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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE DIREITO

CRIMES DE MASSA E VIOLÊNCIA POLICIAL

Bruno Pereira Diehl

Pelotas – RS

2017
Bruno Pereira Diehl

CRIMES DE MASSA E VIOLÊNCIA POLICIAL

Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na


Faculdade de Direito da UFPel como requisito básico para a
conclusão do Curso de Direito.

Orientador(a): Prof. Bruno Rotta Almeida

Pelotas – RS

2017
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO.......................................4


2. JUSTIFICATIVA............................................................................................9
3. OBJETIVOS.................................................................................................10
3.1. GERAL...................................................................................................10
3.2. ESPECÍFICOS.......................................................................................10
4. METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................10
5. CRONOGRAMA...........................................................................................11

REFERÊNCIAS.................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO

O presente trabalho tem a pretensão de abordar, pelo viés da


criminologia, a questão da violência policial, fato social que persiste há décadas
na realidade brasileira, que traz repercussões em nosso Direito Penal e é
objeto de estudo frequente da Sociologia, da Antropologia e também da
Criminologia.

A polícia brasileira está entre as que mais matam no mundo. No ano de


2015, conforme o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, tivemos
ao todo 3.320 mortes decorrentes de intervenção policial (2016, p. 17). A título
de comparação, buscando esta mesma categoria ampla, tivemos na Inglaterra
e no País de Gales, durante o período 2015-2016, contabilizando tiroteios com
vítimas fatais, mortes durante e após custódia policial e mortes após contato
policial 116 mortes, com base nos dados da Independent Police Complaints
Commission (2016, p. 26). A comparação também não atinge melhores
resultados se considerarmos realidades mais próximas da brasileira: em
Honduras, país com uma das maiores taxas de homicídios per capita do
mundo, contabilizaram-se 98 vítimas de letalidade policial entre 2014 e 2015,
ao passo que na África do Sul, cuja taxa de homicídios per capita supera a do
Brasil em 8,3%, foram verificadas 582 mortes nos mesmos parâmetros
(FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2016, p. 28).

A polícia brasileira também é constantemente uma vítima da violência.


Entre 2009 e 2015, somaram-se 2.572 policiais mortos. Apenas em 2015,
contadas mortes em serviço e fora de serviço, ocorreram 358 mortes (FÓRUM
BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2016, p. 24), sendo o número de
policiais mortos em um ano no Brasil o mesmo verificado em 98 anos na
Inglaterra (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2016, p. 28).
Comparando estatísticas do Estados Unidos, mais expressivas que as
inglesas, somaram-se 41 mortes de policiais em serviço no ano de 2015,
segundo dados do FBI, ao passo que no Brasil tivemos 91 mortes nesse
parâmetro (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2016, p. 25).
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As vítimas desta violência, de ambos os lados, tendem a um mesmo


perfil: os policiais mortos, em regra, são PMs de baixa patente (soldados,
cabos, sargentos e subtenentes); as vítimas da polícia, quase sempre, são
originárias das periferias (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA,
2016, p. 28), podendo-se entender ambos como vítimas da desigualdade, da
exclusão social e da violência da sociedade brasileira, ainda que sob graus e
perspectivas diferentes.

Diante do caráter historicamente violento da sociedade brasileira, é


natural que nossas forças policiais tenham sempre obrado de maneira
igualmente violenta. As dimensões da violência policial durante a ditadura
militar são objeto de múltiplos estudos atualmente, sendo o fenômeno dos
grupos de extermínio, que guarda relevância dentro da temática a ser abordada
neste trabalho, oriundo desse período histórico.

Uma das mais famosas manifestações dos grupos de extermínio,


compostos quase sempre por policiais, que neles atuam, em geral, quando
estão fora de serviço, foi o chamado “Esquadrão da Morte”, liderado pelo
delegado do DOPS Sérgio Paranhos Fleury. Suas ações começam a emergir
em 1968, na cidade de São Paulo, recebendo pouco tempo depois a alcunha
pela qual se tornaria conhecido. A legalidade das ações do grupo passa a ser
objeto de investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo em 1970
(BICUDO, 1976, pp. 19, 25). Com o correr das investigações, constatou-se que
as atividades do Esquadrão iam além do objetivo de “varrer a bandidagem da
cidade”: verificou-se o envolvimento de membros do Esquadrão com atividades
como “extorsão, jogo, prostituição, roubo de carros e tráfico de drogas”
(COSTA, 2004, p. 370). A medida que tais fatos emergiam, Hélio Bicudo,
promotor envolvido na apuração das atividades do Esquadrão da Morte,
passou a sofrer pressão de determinadas autoridades, dispostas, segundo o
mesmo, a dar fim a sua investigação, podendo ir até às últimas consequências
para tal fim (BICUDO, 1976, p. 54).

As tentativas de frustrar as investigações demonstram que o grupo tinha


certo respaldo perante as autoridades na época, o que não chega a
surpreender considerando que o Esquadrão exerceu suas atividades ao tempo
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do regime militar. O então secretário de segurança pública, Hely Lopes


Meirelles, respeitado doutrinador do Direito Administrativo, em visita à Divisão
de Crimes Contra o Patrimônio, assim declarou em 1969, ano em que o
Esquadrão já se encontrava em atividade plena:

Confesso que não estava mais aguentando os telefonemas que me


eram dados diariamente, reclamando a ação dos marginais que
assaltavam e matavam impunemente. Estou satisfeito com o trabalho
dos senhores, pois, a polícia triunfando, o secretário triunfa também
(SOUZA, 2000, p. 72).

O respaldo ao grupo de extermínio podia ser notado, também, em certos


setores da imprensa, como o jornal Notícias Populares, que narrava os feitos
do Esquadrão da Morte – no que se refere à “caça aos bandidos” – num tom de
franca celebração do ocorrido:

(...) alguns jornais e revistas da década de 1970, tanto em São Paulo


quanto no Rio de Janeiro, divulgavam os homicídios do Esquadrão
como verdadeiras execuções públicas e celebravam a morte como
um espetáculo. Em muitos casos, ainda, a imprensa sensacionalista
acabava fabricando bandidos “perigosos” para serem devidamente
perseguidos e mortos pela polícia. Um dos inúmeros exemplos que
ilustram essa forma de atuar encontramos nas palavras do jornalista
David Nasser, no programa “Diário de um Repórter”, quando ele
chamou os membros do Esquadrão do Rio de Janeiro de “os
missionários do general França (Secretário de Segurança do antigo
Estado da Guanabara), os empreiteiros de Deus” (COSTA, 2004, p.
374).

Curiosa a relação dos grupos, ao menos nessa época, com a imprensa:


alguns grupos do Rio de Janeiro chegavam a ter uma espécie de assessor de
imprensa, o chamado “relações públicas”, que “comunicava aos jornais o local
onde estavam os corpos dos assassinados e os motivos que os teriam levado a
tal execução” (COSTA, 2004, p. 370). Marcas próprias para seus homicídios,
além de representações simbólicas feitas com as vítimas também eram
comuns:

No dia 5 de maio de 1968, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, um


cadáver aparece, com as mãos amarradas (Veja, 25 mar. 1970, p.
33), torturado, o corpo retalhado por faca e queimado por pontas de
cigarro, sem sinais de que tivesse morrido em combate: ao seu lado,
um emblema de uma caveira com dois ossos cruzados, o mesmo
emblema da Scuderie Le Cocq, e um cartaz com a seguinte frase:
“Eu era um ladrão de automóvel” (COSTA, 2004, p. 379).

Além do apoio oficial e midiático, constata-se que estes grupos gozavam


(COSTA, 2004, p. 374) (e ainda gozam) de um expressivo suporte popular. O
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Esquadrão da Morte ainda é lembrado e saudado por pessoas da cidade de


São Paulo (CALDEIRA, 2013, pp. 110, 111, 113-115). Curiosamente, seu
suporte mais franco vem de indivíduos que moram em bairros das classes
populares, justamente os locais mais afetados pelos fenômenos dos grupos de
extermínio (CALDEIRA, 2013, pp. 110, 111, 113-115). Esta curiosa dicotomia
não se manifesta só em relação ao passado: questionados sobre a
criminalidade e a atuação da polícia no presente, 71% dos brasileiros com
renda familiar de até 5 salários mínimos concordam que os policiais brasileiros
exageram na violência (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA,
2016, p. 128); ao mesmo tempo, 58% dos brasileiros dessa faixa de renda
concordam que “bandido bom é bandido morto” (FÓRUM BRASILEIRO DE
SEGURANÇA PÚBLICA, 2016, p. 125).

O fenômeno do Esquadrão da Morte, é emblemático e bastante


estudado, mas não é a única instância de violência policial verificada na
ditadura. Também é possível destacar a atuação das Rondas Unificadas do
Departamento de Investigação (Rudi) e das Rondas Noturnas Especiais da
Polícia Civil (Rone), órgãos propriamente da Polícia Civil dotados de ampla
autonomia para atuar “sem as amarras da lei”, e dos quais, não por acaso,
derivaram diversos grupos de extermínio (HUGGINS, 2006, p. 143). Além
destas rondas, dotadas do mesmo objetivo de “varrer a bandidagem”, dos
grupos de extermínio, observa-se a atuação da polícia a serviço propriamente
da repressão política, pela “caça aos subversivos” representada por exemplo
pela Operação Bandeirante (Oban), também no Estado de São Paulo
(HUGGINS, 2006, pp. 152-154).

A questão dos grupos de extermínio – e da atuação extralegal da polícia


– também se verifica no Rio de Janeiro. Lá se inicia com o Serviço de
Diligências Especiais em 1958 (COSTA, 2004, p. 371), sendo outro exemplo
relevante a Scuderie Le Cocq, criada em 1965

Ressalte-se que a questão está longe de ser um problema exclusivo das


duas maiores metrópoles do Brasil, sendo um fenômeno nacional, verificado
também, como atesta por exemplo o estudo comparativo de Meneghetti (2011),
nos estados de Alagoas e Espírito Santo. Também não se restringe à ditadura,
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sendo episódios emblemáticos como a Chacina da Candelária, a Chacina do


Vigário Geral e o Massacre do Carandiru, todos posteriores ao regime militar.

Como visto, os números da violência policial no Brasil são alarmantes,


sendo possível identificar, pela frequência com que ocorre e as características
com quais geralmente se dá, um intuito claro de extermínio, de “limpeza”, a
eliminação pura e simples de indivíduos pertencentes a um certo grupo social,
portadores de determinadas características, não importando se esses
indivíduos são de fato criminosos, sua mera existência na condição
desfavorecida já justificando a sua eliminação (CALDEIRA, 2013, p. 108;
CRUZ-NETO; MINAYO, 1994, pp. 199, 202-204, 206, 207; DOUGLAS, 1976
apud COSTA, 2004, p. 377), numa afronta clara à presunção de inocência e ao
devido processo legal. A estas situações de extermínio cometidas por agentes
estatais, Zaffaroni, analisando períodos diversos como a colonização das
Américas e as ditaduras militares da América Latina durante a Guerra Fria,
confere a denominação crimes de massa, matanças decorrentes de um poder
punitivo descontrolado, onde as próprias agências do poder punitivo cometem
os crimes mais graves por operarem sem contenção, uma vez que o Direito
Penal, faticamente, se revela incapaz de punir aquele que o executa (2012, pp.
31, 33).

Essa hipótese ganha força levando em consideração que nos últimos 23


anos tivemos duas leis – 8.930/1994 e 12.720/2012 – que levaram o homicídio
decorrente de atividade típica de grupo de extermínio a ser entendido como
crime hediondo (art. 1º, I, Lei 8.072/1990) e sujeito a majoração da pena de um
terço até metade (art. 121, §6º, Código Penal) mas tais dispositivos legais,
parece seguro afirmar, não trouxeram qualquer melhora no quadro há décadas
verificado. As alarmantes estatísticas da violência policial, somadas a uma
aparente manutenção da impunidade dos agentes policiais em relação a estes
atos, sugere que o Estado a despeito da edição das leis mencionadas, tende
de fato, nas palavras de Zaffaroni, ao homicídio em massa de seus inimigos
(2012, pp. 39, 40), não apresentando real interesse em enfrentar a
problemática atuação de seus agentes garantidores de segurança. O
fenômeno, evidentemente, não se encerrou com a disciplina legal do tema.
Mais que isso: sua prevenção parece estar, face ao que vem se verificando,
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numa primeira análise, na realidade brasileira, em campo alheio ao das


ciências penais (ZAFFARONI, 2012, pp. 75, 76).

Surge, assim, o problema:

1. Os dispositivos legais apresentaram algum grau de êxito no


enfrentamento da questão? A lei tem tido alguma força diante dos
inúmeros casos entendidos pela mídia como “chacina”, “execução
sumária”?
2. A solução meramente jurídica proposta para a questão é a via
mais adequada?
3. Quais as origens da violência policial no Brasil? Por qual motivo o
fenômeno persiste e, mais do que isso, parece só aumentar? Há
real interesse do Estado brasileiro em enfrentar a questão?

Trabalha-se com a hipótese de que, diante da profusão de notícias


versando sobre “chacinas”, “execuções sumárias”, “assassinato de jovens na
periferia por supostos PMs”, o quadro que motivou as mudanças legislativas
não se alterou em nada. Busca-se investigar as razões pelas quais a violência
policial persiste em graus tão elevados, levantando-se a possibilidade de um
Estado cúmplice para a manutenção deste problema.

2. JUSTIFICATIVA

A pesquisa proposta é fundada na necessidade de ir além do


meramente jurídico para atingir uma compreensão plena dos fenômenos
tutelados pelo Direito. Há que se entender o contexto histórico e social para
qual se apresenta o ordenamento jurídico, para melhor compreender seu
significado e alcance, obter respostas acerca de sua efetividade e também
entender as suas motivações.
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Aferir os motivos pelos quais o ordenamento jurídico – e em última


análise o Estado e seu poder punitivo – segue agindo com violência desmedida
contra cidadãos seus também é fundamental para que se possa definir se o
direito posto está realmente sendo ineficaz ou se este é o exato resultado que
os agentes que o criam e aplicam querem alcançar. Esta definição é essencial
para que se possa, por fim, pensar em formas de efetivamente acabar ou
reduzir o extermínio, o que se encaixa na proposta da criminologia cautelar.

3. OBJETIVOS

3.1. GERAL

Analisar o fenômeno da violência policial e sua relação com os crimes de


massa, identificando as diversas dimensões dessa manifestação da violência
estatal.

3.2. ESPECÍFICOS

1. Buscar as origens, fundamentos e significância do fenômeno da


violência policial, identificando o contexto que o torna tão prevalente na
realidade brasileira.
2. Explorar e compreender a motivação da disciplina legal vigente sobre o
tema, dentro do Direito Penal, do Direito Militar atinente às PMs e
também do Direito Administrativo, com o fim de examinar se as
soluções jurídicas vigentes são adequadas ou se o problema vai além
da mera ineficácia do Direito.
3. Buscar casos de violência policial que tenham chegado ao Judiciário,
particularmente aos Tribunais de Segunda Instância e os Tribunais
Superiores, bem como casos que foram objeto de investigação do
Ministério Público e de Comissões Parlamentares.
4. Examinar a existência do fenômeno – e sua respectiva solução jurídica –
em outros países, da América Latina e do resto do mundo.

4. METODOLOGIA DA PESQUISA

Utiliza-se para o presente projeto o método indutivo, uma vez que se


parte de um termo bastante amplo (“violência policial”) para destrinchar suas
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diversas dimensões, tendo o projeto uma abordagem qualitativa. Lança mão


dos métodos histórico, no que diz respeito ao objetivo específico nº 1 e
comparativo, no que se refere ao objetivo específico nº 4, como métodos
auxiliares.

Estrutura-se na pesquisa bibliográfico-documental, pautada na análise


simultânea de jurisprudência, relatórios e notícias (pesquisa documental) e de
obras que apresentem teses a respeito da questão pesquisada (pesquisa
bibliográfica), examinando tudo aquilo que for relevante para uma melhor
compreensão da temática e o consequente atingimento dos objetivos
apresentados.

5. CRONOGRAMA

REFERÊNCIAS

BICUDO, Hélio Pereira. Meu depoimento sobre o Esquadrão da Morte. 2.


ed. São Paulo: Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, 1976.

CALDEIRA, Teresa P. R. Paradox of Police Violence in Democratic Brazil.


In: GARRIOTT, William (org.). Policing and Contemporary Governance: The
Anthropology of Police in Practice. Londres: Palgrave Macmillan, 2013.

COSTA, Márcia Regina da. O Esquadrão da Morte em São Paulo. In: CHAIA,
Miguel; SILVA, Ana Amélia da (orgs.). Sociedade, Cultura e Política: Ensaios
Críticos. São Paulo: Educ, 2004.
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CRUZ-NETO, Otávio; MINAYO, Maria Cecília de Souza. Extermínio:


Violentação e Banalização da Vida. Rio de Janeiro: Caderno de Saúde Pública,
nº 10 (Suplemento 1), 1994

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário brasileiro de


segurança pública 2016: 2016. São Paulo, 2016.

HUGGINS, Martha K. Operários da violência: policiais torturadores e


assassinos reconstroem as atrocidades brasileiras. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 2006

INDEPENDENT POLICE COMPLAINTS COMISSION (IPCC). Deaths during


or following police contact: statistics for England and Wales 2015/16.
Londres, 2016.

MENEGHETTI, Francis Kanashiro. Origem e Fundamentos dos Esquadrões


da Morte no Brasil. In: XXXV Encontro da ANPAD, 2011, Rio de Janeiro.

SOUZA, Percival de. Autópsia do medo: Vida e Morte do Delegado Sérgio


Paranhos Fleury. São Paulo: Globo, 2000.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Crímenes de massa. 2. ed. Buenos Aires:


Ediciones Madres de Plaza de Mayo, 2012.

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