 262 dias,
aL = 384.000 km e
aD = 23.500 km.
Então:
2 3
MMa (P⊕ )2 / (a⊕ )3 P⊕ aD
= = .
M (PD )2 / (aD )3 PD a⊕
Sabendo que:
P⊕ = 365, 25 dias,
PD = 1, 262 dias,
a⊕ = 1, 5×108 km = 1 UA e
aD = 2, 35×104 km.
Temos:
2 3
MMa 365,25 dias 2,35 x104 km −7
= = 3,2 x10 .
M 1,262 dias 1,5 x108 km
4π 2 a 3
Mma + mD ≅ MMa = D2 .
G PD
Temos:
(1,57x10 )
3
−4
=MMa M
= ⇒ MMa 3,2 x10 −7 M .
(3,46 x10 −3 )2
(0,1UA)3 0,001
2=
M ⇒P
= = 0,22 anos.
P2 2
Equação da Energia
Vamos considerar um sistema de dois corpos
interagindo gravitacionalmente, onde
Sendo:
ECB - ECA
onde EC = energia cinética.
Por outro lado, como a força que está atuando é a
força gravitacional entre dois corpos m1 e m2, temos que:
EA =EB = constante.
Sabendo que a energia total se conserva nesse
sistema,
Energia total=1/2(m1v12)+1/2(m2v22)-Gm1m2/r =
constante.
Da conservação do momentum linear total:
m1v1= m2v2 (onde consideramos momentum linear total
= 0).
Então:
v2 =
G(m1 + m2 ) (2 / r ) − (1/ a) .
Velocidade circular
Na órbita circular a ≡ r , e substituindo na equação da
velocidade temos:
v²circ = G (m1+m2)[2/r - 1/r] = G (m1+m2)/r ⇒
vcirc
= G(m1 + m2 )/ r.
vcirc = (GM/r)1/2.
Velocidade de Escape
Da equação de velocidade se pode deduzir
facilmente a velocidade de escape do sistema, que
representa a velocidade mínima para que o corpo escape da
atração gravitacional do sistema.
vesc
= 2G(m1 + m2 )/ r
Como
v2 =
G(m1 + m2 ) (2 / r ) − (1/ a) ,
temos:
1/3
P2 GMT
=a = 2 42.172 km.
4π
Como o raio da Terra é RT = 6.370 km, então a altura
será (a - RT)= 42.172 km – 6.370 km = 35.800 km.
O a da órbita da nave é
rp + rA
=a = 1,26 UA,
2
e, portanto seu período é:
4π 2
=P2 = .a3 → P 1,41anos.
G(M + mn )
2 1
=v µ − ,
r a
Resumo
Newton mostrou que a mesma força que provoca a
queda dos corpos na Terra faz com que a Lua gire em torno
da Terra e os planetas em torno do Sol; as mesmas leis que
determinam os movimentos dos corpos na Terra também
governam os movimentos dos corpos celestes.
A Lei da Gravitação Universal afirma que dois corpos
quaisquer se atraem com uma força diretamente
proporcional ao produto de suas massas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre eles.
GMm
F= .
r2
1/2(m1v12)+1/2(m2v22)-Gm1m2/r = -Gm1m2/2a.
v2 =
G(m1 + m2 ) 2 / r − 1/ a .
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
1. Escreva, em suas próprias palavras, as três leis de
Kepler na forma generalizada.
2. Que tipo de curva corresponde a uma seção
cônica com:
a) 0 < e < 1?
b) e = 1?
c) e= 0?
d) a =∞?
e)1 < a < ∞?
3. Que princípio físico está por trás da segunda lei de
Kepler? Prove que dA/dt = constante no movimento orbital de
um planeta em torno do Sol.
4. Qual a diferença principal entre a 3ª Lei de Kepler
na forma original e na forma derivada por Newton? Qual a
principal aplicação da 1ª Lei de Kepler na forma derivada por
Newton?
5. Podemos escrever a terceira lei de Kepler na forma:
(M+m).K = constante, onde K= P²/a³. Quanto vale essa
constante? Em que sistemas de unidade ela se reduz a 1?
6. Mostre como a 3ª Lei de Kepler pode ser deduzida a
partir da lei da Gravitação Universal e do conceito de
aceleração centrípeta. Suponha órbita circular. Em que
sistemas de unidades essa constante se reduz a 1?
7. Sendo K(Sol) a razão entre P² e a³ para o movimento
de qualquer planeta em torno do Sol, quanto vale K(Sol), em
dias²/km³? e em anos²/UA³? (Use os valores de "P" e "a" da
Área 1, Aula 7, p.18
Terra, que deves saber de cor).
Müller, Saraiva & Kepler
8. Mostre que a energia total no movimento orbital vale
-G(M+m)/2a, e que se a energia total no movimento orbital for
negativa, nula e positiva, teremos, respectivamente, elipse,
parábola e hipérbole.
9. A partir da equação da velocidade, deduza a
equação da velocidade circular e da velocidade de escape.
10. Um satélite é lançado a 300 km de altura da
superfície da Terra, com velocidade paralela à superfície.
a) Qual o valor de sua velocidade para descrever uma
órbita circular?
b) E para descrever uma órbita parabólica?
c) E para descrever uma órbita elíptica com
excentricidade 0,05 e perigeu no ponto de lançamento?
11. Considere um cometa com uma distância no afélio
de 5 x 104 UA e uma excentricidade orbital de 0,995.
a) Qual é a distância do cometa ao sol no periélio?
b) Qual o seu período orbital?
c) Quais suas velocidades no periélio e no afélio?
d) Quanto vale o momentum angular orbital do
cometa?
12. A partir da 2a Lei de Kepler, prove que o momentum
angular de um planeta vale:
2π ab
h= .
P
2π a (1− e)
1/2
vaf = ,
P(1+ e)1/2
2π a(1+ e)1/2
vper = .
P(1− e)1/2
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
A Lua e o mar.
Introdução
Prezado aluno, em nossa oitava aula, da
primeira área, vamos estudar as forças gravitacionais
diferenciais, marés e precessão.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula trataremos de forças gravitacionais
diferenciais, marés e precessão, e esperamos que ao final
você esteja apto a:
• entender o que são forças gravitacionais
diferenciais, os fatores determinantes para
seu aparecimento e qual o seu efeito nos
corpos que as sofrem;
• explicar os fenômenos das marés e da
precessão do eixo da Terra em termos de
forças gravitacionais diferenciais;
• explicar a relação entre as fases da Lua e as
variações das marés na Terra.
∆F = F2 − F1 ,
sendo:
GMm1
F1 = ,
(r − R)2
e
GMm2
F2 = .
r2
Então:
m1 m
F1 − F2 GM
= 2
− 22 .
(r − R) r
2R R2
para r >> R, 2r − R ≅ 2r , e 1 − + ≅ 1.
r r
2GMm
∆F= R.
r3
Força diferencial
Podemos chegar a esse mesmo resultado tomando a
derivada da Lei de Gravitação Universal:
2GMm
∆F= R.
r3
GMm
F= − ,
r2
então:
dF 2GMm
= ,
dr r3
2GMm
dF = dr.
r3
Em relação ao centro da
Terra, um lado está
sendo puxado no sentido
da Lua e o outro lado
está sendo puxado no
sentido contrário.
A água se a acumula
nesses dois lados opostos
da Terra.
Figura 01.08.04: Simulação das marés devido à Lua. Figura da Terra e da Lua
fora de escala.
As marés
Enquanto a Terra gira no seu movimento diário, o bojo
Seguem o dia lunar,
que tem duração
de água continua sempre apontando aproximadamente na
de 24 h 48 min. Em direção da Lua. Em um certo momento, um certo ponto da
um dia lunar Terra estará com a Lua aproximadamente no zênite, e terá
acontecem duas maré alta. Aproximadamente seis horas mais tarde
marés altas
(separadas de
(6 h 12 min), a rotação da Terra terá levado esse ponto a 90°
aproximadamente da Lua, e ele terá maré baixa. Dali a mais seis horas e doze
12 h 24 min), no minutos, o mesmo ponto estará a 180° da Lua, e terá maré
mesmo ponto da alta novamente. Portanto, as marés altas acontecem duas
Terra.
vezes a cada 24 h 48 min (que é a duração do dia lunar),
separadas de aproximadamente 12 h 24 min, no mesmo
ponto da Terra.
2GMm
∆F= R.
r3
3
dF M dL 2 x1030 kg 384 x103 km
= = = 0,46.
dFL ML d 7,35 x1022 kg 1496 x105
Maré
Portanto, embora a massa do Sol seja muito maior do
A maré provocada pelo que a da Lua, por ele estar também muito mais distante, a
Sol tem um efeito inferior a maré provocada pelo Sol tem menos da metade do efeito da
menos da metade do
provocada pela Lua.
efeito provocado pela
Lua.
e
hL = (daL ⁄ g)RT ,
MT
g
= = 9,81N / kg,
RT
daL = 2 G ML RT ⁄ dT3− L .
Obtemos:
hL = 0,72 m
2GMTerra mpartícula
dF(T → L) = RLua ,
dL3− T
2GMLua mpartícula
dF(L → T ) = RTerra ,
dL3− T
MTera RLua
dF(T → L) = dF(L → T ) 20 dF(L → T ) .
MLua RTerra
Lembre que a força de Ou seja, a força de maré na Lua provocada pela Terra
maré na Lua é aproximadamente 20 vezes a força de maré na Terra
provocada pela Terra provocada pela Lua.
é aproximadamente
20 vezes a força de Acredita-se que, no passado, o período de rotação da
maré na Terra Lua era menor do que o seu período de translação em torno
provocada pela Lua.
da Terra. Ao girar, ela tentava arrastar consigo os bojos de
maré, que sempre ficavam alinhados na direção da Terra.
Assim, havia um movimento relativo entre as diferentes
partes da Lua, o qual gerava atrito, que por sua vez tendia a
freiar a rotação. Devido a esse atrito a Lua foi perdendo
energia de rotação até ficar com a rotação sincronizada,
estado em que o período sideral é exatamente igual ao
período de revolução.
Veja no simulador
http://astro.unl.edu/classaction/animations/lunarcycle
s/tidesim.html, o efeito de incluir ou não a rotação da Terra
na direção dos bojos de maré.
1/ 3
ρ
d = 2, 44 M R.
ρm
Se o planeta e o satélite têm densidades iguais, o limite
de Roche é 2,44 vezes o raio do planeta.
Uma derivação simples do limite se obtém
considerando duas partículas de massas m iguais, e se
tocando, isto é, separadas somente por uma distância dr. A
força gravitacional entre as partículas é dada por:
Gmm
FG = ,
( dr )
2
Gmm 2G Mmdr
= ,
( dr )
2
d3
d = ( 2 M / m)
1/ 3
dr .
Seja
M
ρM = ,
4 / 3 π R3
2m
ρm = ,
8 / 3π ( dr / 2)
3
então,
1/ 3
1/ 3 ρ ρ
=d (16
= ) ρ M e R 2, 51 ρ M .
m m
O valor da constante numérica, 2,51 ao invés de 2,44, é
porque não levamos em conta que as partículas formam um
fluido (têm força de van der Waals atuando entre as partículas,
além da força gravitacional).
Área 1, Aula 8, p.12
Müller, Saraiva & Kepler
Em 1974, Hans R. Aggarwald e Vern R. Oberbeck
estudaram o caso de ruptura por maré de corpos esferoidais
sólidos, rochosos ou gelados, mantidos coesos por forças de
tensão intrínsecas de seu material. Encontraram que, para
diâmetros maiores do que 40 km, a distância mínima que eles
podem chegar de seu planeta sem quebrar é:
1/ 3
ρ
d =1, 38 M R.
ρm
Portanto,
1/ 3
5 514kg / m3
=d 1,=
38 3
6370 7527km.
3342kg / m
Naturalmente, os satélites ou corpos impactantes
podem ser quebrados por outras causas, como por tensões
aerodinâmicas, dependendo da densidade da atmosfera do
planeta.
Enfim, os limites reais de aproximação mínima para os
corpos serem estáveis frente a forças de maré dependem do
tamanho e tensão interna dos corpos. Satélites sólidos podem
chegar mais perto do planeta do que satélites fluidos porque
as forças de tensão interna das rochas que o constituem o
mantêm estável. Corpos menores do que 40 km podem
chegar ainda mais perto do planeta sem quebrar por forças
de maré desde que eles sejam pequenos e duros o suficiente.
Por exemplo, os anéis de Saturno estão dentro do limite
de Roche de Saturno, o que significa que as pequenas
partículas que formam o anel têm forças coesivas maiores do
que as forças de maré. Entretanto, à medida que aumenta o
tamanho da partícula, suas forças coesivas ficam menos
importantes comparadas com as forças de maré, e essa é
uma provável explicação para o fato dessas partículas nunca
terem se juntado para formar um satélite. É possível que os
anéis de Saturno sejam resultado de um satélite ou cometa
que se aproximou demais do planeta e se quebrou devido às
Área 1, Aula 8, p.13
Müller, Saraiva & Kepler
forças de maré.
Figura 01.08.11: Simulação da disrupção da estrela RX J1242-11, observada
pelos satélites Chandra (NASA), XMM-Newton (ESA), e ROSAT (Alemanda).
Precessão do eixo da
Terra
Figura 01.08.15: Ilustração de como a Terra está girando, o eixo da Terra não se
alinha com o eixo da eclíptica, mas precessiona em torno dele, da mesma
forma que um pião posto a girar precessiona em torno do eixo vertical ao solo.
→
ou seja, tem a mesma direção de N .
→ →
Como L e N são perpendiculares, o torque não altera o
→
módulo de L , mas apenas sua direção, fazendo-o precessionar
Área 1, Aula 8, p.16 em torno do eixo perpendicular ao solo.
Müller, Saraiva & Kepler
Figura 01.08.16: Um pião de peso mg e momentum angular de rotação L; o
peso provoca um torque N, perpendicular a L, que causa uma variação dL
Em virtude do direcionada perpendiculamente a L, mudando a direção de L sem alterar
movimento de seu módulo.
precessão do eixo de
rotação da Terra os No caso da Terra, as forças gravitacionais diferenciais
pólos celestes não da Lua e do Sol produzem um torque que tende a alinhar o
ocupam uma posição
eixo de rotação da Terra com o eixo da eclíptica, mas como
fixa no céu.
esse torque é perpendicular ao momentum angular de
rotação da Terra, seu efeito é mudar a direção do eixo de
rotação, sem alterar sua inclinação.
Portanto, os polos celestes não ocupam uma posição
fixa no céu: cada polo celeste se move lentamente em torno
do respectivo polo da eclíptica, descrevendo uma
circunferência em torno dele com raio de 23,5o. O tempo
necessário para descrever uma volta completa é 25 770 anos.
Atualmente o Polo Celeste Norte está nas proximidades da
estrela Polar, na constelação da Ursa Menor, mas isso não
será sempre assim. Daqui a cerca de 13 000 anos ele estará
nas proximidades da estrela Vega, na constelação de Lira.
Figura 01.08. 17: Caminho do polo norte celeste (círculo) em torno do polo da
eclíptica (x no centro do círculo), devido ao movimento de precessão do eixo
Área 1, Aula 8, p.17 da Terra. O raio angular desse círculo é igual à obliquidade da eclíptica –
Müller, Saraiva & Kepler 23º27’. Atualmente o polo norte celeste está em Polaris (estrela Polar), daqui a
13.000 anos estará perto da estrela Vega. (A abrevidatura AD ao lado do ano
é usada em inglês para indicar os anos da era cristã).
Apesar de o movimento de precessão ser tão lento
(apenas 50,290966'' por ano), ele foi percebido já pelo
astrônomo grego Hiparco, no ano 129 a.C., ao comparar suas
observações da posição da estrela Spica (α Virginis) com
observações feitas por Timocharis de Alexandria (320 a.C. - 260
a.C.) em 273 a.C. Timocharis tinha medido que Spica estava a
172° do ponto vernal, mas Hiparco media somente 174°. Ele
concluiu que o ponto vernal havia se movido 2 graus em 144
anos.
Figura 01.08.18: Círculo e eixo vermelho: a eclíptica e seu eixo. Círculo e eixo
rosa: equador e eixo de rotação em uma época 1. Círculo e eixo preto:
equador e eixo de rotação numa época 2. Nota-se o deslocamento do ponto
Áries (representado pela letra grega gama ( γ ) ao longo da eclíptica entre as
duas épocas.
Resumo
Forças gravitacionais diferenciais
Forças gravitacionais em diferentes pontos de um corpo
extenso são diferentes. Essas diferenças entre elas originam as
forças gravitacionais diferencias.
A força gravitacional diferencial tem a expressão geral:
2GMm
∆F= R.
r3
Onde:
ΔF = força gravitacional entre duas partículas de um corpo extenso;
m = massa de cada partícula;
M = massa do corpo que causa a força gravitacional diferencial;
R = distância das duas partículas ao corpo extenso;
R = distância do corpo extenso ao corpo de massa M.
Marés
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
O sistema solar.
Introdução
Prezado aluno, em nossa nona aula, da primeira
área, vamos estudar o sistema solar e os planetas.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos do sistema solar e dos seus
planetas constituintes, e esperamos que ao final você
esteja apto a:
• descrever em linhas gerais a escala do
sistema solar;
• estabelecer as propriedades básicas que
diferenciam planetas terrestres e jovianos;
• resumir a teoria atualmente aceita para a
formação do sistema solar, salientando
como essa teoria justifica a teoria de
planetas terrestres e jovianos;
• entender como as propriedades físicas dos
planetas são determinadas e aplicar esse
conhecimento em casos reais.
Sistema solar
Sol Mercúrio Vênus Terra Marte
Constituído pelo Sol, pelos
planetas (Mercúrio, Vênus,
Terra Marte, Júpiter, Saturno,
Urano, Netuno), planetas
anões, asteroides, cometas,
meteoroides e meteoritos.
Ou:
Figura 01.09.03: Nesta figura os tamanhos relativos das órbitas dos planetas
estão em escala entre si; mas não na mesma escala dos tamanhos dos
planetas. A única órbita acentuadamente não coplanar com as demais é a
de Plutão. Todos os planetas orbitam o Sol no mesmo sentido.
Planetologia Comparada
Características gerais dos planetas
Existem dois tipos básicos de planetas, os terrestres, que
são do tipo da Terra, e os jovianos, que são do tipo de Júpiter.
Os planetas terrestres compreendem os quatro planetas mais
próximos do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os jovianos
compreendem os quatro planetas mais distantes, Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno. As características fundamentais de
cada tipo estão resumidas na tabela 01.09.06.
a3
M + m =2 ,
P
1
Tef α .
a
I = K MR2 .
4π
Pc GR2 ρ 2 .
3
A pressão a uma distância r Pr do centro do planeta
fica:
2π
=Pr
3
(
G ρ 2 R2 − r 2 , )
que, em unidades do sistema internacional é:
= ( )
Pr 1,4 x10 −10 ρ 2 R2 − r 2 N m2 kg−2 .
Planetas pequenos e
rochosos que orbitam nas
proximidades do Sol.
Planetas jovianos
Planetas grandes e Figura 01.09.09: Esquematização das estruturas dos planetas jovianos (à
gasosos que orbitam mais esquerda) e dos planetas terrestres (à direita).
distantes do Sol.
Superfícies
As superfícies planetárias podem ser conhecidas de
forma preliminar a partir do albedo, se o planeta não tem
atmosfera espessa. Em planetas com atmosfera espessa,
como os planetas jovianos e Vênus, o albedo não se refere à
superfície. Júpiter, Saturno e Netuno emitem quantidade
significativa de energia própria, às custas de seus calores
residuais de contração. A convecção necessária para o
transporte desta energia é que causa as grandes manchas
(tornados) nestes planetas.
Atividade geológica
A atividade geológica, compreendendo vulcanismo e
atividade tectônica, depende da quantidade de energia
interna do planeta. A atividade geológica é decrescente para
Terra, Vênus e Marte.
A Terra, com cerca de 4,5 bilhões de anos, é um pouco
mais jovem do que o Sol, com cerca de 5 bilhões de anos. Na
Terra, tanto a presença de vulcões ativos quanto o movimento
das placas tectônicas contribuem para o renovamento da
crosta. Em Marte existem grandes vulcões, e alguns deles
podem ser ativos, mas não há evidência de tectonismo de
placas.
Na Lua atualmente acontecem poucos sismos por anos
(milhares, comparados com milhões na Terra), mas na época
em que a Lua era jovem, há cerca de 4 ou 3 bilhões de anos,
houve um grande vazamento de lava à superfície, que
posteriormente se solidificou formando os mares (marias)
lunares (regiões escuras, aparentemente baixa e planas, e que
contêm muitas crateras). A Lua tem crosta assimétrica, sendo
mais delgada (60 km) no lado voltado para a Terra, e mais
espessa (150 km) no lado oposto. O número de mares é maior
no lado em que a crosta é delgada.
Vênus aparentemente é menos ativo do que a Terra,
mas parece ter mais atividade geológica persistente do que
Marte. Isso indica que Vênus teria retido mais energia interna
residual do que Marte, o que está de acordo com o fato de
Vênus ser maior do que Marte. Também acontece atividade
geológica em Io, o satélite de Júpiter mais próximo do
planeta. Io apresenta um alto nível de atividade vulcânica.
Crateramento
As crateras aparecem em todos os planetas terrestres
e em quase todos os satélites do Sistema Solar. Elas podem ter
origem vulcânica ou de impacto. As crateras vulcânicas são
em geral menores e mais fundas do que as de impacto. Na
Terra, a maioria das crateras existentes são de origem
vulcânica, uma vez que a atividade interna da Terra, assim
como a erosão, apagaram grande parte dos efeitos de
impactos ocorridos na época em que muitos corpos residuais
do processo de formação povoavam o Sistema Solar. Mas na
Lua, Mercúrio e Marte, as crateras de impacto são
dominantes. As recentes observações com radar da
superfície de Vênus mostraram que esse planeta também tem
crateras, mas ainda não se sabe ao certo sua principal
origem.
O número de crateras de impacto numa superfície nos
permite estimar a sua idade, pois o número de crateras é
proporcional ao tempo decorrido desde que a superfície foi
exposta. Portanto, em um dado planeta, o terreno mais
cratereado será sempre o mais antigo.
2GM
vescape = ,
R
3kT
v= .
m
A velocidade das moléculas, portanto, depende da
temperatura do gás e da massa molecular do gás. A uma
mesma temperatura, quanto mais pesado o gás, menor a
velocidade média de suas moléculas.
Como as moléculas do gás têm uma distribuição
Maxwelliana de velocidades, a probabilidade P(v) de que
uma partícula tenha velocidade (v) é dada por:
mv2
1 − 2kT
P ( v) = e .
2π
∞
Pmax = ∫ P ( v ) dv.
vesc
∞
∫ P ( v ) dv =10
−9
.
6
1 1
v ≤ vescape = 2GM/ r.
6 6
k = 1,38 x 10-16 ergs/K,
mp = 1,66 x 10-24 g,
mO = 16 mp,
G = 6,67 x 10-8g-1 cm3 s-1,
MTerra = 5,98 x 1027 g,
RTerra = 6,37 x 108 cm.
Por exemplo, a velocidade média das moléculas do
oxigênio, a uma temperatura de 293 K (temperatura típica na
superfície da Terra), é de 1 km/s, e a velocidade média das
moléculas do hidrogênio, na mesma temperatura é de 2 km/s.
Como a velocidade de escape da Terra é 11 km/s, que é mais
do que o sêxtuplo da velocidade média das moléculas de
oxigênio, mas é menos do que 6 vezes maior do que a
velocidade média das moléculas do hidrogênio, a atmosfera
da Terra retém o oxigênio, mas não o hidrogênio.
escala km m mm representação
1 mm = 6.000 km
Área 1, Aula 9, p.18 distância da estrela 4,0 x 1013 6,7 x 106 distância
Müller, Saraiva & Kepler mais próxima até nós POA- Miami
Figura 01.09.19: Exercício baseado no "The Thousand-Yard Model or, The Earth
as a Peppercorn", © Guy Ottewell.
Resumo
O sistema solar é constituído pelo Sol, os oito planetas
(Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e
Netuno) juntamente com seus satélites e anéis, os planetas
anões, asteroides, meteoroides e meio interplanetário. O corpo
dominante é o Sol, que tem 99,8 % da massa do sistema. Todos
os planetas giram em torno do Sol aproximadamente no
mesmo plano e no mesmo sentido, e quase todos os planetas
(as exceções são Vênus e Urano), assim como o próprio Sol,
giram em torno de seu eixo no mesmo sentido da translação
dos planetas em torno do Sol.
Embora o raio do sistema planetário seja de apenas 40
unidades astronômicas (raio da órbita de Plutão), O sistema
solar se estende a distâncias de aproximadamente 50 mil
unidades astronômicas do Sol, região onde hipoteticamente se
encontram os núcleos cometários que povoam a nuvem de
Oort. A hipótese mais provável para a origem do sistema solar
a partir de uma nuvem de gás interestelar que colapsou, a
nebulosa solar.
Os planetas do sistema solar se classificam em duas
categorias principais: os planetas terrestres, que são pequenos,
rochosos e orbitam bem perto do Sol, e os planetas jovianos,
que são grandes, gasosos, e têm órbitas muito distantes do Sol.
Todos os planetas jovianos têm anéis e muitos satélites.
O espaçamento entre os planetas é muito grande
comparado com seus tamanhos; se o Sol tivesse o tamanho de
uma bola de futebol a Terra teria o tamanho de um grão de
pimenta, e estaria a uma distância de 25 metros dele; Plutão
teria o tamanho de uma ponta de alfinete, e estaria a 1 km de
distância.
A estrutura interna dos planetas jovianos (gasosos) é
estudada presumindo que a pressão interna varia com o raio
de acordo com a equação de equilíbrio hidrostático. No caso
de planetas terrestres esse formalismo só se aplica às camadas
mais profundas. As estruturas internas da Terra e da Lua foram
estudadas através de sismos (naturais ou provocados), que
revelaram que a Terra tem um núcleo interno de ferro que é
ausente na Lua.
Área 1, Aula 9, p.19
Müller, Saraiva & Kepler
Os gases que compõem as atmosferas dos planetas
tendem a escapar lentamente para o espaço, o que
acontece tão rapidamente quanto maior a temperatura do
planeta e quanto menor a velocidade do planeta. A
condição para um gás não escapar é que a velocidade
média de suas moléculas seja menor do que 1/6 da
velocidade de escape do planeta.
As idades das superfícies dos planetas podem ser
estimadas pelo número de crateras de impacto que
apresentam: quanto maior o número de crateras, mais velha é
a superfície. O diâmetro da cratera é proporcional à raiz
cúbica da energia do impacto. A energia do impacto é a
energia cinética do corpo impactante, que terá uma
velocidade de, no mínimo, a velocidade de escape do
planeta.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas
com os demais colegas.
Bom trabalho!
1 2 3
Ecin= mv = kT,
2 2
onde v é a velocidade média das partículas, e k =1,38 x10-23
J/K, deduza uma expressão para a temperatura mínima da
atmosfera do planeta para que os átomos de massa m
escapem de seu campo gravitacional. Expresse essa
temperatura em termos de m, k e ve, a velocidade de escape
do planeta.
Área 1, Aula 9, p.20
Müller, Saraiva & Kepler
11. Calcule:
a) a temperatura máxima que a Terra poderia ter para
manter hidrogênio atômico (mH = 1,6 x10-27 kg) em sua
atmosfera;
b) a temperatura mínima para que o oxigênio (mO = 16
mH) escapasse de sua atmosfera.
12. Cientistas calculam que o impacto ocorrido em
1908, em Tungunska, liberou uma energia de 15 Mton (1ton =
4,2 x 1016 ergs). Qual o tamanho provável do asteroide
impactante? Suponha que a densidade do asteroide é
3 g/cm3, e que a velocidade do asteroide no impacto era
igual a velocidade de escape da Terra.
Até a próxima aula!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa décima aula, da primeira
área, vamos estudar o sistema solar dando ênfase aos
corpos menores.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula, a última dos conteúdos da primeira
área, vamos tratar dos corpos menores do sistema solar, e
esperamos que ao final você esteja habilitado a:
• descrever e comparar as características
gerais de planetas anões, cometas,
asteroides do cinturão principal e asteroides
do cinturão de Kuiper;
• descrever a composição e estrutura de um
cometa, explicando como se forma e para
onde aponta a sua cauda;
• estabelecer a diferença entre meteoroide,
meteoro e meteorito;
• perceber de forma realista a possibilidade
de ocorrerem impactos desses objetos na
Terra, e os riscos que tais impactos podem
oferecer.
Asteroides
.
Figura 01.10.03: Imagem colorida de Ceres.Fonte: HST.
Figura 01.10.04: O asteroide Ida (à esquerda) e sua lua Dactyl (ponto branco
à direita).
Asteroides
transnetunianos
Figura 01.10.05: Gerrit Pieter Kuiper (1905-1973), astrônomo holandês.
São também conhecidos Descobriu duas luas de planetas de nosso sistema solar (Miranda, em Urano;
como objetos do Nereida, em Netuno).
Cinturão de Kuiper.
São corpos de
composição mista entre
O cinturão de Kuiper é uma região em forma de rosca,
rocha e gelo que centrada no Sol e alinhada com plano do sistema solar, com
habitam uma região em bordas entre 30 e 55 UA do Sol, portanto logo após a órbita de
forma de rosquinha Netuno. Os asteroides que povoam essa região são
centrada no Sol, com
bordas entre 30 e 55 UA.
compostos de uma mistura de gelo e rocha, e são mais
conhecidos como objetos do cinturão de Kuiper, ou objetos
transnetunianos.
Figura 01.10.08: Éris e seu satélite (Dyssnomia), fotografado pela primeira vez
por Michael E. Brown com telescópio de 10m do W.M. Keck Observatory.
Cometas
Área 1, Aula 10, p.7 Figura 01.10.12: Componentes de um cometa, núcleo, coma, cauda ionizada,
Müller, Saraiva & Kepler cauda de poeira, cauda de hidrogênio.
Normalmente podem ser observadas duas caudas,
uma cauda de gás e uma cauda de poeira. A cauda de
poeira é mais larga, curva e amarela porque brilha devido à
reflexão da luz solar na poeira. A poeira segue a órbita
kepleriana, isto é, quanto mais distante do Sol mais devagar
movem-se as partículas. A cauda de gás é reta e azul, pois
brilha devido à emissão do monóxido de carbono ionizado
(plasma), que fica em λ = 4.200 Å. O gás expelido do cometa é
ionizado pela radiação solar e segue as partículas ionizadas
expelidas pelo Sol, chamadas de vento solar. A cauda de
hidrogênio, somente visível em ondas de rádio, é a mais
extensa; por ser composta das partículas mais leves, é a mais
afetada pela pressão de radiação.
Algumas vezes é observada também uma anti-cauda,
isto é, uma cauda na direção do Sol. Essa cauda é um efeito
de perspectiva, causado por partículas grandes (0,1 a 1 mm
de diâmetro), ejetadas do núcleo, que não são arrastadas
pela pressão de radiação do Sol, permanecendo na órbita.
Figura 01.10.17: Cometa Hale-Bopp, janeiro 1997, foto foi tirada ao anoitecer,
em Porto Alegre. Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/comast/comast.htm.
Área 1, Aula 10, p.9 Figura 01.10.18: Jan Hendrik Oort (1900-1989). Astrofísico e astrônomo
Müller, Saraiva & Kepler holandês.
Figura 01.10.19: Nuvem de Oort.
Meteoros
Meteoros são pequenos asteroides (meteoroides) que
se chocam com a Terra. Ao penetrar na atmosfera da Terra
geram calor por atrito com a atmosfera, deixando um rastro
brilhante facilmente visível a olho nu, chamados de estrelas
Meteoros
cadentes. O termo vem do grego meteoron, que significa
Pequenos asteroides que fenômeno no céu. Existem aproximadamente 2.000
se chocam com a Terra. asteroides com diâmetro maior de 1 km, que se aproximam
da Terra, colidindo com uma taxa de aproximadamente 1 a
cada 1 milhão de anos. Dois a três novos são descobertos
por ano e suas órbitas são muitas vezes instáveis, devido a
interações gravitacionais com os vários corpos (planetas e
asteroides).
Meteoritos
Impactos na Terra
Área 1, Aula 10, p.13 Figura 01.10.27: Foto mostra a recuperação do maior pedaço do meteorito de
Müller, Saraiva & Kepler Sikhote-Alin, de 1.745 kg, sendo tirado de sua cratera por um caminhão. Mais
de 9.000 pedaços, compondo 28 toneladas foram recuperados.
Em 18 de janeiro de 2000, um meteoro explodiu sobre o
território de Yukon, no Canadá, gerando uma bola de fogo
brilhante detectada por satélites de defesa e também por
sismógrafos. A energia liberada foi da ordem de 2 a 3 kton TNT.
Denominado Tagish Lake, em referência ao local da queda,
foram recuperados alguns pedaços, 850 g, do meteoro que
deve ter tido 200 ton e 5 m de diâmetro.
Figura 01.10. 29: Concepção artística dos impactos que teriam ocorrido à
época extinção dos dinossauros.
Satélites
Orbitam os planetas e o
número de satélites de um
planeta está relacionado
à massa de cada planeta.
Anéis
Resumo
O sistema solar contém, além dos planetas e dos
planetas anões, um grande número de corpos menores,
entre os quais estão incluídos os satélites e anéis dos planetas,
os asteroides, os meteoroides e os cometas.
Como exceção dos satélites e dos anéis, que orbitam
os planetas, todos os demais corpos orbitam o Sol.
Os planetas anões são objetos que têm massa
suficiente para terem adquirido forma esférica, mas não
grande o suficiente para "limpar" as vizinhanças de sua órbita,
ou seja, não são significativamente maiores e mais massivos
do que os demais corpos que orbitam o Sol à mesma
distância em que se encontram. Até o momento, os planetas
anões do sistema solar são Éris, Plutão, Ceres, Haumea e
Makemake. Ceres é o maior objeto do cinturão de asteroides
principal; os outros quatro são objetos transnetunianos.
Os asteroides do cinturão principal são corpos
pequenos, rochosos ou metálicos, com órbitas quase
circulares e coplanares com a eclíptica, encontrados
principalmente no cinturão principal, entre as órbitas de
Marte e Júpiter.
Os asteroides transnetunianos, são corpos de
composição mista entre rocha e gelo, que habitam uma
região em forma de rosquinha centrada no Sol, com bordas
entre 30 e 55 UA, chamado cinturão de Kuiper. Os asteroides
transnetunianos são também conhecidos como objetos do
cinturão de Kuiper.
Os cometas são objetos compostos de materiais
voláteis congelados, que, ao contrário da maioria dos demais
corpos do sistema solar, têm órbitas altamente elípticas e não
confinadas ao plano da ecliptica. Eles também apresentam
poeira (silicatos) em sua composição, por isso são
considerados "bolas de gelo sujo". À medida que eles se
aproximam do Sol, parte do gelo derrete, formando uma
grande nuvem de gás e poeira ao redor do cometa,
chamada coma, com diâmetro da ordem de 100 mil km. A
parte sólida e gelada no interior é o núcleo e normalmente
tem 1 a 10 km de diâmetro. O calor e o vento solar
proveniente do Sol sopram o gás e a poeira da coma
formando a cauda. Essa cauda sempre aponta na direção
oposta à do Sol e pode estender-se até 1 UA de
comprimento. Acredita-se que os cometas são corpos
primitivos, presumivelmente sobras da formação do sistema
solar, que residem na "Nuvem e Oort", uma vasta nuvem
esférica circundando o sistema solar, com borda a
aproximadamente 50.000 UA do Sol.
Meteoroides são pequenos asteroides, em geral com
menos de 100 m de diâmetro. Meteoros são meteoroides
(mas podem ser também pedaços de cometa) que são
atraídos pela Terra e se incendeiam ao entrarem na
atmosfera, devido ao atrito com o ar - o rastro brilhante
popularmente conhecido como "estrela cadente". Se o
objeto não é completamente vaporizado na atmosfera, o
pedaço sobrevivente que atinge o solo é chamado
Área 1, Aula 10, p.19 meteorito.
Müller, Saraiva & Kepler
Existem três tipos de meteoritos: os rochosos (os mais
abundantes), os metálicos e os metálico-rochosos. Um tipo de
meteorito rochoso é o condrito carbonáceo, que representa o
tipo mais antigo de meteorito, com aproximadamente 4,5
bilhões de anos e parecem não ter sofrido qualquer alteração
desde a época de sua formação.
A cada dia a Terra é atingida por corpos
interplanetários, a maioria deles microscópicos, sem qualquer
risco para a Terra. No entanto, a cada 100 milhões de anos, em
média, acontece um impacto devastador, como o que atingiu
a Terra há 65 milhões de anos e que está associado à extinção
dos dinossauros.
Os satélites orbitam os planetas e o número de satélites
está relacionado à massa de cada planeta.
Os quatro planetas jovianos apresentam um sistema de
anéis, constituídos por bilhões de pequenas partículas
orbitando muito próximo de seu planeta. Nos quatro planetas,
os anéis estão dentro do limite de Roche e , devem ter se
formado pela quebra de um satélite ou a partir de material que
nunca se aglomerou para formar um satélite.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas
com os demais colegas.
Bom trabalho!
1. Que objetos se englobam como “corpos menores” do
sistema solar?
2. Onde se localizam e o que são:
a) o Cinturão de Kuiper?
b) o Cinturão de asteróides?
c) a Nuvem de Oort?
3. Por que os cometas são considerados ”bolas de gelo
sujo”?
4. De que é feita e para onde aponta a cauda de um
cometa?
5. Quais são as diferenças entre meteoroide, meteoro e
meteorito?
6. Segundo a definição de planeta anão, qual é o
critério que diferencia esses objetos de planetas? Qual o critério
que diferencia os planetas anões de asteroides?
Aqui se encerra a 1ª área. Lembre-se que em breve
ocorrerá a avaliação presencial. Boa prova!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Ilustração de uma
medição de distância da
Terra (à direita) à Lua (à
esquerda), fora de
escala, a partir de uma
triangulação.
Introdução
Prezado aluno, em nossa primeira aula, da segunda
área, vamos tratar da determinação de distâncias
estelares (astronômicas). No dia a dia, quando precisamos
medir distâncias usamos réguas, trenas, ou eventualmente
instrumentos mais sofisticados, como a trena eletrônica.
Quando as distâncias são grandes podemos usar relações
matemáticas: semelhança de triângulos (Teorema de
Tales) e razões trigonométricas.
Este método é chamado triangulação e é usado,
em Astronomia para medir distâncias de planetas e das
estrelas próximas. Para medir distâncias de estrelas
Unidades de medidas distantes na nossa galáxia, ou de outras galáxias, temos
astronômicas
que recorrer a métodos indiretos, alguns dos quais veremos
Unidade astronômica: UA
ano-luz: al ao longo desta disciplina.
parsec: pc
Lembre que
Outro problema que se apresenta é a unidade de
medida a ser utilizada. Enquanto o Sistema Internacional
1 kpc = 1.000 pc de Unidades indica o metro como unidade padrão de
1 Mpc = 1.000.000 pc comprimento, com seus múltiplos e submúltiplos, na
Astronomia temos que recorrer a unidades próprias, pois a
ordem de grandeza das medidas de distância vai muito
além do usual.
A Astronomia adota como unidades de medida de
distância a unidade astronômica (UA), o ano-luz (al) e o
parsec (pc), este com seus múltiplos quiloparsec (kpc) e
megaparsec (Mpc).
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos de determinação de
distâncias astronômicas e paralaxe, e esperamos que ao
final você esteja apto a:
• definir as unidades de medida de distância
da Astronomia: unidade astronômica, ano-
luz e parsec;
• definir paralaxe;
• descrever a relação entre paralaxe e
distância;
• estabelecer a relação entre o tamanho
angular (aparente), o tamanho linear (real)
e a distância dos objetos astronômicos;
• explicar como as distâncias estelares são
determinadas;
• diferenciar entre paralaxe geocêntrica e
paralaxe heliocêntrica.
Qual a necessidade de
determinarmos a distância
entre as estrelas?
Medidas Astronômicas
Para medir distâncias a pontos inacessíveis
podemos usar a triangulação. Na figura 02.01.01,
esquematizamos como é possível medir a distância que se
encontra uma árvore do outro lado do rio, sem ter que
atravessá-lo.
Paralaxe
Mudança na direção
de um objeto devido à
mudança de posição
do observador.
D
tanp= .
d
RTerra RTerra
p(rad) = ⇒ d= .
d p(rad)
1 UA =1,496 x108 km .
Ano-luz (al)
Parsec (pc):
Um parsec corresponde à distância de um objeto até a
Terra tal que, determinado observador localizado nesse objeto,
veria o raio da órbita da Terra, como se observa na figura
Área 2, Aula 1, p.5 02.01.05, com um tamanho angular de 1”, ou seja, 1 pc
Müller, Saraiva & Kepler corresponde à distância de um objeto que apresenta uma
paralaxe heliocêntrica de 1”.
Portanto:
1UA
1 pc = = 206.265 UA = 3,26 al.
4,848 x10 −6
então,
1
d(=
pc) = 3,33 pc.
0,3 "
Resumo
O principal método de determinação das distâncias
astronômicas se baseia no fenômeno da paralaxe, que é o
deslocamento aparente que um objeto sofre quando visto de
posições diferentes:
• Paralaxe geocêntrica é um método que pode ser
utilizado para medir distâncias até os planetas mais
próximos, sendo definido como o deslocamento
aparente sofrido pelo objeto quando observado de
dois pontos por uma distância igual ao raio da Terra.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
1) Sabendo que a visão humana apresenta
paralaxe, desde que a pessoa tenha os dois olhos em
condições normais de funcionamento, considerando que a
distância típica entre os dois olhos é de 7 cm, determine
qual é a paralaxe da visão humana para um objeto que se
encontra a:
a) 1 m de distância do observador?
b) 10 m de distância do observador?
c) 100 m de distância do observador?
d) 1 km de distância do observador?
e) de acordo com seus resultados, qual é a relação
entre paralaxe da visão humana e a distância ao objeto
observado?
2) Sabendo-se que saturno está a 10 UA do Sol,
responda: (quando necessário use o raio da Terra = 6.400
km).
a) Qual é a paralaxe geocêntrica de Saturno?
b) Supondo que os telescópios atuais têm uma
precisão de 0,001”, é possível medir a distância de Saturno
por paralaxe geocêntrica?
3) Sabendo-se que a paralaxe heliocêntrica de
Spica é 0,013”, responda:
a) Qual é a distância de Spica? (Dê a sua resposta
Atenção!
em parsec, em unidades astronômica, em anos-luz e em
Para determinar a quilômetros).
distância de Marte nas
atividades de fixação b) Qual seria a paralaxe heliocêntrica de Spica se
acesse: ela fosse medida de Marte?
Paralaxe e distância de
Marte. c) Qual seria a paralaxe de Spica se fosse medida
por um observador na Lua, usando como linha de base o
raio da órbita lunar?(Use raio da Lua = 1.738 km).
Área 2, Aula 1, p.7 Até a próxima aula!
Müller, Saraiva & Kepler
Aula 2 - Estrelas Binárias Área 2, Aula 2
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Ilustração do exoplaneta
Kepler-16 com seus dois
sóis. O planeta foi
descoberto pela missão
Kepler da NASA. Crédito:
NASA/JPL- Caltech.
Introdução
Prezado aluno, em nossa segunda aula, da segunda
área, vamos tratar das estrelas binárias. Primeiro devemos
ter o cuidado para saber diferenciar estrelas binárias reais
(duas estrelas próximas no céu que se encontram à mesma
distância da Terra, formando um sistema físico) e binárias
aparentes – ou estrelas duplas aparentes (duas estrelas
próximas no céu, porém, que se encontram a distâncias
diferentes da Terra, mas por projeção parecem duplas).
Mais de 50% das estrelas do céu compõem sistemas
com dois ou mais membros.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos de estrelas binárias e
esperamos que ao final você esteja apto a:
• definir o que é uma estrela binária;
• diferenciar os tipos de sistemas binários;
• calcular a massa das estrelas em sistemas
binários;
• entender a importância dos sistemas
binários para conhecer as massas das
estrelas.
Estrelas binárias
São duas estrelas próximas Figura 02.02.01: Sistema binário eclipsante Algol.
que estão praticamente à
mesma distância da Terra Um breve histórico das estrelas binárias
e formam um sistema
físico, orbitando Em 1783, John Goodricke viu a estrela Algol (β
mutuamente. Persei) diminuir seu brilho em mais de uma magnitude por
Estrelas binárias aparentes
algumas horas,e calculou seu período em 2d 20 h 49min.
Em 1804, William Herschel descobriu uma companheira
São duas estrelas que fraca da estrela Castor (a Geminorum) e, usando uma
parecem estar próximas medida que James Bradley havia feito em 1759, mediu o
no céu, mas estão a
distâncias diferentes da
período como sendo de 342 anos. Herschel foi o primeiro a
Terra e só parecem duplas estabelecer que se tratavam de corpos interagindo
pelo efeito da projeção. gravitacionalmente, isto é, de binárias físicas. Em 1827, Felix
Savary determinou, pela primeira vez, a órbita de uma
estrela binária, ao mostrar que ξ Ursae Majoris tinha uma
órbita elíptica, com um período de 60 anos. Em 1889,
Edward Charles Pickering e Antonia Caetana de Paiva
Área 2, Aula 2, p.2
Pereira Maury descobriram as binárias espectroscópicas,
Müller, Saraiva & Kepler
ao perceberem que a estrela Mizar A (ζ Ursae) apresentava
linhas duplas que variavam com um período de 104 dias.
Em 1908 Mizar B foi também detectada como uma binária
espectroscópica por Edwin Brant Frost 1866 – 1935) e
Friedrich Wilhelm Hans Ludendorff (1873 - 1941), com um
período de 175,6 dias.
- Binárias astrométricas
São assim classificadas quando um de seus
componentes é muito tênue para ser observado ao telescópio,
mas a sua detecção é obtida pelas ondulações no movimento
da companheira mais brilhante. (Exemplo na figura 02.02.07).
Tipos de Sistemas
Binários
-Visuais
-Astrométricos
-Espectroscópicos
- Eclipsantes
Três posições
características de um
sistema binário e o efeito
produzido no espectro
observado quando
como de uma linha de
visada paralela à
página, de baixo para Figura 02.02.08: Dois espectros de Mizar obtidos por Pickering em 27 de março
cima. e 5 de abril de 1887. Notar como a segunda linha (uma linha do cálcio)
aparece dupla no primeiro espectro e simples no segundo. Não se nota a
duplicidade da primeira linha (que é uma linha do hidrogênio) no primeiro
espectro porque a linha é muito forte.
- Binárias eclipsantes
São classificadas assim os sistemas em que uma estrela
eclipsa a outra, quando a órbita do sistema observado está
de perfil para o observador.
Confira uma bonita animação de eclipsantes,
disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrela_bin%C3%A1ria#Bin.
C3.A1rias_astrom.C3.A9tricas
a ( UA) = α ( " ) x r ( pc ) .
(r x α )3
(M 1 + M2 )=2 .
P
Para descobrir a massa de cada estrela é necessário
saber a distância r de cada estrela ao centro de massa do
sistema. Dessa forma teremos:
M1 r2
= .
M2 r1
3ª Lei de Kepler
O quadrado
Figura 02.02.11: Esquema do sistema binário visual de Sirius A e Sirius B.
do período
orbital (P)dos
planetas é a) Qual é a massa desse sistema?
diretamente
proporcional
( MA + MB ) 502 =
(7,50 " x 2,67 pc)
3
ao cubo de ,
sua distância
média (r)ao
8 030,03
Sol. (M A +M
=B ) = 3,21 M .
2 500
P2 = K.r 3
Um aumento na frequência
é chamado de
deslocamento para o azul;
Uma redução na
frequência é chamado de
deslocamento para o
vermelho.
Logo
2. π . a1 = v1 . P e 2. π . a2 = v2 . P e,
Área 2, Aula 2, p.8
Müller, Saraiva & Kepler
por definição de centro de massa:
M1 . a1 = M 2 . a2 .
a1 M2 v1
= = ,
a2 M 1 v2
M1 + M 2 (a / UA)3
= .
M (P / ano)2
Exemplo 2
Seja um sistema binário de período 17,5 dias (0,048
anos), e com velocidades v1 = 75 km/s, e v2 = 25 km/s. Qual é
a massa de cada estrela?
M 2 v1 75
= = =3 ⇒ M2 =3 M1 ,
M 1 v2 25
v1 + v2 = 75 + 25 = 100 km / h ⇒( a1 +a2 )=
100km / s x17,5dias
= 24.000.000 =km 0,16 UA.
2π
a3 0,163
(M 1 + M 2)= = = 1,78 M ,
P2 0,0482
mas como:
M 2 = 3 M1 → 4 M 1= (M 1+ M 2),
M 1= 0,44 M ,
M 2 = 1,33 M .
(M 1+ M 2)real (a1 + a2 )3 1
= = .
(M 1+ M 2)med (a1 + a2 )med sen3 i
3
Resumo
O estudo do movimento orbital mútuo das estrelas
em sistemas binários permite determinar as massas das
estrelas.
- Estrelas binárias reais são duas estrelas próximas no
céu que se encontram à mesma distância da Terra,
formando um sistema físico.
- Tipos de sistemas binários:
Binárias Visuais;
Binárias Astrométricas;
Binárias Espectroscópicas;
Binárias Eclipsantes.
- Efeito Doppler:
Devido ao movimento da fonte geradora da onda,
que se aproxima ou se afasta de quem observa, ocorre
uma alteração no comprimento de onda (ou na frequência
detectada).
Ao se aproximar a frequência aparente aumenta (o
comprimento de onda diminui), ao se afastar a frequência
aparente diminui (o comprimento de onda aumenta).
- Efeito Doppler com fontes luminosas:
Um aumento na frequência é chamado de
deslocamento para o azul;
Uma redução na frequência é chamado de
deslocamento para o vermelho.
Graças ao Efeito Doppler sabemos que as estrelas
que constituem um sistema binário têm velocidades distintas
que pelo efeito podem ser determinadas. Fazendo uso da
3ª Lei de Kepler podemos calcular as massas das estrelas
constituintes do sistema binário.
Área 2, Aula 2, p.10
Müller , Saraiva & Kepler
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
1. Quais seriam os períodos de revolução de
sistemas binários nos quais cada estrela tem a massa do Sol
e os semieixos maiores de suas órbitas relativas têm os
valores:
a) 1 UA?
b) 2 UA?
c) 20 UA?
d) 60 UA?
e) 100 UA?
2. Para cada item do problema anterior, a que
distância as duas estrelas pareceriam ter uma separação
angular de 1”?
a) 1 UA.
b) 2 UA.
c) 20 UA.
d) 60 UA.
e) 100 UA.
3. ξ Ursa Maior é um sistema binário cuja órbita tem
um semi-eixo maior de 2,5”. A paralaxe do sistema é 0,127”,
e o período é de 60 anos. Qual é a massa do sistema, em
massas solares?
Até a próxima aula!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa terceira aula, da segunda
área, vamos tratar do Sol, a nossa estrela. O Sol, nossa
fonte de luz e de vida, é a estrela mais próxima de nós e a
que melhor conhecemos. Basicamente, é uma enorme
esfera de gás incandescente, em cujo núcleo acontece a
geração de energia através de reações termo-nucleares.
O estudo do Sol serve de base para o conhecimento das
outras estrelas, que de tão distantes aparecem para nós
como meros pontos de luz.
Apesar de parecer tão grande e brilhante (seu
brilho aparente é 200 bilhões de vezes o brilho de Sírius, a
estrela mais brilhante do céu noturno), na verdade o Sol é
uma estrela bastante comum.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos do Sol e de suas características.
Esperamos que ao final você esteja apto a:
• identificar e caracterizar as manchas solares e
granulações e em que zona do Sol elas se
localizam;
• reconhecer e explicar a estrutura interna do Sol;
• identificar e caracterizar os flares e o vento
solar;
• explicar a formação das auroras;
• definir a constante solar, aplicando-a na
determinação da luminosidade do Sol;
• identificar e explicar a fonte de energia do Sol.
Distância 1 UA = 149.600.000 km
Estrutura do Sol
A fotosfera é a superfície visível do Sol. As camadas
Núcleo, externas à fotosfera constituem a atmosfera do Sol, composta
zona radiativa, pela estreita cromosfera, e pela extensa e rarefeita coroa. As
zona conectiva, camadas internas à fotosfera constituem o interior do Sol,
fotosfera,
composto pelo núcleo, pela camada convectiva e pela
cromosfera e
coroa. camada radiativa.
Interior do Sol
A fotosfera solar
- Espessura: 500 km.
- Camada visível do
Sol, coberta por É a região que emite a luz solar que se propaga no
granulações espaço, ou seja, é a superfície visível do sol. A luz que vemos
fotosféricas. quando olhamos para o Sol se origina na fotosfera. Com
Região em que se
localizam as aparência de um líquido em ebulição, apresenta-se coberta
manchas solares. de bolhas ou grânulos. Este fenômeno é denominado
granulação fotosférica.
Vídeo de Manchas
Solares. Figura 02.03.05: Variação do número médio mensal de manchas solares
entre os anos 1700 e 2000.
A cromosfera
É uma camada rarefeita e estreita, de cor
avermelhada, que envolve a fotosfera. Por ter uma radiação
bem mais fraca do que a fotosfera, normalmente a
cromosfera não é visível, a não ser em eclipses, quando a
Cromosfera Lua encobre o disco da fotosfera, veja a figura 02.02.06. A
cromosfera tem uma espessura de 10.000 km e sua
É uma camada temperatura que varia de 4.300 K na base até mais de
estreita e rarefeita
que envolve a
40.000 K no topo a 2.500 km de altura. O aquecimento da
fotosfera. cromosfera possivelmente não é originado por fótons
Espessura: 10.000 km. provenientes do interior do Sol, pois se a energia fosse
Temperatura: de gerada por fótons a cromosfera deveria ser mais fria do que
4.300 K até 40.000 K.
a fotosfera, e não mais quente como realmente é. Na
atualidade se pressupõe que a fonte de energia são
campos magnéticos variáveis formados na fotosfera e
conduzidos para a coroa por correntes elétricas, dissipando
parte de sua energia na cromosfera.
Imagens com filtro na linha alfa do hidrogênio (H-alfa)
mostram jatos de gás se elevando da cromosfera para a
coroa. Essas estruturas são chamadas espículas. Alcançam
alturas de 10.000 km e duram entre 5 e 10 minutos.
Figura 02.03.06: Foto do Sol, tirada por Kepler Oliveira, durante o eclipse total
de 4 de novembro de 1994, em Santa Catarina. A foto mostra a cromosfera
e, principalmente, a coroa solar.
Fenômeno luminoso
provocado pela
interação do vento solar
com a atmosfera
superior da Terra.
Ocorrem em grandes
variedades de cores, as
mais comuns são
verdes. Isso ocorre
devido a que gases
emitem luz em
diferentes cores. O
oxigênio emite luzes no
vermelho e no verde, o
Figura 02.03.07: Esquema mostrando as partículas carregadas desviadas pelo
nitrogênio emite luz
campo magnético da Terra para o Cinturão de Van Hallen, (à esquerda) e o
vermelha.
cinturão de Van Allen (à direita), formado pelas partículas do vento solar
capturadas pelo campo magnético da Terra.
Proeminências
Em períodos em que o Sol está mais ativo, podem ser
Grandes jatos de gás
que se elevam acima
vistas no limbo solar grandes arcos brilhantes, constituídos de
da fotosfera. plasmas mais frios suspensos na coroa pelo campo
magnético. Esses arcos são chamados proeminências.
Quando vistos contra o disco brilhante (em vez de na borda)
aparecem como filamentos escuros, e são chamados
filamentos. Mas filamentos e proeminências são estruturas
idênticas. Essas estruturas podem durar horas ou até meses.
As figura 02.03.08 e 02.03.09 mostram proeminências.
Área 2, Aula 3, p.7
Müller, Saraiva & Kepler
Grandes explosões na superfície do Sol são chamadas
de flares ou fulgurações. São ocasionadas pelo
armazenamento de energia em campos magnéticos do Sol,
que é liberada quando o campo fica muito intenso. Grandes
flares podem gerar grandes proeminências que vencem o
campo magnético e se desprendem da coroa, liberando gás
ionizado junto com energia. Esses fenômenos são chamados
de ejeção de massa coronal, e um exemplo pode ser visto na
figura 02.03.09. A energia liberada pode atingir o valor
Flares equivalente à 100 milhões de bombas nucleares.
Grandes explosões na
superfície do Sol.
Gerado pelo
armazenamento de
energia em campos
magnéticos; é liberada
quando o campo fica
muito denso.
Energia liberada
≅ 100 milhões de bombas
nucleares. Figura 02.03.08: Foto do Sol obtida pela estação espacial Skylab da Nasa em
19 de dezembro de 1973, mostrando uma das mais espetaculares
proeminências solares já filmadas, atingindo mais de 588.000 km.
Constante Solar
A Energia do Sol
Quantidade de energia
solar que chega, por
unidade de tempo e por Logo após ser determinada a distância do Sol, em
unidade de área, a uma 1673, foi possível determinar a sua luminosidade, que é a
superfície perpendicular
aos raios solares, á potência por ele produzida.
distância média Terra- Sol. Constante Solar (Irradiação Solar)
Valor: 1.367 W/m2.
Corresponde a energia solar que atinge a Terra, por
Seu valor varia
dependendo do ciclo de unidade de área normal aos raios solares (utilizando a
11 anos. distância média Terra – Sol) e por unidade de tempo. Seu valor
é 1.367 W/m2, mensurado por satélites logo acima da
superfície da Terra. Porém, seu valor varia, dependendo da
época no ciclo de 11 anos, de 1.364,55 W/m2 a 1.667,86 W/m2.
As medidas feitas por satélites logo acima da Terra
indicam que cada metro quadrado da Terra recebe do Sol
cerca de 1.400 joules de energia por segundo (1.400 watts), o
que equivale à potência de 14 lâmpadas de 100 W. O valor
mais preciso da constante solar é de 1.367,5 W/m2, e tem uma
variação de 0,3% durante o ciclo solar de 11 anos.
Luminosidade do Sol
É a quantidade de
energia que um corpo Figura 02.03.10: Irradiação solar x ano. As diferentes cores indicam medidas
irradia por unidade de feitas por diferentes satélites, O gráfico mostra que a constante solar varia
área. periodicamente entre 1.364,55 W/m2 a 1.667,86 W/m2.
Obtida pelo produto da
constante solar pela área Luminosidade do Sol
da esfera compreendida
pela órbita da Terra ao
A luminosidade do Sol é obtida pelo produto da
redor do Sol. constante solar pela área da esfera compreendida pela
Valor: 3,9x1026 W. órbita da Terra em torno do Sol, seu valor é de:
3,9 x 1026 W = 3,9 x 1033 ergs/s,
Área 2, Aula 3, p.9
Müller, Saraiva & Kepler
Para se ter uma ideia comparativa, tal quantidade de
energia é equivalente à queima de aproximadamente
7,5 x 1020 litros de gasolina por minuto, ou aproximadamente
10 milhões de vezes a produção de petróleo anual do nosso
planeta.
Questões de Fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller , Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa quarta aula, da segunda
área, vamos estudar a procura de vida fora da Terra bem
como as condições necessárias para a existência de vida
em um planeta. Para isso temos que discutir também:
qual é a origem da vida e o que diferencia seres vivos de
simples matéria orgânica. A existência de vida resulta de
uma sequência natural de evolução química e biológica
de matéria pré-existente, regidas pelas leis físicas O
fundamental é que seres vivos são organismos que se
reproduzem, sofrem mutações e reproduzem essas
mutações, passando por uma seleção cumulativa. Para a
vida inteligente se faz necessária mais de centena de
bilhões de células, diferenciadas em um organismo
extremamente complexo e, por isso, necessita de um
longo tempo de processo de seleção natural cumulativa.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos da possibilidade de existência de
vida fora da Terra e esperamos que ao final você esteja apto
a:
• identificar as características biológicas dos seres
vivos e os elementos químicos essenciais para a
vida como a conhecemos;
• definir e caracterizar extremófilos;
• listar as condições necessárias para que um
planeta seja habitável;
• identificar os tipos de estrelas adequadas para
terem planetas habitáveis;
• identificar possíveis locais que poderiam abrigar
(ou ter abrigado) vida, dentro e fora do sistema
solar;
• usar a equação de Drake para estimar o número
de civilizações existentes na Via Láctea com
quem se poderia estabelecer contato;
• reconhecer a dificuldade de realizar viagens a
outras estrelas e seus possíveis planetas.
A vida na Terra
Vida na Terra
A atmosfera Primordial
A Terra não se formou com a mesma composição do
Sol, pois nela faltam os elementos primários leves e voláteis,
incapazes de se condensar na região demasiadamente
quente da nebulosa solar onde a Terra se formou. Depois, os
elementos leves secundários foram perdidos pelo proto-
planeta porque sua massa pequena e temperatura elevada
não permitiram a retenção da atmosfera. A atmosfera
primitiva resultou do degasamento do interior quente e era
alimentada através da intensa atividade vulcânica que
perdurou por cerca de 100 milhões de anos após sua
formação. Apesar da ejeção de H2O, CO2, HS2, CH4 e NH3 na
atmosfera, esta não possuía oxigênio livre como hoje, que
poderia destruir moléculas orgânicas. A formação de
moléculas complexas requeria energia de radiação com
comprimentos de onda menores que 2.200Å, providos por
relâmpagos e pelo próprio Sol, já que não havia ainda na
Terra a camada de ozônio que bloqueia a radiação
ultravioleta.
Vida Inteligente
N =( R∗ )( fp )( nT )( fv )( fi )( fc )( t ),
onde:
N = número de civilizações em nossa Galáxia capazes de
se comunicar,
R* = taxa de formação de estrelas na Galáxia (entre 2 e 20),
fp = fração provável de estrelas que têm planetas (menor
que 0,4),
nT = número de planetas ou luas com condições parecidas
com as da Terra por estrela que tem planetas (0 -100?),
fv = fração provável de planetas que abrigam vida (0 – 1),
fi = fração provável de planetas que desenvolveram vida
inteligente ( 0 – 1),
fc = fração de espécies inteligentes que podem e querem se
comunicar ( 0 – 1),
t = tempo de vida de tal civilização (10 – 109).
A única variável razoavelmente bem conhecida é
R*. Podemos fazer um cálculo otimista, supondo que a vida
como a nossa pulula na Galáxia, assumindo
N = R∗ fp t,
R* fp fv nT fi fc t N
hipótese
muito 20 0,6 1 1 1 1 109 ~109
otimista
hipótese
2 0,1 0,1 10-3 10-6 10-3 102 ~10-12
pessimista
valores de
10 0,5 1 1 0,01 0,01 10000 100
Drake
Hipóteses de Drake
Podemos estimar a distância média entre estas
-Hipótese otimista:
"civilizações", assumindo que estão distribuídas uniformemente
Há possibilidade pela nossa Galáxia. Como nossa galáxia tem
de 1 bilhão de civilizações
em nossa Galáxia e aproximadamente 100.000 anos-luz de diâmetro por 1. 000
querem se comunicar. anos-luz de espessura, o volume total da galáxia é da ordem
-Hipótese de
pessimista:
VG = π . r 2 . h,
Criaturas como
terráqueos são muito raras, onde:
apenas 1 caso em 100
bilhões de Galáxias, nosso r = raio da galáxia,
universo observável tem
h= espessura da galáxia.
1011 galáxias, logo,
estariamos sozinhos. Logo,
= . (50 000 al)2 .1000 al 2,5. π .1012 al 3
VG π=
Resumo
Zona habitável: temperatura adequada para ter água
em forma líquida e fontes de energia para manter o
metabolismo dos seres vivos. Deve durar milhões de anos,
para a vida se desenvolver, e deve ser estável.
Planetas habitáveis: planetas telúricos na zona
habitável de uma estrela: nem muito frio nem muito quente,
permitindo água em estado líquido.
Luas habitáveis: satélites de planetas gigantes
localizado na zona de habitabilidade de sua estrela.
Satélites de planetas gigantes fora da zona de
habitabilidade de sua estrela, mas que tenham uma outra
fonte de calor. Luas aquecidas, por exemplo por forças de
maré.
Condições para uma estrelas planetas habitáveis:
• a estrela não pode ser muito jovem;
• a estrela não pode ser muito massiva nem
pouco massiva;
• a estrela deve ter metalicidade alta;
• a estyrela deve, preferencialmente,ser solitária.
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa quinta aula, da segunda
área, vamos tratar da medida da luz proveniente de um
objeto celeste e as conclusões que se obtém a partir das
análises fotométricas.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nessa aula trataremos da fotometria. Ao final
esperamos que você esteja apto a:
• definir luminosidade e fluxo, e estabelecer a
relação entre luminosidade, fluxo e
distância;
• entender a relação de magnitude e fluxo;
• distinguir entre magnitude aparente e
magnitude absoluta, usando suas definições
para deduzir o módulo da distância;
• relacionar os sistemas de magnitudes e o
Índice de Cor;
• entender como a atmosfera da Terra afeta
a luz das estrelas.
Fotometria
c c
=λ =; ν = ; c λν ,
ν λ
.
onde,
λ = comprimento de onda,
ν = frequência,
c ≅ 300 000 km/s = velocidade da luz no vácuo.
Localização no Espectro
O comprimento de onda da radiação visível vai
aproximadamente de 3.900 Å (violeta) até cerca 7.800 Å
Radiação visível (luz) (vermelho).
Comprimento de onda de
aproximadamente Tabela 02.05.01: Características das radiações componentes do espectro
3.900 Å até 7.800 Å. visível. Como as cores são subjetivas, pois dependem da sensibilidade de
cada olho humano, a definição é um pouco arbitrária.
Relação Å x m
1 Å =10-10m.
Ângulo plano
Ângulo sólido
É a razão entre o
elemento de área na
superfície da esfera e o
A
Figura 02.05.03: O ângulo sólido ω é definido como ω= .
quadrado de seu raio. r2
Maior ângulo sólido
O maior ângulo plano é aquele que subentende toda
Toda área superficial
da esfera: 4π sr. a circunferência do círculo, e vale 2 π radianos; o maior
ângulo sólido subtende toda a área superficial da esfera, e
vale 4 π esferorradianos (sr).
Intensidade específica
A intensidade específica monocromática IV é a
quantidade de energia dE que emitida pela fonte, por
unidade de área dA, por unidade de tempo dt, por
unidade de ângulo sólido dω , em um intervalo de
frequências dν , ao longo de uma certa direção θ .
dE cos θ
Iυ = .
dt dAdω dυ
A intensidade específica
monocromática
É a quantidade
de energia dE emitida
pela fonte, por unidade
de área dA, por unidade
de tempo dt, por
unidade de ângulo sólido
d ω , em um intervalo de
frequências dv , ao
longo de uma certa
direção θ . Figura 02.05.04: A intensidade específica depende da direção: a intensidade
emitida através da superfície dA na direção normal a ela (S) é diferente da
intensidade emitida na direção do ângulo sólido dω..
Fv = dE / ( dt dv dA) .
Fv = ∫ Iv cos θ dω.
Fluxo ∞ ∞
É o que medimos
=F ∫=
Fν dν ∫
0 0
Fλ dλ.
quando a radiação
chega ao detector. Ao contrário da luminosidade e da intensidade
específica, que não variam com a distância, o fluxo de
radiação cai com o quadrado da distância (r) de forma que
o fluxo que chega ao detector é muito menor do que o fluxo
1
na superfície do astro, estando diluído por um fator de 2 .
r
Para uma estrela esférica de raio R, o fluxo na sua
superfície será:
O Fluxo diminui com o
quadrado da distância
L
F(R)= ,
Fα
1
.
4π R2
distância2
onde:
L = 4 R2 ∫ F ( v ) dv.
L
F(r )= .
4π r 2
Luminosidade Assim, a luminosidade L da estrela que está a uma
distância r pode ser obtida diretamente multiplicando o fluxo
É a potência luminosa de
uma estreladeterminada a dela proveniente (medido por nós), pela área esférica sobre
partir do fluxo medido, a qual o fluxo se distribui:
quando se conhece a
distância. L = 4π r 2 F(r ).
A luminosidade é a potência luminosa da estrela, e é
expressa em watts. O fluxo é potência luminosa que
atravessa uma superfície, e tem unidades de W/m² no
Área 2, Aula 5, p.5 Sistema Internacional(SI).
Müller, Saraiva & Kepler
Magnitudes
O brilho aparente de um astro é o fluxo medido na
Terra e, normalmente, é expresso em termos da magnitude
aparente m, que por definição é dada por:
m=
− 2,5 log F + cons t.
F1 F
m1=
− m2 K log ⇒
= 1− 6 K log 1 ,
F2 F2
logo:
F2
m2 − m1 =
− 2,5log .
F1
Ft Dt2
= ,
Fo Do2
onde,
Dt = diâmetro do telescópio,
Do = diâmetro da pupila do olho,
já que toda a energia captada pelo telescópio está sendo
transmitida ao olho.
Se mt e mo são as magnitudes correspondentes,
então:
mt -mo = -2,5 log10 (Ft/Fo) = 5 log10 (Dt/Do).
Portanto definindo a magnitude limite do olho
humano como +6, correspondente a um diâmetro da
pupila de 8 mm, a magnitude limite de um telescópio de
diâmetro Dt seria mlimite=16,5 + 5 log Dt, para D em metros.
Devido às perdas de luz nos telescópios, a magnitude limite
é cerca de meia magnitude menor,
mlimite = 16 + 5 log Dt.
onde:
F ( λ ) = fluxo no comprimento de onda efetivo do
filtro.
Sistema de magnitudes
Sistema UBV
Um sistema de magnitudes é definido pela sua
U: magnitude aparente na
camada ultravioleta, eficiência φ ( λ ) e por sua constante (const.). Um sistema
B: magnitude aparente na
muito usado é o sistema UBV, desenvolvido por Harold
banda azul,
V: magnitude aparente na Lester Johnson (1921-1980) e William Wilson Morgan (1906-
banda amarela (visual). 1994) em 1951. U, B e V indicam as magnitudes aparentes
nas bandas espectrais ultravioleta, azul e amarelo,
respectivamente, e têm seus comprimentos de onda
efetivos em 3.600 Å, 4.200 Å e 5.500 Å.
Índice de Cor
Magnitude Absoluta
Exemplo 1
Spica tem magnitude visual aparente mv= 0,98 , e
está a uma distância de 800 pc da Terra. Quanto medem
o módulo de distância e a magnitude visual absoluta de
Spica?
Solução:
O módulo de distância é a diferença entre a
magnitude aparente e a absoluta, e é definido como:
Exemplo 2
Qual é o módulo da distância da estrela Canopus?
Qual é a sua distância em parsecs até a Terra?
Solução:
Pela tabela 02.05.03, vemos que Canopus tem:
mv =- 0,72 e Mv = - 2,5,
como o módulo da distância é dado por:
mv – Mv = - 0,72 - (- 2,5) = 1,78.
E a sua distância é dada por;
mv – Mv = - 5 – 5 log r
1,78 = - 5 – 5 log r
5 log r = 6,78
log r = 1,356
r 22,7 pc
mbol
= mv − C.B.
L
M
=bol 4,72 − 2,5log ,
L
mas precisamos levar em conta o efeito da atmosfera da
Terra e do material interestelar.
Resumo
Radiação visível (luz):
Tem comprimento de onda de aproximadamente
3.900 Å até 7.800 Å.
Ângulo plano: razão entre o arco e o raio do círculo.
Ângulo sólido: razão entre o elemento de área na
superfície da esfera e o quadrado de seu raio.
Maior ângulo sólido: toda área superficial da esfera:
4π sr.
A intensidade específica monocromática: é a
quantidade de energia dE emitida pela fonte, por unidade
de área dA, por unidade de tempo dt, por unidade de
ângulo sólido d ω , em um intervalo de frequências dν , ao
longo de uma certa direção θ . É uma propriedade
intrínseca do campo de radiação.
Fluxo: é o que medimos quando o fluxo de radiação
chega ao detector.
Área 2, Aula 5, p.12
Müller, Saraiva & Kepler
O Fluxo diminui com o quadrado da distância:
1
Fα .
distância2
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Saraiva
Introdução
Prezado aluno, em nossa sexta aula, da segunda
área, vamos tratar do conhecimento obtido a partir das
descobertas da teoria das radiações e como, pela
emissão de luz desses corpos, é possível obter muitas
informações dos mesmos.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos fotometria e teoria da
radiação. Ao final esperamos que você esteja apto a:
• aplicar as propriedades do corpo negro para
deduzir temperaturas, raios e luminosidades
das estrelas;
• relacionar o fluxo na superfície de um corpo
negro com a temperatura do corpo, pela Lei
de Stefan-Boltzmann;
• relacionar o comprimento de onda em que o
corpo negro tem o pico da radiação com a
sua temperatura, segundo a Lei de Wien.
e ν é a frequência.
Com esta quantização da energia, ele pode
deduzir teoricamente a intensidade de um campo de
radiação, como a seguir.
A intensidade específica monocromática (energia
.
por unidade de comprimento de onda, por segundo, por
unidade de área, e por unidade de ângulo sólido) de um
corpo que tem uma temperatura uniforme T e está em
equilíbrio termodinâmico com seu próprio campo de
radiação (o que significa que é opaco), é dada pela Lei
de Planck:
2 hc2 1
B λ (T ) = ,
λ5 ehc/ λ k T −1
onde:
Bλ (T) é a intensidade específica monocromática do corpo
negro de temperatura T,
c é a velocidade da luz,
h é a constante de Planck,
dv c
=− 2
dλ λ
obtendo
λ2
Bν = Bλ ,
c
ou
Radiação de corpo negro
2 hυ 3 1
Radiação que depende B υ (T ) = ,
unicamente da temperatura c2 ehυ / k T −1
do corpo, sendo descrita
pela lei de Planck. É
também chamada
que é chamada Lei de Planck.
radiação térmica.
Qualquer corpo em equilíbrio termodinâmico
emitirá fótons com uma distribuição de comprimentos de
onda dada pela Lei de Planck acima. Esta radiação é
chamada de radiação de corpo negro, ou radiação
térmica, pois depende unicamente da temperatura do
corpo como o gráfico da figura 02.06.02.
Lei de Wien
1
λmax α .
T
O comprimento
de onda( λ ) em que um e o máximo de Bυ ( T ) ocorre em
corpo negro tem o pico
da radiação é hν max = 2,821kT
inversamente proporcional
à sua temperatura
absoluta (T).
Esta relação, encontrada empiricamente por Wilhelm
Carl Werner Otto Fritz Franz Wien (1864-1928) em 1893, mostra
1
λmax α . que, à medida que T aumenta, υmax aumenta, e λmax diminui.
T
Desta maneira se explica porque, quando se aquece uma
barra de ferro, ela torna-se primeiro vermelha, depois
esbranquiçada e finalmente azulada.
Lei de Stefan-Boltzmann
∞ 2π π /2 ∞
=F F (υ ) dυ ∫
∫= dϕ ∫ cos θ senθ d θ ∫ Bυ ( T ) dυ
0 0 0 0
∞
Lei de Stefan-Boltzmann = π ∫ Bυ ( T ) dυ .
0
Logo,
Logo:
F =σ T 4 ,
F =σ T 4
onde
=σ 5,67
= x10 −5 ergscm2 K −4 s−1 5,67 x10 −8 W m−2 K −4
é a constante de Stefan-Boltzmann.
Portanto, o fluxo emitido por um corpo negro é
proporcional à quarta potência da temperatura. Essa
relação é conhecida como Lei de Stefan-Boltzman.
Temperatura efetiva ( Tef) Como uma estrela não é um corpo negro, isto é, suas
camadas externas de onde provém a radiação não estão
É a temperatura de um exatamente em equilíbrio térmico, e, portanto a temperatura
corpo negro que emite a
mesma quantidade de
não é a mesma para toda a estrela, definimos um parâmetro
energia por unidade de chamado temperatura efetiva Tef, que é a temperatura de
área e por unidade de um corpo negro que emite a mesma quantidade de energia
tempo que uma estrela. por unidade de área e por unidade de tempo que a estrela.
F ≡ σ Tef4
F ≡ σ Tef4
L = 4 π R2 σ Tef4 .
L
= R⊕2 F⊕ π R⊕2
P π= .
4π r2
Resumo
2hc2 1
Bλ (T )= 5 hc/ λ kT
.
λ e −1
Nas equações acima, Bν ≡ Iν, Bλ ≡ Iλ.
Lei de Wien
F = σ T4 ,
onde
σ = constante de Stefan-Boltzmann = 5,67 x 10-5ergs/(cm2K4s).
Luminosidade da Estrela (L)
L α 4π R2 .
L α Tef4 .
Logo:
L = 4 π R2 σ Tef4 .
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de
hoje resolva as questões de fixação e compreensão do
conteúdo a seguir, utilizando o fórum, comente e compare
suas respostas com os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho.
Introdução
Prezado aluno, em nossa sétima aula, da segunda
área, vamos tratar da espectroscopia, fazendo distinção
entre os diferentes tipos de espectros. Veremos como as
transições eletrônicas dentro de um átomo produzem suas
linhas de emissão e de absorção, como são classificadas
de acordo com as suas linhas espectrais, e como essas
linhas dependem das temperaturas das estrelas.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula trataremos de espectroscopia. Esperamos
que no final você esteja apto a:
• distinguir entre os diferentes tipos de espectros -
o contínuo, o de emissão e o de absorção -, e
explicar como cada um se forma;
• descrever, em linhas gerais, a estrutura do
átomo de hidrogênio, no modelo clássico;
• explicar como as transições eletrônicas dentro
de um átomo produzem as linhas de emissão e
de absorção nos espectros desses átomos;
• explicar por que as estrelas apresentam
espectros de absorção;
• explicar como é feita a classificação espectral
das estrelas e listar as classes básicas
associando-as com as linhas espectrais
dominantes;
• associar o tipo espectral de uma estrela com a
sua temperatura.
.
Curiosidade
B 6867 oxigênio
H 3968 cálcio
1º Espectro contínuo:
característico de um corpo
opaco (sólido, líquido ou
gasoso) aquecido;
2º Espectro de emissão:
característico de um gás Figura 02.07.04: Os três tipos de espectros na classificação de Kirchhoff: o contínuo,
transparente aquecido. o de emissão e o de absorção.
3º Espectro de absorção:
formado pela
superposição de um gás
mais frio à fonte do
espectro contínuo.
O espectro contínuo é
também chamado de
espectro de corpo negro,
ou espectro térmico.
Depende apenas da
temperatura da fonte
Curiosidades:
Em 1862, o astrônomo sueco Anders Jonas Ångström (1814-1874),
aumentando a precisão de medida do comprimento de onda, identificou as
linhas de hidrogênio no Sol. A identificação do elemento hidrogênio já havia sido
feita em 1766 pelo físico e químico inglês Henry Cavendish (1731-1810).
Em 1868, o astrônomo inglês Sir Joseph Norman Lockyer (1836-1920)
descobriu uma linha inexplicada no espectro do Sol, que ele identificou com um
novo elemento químico, hélio, do grego helios, Sol. Lockyer mais tarde fundou a
revista Nature, e foi seu editor por 50 anos. Independentemente, o astrônomo
francês Pierre-Jules-César Jansse (1824-1907) também identificou esta linha, no
mesmo ano. Somente 27 anos mais tarde o elemento hélio foi descoberto na Terra,
pelo químico inglês Sir William Ramsay (1852-1916) quando o espectro de um
minério de urânio contendo hélio produziu uma linha na posição exata daquela
encontrada por Lockyer no espectro do Sol. Hoje em dia sabemos que o hélio é o
segundo elemento mais abundante no Universo. O primeiro é o hidrogênio.
Figura 02.07.08: Louis de Broglie, Niels Bohr, Albert Eisntein, Max Karl Ernst Ludwig
Planck & Erwin Schrödinger.
h E
p= = .
λ c
De Broglie também propôs que os elétrons de um átomo
só podem ocupar níveis quantizados, o que mais tarde foi melhor
entendido com a formulação da mecânica quântica por Erwin
Schrödinger (1887-1961).
Níveis de Energia do Hidrogênio
De Broglie fez a suposição, seguindo Niels Henrik David
Bohr (1855-1962), que as órbitas são quantizadas, isto é, que a
órbita do elétron deveria conter um número inteiro de
comprimentos de onda:
(3)
e = 1,6 x 10-19C.
me .v2
Fc =
,
r
e é gerada pela força de Coulomb. Portanto:
2 1/2
K.e2 m .v K.e2
Fc = FC ⇒ 2 = e ⇒v= ,
r r me .r
ou seja, o momentum linear do elétron é dado por:
(4)
1/2
me . K. e 2
pe m
= =e .v
.
r
Pela equação (2), o momentum de cada elétron está
relacionado com o seu comprimento de onda ( λ ):
(5)
h h
pe = ⇒ λe = ,
Um elétron-volt (eV)
λe pe
Elevando-se ao quadrado,
n2 . 2 . r
r2 = ,
me . K . e2
,
onde:
h
= ,
2. π
.
dividindo por r , chegamos ao raio de Bohr:
n2 . 2
r= .
me . K . e2
.
Como a energia total é dada por:
1 K . e2 K. e2 K . e2 . me . K . e2
E= . me . v2 − =
− =
− ,
2 r 2. r 2. n2 . 2
(6)
Efóton
= E( n ) − E ( n ).
1 2
Mecânica Quântica
1 13,6 eV 1 1 1 1 1
= . 2 −=
2 2 − 2 .
λ h.c n1 n2 n n2
912 A 1
Se os átomos emitem em
linhas espectrais, de onde
vem o espectro contínuo?
Quando átomos
interagem com outros, as
linhas espectrais são
alargadas, já que os
átomos têm velocidades
diferentes e os Existem regras de seleção que prevêem as transições mais
comprimentos de onda se esperadas entre dois níveis de energia, levando em conta a
deslocam pelo efeito existência, ou não, de superposição espacial das funções de onda
Doppler. Quando um
agregado de átomos dos níveis envolvidos nas transições. As transições permitidas
interage fortemente, como representam as transições que conservam o momentum angular
em um sólido, líquido, ou total do sistema.
gás opaco, todas as linhas
são tão alargadas, que Outras transições são matematicamente possíveis, mas são
produzem um contínuo consideradas proibidas porque, nas condições terrestres, antes que
térmico.
um átomo possa irradiar por uma transição proibida, uma colisão
com outro átomo ou molécula irá ocorrer e desexcitar o átomo
colisionalmente. Como no meio interestelar os átomos estão muito
mais distantes entre si do que na Terra, as colisões são muito raras e,
portanto, as transições proibidas são importantes em nuvens de gás
e no meio interestelar.
∆λv 1
= cos θ ,
λ c v2
1− 2
c
Perfil de Linha
Perfil de linha
A composição química da atmosfera de uma estrela pode
A composição química ser determinada pela razão das profundidades das linhas
da atmosfera de uma
estrela pode ser espectrais, que depende da temperatura e pressão.
determinada pela razão
O perfil de uma linha representa a variação da densidade
das profundidades das
linhas espectrais, que de fluxo (intensidade) com o comprimento de onda. A forma de
depende da uma linha espectral é chamada de perfil da linha. A forma
temperatura e da verdadeira da linha reflete as propriedades da atmosfera da
pressão.
estrela: temperatura T, pressão P, gravidade superficial g,
densidade ρ e velocidade das partículas v, mas o perfil observado
também é alargado pelo instrumento de observação (incluindo a
largura da fenda). A composição química da atmosfera de uma
Área 2, Aula 7, p.11
estrela pode ser determinada pela razão das profundidades das
Müller, Saraiva & Kepler
linhas espectrais, que depende da temperatura e pressão.
O Efeito Doppler não apenas desloca a linha como um
todo, mas também o alarga. Devido ao movimento térmico dos
átomos na atmosfera da estrela, muitos átomos emitem e
absorvem fótons em comprimento de onda ligeiramente maiores
ou menores do que emitiriam e absorveriam se estivessem
parados. Quanto mais quente o gás, maior o alargamento da
Além de deslocar a linha, o linha.
efeito Doppler também a
alarga.
Classificação Espectral
Área 2, Aula 7, p.13 Figura 02.07.13: Espectro das estrelas com os comprimentos de ondas de cada cor,
Müller, Saraiva & Kepler com suas respectivas temperaturas.
Uma frase para lembrar a
ordem de temperaturas
é:
Resumo
Espectro
É a decomposição que a luz branca sofre ao passar por
um prisma. A luz branca se dispersa em seus comprimentos de
onda componentes.
Tipos de espectros (Leis de Kirchhoff):
- um corpo opaco quente (sólido ou fluido muito denso)
produz um espectro contínuo, isto é, tem todos os comprimentos
de onda;
- um gás quente transparente (de baixa densidade) produz
um espectro de linhas brilhantes (linhas de emissão). Nesse
espectro apenas alguns comprimentos de onda estão presentes;
- um gás transparente em frente ao corpo opaco mais
quente produz um espectro de linhas escuras (linhas de
absorção), por remover alguns comprimentos de onda do
contínuo.
O espectro contínuo é também chamado de espectro de
corpo negro, ou espectro térmico. Depende apenas da
temperatura da fonte. Quando átomos interagem com outros, as
linhas espectrais são alargadas, já que os átomos têm
velocidades diferentes e os comprimentos de onda se deslocam
pelo Efeito Doppler. Quando um agregado de átomos interage
fortemente, como em um sólido, líquido, ou gás opaco, todas as
linhas são tão alargadas, que produzem um contínuo térmico.
As linhas de emissão ou absorção produzidas por cada
elemento são únicas, e sua formação se dá dentro dos átomos,
como é explicado pelo modelo de Bohr para o átomo de
hidrogênio; o elétron só pode orbitar o núcleo em determinadas
órbitas (aquelas cujo perímetro contenha um número inteiro de
comprimentos de onda do elétron), o que significa que os níveis
de energia do hidrogênio são quantizados. Estando nesses níveis
de energia o átomo não emite radiação, mas quando o átomo
passa de um nível de energia para outro, a diferença de energia
entre os dois níveis é emitida ou absorvida na forma de fótons,
formando uma linha de emissão ou de absorção no espectro.
Na visão atual, os elétrons atômicos não são mais vistos
como partículas que se movem em órbitas bem definidas em
torno do núcleo. Os chamados orbitais atômicos, que descrevem
o comportamento ondulatório dos elétrons, estão associados a
distribuições de probabilidade de encontrar um elétron em
determinada região e, por isso os elétrons são vistos como
“nuvens” em torno do núcleo, mas ainda com energia bem
definida.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas com
os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa oitava aula, da segunda
área, vamos tratar da classificação espectral fazendo
distinção entre os diferentes tipos de espectros. Baseados
na última aula, onde vimos que as transições dentro de
um átomo produzem as linhas de emissão e de absorção,
veremos que as estrelas podem ser classificadas de
acordo com as suas linhas espectrais. E, a partir dessas
linhas, como é possível estabelecer as suas temperaturas,
suas luminosidades e a suas composições químicas.
Também nessa aula conheceremos o diagrama HR, que
é uma ferramenta extremamente útil para estudar as
estrelas. Analisando um diagrama HR vemos como as
estrelas podem ser classificadas em diferentes grupos. O
diagrama HR também nos proporciona um método para
determinar distâncias estelares.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula trataremos da classificação espectral das
estrelas e do Diagrama HR. Esperamos que no final você
esteja apto a:
Classificação de Luminosidade
Tabela 02.08.01: Seis classes de luminosidade, criadas com base nas larguras das
linhas espectrais por W. W. Morgan e por P.C. Keenan.
Luminosidade
Dada por:
L = 4. π .R2 . σ . Tef4
.
A luminosidade (L) da
estrela é proporcional ao
quadrado de seu raio.
L α R2 .
Diagrama HR
Diagrama HR
Sequência Principal
Faixa estreita no
diagrama HR, indo do
extremo superior
esquerdo até o extremo
inferior.
Figura 02.08.06: Diagrama HR para um conjunto grande de estrelas torna visível as
quatro regiões em que há mais concentração de estrelas. Fonte:
(http://www.if.ufrgs.br/oei/stars/hr/diag_hr.htm).
L = 4π R2σ Tef4 .
Área 2, Aula 8, p. 7
Müller, Saraiva & Kepler
M ≥ 3M → Lα M 3 ,
3M ≥ M ≥ 0 ,5M → Lα M 4 ,
M ≤ 0 ,5M → Lα M 2 ,5 .
Atenção: nas equações acima M significa massa e não
magnitude!
.
Supergigantes azuis
Localizadas na parte
inferior da sequência
principal. São as estrelas
mais numerosas. Têm
massas baixas e
densidades altas.
Anãs Brancas
Cobrem um intervalo de
temperatura desde as
Figura 02.0812: Na foto vemos Sírius A e, na ponta da flecha, Sírius B, com
mais quentes até as
Tef=25 000K, R=5 600 km, Período orbita l= 50,1 anos, 9 magnitudes mais fraca que
mais frias.
Sírius A e sempre mais próxima que 11,5 segundos de arco.
Apresentam densidades
extremamente altas. Sírius B tem uma massa solar, raio de 5.800 km e
densidade média de 2 milhões de vezes a densidade da água.
Algumas anãs brancas têm densidades centrais maiores do que
10 milhões de vezes a densidade da água. Uma colher de chá
do material que as constitui teria massa de 50 toneladas!
Podemos comparar com a densidade dos elementos mais
densos na Terra, como o irídio, que tem densidade de
22,6 g/cm3.
Área 2, Aula 8, p.10
Müller, Saraiva & Kepler
O diagrama HR como Indicador de Distâncias
Uma das aplicações mais importantes do diagrama HR é a
determinação de distâncias estelares. Suponha, por exemplo, que
uma determinada estrela tem um espectro que indique que ela
está na sequência principal e tem tipo espectral G2. Sua
luminosidade então pode ser encontrada a partir do diagrama HR,
e será em torno de 1 L (M = +5). Conhecendo-se sua magnitude
aparente, sua distância pode ser conhecida a partir do seu
módulo de distância
onde
(m-M) = o módulo de distância,
m = magnitude aparente,
M = magnitude absoluta e
d = distância em parsecs.
Em geral, a classe espectral sozinha não é suficiente para
se conhecer a luminosidade da estrela de forma única. É
necessário conhecer também sua classe de luminosidade. Por
exemplo, uma estrela de tipo espectral G2 pode ter uma
luminosidade de 1L se for da sequência principal, ou de 10 L
(M = 0), se for uma gigante, ou ainda de 100 L (M = -5), se for uma
supergigante.
Paralaxes Esta maneira de se obter as distâncias das estrelas, a partir
Espectroscópicas do seu tipo espectral e da sua classe de luminosidade, é chamada
Forma de se obter as
método das paralaxes espectroscópicas.
distâncias das estrelas a
Resumo
partir do seu tipo
espectral e de sua classe
de luminosidade.
Luminosidade dada por:
L = 4. π .R2 . σ . Tef4 .
Área 2, Aula 8, p. 11
Müller, Saraiva & Kepler
• sequência principal: estreita faixa que vai do
extremo superior esquerdo até o extremo inferior.
Corresponde à classe de luminosidade V (anãs). A
maioria das estrelas (85%), incluindo o Sol, encontra-
se nessa faixa. As estrelas mais massivas são mais
quentes e luminosas e ficam na extremidade
superior esquerda do diagrama HR. São as estrelas
azuis, sendo também as estrelas mais luminosas da
sequência principal. As estrelas menos massivas são
mais frias e menos luminosas, ficam na extremidade
inferior do diagrama HR;
• gigantes: estrelas que se concentram na região
superior direita do diagrama HR são as gigantes
vermelhas, estrelas frias e luminosas, de baixa
densidade. Estrelas de classe de luminosidade III e II;
• supergigantes: estrelas que se concentram no topo
do diagrama são as estrelas mais luminosas. Estrelas
de classes de luminosidades I;
• anãs brancas: estrelas que se concentram no canto
inferior esquerdo do diagrama HR. São estrelas
quentes e pouco luminosas que estão no estágio
final da evolução. Cobrem um intervalo de
temperatura desde as mais quentes até as mais
frias. Apresentam densidades extremamente altas.
Paralaxe espectroscópica: método de medir a distância
pela localização da estrela no diagrama HR. É uma forma de se
obter as distâncias das estrelas a partir do seu tipo espectral e de
sua classe de luminosidade.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas com
os demais colegas.
Bom trabalho!
Fonte: http://www.if.ufrgs.br/fis02001/exercicios/ls_espec.html.
a) Esboce ou represente num diagrama HR as 10 estrelas
mais brilhantes (em magnitude aparente) do céu, escrevendo o
nome referente a cada uma.
b) Qual a luminosidade de cada uma das estrelas, em
luminosidade solar?
c) Que linhas espectrais mais você espera encontrar nos
espectros de cada uma dessas estrelas?
d) Entre todas as estrelas da tabela:
I. qual a mais fria?
II. qual a mais quente?
III. qual a mais luminosa?
IV. qual a menos luminosa?
V. qual a maior?
VI. qual a menor?
VII. quais são supergigantes, e quais suas cores (vermelha,
azul, branca, amarela?
VIII. entre as que estão na SP, qual a mais massiva?
IX. entre as que estão na SP, qual a menos massiva?
X. qual é a mais parecida com o Sol?
Até a próxima aula!
Alexei Machado Müller , Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho.
Introdução
Prezado aluno, em nossa nona aula, da segunda
área, vamos estudar a fonte de energia das estrelas e o
tempo de vida das mesmas. A luminosidade das estrelas -
a energia que jorra no espaço a cada segundo - é
alimentada pelas reações de fusão nuclear acontecendo
em seu centro. O tempo que uma estrela pode manter
essa luminosidade, que é fundamental para a existência
de vida, depende de quanto “combustível” ela tem para
gastar e de quão rápido o gasta transformando em
energia térmica, em luz e outras formas de energia.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos da fonte de energia e do
tempo de vida das estrelas. Esperamos que ao final você
esteja apto a:
• definir quais as fontes de energia das estrelas;
• explicar o processo de fusão nuclear e como
ele gera energia;
• estabelecer a relação entre a massa da
estrela, sua luminosidade e o seu tempo de
vida.
E = m.c2
Durante os anos 1920 e 1930, os astrônomos estavam
colectando dados sobre todos os tipos de estrelas, e os físicos
nucleares estavam, então, trabalhando na teoria do núcleo
Equivalências
atômico.
1 W = 1 J/s.
1 cal = 4,18 J.
E = m. c2 ,
ESP
= 0,007 x 0,1x M x c2
( s)
2
= 0,007 x 0,1x1,99 x1030 kg x 3 x108 m
=1,26 x1044 J.
Resumo
Fonte de energia das estrelas
4H → He4 + 2e+ + 2ν e + γ .
Para o Sol:
(1,26 x 1044 J )/ (3,91x 1026 J/s) = 1010 anos
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas
com os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa décima aula, da
segunda área, vamos estudar a formação e evolução
estelar. Desde o nascimento da estrela, passando pela
vida da mesma até a sua morte. Estudaremos as
características de cada estágio evolutivo das estrelas,
bem como os processos físicos envolvidos nessa
evolução.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula trataremos da formação e da evolução
estelar. Esperamos que ao final você esteja apto a:
• descrever os processos físicos envolvidos na
formação estelar;
• esquematizar os principais estágios da vida
das estrelas, desde a formação até a sua
“morte”;
• descrever os tipos de reações nucleares que
acontecem em cada fase das vidas das
estrelas;
• descrever o que são nebulosas planetárias,
supernovas, anãs brancas, estrelas de
negros, buracos negros e anãs brancas.
Temperatura mínima
para ocorrerem as
reações nucleares para
a formação de uma
estrela
8 x106 K.
Aproximadamente 10 %
da massa do Sol. Figura 02.10.04: Imagens da parte central da Nebulosa de Órion, onde o
Telescópio Espacial Hubble descobriu, em 2000, 50 anãs-marrons. As jovens
Anã marrom anãs-marrons são muito fracas e enevoadas para serem vistas no visível
(imagem da esquerda), mas tornam-se nítidas na imagem em infravermelho
Se forma quando a (esquerda). As quatro estrelas centrais, visíveis nas duas imagens, são estrelas
massa da protoestrela é jovens e muito luminosas.
inferior a 10 % da massa
do Sol.
Se a massa da estrela for maior do que 0,08 massas
solares, quando a temperatura no núcleo da estrela fica
suficientemente alta para iniciar reações nucleares estáveis, a
protoestrela torna-se uma estrela da sequência principal,
transformando hidrogênio em hélio no núcleo. A posição da
estrela na sequência principal vai depender de sua massa,
pois tanto a temperatura quanto a luminosidade da estrela
são ditados pela sua massa.
Regiões principais da
estrutura interna de
uma estrela
Núcleo,
zona convectiva e
zona radiativa. Figura 02.10.06: Estrutura interna das estrelas: nas estrelas O a zona
convectiva fica entre o núcleo e a zona radiativa; nas estrelas G (como o
Sol) a zona radiativa fica entre o núcleo e a zona convectiva; nas estrelas M
não existe zona radiativa, toda a energia gerada pelo núcleo é transportada
até a superfície por convecção.
Pulsar
Se esta estrela possuir campo magnético forte, ela
emitirá luz direcionada em um cone em volta dos polos
Estrela de nêutrons de com magnéticos, como um farol, e será um pulsar.
campo magnético forte.
Lembre que
O raio do horizonte é o raio de uma região esférica,
em torno da singularidade central onde o campo
N.m2 gravitacional é tão intenso que nem a luz escapa. É
G = 6,67.10 −11 .
kg2 também chamado de Raio de Schwarzschild, em
homenagem a Karl Schwarzschild (1873 -1916), que
derivou o seu valor como:
2. G. M
RSchw = ,
c2
onde:
G é a constante da Gravitacional Universal,
M é a massa do buraco negro e
c é a velocidade da luz no vácuo.
Essa expressão nos mostra que o raio do horizonte
de eventos depende apenas da massa do buraco negro,
e é diretamente proporcional a ela.
Área 2, Aula 10, p.13 Figura 02.10.20: Nebulosa envolvendo a estrela Wolf-Rayet WR 124, na
Müller, Saraiva & Kepler constelação Sagitário. (Imagem produzida com o Telescópio Espacial
Hubble.)
Um candidato a buraco negro estelar é Cygnus X-
1, uma das fontes de raio-X mais intensas do céu,
localizada na constelação do Cisne. Os dados indicam
que nessa fonte tem um objeto compacto com massa de
aproximadamente 10 massas solares. Cygnus X-1 forma
um sistema binário com a estrela supergigante azul
HD226868, que tem cerca de 40 massas solares.
Figura 02,10. 21: Esquerda: O sistema binário Cygnus X-1 (não visível) e a
estrela supergigante azul HD 226868. Direita: representação artística da
interação do sistema.
Massa
Evolução Final
(MSol)
não queima (reação termo-
até 0,08 anã marrom
nuclear) H
0,08 a 0,5 só queima H anã branca de He
0,5 a 10 queima H e He anã branca de C/O
deflagração do C ou colapso por disrupção total ou
10 a 11
captura de elétrons estrela de nêutrons
estrela de nêutrons ou
11 a 100 queima H,He,C,Ne,O,Si
buraco negro
acima de disrupção total ou
criação de pares, SN
100 buraco negro
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa primeira aula, da terceira
área, vamos estudar a Via Láctea. Trataremos da sua
estrutura, das diferentes populações estelares dentro
dela, entre outros assuntos pertinentes ao estudo da
Galáxia.
Bom estudo!
Galáxia e galáxia
Figura 03.01.01: Vista panorâmica da Via Láctea como vista pelo Two Micron
Área 3, Aula 1, p.2
All-Sky Survey (2MASS). Outras imagens da vista lateral da Via Láctea: Mapas
Müller, Saraiva & Kepler
da Via Láctea em diferentes bandas espectrais.
Figura 03.01.02: Concepção artística (NASA/JPL-Caltech/R.Hurt(SSC), (Spitzer
Space Telescope) de nossa galáxia como apareceria vista de cima. A figura da
esquerda ilustra a estrutura de quatro braços de mesma intensidade; a figura da
direita ilustra a estrutura espiral mais consistente com as novas observações do
Spitzer (2008), que sugerem que a Via Láctea tem apenas dois braços principais;
os outros dois seriam mais finos.
Figura 03.01.03: Imagem obtida por ©Roger Smith, do Cerro Tololo Interamerican
Observatory, mostrando a cúpula do telescópio Blanco, a Via Láctea, à direita,
com o Cruzeiro do Sul, e à esquerda, a Pequena (em cima) e a Grande Nuvem
de Magalhães, galáxias satélites da nossa Galáxia.
Via Láctea
Figura 03.01.04: Via Láctea fotografada nos dois hemisférios celestes: o Norte (à
esquerda) e o Sul (à direita).
Extensão da Galáxia
Aproximadamente 25 kpc.
Posição do Sol
Área 3, Aula 1, p.5 Figura 03.01.06: Diagrama HR mostrando a região chamada “faixa de
Müller, Saraiva & Kepler instabilidade”, onde se localizam as variáveis Cefeidas e RRLyrae.
RRLyrae: são estrelas evoluídas com massas entre 0,5 e 0,7
MSol muito comuns em aglomerados globulares. Têm tipo espectral
entre B8 e F2 e magnitude absoluta em torno de MV = 0, 6 ± 0, 3.
Seus períodos de pulsação são pequenos, entre 0,5 e 1 dia, com
variações em magnitude menores do que uma magnitude. O fato
de terem luminosidade conhecida permite que sejam usadas
como indicadores de distância para aglomerados globulares,
usando-se o módulo de distância.
Cefeidas: são supergigantes com massas entre 3 e 18 MSol e
tipo espectral entre F e K. Também pulsam de forma regular, mas
podem apresentar períodos de pulsação entre 1 e 100 dias, com
amplitudes de pulsação entre 0,3 e 3,5 magnitudes.
RRLyrae
Cefeidas
M Cefeidas
bol − 3,125 log P −1, 525.
=
Distância Método
de alcance
1 UA radar
1.000 pc paralaxe
heliocêntrica
10.000 pc paralaxe
espectroscópica
Morfologia
Figura 03.01.10: Imagem da Via Láctea como vista da Terra (ESO). As manchas
brilhantes são constituídas de estrelas e gás. As manchas escuras são nuvens de
poeira que impedem de ver as estrelas atrás delas.
Área 3, Aula 1, p. 7
Müller, Saraiva & Kepler
Figura 03.01.11: Concepção artística (NASA/JPL-Caltech/R.Hurt(SSC),Spitzer Space
Telescope) de nossa galáxia como apareceria vista de cima, de acordo com as
observações do Spitzer (2008), que sugerem que a Via Láctea tem barra de estrelas
velhas no centro e uma estrutura espiral com dois braços principais e vários braços
menores. O braço em que está o Sol – braço de Órion – é um desses braços
pequenos.
Forma da Galáxia
Ano galáctico
A Massa da Galáxia
Tempo que o Sol leva
para dar uma volta em
O Sol, as outras estrelas, as nebulosas gasosas, e tudo o que
torno do centro da faz parte da galáxia, gira em torno do centro galáctico movido
Galáxia. pela atração gravitacional da grande quantidade de estrelas ali
Tem duração de 233 concentradas, da mesma forma que os planetas giram em torno do
milhões de anos.
Sol.
Observando o movimento orbital de uma estrela na periferia
da galáxia, podemos determinar aproximadamente a massa da
Galáxia, MG, desde que saibamos a distância dessa estrela ao
centro galáctico. Tomemos como exemplo o próprio Sol, e vamos
assumir que ele está em uma órbita circular em torno do centro
galático com velocidade v .
A força centrípeta do Sol é
M v2
FC = ,
R
que é produzida pela atração gravitacional entre o Sol e a massa
da Galáxia interna ao Sol, dada por
G M MG
FG = .
R2
Uma vez que a força gravitacional atua como força
centrípeta, ou seja:
FG = Fc ,
temos:
G MG m mv 2 R v2
= → MG = .
R2 R G
Massa da Galáxia
Os estudos da rotação galáctica mostram que nas
Seu valor aproximado pode
ser obtido a partir do proximidades do Sol a velocidade orbital é de v = 220 km / s .
movimento das estrelas de Sabemos que a distância do Sol ao centro galáctico é de 8.300 pc
seu interior.
A massa interna à órbita do
= 2,5 × 1020 m. A massa da galáxia MG pode então ser calculada:
Sol é aproximadamente
1011 massas solares.
v2 R ( 2, 20 x10 5 m / s)2 (2, 5 x10 20 m)
MG
= = ,
G 6, 7 x10−11 m3 / (kg. s2 )
MG =1, 8 x10 41 kg 1011 M .
Figura 03.01.18: Duas curvas de rotação para a Galáxia: a curva de cima é a curva
observada, a partir do movimento do gás no disco; a curva de baixo é a curva
esperada a partir da matéria visível.
Populações Estelares
O centro da Galáxia
O centro da Galáxia fica na direção da constelação de
Sagitário, numa região com alta concentração de material
interestelar que impede sua visualização a olho nu ou usando
detectores ópticos.
Centro da Galáxia
Fica na direção da
constelação de
Sagitário.
O movimento das
estrelas e do gás no
núcleo indica a
existência de um buraco
negro no núcleo.
Resumo
Via Láctea: faixa nebulosa que atravessa o hemisfério
celeste de um horizonte a outro. Chamamos a essa faixa Via
Láctea, devido à sua aparência, que lembrava aos povos antigos
um caminho esbranquiçado como leite. Sua parte mais brilhante
fica na direção da constelação de Sagitário.
• Extensão da Galáxia: aproximadamente 25 kpc.
• Posição do Sol: no disco galáctico a 8,3 kpc do
centro da Galáxia.
As distâncias do centro da Galáxia são determinadas
usando estrelas variáveis, como as Cefeidas e RRLyrae. Essas estrelas
apresentam variações periódicas no brilho, sendo que o período da
variação é correlacionado com a luminosidade. Isso permite que
Área 3, Aula 1, p.16 sejam indicadores de distância.
Müller, Saraiva & Kepler
A forma da Via Láctea foi determinada por observações
em comprimentos de ondas longas, rádio e infravermelho, pois
essas podem penetrar a poeira existente no plano da Galáxia.
De onde estamos a Galáxia tem a forma de faixa. O disco
da Galáxia não gira como um corpo rígido, mas tem uma rotação
diferencial que se assemelha a dos planetas. As estrelas mais
próximas do centro galáctico se movem mais rapidamente que as
mais afastadas.
O disco galáctico é composto por estrelas e matéria
interestelar. Essa é composta por gás e poeira. O gás interestelar é
constituído em sua maior parte por hidrogênio neutro.
Forma espiral da Galáxia: A distribuição do hidrogênio
neutro em nossa Galáxia, detectada pela emissão na linha de
21 cm (em rádio), indica que a nossa Galáxia é espiral; a existência
da estrutura espiral também é indicada pela presença de estrelas
jovens e meio interestelar abundante no plano da Galáxia. Devido
a observações mais recentes a Via Láctea teria dois braços
principais: o braço de Scutum-Centaurus e o braço de Perseus,
além de vários braços menores.
Movimento das estrelas
Movimento transverso: movimento aparente das estrelas no
céu. É perpendicular à linha de visada e chamado de movimento
próprio. Combinando os movimentos radial e transversal da estrela
podemos medir a verdadeira velocidade da mesma em relação
ao Sol.
Ano galáctico: tempo que o Sol leva para dar uma volta
completa em torno do centro galáctico tem duração de 233
milhões de anos.
Curva de rotação da galáxia
É um gráfico da velocidade orbital das estrelas em função
de suas distâncias ao centro galáctico. Essa curva mostra que a
massa é o dobro da massa contida dentro da órbita do Sol. Se
esperava que a partir desse ponto, 15 kpc de distância ao centro
galáctico, a curva de rotação diminuísse, mas observa-se que a
curva de rotação aumenta ligeiramente para distâncias maiores,
de onde conclui-se que a quantidade de massa da galáxia
continua a crescer. Tal constatação indica que há matéria escura
em nossa galáxia. Essa matéria escura é dominante. Equivale a
aproximadamente dois terços da massa total da Galáxia.
Populações estelares
• População I: estrelas jovens.
• População II: estrelas velhas.
O centro da galáxia fica na direção da constelação de
Sagitário.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas com
os demais colegas.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho.
Introdução
Prezado aluno, em nossa segunda aula da terceira
área, vamos estudar o meio interestelar.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula vamos estudar a formação e a evolução
estelar. Esperamos que ao final você esteja apto a:
• descrever resumidamente a composição do
meio interestelar e como ele se encontra
distribuído;
Composição do meio
interestelar
Nebulosa de Órion
Moléculas interestelares
Poeira Interestelar
Figura 03.02.08: A luz que vem das estrelas encontra as partículas de poeira do
meio interestelar e parte da luz é absorvida pela poeira. A faixa de
comprimento de onda mais espalhada e mais absorvida é a azul.
Área 3, Aula 2, p.6
Müller, Saraiva & Kepler
De fato, os fótons azuis são desviados cerca de 10 vezes
mais eficientemente do que os fótons vermelhos. Quando um
fóton é desviado, sua direção muda aleatoriamente. Desta
maneira, o espalhamento reduz o número de fótons azuis em
relação ao número de fótons vermelhos do feixe de luz que
vem em nossa direção. O resultado disso é que a luz das
estrelas, além de ficar mais fraca, fica mais avermelhada.
Nebulosas escuras
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa terceira aula, da terceira
área, vamos estudar as galáxias.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos da formação e da evolução
estelar. Esperamos que ao final você esteja apto a:
• discutir a descoberta da existência de
outras galáxias;
• identificar os três tipos básicos de galáxias,
de acordo com sua morfologia,
descrevendo resumidamente as
propriedades de cada um;
• relacionar estrutura espiral com ondas de
densidade;
• explicar como se calcula a massa de
galáxias, e por que os astrônomos pensam
que as galáxias têm matéria escura.
Descoberta das
galáxias
Em 1923, Hubble
encontra cefeidas em
Andrômeda,
determina as suas
distâncias através da
relação período-
luminosidade e
comprova que
Andrômeda está fora
dos limites da Via
Láctea.
Figura 03.03.03: Andrômeda, M31.
Elípticas, espirais e
irregulares. Figura 03.03.04: Esquema de Hubble para a classificação de galáxias. Elípticas
E, espirais S e espirais barradas SB.
Espirais (S)
As galáxias espirais, quando vistas de frente,
apresentam uma clara estrutura espiral. Andrômeda (M31) e a
nossa própria Galáxia são espirais típicas. Elas possuem um
núcleo, um disco, um halo, e braços espirais. As galáxias
espirais apresentam diferenças entre si principalmente quanto
ao tamanho do núcleo e ao grau de desenvolvimento dos
braços espirais. Assim, elas são subdivididas nas categorias Sa,
Sb e Sc, de acordo com o grau de desenvolvimento e
enrolamento dos braços espirais e com o tamanho do núcleo
comparado com o do disco.
Tabela 03.03.01: Classificação das estrelas espirais e suas características.
Irregulares (I)
Hubble classificou como galáxias irregulares aquelas
que eram privadas de qualquer simetria circular ou
rotacional, apresentando uma estrutura caótica ou irregular.
Muitas irregulares parecem estar sofrendo atividade de
formação estelar relativamente intensa, sua aparência sendo
dominada por estrelas jovens brilhantes e nuvens de gás
Irregulares (I)
ionizado distribuídas irregularmente. Em contraste,
Apresentam estrutura observações na linha de 21 cm, que revela a distribuição do
irregular, caótica. gás hidrogênio, mostra a existência de um disco de gás
similar ao das galáxias espirais. As galáxias irregulares também
lembram as espirais no seu conteúdo estelar, que inclui
estrelas de população I e II (jovens e velhas).
Os dois exemplos mais conhecidos de galáxias
irregulares são a Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães,
duas galáxias consideradas satélites da Via Láctea, visíveis a
olho nu no Hemisfério Sul. Na Grande Nuvem está presente o
complexo 30 Doradus, um dos maiores e mais luminosos
agrupamentos de gás e estrelas supergigantes conhecido em
qualquer galáxia. A Pequena Nuvem é bastante alongada e
menos massiva do que a Grande Nuvem. Aparentemente é o
resultado de uma colisão com a Grande Nuvem acontecida
há uns 200 milhões de anos.
Amarelada no
bojo
Estrutura Espiral
Massas de Galáxias
Mv 2
EC = ,
2
onde M é a massa total da galáxia e v é a velocidade
média das estrelas, medida pelo alargamento das linhas
espectrais 1.
A energia potencial gravitacional é
−GM2
EG = ,
2R
onde R é um raio médio da galáxia que pode ser estimado
Massa de galáxias a partir da distribuição de luz. Combinando as três
elípticas
equações acima, temos:
2v 2 R 2v 2 R
Melípticas = . Melípticas = .
G G
Esse mesmo método pode ser usado também para
calcular as massas de aglomerados de galáxias, assumindo
que eles são estacionários. Nesse caso, consideramos cada
galáxia como uma partícula do sistema. A energia cinética
pode ser calculada pelos deslocamentos das linhas
espectrais, e a energia potencial gravitacional pela
separação média das galáxias do aglomerado.
2
Nas partes externas de muitas espirais, a
espirais
R v(R) velocidade v(R) não depende mais de R, ou seja,
M(R) =
G permanece constante, de forma que quanto maior o raio
R, maior a massa M(R) interna a ele. Como as partes
externas das galáxias são muito fracas, a partir de um
certo valor de R a luminosidade não aumenta mais, mas
de acordo com a curva de rotação a massa continua
crescendo. Isso significa que uma grande parte da massa
das galáxias deve ser não luminosa. Isso é conhecido
como o problema da massa escura.
Resumo
A existência de outras galáxias ficou desconhecida
até 1923, quando Hubble, usando o telescópio de 2,5 m
de Mt Wilson, mediu a distância de estrelas cefeidas na
nebulosa de Andrômeda comprovando que Andrômeda
está fora dos limites da Via Láctea.
Classificação morfológica de galáxias:
As espirais são todas as galáxias que têm duas
componentes morfológicas:
• disco composto de estrelas, gás e poeira,
onde encontra-se a estrutura espiral;
• esferoide de estrelas, com pouco gás e
pouca poeira: núcleo, bojo e halo.
As espirais são classificadas de acordo com o
tamanho do bojo e do grau de enrolamento dos braços
espirais.
Nas espirais ordinárias(S) os braços espirais partem
do núcleo e são classificadas em:
Sa, Sb e Sc.
Nas espirais barradas (SB) os braços espirais partem
de uma barra formada de estrelas e são classificadas em:
SBa, SBb e SBc.
As elípticas (E) só tem a componente esferoidal,
mostrando pouca estrutura interna. Apresentam forma
elíptica, não apresentam disco, braços espirais, nem gás
nem poeira. Classificam-se de acordo com o
achatamento aparente da elipse n (n = 10x(1-b/a)).
• E0 é circular: b/a=1;
• E7 é a mais achatada. (b/a=0,3).
As irregulares (I) possuem uma estrutura irregular,
caótica.
Área 3, Aula 3, p. 13
Müller, Saraiva & Kepler
As massas de galáxias espirais, M(R), são calculadas
observando o movimento orbital das estrelas e do gás no
disco.
As massas das galáxias elípticas são calculadas
observando-se as velocidades médias das estrelas no interior
das galáxias.
Formação de galáxias: as estrelas mais velhas das
galáxias espirais são tão velhas quanto as estrelas mais velhas
das galáxias elípticas, por isso conclui-se que todas as galáxias
começaram a se formar mais ou menos na mesma época que
o Universo, e se formaram a partir de grandes nuvens de gás
primordial, quando o Universo tinha cerca de um bilhão de
anos.
Há duas principais teorias sobre a formação e
evolução de galáxias:
- o modelo monolítico que propõe que as galáxias se
formaram e evoluíram isoladamente pelo colapso de grandes
nuvens de gás; galáxias elípticas se formaram a partir de
nuvens densas, com pouca rotação, e alta taxa de formação
estelar; galáxias espirais se formaram a partir de nuvens menos
densas, com maior rotação, e menor taxa de formação
estelar;
- o modelo hierárquico que propõe que as galáxias se
formaram e evoluíram através de encontros sucessivos de
nuvens menores. Seriam assim formados sistemas puramente
discoidais, que evoluiriam a galáxias espirais, se sofressem
poucas interações entre si, ou a elípticas, no caso de os
encontros e fusões serem muito frequentes. Neste modelo, o
fator determinante para a evolução da galáxia é o meio em
que ela se encontra.
Mesmo não havendo uma teoria satisfatória até o
momento, a maioria das observações favorece o cenário
hierárquico; porém, algumas favorecem o cenário monolítico.
Questões de fixação
Após a leitura e compreensão dos assuntos tratados
nessa aula responda as questões de fixação a seguir, discuta
suas respostas com seus colegas no fórum de discussões.
Qualquer dúvida contate o tutor.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Saraiva
Introdução
Prezado aluno, em nossa quarta aula, da terceira
área vamos estudar os aglomerados de galáxias e a Lei de
Hubble.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula vamos estudar aglomerados de galáxias e
a ver o que estabelece a Lei de Hubble. Ao final esperamos
que você esteja apto a:
• saber que as galáxias se distribuem em aglomerados
e os aglomerados em superaglomerados;
• localizar a Via Láctea na estrutura em grande escala
do Universo;
• discutir o efeito de interações na evolução das
galáxias;
• escrever a Lei de Hubble e explicar como ela pode ser
usada para determinar distâncias a objetos remotos.
O Grupo Local
Figura 03.04.06: Aglomerado de Coma, quase todo objeto visto nesta foto é
uma galáxia do aglomerado.
Superaglomerados
Superaglomerado Local
Superaglomerados
Aglomerados de
galáxias tendem a se
aglomerar em
superaglomerados, que
são as maiores estruturas
do Universo.
Em grande escala, o Figura 03.04.12: Vesto Melvin Slipher (1875-1969).
Universo tem a estrutura
de uma esponja feita de
filamentos, constituída Em 1912 Vesto Melvin Slipher (1875-1969) estudou 41
por grandes cadeias de
superaglomerados e galáxias e descobriu que a grande maioria apresentava
imensos vazios, com deslocamento espectral para o vermelho (redshift) como se
muito poucas galáxias. todas estivessem se afastando de nós. Slipher descobriu
que quanto mais fraca a luminosidade da galáxia e, portanto,
mais distante, maior era o deslocamento para o vermelho de
seu espectro.
Em 1923, Edwin Powell Hubble (1889-1953), usando o
então recém instalado telescópio de 2,5 m de diâmetro do
Monte Wilson, na Califórnia, conseguiu identificar as estrelas
individuais na galáxia de Andrômeda e, medindo sua
distância (mais de 2 milhões de anos-luz), demonstrou
conclusivamente que nossa galáxia, com 100 mil anos-luz de
extensão, não é a única no Universo.
Exemplo:
O espectro de uma galáxia mostra a linha K do cálcio,
cujo comprimento de onda de repouso é 3 934 A , em 3 990 A.
Calcular a distância da galáxia usando Ho = 71 km/s/Mpc.
Solução:
Z = (3990 – 3934)/ 3034 = 0,014
V= 0,014 x 3x 105 km/s = 4200 km/s
D = (4200 km/s)/ (71 km/s/Mpc )= 59 Mpc
Resumo
Galáxias tendem a se agrupar em aglomerados e estes,
por sua vez, tendem a se juntar formando superaglomerados.
A Via Láctea faz parte de um aglomerado pequeno
chamado Grupo Local, com cerca de 50 galáxias, entre as
quais Antrômeda e a própria Via Láctea são as duas maiores.
O diâmetro maior do Grupo Local é 3 milhões de anos-luz,
pouco mais do que a distância entre a Via Láctea e
Andrômeda.
O aglomerado rico mais próximo do Grupo Local é o
aglomerado de Virgem, que tem mais de 2.000 membros e
atrai gravitacionamente as galáxias do Grupo Local. O Grupo
Local, o aglomerado de Virgem e outros aglomerados
próximos constituem o Superaglomerado Local.
Meio intergaláctico contém grandes quantidades de
gás quente que emite raios-X. Mas mesmo contando a massa
desse gás, as massas observadas (pela radiação que emitem)
dos aglomerados ainda são insuficientes para manter as altas
velocidades das galáxias que deles fazem parte, indicando
que existe matéria escura também no meio entre as galáxias.
Encontros entre galáxias são comuns em aglomerados,
pois as separações entre as galáxias não são muito grandes
comparadas com seu tamanho (ao contrário das estrelas!). As
interações deformam as galáxias, gerando peculiaridades
como caudas de maré e anéis. Interações entre duas galáxias
Área 3, Aula 4, p.11 de mesmo porte são chamadas de fusões. Interações entre
Müller, Saraiva & Kepler galáxias de tamanhos muito diferentes são chamadas de
canibalismo, pois a maior acaba “engolindo” a menor.
Simulações mostram que a fusão de duas espirais
pode gerar uma galáxia elíptica.
Galáxias elípticas gigantes, muitas com núcleos duplos
ou mútiplos, são comumente encontradas em centros de
aglomerados ricos. É provável que elas tenham crescido
“engolindo” outras menores, um fenômeno chamado por
canibalismo galáctico.
Aglomerados de galáxias tendem a se aglomerar em
superaglomerados, que constituem as maiores estruturas do
universo. Em grande escala, o universo tem a estrutura de
uma esponja, feita de filamentos – formados por grandes
cadeias de superaglomerados -, e imensos vazios, com muito
poucas galáxias.
A maioria das galáxias apresenta um desvio para o
vermelho em seu espectro, que indica que elas estão se
afastando de nós. As velocidades de afastamento são
diretamente proporcionais às distâncias que as galáxias estão
de nós. Essa relação linear entre as velocidades de recessão e
as distâncias das galáxias é chamada Lei de Hubble, e é
expressa pela relação v = H0 d, onde H0 é a constante de
Hubble, v é a velocidade de recessão da galáxia e d, a sua
distância.
A Lei de Hubble permite determinar distâncias de
galáxias remotas.
Questões de fixação
Após a leitura e compreensão dos assuntos tratados
nessa aula responda as questões de fixação a seguir, discuta
suas respostas com seus colegas no fórum de discussões.
Qualquer dúvida contate o tutor.
Bom trabalho!
1.
a) O que é o grupo local?
b) Quantos membros há, aproximadamente?
c) Quais são os seus dois membros mais importantes?
2. O que é o Superaglomerado Local?
3. Como é a estrutura em grande escala do universo?
Pensando no Universo como um todo, como é a distribuição
de galáxias nele?
4. Por que encontros entre estrelas são raros e entre
galáxias não?
5. Como as interações influenciam a evolução das
galáxias?
6. O que é a “Lei de Hubble'' e como ela é usada para
determinar a distância de galáxias?
7. Um aglomerado de galáxias tem velocidade radial
de 60.000 km/s. A velocidade média das galáxias no
aglomerado (medida pela dispersão de velocidades) é
300 km/s, e o raio do aglomerado é 1 Mpc. Assumindo que
H = 100 km/s/Mpc, encontre:
a) a distância do aglomerado;
b) a massa do aglomerado.
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa quinta aula, da terceira
área, vamos tratar dos quasares e das galáxias ativas.
Bom estudo!
Objetivos
Nesta aula trataremos dos quasares e das galáxias
ativas. Esperamos que ao final você esteja apto a:
• estabelecer a diferença entre galáxias ativas e
não ativas;
• definir quasar, dizendo quais são as suas
propriedades básicas;
• explicar o mecanismo atualmente aceito como
responsável pela fonte de energia dos quasares
e outras galáxias ativas.
Galáxias Seyfert
∆λ (1+ v / c)
z=
≡ −1,
λ (1− v / c)
v (1 + z)2 − 1
= .
c (1+ z)2 +1
Questões de fixação
Após a leitura e compreensão dos assuntos tratados
nessa aula responda as questões de fixação a seguir, discuta
suas respostas com seus colegas no fórum de discussões.
Qualquer dúvida contate o tutor.
Bom trabalho!
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa sexta aula, da terceira
área, vamos tratar da expansão do Universo.
Bom estudo!
.
Objetivos da aula
Nesta aula trataremos da expansão do Universo.
Esperamos que ao final você esteja apto a:
• descrever como a Lei de Hubble leva à
conclusão de que o Universo está em
expansão;
• estabelecer a relação entre a constante de
Hubble e a idade do Universo;
• definir universo observável;
• explicar o que é o paradoxo de Olbers e qual a
sua implicação cosmológica.
t0 = d/v.
v = H 0 d.
t0 = d/(H0 d),
ou
t0 = 1/H0.
Tempo de Hubble
Vemos assim que a constante H0 é igual ao inverso da
É a idade do Universo idade do Universo para velocidade de expansão constante.
correspondente a uma
expansão com O tempo t0 é também chamado de tempo de Hubble.
velocidade constante,
sendo igual ao inverso da Para uma constante de Hubble com valor H0 = 71
constante de Hubble. km/s/Mpc, a idade correspondente para o Universo é:
t0 = 1/H0.
t0 =1/(71km/s.Mpc).
Para H0 = 71 km/s/Mpc, a
idade do Universo é 13,7 Como 1Mpc = 3,09.1019 km e 1 ano = 3,15. 107 s,
bilhões de anos.
logo t0 = 1/H = 1/(71 km/s.Mpc) = 1/( 71 km/s.3,09.1019.
3,15.107s)
Temos, portanto t0= 1/H0= 13,7 bilhões de anos.
O Universo Observável
Resumo
Observações telescópicas das galáxias distantes
indicam que o Universo está em expansão, isto é, as distâncias
entre as galáxias estão aumentando com o passar do tempo.
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa sétima aula, da terceira
área vamos estudar a origem do Universo.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula estudaremos da origem do Universo.
Esperamos que ao final você esteja apto a:
• explicar o que é o princípio cosmológico e
discutir a sua validade no Universo observado;
• descrever, em linhas gerais, o modelo do Big
Bang para a origem do Universo, incluindo os
elementos formados;
• descrever as propriedades observadas da
radiação cósmica de fundo e explicar porque
é uma evidência do Big Bang.
Considerações
Cosmológicas sobre a
Teoria da Relatividade
Era de Planck
1.
a) O que é o princípio cosmológico?
b) De acordo com ele, qual a temperatura da
radiação cósmica de fundo para um hipotético observador
em uma galáxias a 10 bilhões de anos-luz de nós?
2.
a) O que é o Big Bang?
b) Que evidências observacionais suportam essa
teoria?
3.
a) Que elementos químicos foram formados no início
do universo?
b) De acordo com a cronologia dos primeiros minutos
do universo, o que foi formado primeiro, o núcleo do
hidrogênio ou o núcleo do hélio?
c) Por que a abundância de hélio observada é uma
evidência de que a teoria do Big Bang está certa?
4.
a) O que é a radiação cósmica de fundo?
b) Qual a temperatura a que ela corresponde?
c) Em que região do espectro ela é detectada?
d) De onde ela provém?
e) Em que época do Universo ela foi gerada?
f) Por que ela é uma evidência a favor da teoria do
Big Bang?
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva e Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa oitava e última aula, da
terceira área, vamos continuar o estudo de Cosmologia,
mas com ênfase na evolução e futuro do Universo.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula trataremos da evolução e do futuro do
Universo e, ao final, esperamos que você esteja apto a:
• entender como a densidade do Universo
determina se ele vai se expandir para
sempre ou não;
• descrever os possíveis destinos do Universo,
de acordo com a teoria do Big Bang,
relacionando cada destino com a
geometria do Universo e com a sua
densidade;
• definir densidade crítica do Universo e
demonstrar sua relação com o valor da
constante de Hubble;
• relacionar conceitos como inflação e
energia escura com os problemas que os
originaram;
• resumir as características do Universo de
acordo com o conhecimento atual em
termos de idade, conteúdo geometria e
futuro possível.
2G M
v esc = .
r
Considerando que a velocidade, aqui, é a
velocidade de afastamento entre as galáxias, pela Lei de
Hubble temos que:
v = Ho r.
Curvatura do espaço
Nesses três tipos de universo a expansão desacelera
positiva, com formato com o tempo, devido à gravidade, mas apenas no segundo
esférico. caso (fechado) a expansão vai parar num tempo finito.
Corresponde ao Universo
com densidade maior do Cada tipo de universo obedece a uma geometria,
que a densidade crítica. determinada pela curvatura do espaço. O espaço é
O seu futuro é o recolapso.
tridimensional, e para nós é muito difícil (ou impossível)
imaginar um espaço tridimensional curvo. Mas podemos
Universo aberto perfeitamente imaginar uma superfície curva, pois usamos a 3ª
dimensão para curvar as outras duas. Então vamos usar uma
Curvatura do espaço
analogia em duas dimensões para representar a forma de
negativa.
Corresponde ao Universo cada tipo de universo.
com densidade menor do
que a densidade crítica.
Um universo plano tem curvatura do espaço nula,
O seu futuro é a expansão sendo representado por uma superfície plana na analogia
eterna, e sua forma é bidimensional. Ele obedece à geometria euclidiana, segundo
representada pela a qual, duas retas paralelas nunca se encontram, e os ângulos
superfície de uma sela.
internos dos triângulos somam 180º. É o espaço com que
Lembre que somente no estamos acostumados.
fechado a expansão
pararia num tempo finito. Um universo fechado tem curvatura do espaço
positiva; na analogia bidimensional, o espaço tem a forma de
uma superfície esférica. Na geometria esférica, duas retas
paralelas convergem, e os ângulos internos de um triângulo
medem mais de 180º.
Em um universo aberto, a curvatura do espaço é
Área 3, Aula 8, p.4
negativa; na analogia bidimensional, o espaço tem a forma
Müller, Saraiva & Kepler de uma superfície em forma de sela. A geometria é
hiperbólica, o que significa que duas retas paralelas divergem,
e os ângulos internos de um triângulo medem menos de 180º.
Resumo
O destino do Universo é determinado pela sua
densidade. Se a densidade for baixa, a expansão vai
continuar para sempre; se a densidade for alta, a expansão
vai parar um dia e o Universo começará a contrair. O valor
da densidade que estabelece o limite entre expansão
eterna e recolapso é chamado de densidade crítica.
A densidade crítica está relacionada ao valor da
taxa de expansão do Universo pela expressão:
3HO2
ρc = .
8π G
ρc = 0, 94 x 10−26 kg / m3 ,
sendo a densidade do Universo menor que a densidade
crítica o mesmo nunca pararia de se expandir. Se ela
fosse maior que a crítica o Universo se contrairia.
Segundo a teoria de Taylor, o Universo passou por
um período muito curto de sua formação em que se
expandiu com uma velocidade muito maior do que a da
luz. Essa teoria foi desenvolvida para resolver algumas
questões para as quais a teoria original do Big Bang não
tinha resposta, tais como sua extraordinária uniformidade
(problema do horizonte) e a proximidade de sua
densidade com um valor da densidade crítica (problema
da planicidade).
Segundo a teoria da inflação, o Universo iniciou
muito menor do que na teoria original, e a inflação o teria
deixado enorme muito rapidamente, desconectando
regiões distintas e achatando a sua curvatura.
Além da matéria normal e da escura o Universo
ainda tem terceira componente chamada energia
escura.
Energia escura é o nome genérico que é dado à
componente do Universo que causa a expansão
acelerada. Ela provoca a repulsão sobre a matéria. Se a
força repulsiva da energia escura continuar dominando
sobre a gravitacional o Universo se expandirá cada vez
mais rapidamente, acabando num final catastrófico,
chamado grande estilhaçamento.
Os resultados atuais das observações da radiação
de fundo do Universo indicam que o Universo é constituído
apenas de 4% de matéria normal, a que é conhecida;
23% de sua constituição é de matéria escura, que não
conhecemos e 73% de energia escura. Logo conhecemos
apenas 4% do Universo. A densidade do Universo é quase
a mesma da crítica, indicando que o Universo é plano. A
idade do Universo é de 13,7 bilhões de anos.
Questões de Fixação
Após a leitura e compreensão dos assuntos
tratados nessa aula responda as questões de fixação a
seguir, discuta suas respostas com seus colegas no fórum
de discussões.
Qualquer dúvida contate o tutor.
Bom trabalho!