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6/7 Jornal TRI - Maio / Junho 2010

COPA D
Jornal TRI - Maio / Junho 2010 Jornal TRI - Maio / Junho 2010
NO BRASIL
Em 2014, a Copa do Mundo será re-
Nunca seremos capazes de
esquecer esse dia porque
AS BARREIRAS DO SUCESSO
alizada, pela segunda vez, no Brasil. Jogadores de futebol passam no início da carreira por diversas
É o maior dia de nossas vidas

MUNDO...
Sobre o evento, o jornalista Luis Hen- dificuldades antes de se tornarem profissionais
rique Benfica ressalva que não sabe se
Não importa o que aconteça,
será a melhor coisa, “já que os clubes
pelo menos podemos dizer:
não têm dinheiro para reformular seus
‘Nós viemos, nós Vimos, nós O COMEÇO A PROFISSIONALIZAÇÃO
estádios”. O repórter da Band, Gustavo
tentamos Tudo começa nos primeiros anos de vida, O lateral esquerdo do Grêmio, Bruno Collaço,
Berton demonstra preocupação, mas
Akon com a primeira bola, o primeiro chute e conta que desde pequeno nunca se imaginou
música Africa até com a escolha do time do coração. fazendo outra coisa. Quando criança, dormia
O maior evento esportivo do Planeta irá destaca que o país já está merecendo
No início, o futebol é considerado apenas e acordava sempre pensando em ser jogador
acontecer em 2010 na África do Sul e em essa Copa, pois “foi o país que mais
uma brincadeira praticada pelas crianças. de futebol. Então, em 1999, quando tinha nove
2014 no Brasil conquistou o torneio”. O repórter
Com o passar do tempo, ele se torna algo anos, chegou às categorias de base do Grêmio,
da Sportv e RBS, Luciano Calheiros
Texto EDUARDO PATRICK BETTIO mais sério. É nesse instante que o sonho após passar em um teste. Segundo ele, a maior
acha que ainda estamos longe
Diagramação e ilustração: DIOGO FATTURI começa a ganhar formas. Para muitos dificuldade é “ter que matar um leão por dia”.
do ideal, pois daquilo que foi
jovens, tornar-se jogador profissional é a Ele acrescenta que o futebol pode trazer más in-
prometido à FIFA, “nem um
única maneira de ajudar seus familiares. fluências e que muitas pessoas se aproximam do
NA ÁFRICA terço, diria até que nem um
Na maioria das vezes, os garotos entram jogador por interesse. “Se tu não souber selecio-
quarto, foi cumprido”.
A Copa do Mundo de futebol é um torneio nas escolinhas de futebol. É lá que eles nar as pessoas e dar o valor a quem está desde o
A capital do estado, Porto
que acontece de quatro em quatro anos e é aprendem e aperfeiçoam os fundamentos início contigo, tu pode perder o rumo”, comenta
Alegre, será uma das cidades
organizado pela FIFA. A competição reúne básicos do esporte. O professor Cristia- Bruno.
sedes. As subsedes gaúchas
32 seleções, classificadas nas eliminatórias no Kehl, da escolinha de futebol Futvale, Para auxiliar na manutenção da saúde psicológi-
ainda não foram definidas, já
que acontecem pelos continentes durante explica que a categoria de base é funda- ca, os atletas contam com o auxílio da psicologia
que elas estão divididas em pe-
os três anos em que não há Copa. O even- mental, pois se “o atleta não tiver uma esportiva. O técnico do Grêmio, Paulo Silas do
quenas regiões e já definidas. A
to ocorre sempre em um país sede. Neste base bem trabalhada, encontrará muita Prado Pereira, explica como o clube acompanha
cidade de Novo Hamburgo junto
ano, a África do Sul sediará o evento. Um dificuldade na carreira, uma vez que a o lado psicológico dos atletas: “Tanto na catego-
com sua região demonstrou in-
dos objetivos da escolha é terminar com as quantidade de jogadores é grande”. ria de base quanto na profissional, oferecemos
teresse em ser uma delas, tanto
mais variadas formas de preconceito que O hamburguense Eloi Virgilio Pereira apoio dos psicólogos. Serve para não se des-
é que lançou no ano passado,
existem dentro do esporte, já que a África Júnior, 15 anos, está há quatro meses jo- lumbrarem com esse mundo de muito dinheiro
um Comitê, presidido pelo vere-
do Sul sofreu durante muito tempo com gando nas categorias de base do Espor- da noite para o dia”. Silas ainda observa que,
ador Gilmar Valadares, que diz
um regime preconceituoso chamado Apar- te Clube Vitória da Bahia. Ele destaca atualmente, a psicologia é uma área fundamen-
que tudo ainda está em fase de
theid. Nesse regime, os brancos detinham que a maior dificuldade é a saudade tal no esporte.
planejamento. “O objetivo do mu-
poder sobre os demais, que eram obriga- de quem ficou. Diz que pensa em
nicípio é recepcionar visitantes
dos a viver separados, impedindo-os de voltar, mas não o faz para poder dar A REALIDADE
e promover o turismo regional
serem cidadãos. O racismo é o principal uma vida melhor à sua família. A Tornar-se um jogador profissional de futebol hoje,
e, em segundo, ser uma subsede.
desses preconceitos, que deve ser banido namorada, Betina Faustino, diz que no nosso país, não é uma tarefa fácil. A procura
Para o projeto se tornar realidade,
não só do esporte, mas da sociedade como sempre soube do risco que corria. e o sonho vão muito além da oferta dos clubes;
a população precisa se engajar nesse
um todo. Pela primeira vez será realizada Ela conta que aceitou bem e que sobrevivem os jogadores “de qualidade”, que no
projeto conosco”, ressalta o verador.
uma Copa do Mundo em solo africano. A dá a maior força para ele ficar lá. futuro poderão render milhões às agremiações.
JORNALISTAS PREPARADOS O que a maioria dos sonhadores não sabe é que
ideia é mostrar para os povos que eles Os pais, Eloi Virgilio Pereira e
A partir do dia 9 de junho, o Planeta Para o repórter da Sportv e da RBS, Carmem dos Santos, explicam grande parte dos jogadores, em algumas regiões
podem viver unidos.
focará seus olhos na África do Sul. Luciano Calheiros, ser um país sede que eles sempre foram realis- do país, ganham um salário mínimo, ou até me-
Nesse dia, o povo africano mostrará é uma chance indescritível. Além da tas com o único filho. Carmem nos. Apenas uma pequena parcela convive com
sua festa, sua beleza para o mundo. possibilidade de alavancar o cres- lembra que eles não tiveram dinheiro, fama e glamour. Esses fatores podem
O repórter da Rádio Gaúcha e da cimento, o sentimento é de orgulho tempo para assimilar a trazer infelicidade, pela pressão ou distância da
Zero Hora, Luis Henrique Benfica, por saber que as atenções estão mudança, pois tudo acon- família e dos amigos, mas principalmente, pela
que trabalha há 25 anos na profis- voltadas para o que é de seu país. teceu de forma rápida: “A solidão. Sonhar não é errado, nem feio, mas o
são, comenta os preparativos:“para Para ele, “trabalhar no maior evento namorada, os amigos, que não se pode fazer é jogar a toalha antes da
a Copa desse ano, os veículos já co- esportivo do mundo, é um orgulho, precisam se engajar hora. Se o sonho não for realizado,tenha pelo
meçaram a se dedicar a este evento, pois é o auge da carreira”. Benfica, nesse projeto, pois menos a certeza de ter tentado até o final.
pois muito trabalho deve ser feito que já trabalhou em três Copas do a projeção que ele
previamente”. Já o jornalista Gus- Mundo, diz que se sente um privile- pode alcançar de-
tavo Berton, da Band RS, comenta giado, “primeiro por ser escolhido pende disso”,
que o representante dos gaúchos do dentre uma equipe que tem muitas finaliza.
grupo será seu colega Ribeiro Neto, pessoas qualificadas e, em segundo,
que se juntará à Band Nacional, por conhecer muita gente e apren-
fazendo a cobertura do torneio para der com jornalistas de outros países.
o Estado. É uma sensação indescritível”.

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