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Bem-vinda/o!
Por Adriano Senkevics Gênero e educação: uma história de O blog Ensaios de Gênero foi criado em 2011
22/01/2014
desigualdades por Adriano Senkevics e conta com a
colaboração de Lucas Passos e Matheus
Funções Sociais
França, além de convidadas/os especiais. O
Quando se fala em gênero e educação, numerosas questões podem ser debatidas. Desigualdades intuito da página é discutir política, educação
9 Comentários
e feminismo, lançando mão dos estudos de
de gênero percorreram toda a história educacional desde os primórdios e em todos os países do
gênero para analisar diferentes aspectos da
mundo, continuando até os dias de hoje, ainda que apresentando padrões variados ou mesmo
sociedade, sempre com um viés progressista
contraditórios. Neste texto, vamos retomar um pouco do histórico do debate sobre gênero e a fim de contribuir em transformações
educação para entender em que pé estamos. sociais. Convidamos nossas/os leitoras/es a
nos enviar comentários (dúvidas, sugestões e
De início, a escola era um espaço exclusivamente masculino, nos quais as meninas não podiam críticas) sempre que tiverem interesse, além
ingressar. Ou quando o faziam, eram em locais separados, frequentemente em instituições distintas. de estarmos abertos a parcerias e contatos.
Segundo o sociólogo francês Bernard Charlot (2009), na França, berço da revolução que forneceu Boa leitura!
as bases do sistema republicano, os liceus femininos só foram criados em 1880 e sob forte
resistência – o medo de que, escapando da influência da Igreja, as meninas poderiam ser mais…
subversivas. Calendário
JANEIRO 2014
Não há dúvidas, assim, de que as
D S T Q Q S S
desigualdades de gênero
Exemplo de uma escola exclusivamente feminina em 1 2 3 4
historicamente pesaram contra as
Portugal, no século passado. Nem sempre a defesa de 5 6 7 8 9 10 11
mulheres. Longe de ter perdido sua
educação para todos/as significou a mesma educação. 12 13 14 15 16 17 18
importância, esse assunto ainda está em
19 20 21 22 23 24 25
voga em dezenas de países,
26 27 28 29 30 31
principalmente nas nações islâmicas, nas quais o peso do fundamentalismo religioso impõe
« dez fev »
obstáculos à escolarização delas e ao seu acesso ao espaço público no geral. Porém, a saída para
esse problema não foi simplesmente incluir as garotas na escola. À medida que elas foram se
escolarizando, surgiram também denúncias de que a escola as discriminava.
Curta nossa página!
Esse é, de acordo com Charlot (2009), um primeiro paradoxo relativo a gênero e educação: o
acesso inédito das garotas à escola ser acompanhado de denúncias de discriminação sexista.
Há de se considerar que essas pesquisas sobre sexismo na escola datam de 1970, quando o
feminismo se amadurecia como um movimento de massa e ingressava na academia. E com a Textos mais recentes
questão de classe social, o quadro é similar: a noção de que a escola reproduz as desigualdades
“Pisa menos, Kalil”: homonormatividade e
sociais surge lado a lado com o ingresso da população de baixa renda nas instituições de ensino.
despolitização no movimento LGBT
Somos governados pelos números?
Se não há pobres – ou mulheres – na escola, a
As armadilhas do “lugar de fala” na política
desigualdade é evidente. O duro é compreender a contemporânea
Bernard Charlot, sociólogo francês,
coexistência aparentemente paradoxal de havê-los/as Da experiência vivida à prática reflexiva: o
aponta para dois paradoxos na questão
nas salas de aulas e, mesmo assim, se manter uma projeto educativo “Mulheres na História”
de gênero e educação.
discrepância nas oportunidades educacionais para um e Crise do ensino médio: desafio autêntico ou
para outro. “A desigualdade permanece”, aponta Charlot discurso alarmista?
(2009, p. 163), “já que os graus de sucesso ou fracasso, e as trajetórias escolares decorrendo deles, Uma introdução ao debate de gênero na
educação (ou por que superar a falácia da
variam conforme a classe social e o sexo”.
“ideologia de gênero”)
Como são produzidos os dados de cor/raça
Em todo caso, continuamos a defender o direito a educação para todas/os. Ao mesmo tempo em
nos principais instrumentos de pesquisa
que afirmamos um discurso universalista, que prevê escolarização para todos os segmentos educacional no Brasil?
da população, desconfiamos desse mesmo discurso, pois sabemos que, na prática, ele não se Como as rotinas de crianças podem ser
efetiva. Só que, no caso do gênero, a questão é complexa porque as meninas não apresentaram, profundamente marcadas por gênero?
em função do sexo, um fracasso escolar em massa. Apesar das denúncias de discriminação, Gênero nas universidades federais: uma
sexismo e machismo, elas continuaram caminhando. análise do perfil de estudantes por sexo
O patrão e a babá: sobre a individualização
Cabe retomar dois pontos para se compreender como, apesar dos pesares, as moças foram se da culpa
escolarizando. Nos termos do sociólogo francês, é importante distinguir “posição social objetiva” (ser Paternidades, gênero e a democracia
mulher na sociedade) de “posição social subjetiva” (o que eu, mulher, penso e faço com isso). Por constitucional
mais que as mulheres estejam em desvantagem em inúmeros indicadores – tal como a “Que horas ela volta?”: um filme para se
pensar a estratificação social no Brasil
remuneração no mercado de trabalho, representação política e índices de violência doméstica
Cotas raciais e de renda: às voltas com a
– isso, por si só, não define a experiência de cada mulher. Individualmente, elas vivenciam
legislação federal
distintas feminilidades e se posicionam na sociedade de modos diversos: aquelas que vestem blusa Educação, o que será amanhã?
roxa e saem à luta, aquelas que se expõem mais ou menos, aquelas que entram no “esquema”, Gênero e raça em quatro edições do Enem: o
aquelas que são patroas e as que são empregadas etc. perfil dos inscritos
Autores
Adriano Senkevics
Convidadas/os
Lucas Passos
Matheus França
Internas
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9 comentários
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Abraços!
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ELINETE disse: Muito interessante o texto! Pretendo pesquisar sobre as relações de gênero na escola que trabalho como coordenadora
17/09/2015 pedagógica. Estou tentando da o primeiro passo e textos como esse nos incentivam muito!
22:45
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Adriano Senkevics disse: Que bacana! Boa sorte no trabalho, Elinete. Qualquer coisa, estamos por aqui!
17/09/2015
23:13
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Maiara disse: As mulheres estudam, se dedicam, logram mais êxitos que os homens nos estudos e, depois de formadas, ganham menos que
13/01/2016 esses. Igualdade na nossa democracia?? Acho que só sendo homem pra enxergar dessa maneira…
12:19
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