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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências e Tecnologia

SUPERVISÃO DE CONSTRUÇÃO DE FUTURAS INSTALAÇÕES DO CENTRO DE


FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AUTÁRQUICA DA ZAMBÉZIA

Hélio Caetano Galhardo

Beira
2015
Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências e Tecnologia

SUPERVISÃO DE CONSTRUÇÃO DE FUTURAS INSTALAÇÕES DO CENTRO DE


FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E AUTÁRQUICA DA ZAMBÉZIA

Hélio Caetano Galhardo

Trabalho de Conclusão de Curso, em forma de Relatório de Estágio,


submetido à Faculdade de Ciências e Tecnologia,
da Universidade Zambeze-Beira, como requisito parcial
à obtenção do título de licenciado em engenharia Civil.

Supervisor

M.Sc. Michael Mendes

Beira
2015
DECLARAÇÃO

Eu, Hélio Caetano Galhardo declaro que este Trabalho de Conclusão de Curso, em forma de
Relatório de Estágio é resultado do meu próprio trabalho e está a ser submetido para a
obtenção do grau de licenciado na Universidade Zambeze - Beira. Ele não foi submetido
antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma outra universidade.

Beira, aos ___ de de 2015

(Hélio Caetano Galhardo)


AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer a Deus, ele que é o mentor de toda a vontade minha de ultrapassar
os demais obstáculos que a vida me proporciona, me dando vida e saúde, humildade, iluminando
o meu caminho e sobretudo às minhas escolhas. Aos meus pais, Caetano Galhardo e Inês José
Tomo Cuir que incondicionalmente me criaram e me atribuíram princípios de respeito e amor ao
próximo, me encorajaram em momentos mais difíceis vividos por mim durante todo o meu
percurso escolar à vida acadêmica e por se disponibilizarem a tempo inteiro pela moral e ajuda
financeira, agradeço pelo apoio prestado.
Ao meu tutor Msc. Michael Mendes do Santos por me ter aceitado e ajudado na elaboração do
trabalho, corrigindo erros e opinando sob ponto de vista à melhoria deste relatório de estágio,
pelo qual, me sinto inteiramente agradecido.
Aos meus irmãos, Sonia, Anadorcas, Galharda e Dudas. Meus sobrinhos, Shaniria e Saidélvio,
agradecem pelo amor, carinho, amizade e companhia. Por acreditarem sempre em mim, me
mostrando que tenho a qualquer instância com quem posso contar dê-a o que vier e por viverem e
conviverem comigo nos meus momentos de alegria e tristeza.
Aos meus tios, João e Domingas, por me acolherem com simpatia e gentileza em vossa casa e
servirem como segundos pais para mim na cidade onde me instalei durante o meu percurso
acadêmico, vos agradeço imenso.
Aos meus amigos e colegas, Ângelo, Betone, Cesário, Eulálio, Prosperino, Reginaldo e Sérgio,
agradeço-vos pelos momentos tristes e alegres de convivência, distração e motivação. Por cada
noite de sono que perdemos juntos, com vista a fazer-se face aos objetivos que nos levaram a
seguir o curso.
Por último, a todos que directa ou indirectamente contribuíram para o sucesso da minha formação
académica e ou na realização deste trabalho,

O meu Muitíssimo Obrigado.

i
RESUMO
O presente trabalho, refere-se a um relatório de estágio que foi levado a cabo a partir de um
estágio integral efectuado na Direcção Provincial da Obras Públicas e Habitação da Zambézia,
departamento de Quelimane. O mesmo culmina com o trabalho de conclusão do curso de
licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Zambeze e que tem como foco a descrição das
actividades supervisionadas em obra de construção de um Centro de Capacitação em
Administracao Pública e Autárquica da Zambézia. As actividades ora supervisionadas durante o
estágio, relacionaram-se com os aspectos de organização de estaleiro, técnicas de cofragem,
técnicas de betonagem e descofragem de elementos estruturais. O trabalho realizado teve auxílio
de profissionais experientes na área de supervisão de obras públicas da instituição proprietária da
Obra e estando sob a supervisão do orientador do estágio.

Palavras-chaves: Supervisão, Estaleiro, Cofragem, Betonagem e Descofragem

ii
ABSTRACT
This paper refers to a probation report which was carried out from a full stage made the
Provincial Directorate of Public Works and Housing of Zambézia, Quelimane department. The
same culminates with the work of completing the degree course in Civil Engineering at the
University Zambeze and which focuses on the description of activities supervised at work
building a Training Centre for Public Administration and Local Zambézia. The activities now
supervised during the stage, were related to aspects of shipyard organization, formwork
techniques, Concrete stripping techniques and structural elements. The work had help from
experienced professionals in public works supervision Area proprietary institution of work and
being under the supervision of the stage director.

Key words: Supervision, Shipyard, formwork, concreting Striking and concreting stripping

iii
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS .................................................................................................................................. i
RESUMO ...................................................................................................................................................... ii
ABSTRACT................................................................................................................................................. iii
LISTA DE FIGURAS. ................................................................................................................................. vi
LISTA DE TABELAS. ............................................................................................................................... vii
LISTA DE ABREVIATURAS. .................................................................................................................. vii
1. INTRODUÇÃO. ................................................................................................................................... 1
1.1. APRESENTAÇÃO. ...................................................................................................................... 1

1.2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA. ....................................................................................... 2

1.3. ÓRGÃOS E FUNÇÕES................................................................................................................ 3

1.4. INSTITUIÇÕES SUBORDINADAS/TUTELADAS. .................................................................. 5

1.5. MISSÃO, VISÃO E VALORES. ................................................................................................. 7

1.6. PRINCÍPIOS ÉTICOS DA INSTITUIÇÃO. ................................................................................ 8

1.7. GENERALIDADES. .................................................................................................................... 8

1.7.1 Definição de obra pública. ............................................................................................................... 8

1.7.2 Atores da execução e supervisão da Empreitada. .......................................................................... 10

1.7.3 O papel das Obras Publicas - POEMA (2014). .............................................................................. 10

1.8. A SUPERVISÃO DE OBRAS PUBLICAS. .............................................................................. 11

1.9. PROJEÇÃO DE OBRAS PUBLICAS. ...................................................................................... 12

1.9.1. O papel do projetista arquitectônico. ............................................................................................ 12

1.9.2. Etapas de projeto de arquitetura. ................................................................................................... 12

1.9.3. Obrigações do projeto arquitetónico. ............................................................................................ 13

1.10. EXECUÇÃO DE OBRAS PUBLICAS. ..................................................................................... 14

1.10.1. O papel do empreiteiro................................................................................................................ 15

1.10.2. Obrigações dos empreiteiros. ...................................................................................................... 15

1.11. FISCALIZAÇÃO DE OBRAS PUBLICAS. .............................................................................. 16

1.11.1. O papel da fiscalização. .............................................................................................................. 17

iv
1.11.2. Obrigações da fiscalização. ......................................................................................................... 17

2. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS. .............................................................................................. 18


2.1. ORGANIZAÇÃO DO ESTALEIRO. ......................................................................................... 19

2.2. DIMENSIONAMENTO DO ESTALEIRO. ............................................................................... 20

2.3. PRINCIPIOS PARA A ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DO TRABALHO (ORGANIZAÇÃO


DUM ESTALEIRO). .............................................................................................................................. 20

2.4. ORGANIZAÇÃO DO ESTALEIRO UTILIZADA EM LOCAL DE OBRA DAS FUTURAS


INSTALAÇÕES DO IFAPA. ................................................................................................................. 21

2.4.1. Cofragem....................................................................................................................................... 22

2.4.2. Cofragens de madeira. .................................................................................................................. 23

2.4.3. Cofragens de contraplacado. ......................................................................................................... 23

2.4.4. Cofragens de metal. ...................................................................................................................... 24

2.4.5. Outras combinações de materiais. ................................................................................................. 24

2.5. MÉTODOS DE COFRAGENS UTILIZADAS NO LOCAL DE OBRA DAS FUTURAS


TIPOS DE COFRAGENS UTILIZADAS NA CONSTRUÇÃO DE FUTURAS INSTALAÇÕES DO
IFAPA. .................................................................................................................................................... 25

2.5.1. Cofragens de pilares. ..................................................................................................................... 26

2.5.2. Cofragem de vigas. ....................................................................................................................... 26

2.5.3. Cofragem de lajes. ........................................................................................................................ 27

2.6. BETONAGEM. .......................................................................................................................... 28

2.7. A SEGURANÇA NOS TRABALHOS DE BETONAGEM. ..................................................... 29

2.8. MÉTODOS DE BETONAGEM UTILIZADAS NO LOCAL DE OBRA DAS FUTURAS


INSTALAÇÕES DO IFAPA. ................................................................................................................. 31

2.8.1. Betonagem de pilares. ................................................................................................................... 32

2.8.2. Betonagem de vigas. ..................................................................................................................... 32

2.8.3. Betonagem de lajes. ...................................................................................................................... 33

2.9. DESCOFRAGEM. ...................................................................................................................... 34

2.10. PRAZOS MÍNIMOS DE A RETIRADA DOS MOLDES. ........................................................ 34

v
3. CONCLUSÃO. ................................................................................................................................... 36
4. RECOMENDAÇÕES. ........................................................................................................................ 37
5. BIBLIOGRAFIA. ............................................................................................................................... 38
ANEXOS ....................................................................................................................................................... i

LISTA DE FIGURAS.
Figura 1.1: Fotogrametria da localização das instalações da Direcção Provincial das Obras
Públicas e Habitação da Zambézia – Delegação de
Quelimane………………………………………………………………………………………...9

Figura 1.2: Esquema de supervisão referente a entidades envolvidas em Obras Publicas………12

Figure 2.3: Fachada frontal da DPOPH-Zambézia………………………………………………18

Figura 2.4: Fachada frontal do Departamento de Edificações…………………………………...18

Figura 2.5: Repartição de Supervisão de Projetos e Gestão de Contratos……………………….18

Figura 2.6: Fotogrametria das obras das futuras instalações do Centro de Formação em
Administração Publica e Autárquica da Zambézia (IFAPA) ……………………………………19

Figura 2.7: Refetório e armazenamento de vestuário……………………………………………22


Figura 2.8: Armazenamento de Cimento e Varões........................................................................22

Figure 2.9: Armazenamento de Cofragens e Prumos……………………………………………22

Figura 2.10: Colapso do cimbre da cofragem durante a betonagem de laje……………………..25

Figura 2.11: Cofragem em pilar por via de chapas metálicas……………………………………26

Figura 2.12: Cofragem aprumada em pilar por via de chapas metálicas………………………...26

Figure 2.13: Operário efectuando a cofragem da Viga…………………………………………..27

Figura 2.14: Cofragem da Viga………………………………………………………………….27

Figura 2.15: Prumos e cimbres para o suporte de cofragem de lajes…………………………….28

Figura 2.16: Cofragem de lajes…………………………………………………………………..28

Figura 2.17: Processo de betonagem de laje por via de uma Autobomba………………………………...29

Figura 2.18: Operário efectuando a betonagem da Viga………………………………………………….33

vi
Figura 2.19: Operário efectuando a vibração da betonagem da Viga……………………………………..33

Figura 2.20: Armadura da laje do segundo piso do edifício……………………………………………....34

Figura 2.21: Operário introduzindo a massa do betão num balde para a sua içagem……………………..34

Figura 2.22: Operários manuseando o guincho de içagem do betão……………………………………...34

Figura 2.23: Operário aplicando a massa do betão sobre a armadura da laje…………………………….3.4

Figura 2.24: Processo de betonagem da laje………………………………………………………………34

Figura 2.25: Operário executando o nivelamento da laje…………………………………………………34

Figura 2.26: Pilares e Vigas apos a sua descofragem……………………………………………………..35

Figura 2.27: Operário efectuando a descofragem da laje…………………………………………………35

LISTA DE TABELAS.
Tabela 1.1: Dimensionamento e organização de um estaleiro. ..................................................... 20
Tabela 2.2: Correspondência entre a avaliação qualitativa em estaleiro e a escala quantitativa. . 30
Tabela 2.3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de
construção. ............................................................................................................................. 31

LISTA DE ABREVIATURAS.
DPOPH – Direção Provincial das Obras Publicas e Habitação.
CGC – Condições Gerais de Contratos.
IOP – Inspecao de Obras Públicas.
DNEd – Direcção Nacional de Edifícios.
SDPI – Sede Distrital de Planificação e Inspeção.
DED – Departamento de Edificações.
POEMA – Planificação, Orçamentação, Execução, Monitoria e Avaliação.
NUIT – Numero Único de Identificação Tributaria.
BR – Boletim da República.
INNOQ – Instituto Nacional de Normalização e Qualidade.
NM – Norma Moçambicana.

vii
1. INTRODUÇÃO.

1.1. APRESENTAÇÃO.

A Universidade Zambeze tem como uma das exigências no seu plano curricular, para os
estudantes que tenham já concluídas as cadeiras e que pretendem aderir ao certificado de
habilitações literárias, a elaboração de um trabalho de conclusão do curso. Para os estudantes dos
cursos de Licenciatura na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Zambeze, o
estágio é uma ferramenta que dá suporte ao alcance de um trabalho de conclusão do curso por
via de um relatório que descreve as actividades efectuadas durante o período de estágio numa
determinada instituição seja ela privada ou pública que opera em área correspondente ao ramo do
curso frequentado pelo estudante e dando a ele a oportunidade de conciliar a teoria obtida na
academia à prática encontrada no campo.

Este relatório de estágio teve um acompanhamento de orientação e supervisão do MSc Engo


Michael Mendes dos Santos, com uma duração de 3 meses repartidos por uma carga horaria de
40 horas semanais, de tal modo que será efetuado numa instituição que pertence ao aparelho do
Estado denominada Direção Provincial das Obras Publicas e Habitação da Zambézia –
Delegação de Quelimane que sita na Rua da Resistência No 1.075, especificamente no DED –
Departamento de Edificações e posteriormente encaminhado para a ENGECONCRET, empresa
esta que se encontra a executar a obra de construção do Centro de Capacitação em
Administracao Pública e Autárquica da Zambézia a partir da nota n o 934/526/Z10/D-DED/041
emitido pelo Departamento de Edificações da DPOPH-Zambézia, delegação de Quelimane aos
02 de Setembro de 2015 (ver anexo 1).

Portanto, o trabalho tem como objectivo descrever as actividades efectuadas pelo estudante Hélio
Caetano Galhardo durante o período em que esteve integrado no processo de construção da obra
em questão na área de supervisão de obra executada pela empresa ENGECONCRET na cidade
de Quelimane.

Devido ao que o período do estágio fora muito curto e por não ter sido dado o tempo do
acompanhamento das restantes actividades que já haviam sido desenvolvidas anteriormente,

1
houve a necessidade de aproveitar no máximo o tempo de estágio com vista a recolher dados
necessários para a colheita dos dados do trabalho de uma forma organizada, em função do
objetivo do estágio e compila-los.

O relatório de estágio é composto em sua introdução, por uma apresentação sintectizada,


conseitos por via de revisões bibliograficas bem como informações adicionais referentes à
empresa. Em seu desenvolvimento, serão apresentadas as atividades desenvolvidas pelo
estagiário na empresa. Por fim, serão apresentadas as recomendações e conclusões com relação
às actividades de estágio.

1.2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.

A política colonialista do Estado Português, iniciada a partir da década de 1930, e materializada


na promulgação do Ato Colonial (DECRETO N.º 18 570), da Carta Orgânica do Império
Colonial Português (DECRETO-LEI N.º 23 228) e da Reforma Administrativa Ultramarina
(DECRETO-LEI N.º 23 229), definira um modelo organizativo padrão aplicável a todo o império
colonial português, de complexidade variável de território para território, onde seriam tratados
todos os ramos de administração pública.

Enquanto colónia do governo Português, Moçambique beneficia do setor das obras públicas,
onde naturalmente se insere, pela sua natureza, a produção arquitetónica e urbanística, da criação
na sua estrutura organizativa de uma Repartição Técnica dos Serviços de Obras Públicas,
organizada de acordo com o Regulamento Geral das Direções e Inspeções de Obras Públicas das
Colónias (DECRETO DE 11 DE NOVEMBRO DE 1911), com atribuições genéricas no estudo,
construção e conservação de edifícios e monumentos, e melhoramentos urbanos.
Simultaneamente é reorganizada a própria divisão administrativa da colónia (DECRETO N.º 24
621) e ao longo do resto da década de 1930 são os serviços da Repartição Técnica reestruturados
no sentido de se adaptarem a esta nova divisão administrativa (PORTARIA N.º 2 381) e de
darem resposta aos problemas colocados pelas políticas de fomento delineadas para os territórios
ultramarinos em geral, e para Moçambique em particular.

Esta reestruturação culmina, no início da década 1940, na criação da Direção dos Serviços de
Obras Públicas (DECRETO N.º 30 917), organizada em serviços centrais, serviços provinciais e
organismos anexos. Nos serviços centrais é criada a Repartição de Edifícios e Monumentos,

2
funcionando como a 1.ª Repartição, onde são centralizados, na sua generalidade, os assuntos
relativos ao estudo, construção, conservação e cadastro de edifícios e monumentos públicos, e
estudos de urbanização, incluindo abastecimento de águas e saneamento (PORTARIA N.º 4
301). Os serviços provinciais (Decreto n.º 24 621 e Portaria n.º 2 381), constituídos por direções
provinciais e secções distritais, vão executar localmente, entre outras, as competências atribuídas
à Repartição de Edifícios e Monumentos.

Entre as demais direções provinciais e secções distritais introduzidas neste período, uma delas
fora denominada como Direção Provincial de Obras Públicas da Zambézia que tinha como
sede em Quelimane, abrangendo os distritos de Quelimane e Tete, e composta pela secção de
Obras Públicas de Quelimane - Sede em Quelimane e Secção de Obras Públicas de Tete.

Depois da independência em 1975, com a reestruturação do estado Moçambicano em 10


províncias que se subdividiam em distritos e seus respetivos postos administrativos, o governo
moçambicano aprovara pelo Diploma Ministerial nº 217/98 de 23 de Dezembro estabelecendo os
objetivos, funções e competências do Ministério das Obras Públicas e Habitação. No seu
Capitulo I Secção 1 Artigo 1 define as áreas de atuação do Ministério das Obras Públicas e
Habitação e no seu nº 2 define que em cada uma das Províncias funcionará uma Direção
Provincial de obras Públicas e Habitação e dai que nasce a DPOPH – Zambézia.

1.3. ÓRGÃOS E FUNÇÕES.

A Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação da Zambézia possui órgão Provinciais com
as seguintes atribuições/Funções:

a) Departamento de Administracao e Finanças.


 Propôr, executar e controlar o orçamento de funcionamento da Direcção Provincial de
Obras Públicas e Habitação;
 Controlar a aplicação das normas de execução orçamental e financeira das instituições
subordinadas;
 Gerir o Património da Direcção e das instituições subordinadas.

3
b) Departamento de Habitação e Urbanismo.
c) Assegurar em coordenação com as autarquias e órgãos locais a reserva do solo urbano
destinado a projectos de investimento público e privado;

 Assegurar em coordenação com as autarquias a elaboração e implementação dos planos de


estrutura;
 Asseguar a construção de habitação dos organismos estatais;
 Divulgar estudos, de tecnologias apropriadas de produção de materiais de construção para
habitação com uso de recursos locais.

d) Departamento de Agua e Saneamento.

 Planear, executar e coordenar as actividades de abastecimento de água à populaça nas


zonas rurais através de tecnologias simples e apropriadas;
 Planear e monitorar os programas de abastecimento de água à população rural através de
poços e furos apetrechados de bombas manuais ou outros sistemas simples de extracção de
água promovendo a sua conservação e manutenção;
 Monitorar a qualidade e a sustentabilidade dos pequenos sistemas e das fontes de
abastecimento de água dispersas;
 Supervisionar o processo da criação de capacidade, a nível local, para execução do
programa de água rural e o envolvimento do sector privado e das organizações da
sociedade civil;
 Elaborar planos directores integrados provinciais de água e saneamento e higiene;
 Realizar campanhas de formação, educação e divulgação da problemática da gestão dos
recursos hídricos e sua protecção;
 Assessorar os órgãos municipais na criação e reforço da capacidade técnica para operação e
manutenção dos sistemas de abastecimento de água.

e) Departamento de Edificações.

 Promover a construção e conservação dos edifícios do Estado;

4
 Elaborar, rever e aprovar os projectos destinados à construção e conservação dos edifícios
do Estado ou quaisquer construções dentro da sua competência técnica e que nos termos da
legislação em vigor lhe caiba projectar, informar ou aprovar;
 Promover a fiscalização de obras dos edificios do Estado;
 Preparar processos de elaboração de projectos e de concursos de empreitadas;
 Elaborar cadernos de encargo-tipo a observar nas construções de edifícios do Estado;
 Manter actualizado o registo, cadastro e identificação dos edifícios do Estado.

f) Repartição do Plano e Estatística

 Coordenar com os diversos órgãos da DPOPH a elaboração dos planos de actividade do


sector e controlar a sua execução;
 Compilar e tratar a informação estatística referente a actividade da indústria da construção.

g) Repartição dos Recursos Humanos

 Planificar a gestão dos recursos humanos do sector de acordo com as directrizes, normas e
planos do Governo;
 Elaborar propostas relativas ao quadro de pessoal do sector, de acordocom as normas e
procedimentos estabelecidos;
 Organizar e gerir ao nível sectorial o sistema de informação de recursos humanos.

1.4. INSTITUIÇÕES SUBORDINADAS/TUTELADAS.

Para além dos seus órgãos e funções, a Direcção Provincial da Zambézia dispõe de um leque
considerável de instituições que funcionam sob a sua tutela que são:

 EPAR – Estaleiro Provincial de Água Rural: Entidade de prestação de serviço na área de


construção e reparação de fontes e água;
 PLM - Projecto de Latrinas Melhoradas: Tem como função a promoção de higiene e
construção de componentes para construção de latrinas melhoradas;
 APIE – Administração do Parque Imobiliário do Estado: Administra o parque imobiliário
do Estado.

5
 ANE - Administração Nacional de Estradas e Pontes: Planifica e implementa os programas
provinciais de manutenção, construção e reabilitação de estradas, elabora a contagem de
tráfego rodoviário, o levantamento das condições de conservação da rede de estradas,
fornece dados requeridos pela Direcções de Manutenção e de Planificação para a
elaboração de estudos e projectos.
 FFH - Fundo Para o Fomento de Habitação: É uma Instituição Pública criada pelo Decreto
24/95 de 6 de Junho, para ser instrumento do Governo para promover habitação social para
famílias de renda baixa, técnicos qualificados e jovens casais.
 FIPAG - Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água: fornece água
potável a população da cidade de Pemba e seus arredores através de uma gestão efectiva e
participativa, assegurando o uso adequado das infra-estruturas de abastecimento de água de
forma sustentável e garantindo o retorno do investimento e equidade social.

Figura 3.1: Fotogrametria da localização das instalações da Direcção Provincial das Obras
Públicas e Habitação da Zambézia – Delegação de Quelimane.

Fonte: Google Earth – 10/7/2015 - 3:42 pm

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Além dos Departamentos acima referidos funcionam ainda nesta Instituição a Secção Provincial
de Inscrição de Empreiteiros e a Comissão Provincial de Alienação e Avaliação de Imóveis do
Estado. A DPOPH - ZAMBEZIA é membro da Comissão Provincial de Estradas órgão de
consulta, presidido por S.Excia O Governador da Província onde a ANE - Delegação assume a
função de Secretário e relaciona-se directamente com o sector privado através da Associação de
Empreiteiros da Zambézia.

1.5. MISSÃO, VISÃO E VALORES.

Para representar a identidade organizacional desta instituição, estabelecem-se princípios que


definem as necessidades sociais a que ela atende e o seu foco fundamental de atividades que são
a Missão,Visão e os seus Valores em virtude do compromisso e uma orientação objetiva de como
ela deve atuar para cumprir suas estratégias e diretrizes.

a) Missão

Divulgar, orientar as políticas do sector do Ministério das Obras Publicas e Habitação exercendo
o controlo da atividade de construção e conservação de edifícios do Estado, estradas,
abastecimento de água e controlar as atividades dos empreiteiros de obras públicas e da indústria
de construção civil.

b) Visão

Consolidar na província um sistema de planificação integrada implementando a estratégia de


desenvolvimento do parque imóvel e infraestruturas do estado descentralizado.

c) Valores

 Profissionalismo e transparência no trabalho;


 Ética, igualdade e novação;
 Acessibilidade, dinâmica e integridade;
 Respeito pela coisa pública;
 Boa gestão dos recursos financeiros e patrimoniais;
 Competência, eficiência e Modernidade;
 Boa-fé, gestão e Trabalho em equipa;
 Boa gestão e compromisso com a legalidade;

7
 Criatividade, modernidade e motivação;
 Qualidade de vida no trabalho;
 Responsabilidade.

1.6. PRINCÍPIOS ÉTICOS DA INSTITUIÇÃO.

Os princípios que orientam o relacionamento da instituição com outros profissionais,


fornecedores, clientes, bancos, parceiros, concorrentes e poder público. Servem, ainda, de guia
para as atividades da companhia em relação à comunidade onde está presente são:

 Contribuir para o desenvolvimento do país tendo como foco a província da Zambézia, seus
pontos distritais e Locais;
 Respeitar o património e infraestruturas públicas e conservá-los com responsabilidade para
o bom uso do próximo;
 Honrar com os compromissos laborais e preservar os princípios e legislações da ordem
pública;
 Fortalecer o laço de ligação entre o sector público e o privado optando sempre na
transparência e integridade no âmbito da construção, manutenção e conservação dos bens
públicos;
 Exigência de boa qualidade de serviço e igualdade de oportunidades aos intervenientes
concorrentes para os serviços públicos;
 Proteger o meio ambiente das acções protagonizadas pelos agentes do uso e
aproveitamento do bem público, assim como das instituições que operam ao seu meio.

1.7. GENERALIDADES.

1.7.1 Definição de obra pública.

Obra pública é considerada toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de


bem público. Ela pode ser realizada de forma direta, quando a obra é feita pelo próprio órgão ou
entidade da Administração, por seus próprios meios, ou de forma indireta, quando a obra é
contratada com terceiros por meio de licitação. Neste caso, são autorizados diversos regimes de
contratação. (Art. 6º, inciso VIII, da Lei nº 8.666/1993). Obras Publicas – 3a Edição.

8
 Empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo e total;
 Empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas;
 Tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais;
 Empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias.

Na sequência do processo de descentralização e desconcentração em curso em Moçambique, os


Órgãos Locais do Estado e as Autarquias têm estado a receber novas competências que lhes
permitem gerir cada vez mais recursos. Por outro lado, as reformas na legislação do setor da
construção e em particular sobre a contratação de empreitadas de obras públicas têm estado a
trazer mudanças no papel e função de vários dos seus intervenientes. Podemos dizer que o
regulamento de contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e serviços
do Estado, bem como o Regulamento do sistema de administração financeira do Estado
“desconcentraram” os processos de gestão de empreitada fora do Ministério das Obras Publicas e
Habitação.

A gestão de empreitada é um processo chave do ciclo de Planificação, Orçamentação, Execução,


Monitoria e Avaliação no sector público. A boa gestão das obras, desde a sua planificação,
execução até à sua operação e manutenção é fundamental para o desenvolvimento
socioeconómico do distrito. De acordo com a lei dos Órgãos Locais do Estado, o Serviço
Distrital de Planeamento e Infraestrutura e deve assegurar a construção, manutenção, reabilitação
de infraestruturas e edifícios públicos no distrito. POEMA (2014)

Todavia, durante a supervisão da obra, vários outros intervenientes estão envolvidos. A


legislação, através de uma serie de dispositivos legais, delimita as responsabilidades especificas
de cada um embora, às vezes, com pouca clareza.

9
1.7.2 Atores da execução e supervisão da Empreitada.

Os principais atores envolvidos diretamente na execução e supervisão da empreitada são


definidos com base nas condições gerais e especiais do contrato de empreitada nomeadamente

a) Entidade contratante;
b) Entidade contratada;
c) Fiscalização;
d) Gestor de contrato.

Entidade Contratante: Órgão ou instituição que promove a abertura do concurso e que celebra
o contrato (Art.3, alínea “n”). As atribuições e os impedimentos da entidade contratante estão
respetivamente indicados no Art. 12 e no Art. 13 do Decreto 15/2010 de 24 de Maio.

Empreiteiro: É o contratado para executar a quantidade de trabalho acordado para a edificação


da obra, mediante os padrões de qualidade definidos nas especificações técnicas do projeto,
mediante um preço previamente acordado e estabelecido entre a entidade contratante e o
contratado.

Fiscal de Obra: Entidade contratada pelo contratante para a verificação da qualidade e


quantidade dos serviços prestados pelo empreiteiro. As Condições Gerais do Contrato, no seu
Art. 1, define a fiscalização, como sendo a pessoa ou equipa designada pela entidade contratante
para vigiar e verificar o cumprimento do contrato.

Gestor do contrato: Pessoa designada nas Condições Especiais do Contrato pelo Dono da Obra,
que é responsável por supervisionar a execução das Obras e administrar o Contrato. (CGC, Art.
1).

1.7.3 O papel das Obras Publicas - POEMA (2014).

Os Estatutos Orgânicos dos órgãos aos níveis central, provincial e distrital definem o papel da
Obras Públicas como sendo:

a) Nível central:

- Promover a construção, fiscalização e manutenção dos edifícios do Estado e outros de interesse


publico. (Art 2, b do Regulamento interno da DNEd);

10
- Promover a supervisão das empreitadas em coordenação com as DPOPH’s e SDPI’s (Art. 6, do
Regulamento Interno da DNEd);

b) Nível provincial:
- Promover a supervisão, inspeção e controlo da qualidade das obras a realizar ou em
curso na província;

c) Nível distrital:
- Assegurar a construção, manutenção, reabilitação de infraestruturas e edifícios públicos.
(Decreto 6/2006, Art. 5, 4. a)).

É da responsabilidade das Obras Publicas promover, estimular, motivar ou ainda suscitar a


fiscalização e a supervisão das empreitadas. São a Obras Publicas que dão o principal impulso a
fiscalização e a supervisão das empreitadas. Esta ação de promoção não se resume apenas ao
objeto (a obra), mas também a todos os intervenientes envolvidos na realização de uma obra, de
modo a assegurar o cumprimento das normas e regras de construção em Moçambique.

É igualmente importante destacar o papel da Inspeção de Obras Publicas (IOP), que respondendo
diretamente ao Ministério das Obras Publicas e Habitação, tem a função de inspecionar obras
promovidas por entidades públicas. Desta forma, de entre outras várias responsabilidades, a IOP
têm a função de inspecionar o trabalho dos projetistas, empresas de fiscalização e empreiteiros
de obras públicas, embargar e propor a demolição das obras que não observem os regulamentos e
prescrições técnicas e administrativas em vigor.

1.8. A SUPERVISÃO DE OBRAS PUBLICAS.

O mecanismo pelo qual são monitorados vários processos em que o controle dos mesmos foi
delegado a outros agentes. Como o nome já diz, a supervisão é a visão dos que têm a
possibilidade de ver de cima (super), isto é, a possibilidade de ver mais do que um elemento do
sistema no que tange ao controlo no seu global. Ela é assumida por vários atores acima
mencionados, pois, cada um deles deve ter a supervisão de uma parte do sistema.

O “supervisor” é dado em alguma instância como fiscal da obra, o qual tem um papel importante
de supervisão. Ele é responsável pela verificação do cumprimento do projeto em termos de

11
qualidade, prazo e preço. Ele tem um papel de supervisão deste pequeno sistema que é
constituído pelo empreiteiro-obra por via de preenchimento um relatório de visita de supervisão
à obra (ver anexo 2).

Figura1.2: Esquema de supervisão referente a entidades envolvidas


em Obras Publicas. 5/7/2015 - POEMA (2014).

1.9. PROJEÇÃO DE OBRAS PUBLICAS.

Figura 4: Fachada frontal daFigura 5: Esquema de


1.9.1. O papel do projetista arquitectônico.
supervisão referente a entidades envolvidas em
Obras Publicas.
O Projetista contratado pelas Obras Publicas deve se encarregar em conceber um projeto que visa
a responder às necessidades e regulamentações exigidas pela Norma moçambicana de elaboração
de Projetos de Arquitetura para a Construção Civil elaborado pelo INNQQ criado a 24 de Março
de 1993, por decreto no 02/93 doFachada
Figura 6: Conselho de daFigura
frontal Ministros, publicadodeno Boletim da Republica
7: Esquema
supervisão referente a entidades envolvidas em
(BR) no 12, I Série do mesmo ano. Portanto, devem estar inclusos no projeto Arquitectônico os
Obras Publicas.
aspetos relacionados com as engenharias dos elementos e instalações de edificação e dos seus
componentes construtivos, bem como dos materiais para construção, também devem ser
determinados e representados para o efeito de orientação, coordenação e conformidade de todas
Figura 8: Fachada frontal daFigura 9: Esquema de
as demais atividades técnicas do projeto. NM353 (2011).
supervisão referente a entidades envolvidas em
Obras Publicas.
1.9.2. Etapas de projeto de arquitetura.

As etapas de execução de atividade técnica de projeto de arquitetura são as seguintes, na


sequência indicada (incluídas as siglas):
Figura 10: Fachada frontal daFigura 11: Esquema
de supervisão referente a entidades envolvidas em
a) Levantamento de dados para arquitetura (LV-ARQ);
Obras Publicas.

12

Figura 12: Fachada frontal daFigura 13: Esquema


b) Programa de necessidades de arquitetura (PN-ARQ);
c) Estudo de viabilidade de arquitetura (EV-ARQ);
d) Estudo preliminar de arquitetura (EV-ARQ);
e) Anteprojeto de arquitetura (AP-ARQ) ou de pré – execução (PR – ARQ);
f) Projeto legal de arquitetura (PL – ARQ);
g) Projeto básico de arquitetura (PB – ARQ) (opcional);
h) Projeto para execução de arquitetura (PE-ARQ).

1.9.3. Obrigações do projeto arquitetónico.

As informações do projeto devem registar, quando couber, para a caracterização de cada produto
ou objeto (edificação, elemento de edificação, instalação, instalação predial, componente
construtivo e material para construção), os atributos funcionais, formais e técnicos considerados,
contendem as seguintes exigências prescritivas e de desempenho:

a) Identificação;
b) Descrição;
c) Condições climáticas, de localização e de utilização;
d) Exigências e caraterísticas relativas ao desempenho no uso;
e) Aplicações;
f) Estaleiro de obra;
g) Uso: operação e manutenção;
h) Condições de venda ou de aquisição;
i) Suprimento;
j) Serviços técnicos;
k) Referencias.

As informações técnicas produzidas em qualquer das etapas de elaboração do projeto de


arquitetura devem ser apresentadas mediante documentos técnicos (originais e/ou copias) em
conformidade com os padrões estabelecidos nas normas pertinentes, podendo ser:

a) Desenhos;
b) Textos (memórias, relatórios, ralações e listagens);
c) Planilhas e tabelas;

13
d) Fluxogramas e cronogramas;
e) Fotografias;
f) Maquetes;
g) Outros meios de representação.

1.10. EXECUÇÃO DE OBRAS PUBLICAS.

Os empreiteiros de construção devem estar licenciados pelo Ministério de Obras Públicas nos
termos do Diploma Ministerial n° 83/2002 de 22 de Maio, do Regulamento do Licenciamento da
Atividade de Empreiteiro de Obras Públicas e de Construção Civil, e do Decreto n° 68/99 de 5
de Outubro, o Regulamento do Exercício da Atividade de Empreiteiro de Obras Públicas e de
Construção Civil, com as emendas introduzidas pelo Decreto 29/2001 de 11 de Setembro.

Deste modo, os empreiteiros dividem-se em duas categorias: os licenciados para executar obras
públicas e os licenciados para executarem obras de construção civil. Os empreiteiros de
construção civil devem fazer parte de uma empresa ou representação comercial legalmente
constituída e especificamente licenciada em Moçambique para executar obras de construção.
Não existe um quadro legal específico para a contratação de engenheiros, empreiteiros ou outros
técnicos. Contudo, quando se apresenta um pedido de uma licença de construção para obras
particulares, é preciso apresentar uma declaração de compromisso de fiscalização da obra,
juntamente com uma cópia da licença da pessoa responsável pela fiscalização.

As obras podem ser fiscalizadas por um empreiteiro, um técnico (em obras de construção
fiscalizadas pelo próprio dono) ou pela pessoa que executa o projeto. (Decreto 2/2004, de 31 de
Março, o Regime de Licenciamento de Obras Particulares). Os regulamentos referentes às obras
públicas são mais limitativos, exigindo o licenciamento específico de empreiteiros e técnicos
para executar tais obras, e exigindo que a contratação seja feita de acordo com o Regulamento de
Aquisições do Governo. Esta secção trata destes requisitos. A atividade de empreiteiro pode ser
exercida por sociedades comerciais ou por empresas em nome individual, sob condição de a
empresa ter o respetivo alvará.

14
1.10.1. O papel do empreiteiro.

O papel principal do empreiteiro é a da execução e entrega da obra prevista, perfeita e acabada,


conforme o contratado, no prazo estipulado, recebendo o preço por tal entrega. Sendo que possui
este o direito de retenção da obra enquanto não receber o preço.

No entanto, é relevante analisar os preceitos da legislação vigente:

 Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado a


recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e
dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza. Art. 615 – Código
Civil;
 No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode quem encomendou a obra, em vez de
enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço. Art. 616 – Código Civil;
 O empreiteiro é notificado a pagar os materiais que recebeu, se por imperícia ou
negligência os inutilizar. Art. 617 – Código Civil;
 Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o
empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos,
pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Art. 618
– Código Civil;

1.10.2. Obrigações dos empreiteiros.

Os empreiteiros podem ser considerados nacionais ou estrangeiros para fins de licenciamento e


de participação em concursos. Para ser considerada nacional, uma empresa deve:

 Pertencer a um cidadão moçambicano, ou a um cidadão estrangeiro que resida


continuamente em Moçambique há pelo menos dez anos, no caso de empresas em nome
individual;
 Ter pelo menos 50% do capital social da empresa detido por cidadãos moçambicanos.
Os empreiteiros de obras públicas devem ser licenciados. Uma licença de empreiteiro de
construção chama-se alvará, que é válido por 12 meses. Um alvará deve ser pedido por escrito,
indicando o nome da empresa, o tipo de obras a serem executadas, a categoria, subcategoria e
classe do alvará requerido. Todos os documentos devem ser submetidos em duplicado. Ao

15
receber o pedido, o representante governamental irá verificar que os documentos estão completos
e irá emitir um recibo.

Os pedidos são dirigidos ao Ministro das Obras Públicas e Habitação e são apresentados através
da Direção Provincial de Obras Públicas e Habitação da província onde se situa a sede social do
candidato a empreiteiro. Contra a receção do requerimento será entregue um recibo como prova
da apresentação. O pedido deve conter os dados completos do requerente, da seguinte maneira:

 Para as sociedades, a sua denominação social, a sede, o número fiscal de contribuinte


(NUIT), e ainda o nome completo, a profissão, a residência permanente, os documentos de
identidade, e a qualidade dos seus representantes legais;
 Para as empresas em nome individual – a denominação da empresa, a sede, o número fiscal
de contribuinte (NUIT) do requerente, e ainda o nome completo, a profissão, o estado civil,
a residência permanente e os documentos de identidade do proprietário.

1.11. FISCALIZAÇÃO DE OBRAS PUBLICAS.

Fiscalização é a atividade que deve ser realizada de modo sistemático pelo contratante e seus
prepostos, com a finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e
administrativas em todos os seus aspetos. O contratante manterá, desde o início dos serviços até
o recebimento definitivo, profissional ou equipe de fiscalização constituída de profissionais
habilitados, os quais deverão ter experiência técnica necessária ao acompanhamento e controle
dos serviços relacionados com o tipo de obra que está sendo executada. Os fiscais poderão ser
servidores do órgão da Administração ou pessoas contratadas para esse fim. No caso da
contratação da fiscalização, supervisão ou gerenciamento da execução da obra, essas atividades
podem ser incluídas no edital de elaboração do projeto básico.

A empresa contratada para execução da obra deve facilitar, por todos os meios ao seu alcance, a
ação da fiscalização, permitir o amplo acesso aos serviços em execução e atender prontamente às
solicitações que lhe forem dirigidas. OBRAS PÚBLICAS - Belo Horizonte (2007).

16
1.11.1. O papel da fiscalização.

 ORIENTAR: Estabelecer diretrizes, dar e receber informações sobre a execução do


contrato;
 CONTROLAR: Verificar o material utilizado e a forma de execução do objeto do
contrato, confirmar o cumprimento das obrigações;
 INTERDITAR: Paralisar a execução do contrato por estar em desacordo com a
contratada;
 INTERVIR: Assumir a execução do contrato;
 INFORMAR: Comunicar regularmente à Contratante o grau de avanço da execução do
contrato, bem como as irregularidades detetadas, de acordo com o grau de repercussão no
contrato. MENDES, A. L. (2001).
Portanto, compete à fiscalização o controle sobre os materiais utilizados, os recursos
humanos envolvidos, os serviços executados e os equipamentos utilizados, de acordo com:

 Materiais: verificação das especificações exigidas quanto ao tipo, qualidade e desempenho


(poderão ser submetidos a testes de laboratório).
 Recursos humanos: competência técnica e profissional, qualidade da mão--de-obra,
relacionamento e comportamento.
 Equipamentos: verificação das especificações exigidas quanto ao tipo, potencia,
capacidade, estado de conservação e desempenho. MENDES, A. L. (2001).

1.11.2. Obrigações da fiscalização.

Constituem obrigações do fiscal segundo JUSTEN FILHO, 12. Ed. São Paulo (2008).

 Garantir que as obras sejam executadas observando o fiel cumprimento dos projetos, das
normas e especificações estabelecidas e das demais condições contratuais;
 Alertar e aconselhar o Contratante quanto às condições de cumprimento dos cronogramas
físico e financeiro das obras;
 Dar o apoio necessário ao Contratante com vista a reduzir o impacto ambiental das obras,
na manutenção da segurança durante a sua execução e no cumprimento de outras
determinações pertinentes;

17
 Reportar falhas e omissões no projeto, solicitando esclarecimento ao projetista;
 Representar o dono da obra perante as autoridades locais.

2. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS.

As actividades do estágio tiveram como inicio no dia 26 de Agosto de 2015 nas instalações da
cede da Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação da Zambézia, no Departamento de
Edificações. Durante uma semana, foram-se apresentadas as partições, as actividades e
responsabilidades do departamento com vista a se compreender a razão da sua existência como
indicam as fotos:

Figure 2.3: Fachada frontal da Figura 2.4: Fachada frontal do Figura 2.5: Repartição de
DPOPH-Zambézia - 7/7/2015 Departamento de Edificações - Supervisão de Projetos e Gestão
7/7/2015 de Contratos - 7/7/2015

Neste período, apreciaram-se actividades relativas aos processos burocráticos que visam a
legalizar
Figureos
3: demais
Fachada processos
frontal da contratuais de empreitadas para os serviços públicos tais como a
Figura 4: Fachada frontal do Figura 5: Repartição de
DPOPH-Zambezia
aprovação de elaboração de Cadernos de Encargos,
Departamento mapas de Supervisão
de Edificações quantidades e supervisão
de Projetos e Gestãode
de Contratos
projectos de construção e reabilitação.

No dia 07 de Setembro de 2015, efectuou-se a apresentação para início das actividades de


Figure 3: do
supervisão Fachada frontal na
estagiário Figura
da empresa 4: Fachada frontal do
ENGECONCRET, a empresa executora das futuras
DPOPH-Zambezia Departamento de Edificações
Figura 5: Repartição de
instalações de um Centro de Formação em Administração Publica e Autárquica
Supervisão da Zambézia
de Projetos e Gestão
de Contratos
(IFAPA) que cita na Av. 1 de Julho, Quelimane. Bairro Novo, requerido pela SECRETARIA
PROVINCIAL DA ZAMBEZIA. O projeto arquitetónico e estrutural foram concebidos pela
Figura 4: Fachada frontal do
empresa deFachada
Figure 3: consultoria em Arquitetura,
frontal da Engenharia e Urbanismo denominada MC-
Departamento de Edificações
DPOPH-Zambezia
ARQUITETOS.LDA Figura 5: Repartição
sedeada na cidade de Quelimane e fiscalizada de
pela empresa
Supervisão de Projetos e Gestão
CONSULGAL. de Contratos

18
Figura 2.6: Fotogrametria das obras das futuras instalações do Centro de Formação em Administração
Publica e Autárquica da Zambézia (IFAPA).

Fonte: Google Earth - 10/7/2015 - 3:45 pm

2.1. ORGANIZAÇÃO DO ESTALEIRO.


Fonte: Google Earth - 10/6/2015 - 3:45 pm
Segundo VERÇOSA, E. J. (1975), estaleiro é o espaço físico onde são implementadas as
instalações fixas de apoio à execução de obras, implantados os equipamentos auxiliares de apoio
e instaladas as infra-estruturasFonte: Google Earth
provisórias: água,- esgotos,
10/6/2015electricidade.
- 3:45 pm

O estaleiro tem a finalidade de tornar possível a execução de uma obra no prazo previsto e nas
melhores condições técnicas Fonte: Google Earth
e económicas, - 10/6/2015
assegurando um- 3:45 pm
determinado nível de qualidade e de
segurança e minimizando o custo. Na construção distinguem-se dois tipos de estaleiro: central e
local.

O estaleiro central é implementado normalmente num terreno que é propriedade da empresa de


construção. Nele se localizam as instalações e equipamentos de utilização geral, como sejam as
oficinas especializadas (carpintaria, serralharia), podendo também ai instalar-se centrais de
fabrico de betão, de corte e dobragem de armaduras entre outras.

19
O estaleiro local, ou estaleiro de obra, é aquele que serve de apoio à execução de uma
determinada obra. Nele se instalam todos os elementos que as características da obra a executar
exigem. É um estaleiro que ocupa, em regra, terrenos pertencentes ao dono da obra ou outros nas
proximidades, sejam privados ou públicos (como por exemplo a ocupação da via pública)

2.2. DIMENSIONAMENTO DO ESTALEIRO.

Na Tabela 1 é possível ver os aspectos que devem ser tomados em consideração para o
dimensionamento e organização de um estaleiro.

Tabela 1.1: Dimensionamento e organização de um estaleiro.

Fonte: Materiais de Construção. 2º Vol. (3ª. Ed.). Brasil: Editora Sagra S.A

A. Condições do local 1. Verificar no local o tipo de solo envolvente à obra – no


sentido de prever:
 Métodos de minorarem os impactes ambientais
 Zonas de vazadouros,
 Zonas de menor ruído, etc.
2. Determinar a facilidade de acessos de viaturas pesadas.
3. Verificar existência de redes de serviços (água, energia,
telefone)
B. Área disponível Verificar qual a área de implementação comparada com o
espaço de obra
C. Tipos de obra Condiciona os equipamentos fixos e móveis, e como tal o
espaço necessário e a articulação desejável.
D. Fase de obra No caso de construção de edifícios as diversas fases da obra
implicam diversos meios envolvidos e diferentes
disponibilidades de espaço
E. Organização da  Dimensão e tipo de equipamentos de trabalho,
produção  Peso da pré-fabricação e moldagem fora da área de
estaleiro.
F. Dimensão Indexa, quando aliada ao prazo, a dimensão do parque de
máquinas e número de equipas de pessoal
G. Prazos Os prazos de execução condicionam o número e tipo de
equipamentos e equipas de trabalho a empregar

2.3. PRINCIPIOS PARA A ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DO TRABALHO

(ORGANIZAÇÃO DUM ESTALEIRO).

 Localizar as instalações temporárias relacionadas com materiais e produção o mais


próximo ao centro de gravidade do trabalho.

20
 Fazer coincidir ao máximo as linhas (os traços) das redes temporárias com os das redes
definitivas (técnicas, rodovias, etc).
 As instalações e lojas que produzem cheiros ruins polvilhem gases ou outros produtos
nocivos devem se localizar do lado oposto ao que sopram as brisas reinantes.
 As facilidades sócio – administrativas (os gabinetes) devem ser localizadas (situar se) de tal
maneira que estejam expostas ao sol ao menos possível.
 Não localizar facilidade ou loja temporária aonde este prevista a construção de uma das
partes definitivas da obra. (excluindo aquelas partes que por sua forma definitiva sirvam de
uma vez de facilidade temporária (exemplos: armazene cozinha, etc)
 Localizar fora da área da obra aquelas facilidades que tenham uma duração semelhante à
duração da obra.
 A área do trabalho, de ser necessário, deve estar provida de meios de segurança pessoal
[cercados em borde de ravinas (desfiladeiros) ou sarjetas fundas (profundas), estações
elétricas isoladas, etc].
 Isolar os depósitos de água potável (bebível) ou de limpeza e esfregão dos de construção.
 Sinalizar os alinhamentos por onde passam condutos soterrados, (cabos coaxiais, elétrico,
etc).

2.4. ORGANIZAÇÃO DO ESTALEIRO UTILIZADA EM LOCAL DE OBRA DAS

FUTURAS INSTALAÇÕES DO IFAPA.

A organização do estaleiro encontrada em local de obra foi distribuída de forma a optimizar a


operacionalidade dos mesmos, reduzindo ao mínimo os percursos internos, quer dos operários
quer dos materiais e equipamentos de apoio como mostra a descrição abaixo:
 1 Armazém de Materiais de Construção;
 1 Serralharia;
 1 Carpintaria;
 1 Cozinha;
 1 Refetório;
 1 Escritório pertencente a equipa de construção;
 1 Escritório pertencente a equipa de fiscalização.

21
As outras atividades como reuniões, vestiários, entre outras, são efetuadas reaproveitando os
espaços das facilidades existentes de modo a uma boa gerência do espaço visto que este não é
suficientemente cabível para aglomerar as demais facilidades como indicam as fotos abaixo:

Figura 2.7: Refetório e Figura 2.8: Armazenamento de Figure 2.9: Armazenamento de


Armazenamento de vestuário - Cimento e Varões - 15/9/2015 - Cofragens e Prumos - 15/9/2015 -
15/9/2015 - IFAPA IFAPA IFAPA
2.4.1. Cofragem.

A cofragem desempenha um papel importante na construção de estruturas de betão. Com efeito


Figura 7: Refetório e
elaArmazenamento
ajuda a dar forma e a suportar as Figura
de vestuário. mais diversas peças de betão
8: Armazenamento de desde a fase
Figure de betonagem até
9: Armazenamento de
Cimento e Varões. Cofragens e Prumos.
ao ponto de endurecimento e ganho da resistência necessária. Em princípio, é possível conseguir
qualquer forma em estruturas de betão dadas as suas características moldáveis. Todavia, é
precisoFigura
frisar7:que as formas
Refetório e mais complexas conseguem-se, geralmente, a custos mais elevados.
AsArmazenamento de vestuário.
cofragens devem obedecer a algumas características,
Figura designadamente:
8: Armazenamento de Figure 9: Armazenamento de
 Cimento
Ser resistentes o suficiente para suportar e Varões. ou o peso do betão
as pressões Cofragens
e dase Prumos.
sobrecargas
impostas
Figura 7: Refetório e
 Ser suficientemente rígidas a fim de manter a forma sem sofrer deformações assinaláveis
Armazenamento de vestuário.
 Ser económicas em termos de do custo8:total
Figura da cofragemdee dos betões.
Armazenamento Figure 9: Armazenamento de
A cofragem é constituída por moldes deCimento e Varões.
madeira, Cofragenspermitindo
metal ou plástico reforçado, e Prumos. dar

forma e o posterior endurecimento do betão simples ou armado.


Existem essencialmente dois tipos de cofragem: a tradicional e a cofragem pré-fabricada. A
cofragem tradicional é composta por peças de madeiras cortadas em fábrica, que em obra são
ajustadas aos elementos a betonar. Este tipo de cofragem está a cair em desuso face aos custos
mais elevados associados à mão-de-obra e ao material que comporta. A cofragem pré-fabricada é
composta total ou parcialmente, por peças preconcebidas para cofrar elementos, utilizando

22
materiais diversos: metálicos, plásticos e madeira (maciça, contraplacado, lamelada ou
aglomerada), sendo normalmente reutilizada. BRANCO (1993)

2.4.2. Cofragens de madeira.

A madeira é ainda o material mais utilizado nas cofragens tradicionais pelas seguintes razões:
 É abundante na natureza estando desde logo praticamente apta a ser utilizada;
 É um material com resistência significativa e leve, o que facilita o seu transporte e
movimentação na obra;
 É fácil de cortar e ligar e permite a obtenção de boas superfícies de acabamento;
 É relativamente barato, o mesmo tendo em conta a mão-de-obra subsequente;
 É passível de ser transformado industrialmente em outros materiais para cofragens
(aglomerados de madeira e contraplacado marítimo);
 Garante um bom isolamento térmico ao betão fresco;
 Permitem o ajuste a qualquer forma geométrica;
 Sua condutibilidade térmica baixa minimiza as retracções devidas as variações de
temperatura;
 A madeira permite a liberdade da parte do ar contido no betão, devido à sua porosidade.

2.4.3. Cofragens de contraplacado.

De entre as várias características das cofragens de contraplacado podem-se destacar:


 São cerca de três vezes mais caras que as cofragens de madeira;
 Permitem um maior número de aplicações (aproximadamente 50 vezes);
 Material mais leve e deformável. É necessária a colocação de elementos adicionais que
confiram rigidez;
 Permitem utilizar peças de maiores dimensões que conduzem a uma menor qualidade de
mão-de-obra;
 Obtêm-se superfícies betonadas com grande qualidade estética. Podem ser utilizadas para
betão à vista.

23
2.4.4. Cofragens de metal.

Permite um maior número de utilizações, mas são menos adaptáveis do que as cofragens de
madeira. Todavia, alguns processos engenhosos permitem a adaptação, com uma aproximação de
alguns centímetros, de cofragens metálicas para pilares e pavimentos nervuras. Utiliza-se,
sobretudo a chapa de aço quinado ou reforçado com perfis, mas de há alguns anos para cá se
procura desenvolver o emprego de cofragens em liga de alumínio moldado, o que é interessante
por causa da sua leveza. Tal como nas cofragens de madeira, devem utilizar-se óleos
descorantes.
De entre as várias características das cofragens metálicas podem-se destacar
 Grandes dimensões que conduzem a pouca quantidade de mão-de-obra;
 Permitem um grande número de reutilizações;
 Muito duráveis quando bem utilizadas;
 Permitem a obtenção de superfícies muito regulares;
 Possuem alta condutibilidade térmica que dificulta as betonagens a temperaturas baixas;
 Possuem um preço elevado, cerca de sete vezes mais caras que as cofragens de madeira.

2.4.5. Outras combinações de materiais.

a) Cofragem de chapa de alumínio


Pouco indicadas uma vez que o alumínio reage com o cimento Portland e cofragem tende a ficar
colada à peça betonada.
b) Cofragem mista de madeira e aço
Apresenta todas as vantagens das cofragens de madeira conjuntamente com as facilidades de
montagem e desmontagem oferecidas pelos elementos metálicos.
c) Cofragem de telas metálicas
Em geral, são utilizadas para a cofragem de elementos verticais e horizontais nas zonas de
ligação com a superfície da nova betonagem. Obtém-se uma superfície rugosa que confere
melhor aderência entre duas partes da peça.
d) Cofragem de betão
Podem ser constituídas por manilhas de betão ou blocos que ficam perdidos após a betonagem.
Indicadas para utilização em zonas que impossibilitam a recuperação da cofragem.

24
e) Cofragem flexível (pneumática)
São constituídas por uma tela de borracha insuflável que é esvaziada no momento da
descoragem. Bastante utilizadas no pré fabricação de tubagem de secção celular. Permitem de
100 a 200 utilizações e a utilização do próprio terreno como cofragem exterior.

A concepção da cofragem está contemplada no “Regulamento de Estruturas de Betão Armado e


Pré-Esforçado”, Decreto-Lei n.º 349-C/83 de 30 de Julho de 1983, na parte relativa à execução
de trabalhos, mais especificamente no artigo correspondente aos moldes e cimbres, obrigando a
que seja satisfeita a exigência de suporte com segurança, em particular as resultantes do impulso
do betão fresco durante a sua colocação e compactação. Existem no nosso país algumas lacunas,
nomeadamente, no domínio da legislação que não contempla, nem remete para nenhum método
de dimensionamento específico, assim como no domínio da formação académica onde nem
sempre este tema é abordado.

Figura 2.10: Colapso do cimbre da cofragem durante a


betonagem de laje.
Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos de betonagem em estaleiro – Universidade de Coimbra.

2.5. MÉTODOS DE COFRAGENS UTILIZADAS NO LOCAL DE OBRA DAS FUTURAS


Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos
do de betonagem em estaleiro – aUniversidade de Coimbra.
TIPOS DE Figura 10:
COFRAGENS Colapso cimbre
UTILIZADAS da cofragem
NA durante
CONSTRUÇÃO DE FUTURAS
betonagem de laje.
INSTALAÇÕES DO IFAPA.
AsFonte:
cofragens
Manualutilizadas no local
de Segurança de obra de
nos trabalhos foram executadas
betonagem – Universidade
de acordo
em estaleiro com o tipode de elemento a
Coimbra.
cofrar e a duração da sua cofragem, portanto, foram utilizadas cofragens em madeira,
Figuraconforme
contraplacado e metálica 10: Colapso do cimbre
indicam da cofragem durante a
as descrições:
Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos de laje. em estaleiro – Universidade de Coimbra.
de betonagem
betonagem

25

Figura 10: Colapso do cimbre da cofragem durante a


2.5.1. Cofragens de pilares.

A cofragem de pilares fez-se com recurso à painéis verticais com largura aproximada à do pilar
objecto de construção e espessura de cerca de 2 a 3 cm. Foi comum o uso de cofragens metálicas
em pilares por serem de múltiplo uso, pois, de acordo com as suas medidas, elas também
poderiam servir para a cofragem de outros elementos. A cofragem foi feita tendo em conta a
forma do pilar, sendo as formas mais comuns a quadrangular, rectangular, em L, octagonal e
circular. De um modo geral o processo de cofragem dos pilares foi o seguinte:

 Marcação do posicionamento do pilar no piso;


 Colocação das armaduras, sendo sempre recomendável uma prévia preparação destas no
estaleiro para permitir maior rapidez na montagem;
 Colocação dos painéis de cofragem do pilar, e ligação entre eles; estes devem ser
aprumados nas duas direcções, o que é feito com auxílio de escoras; antes da colocação dos
painéis, é conveniente utilizar produto descofrante;
 Betonagem do pilar e respectiva vibração do betão; a colocação do betão deve ser feita de
modo a não causar segregação do betão;
 Descofragem do pilar, após o betão ganhar presa;
 Limpeza dos painéis de cofragem.

Figura 2.11: Cofragem em pilar por via Figura 2.12: Cofragem aprumada em pilar por
de chapas metálicas - 1/10/2015 - IFAPA via de chapas metálicas - 1/10/2015 - IFAPA

2.5.2. Cofragem de vigas.


Figura 12: Cofragem aprumada em pilar por
A cofragem das vigas foi, tal como no caso dos pilares, via
de de chapas ou
madeira metálicas.
em chapa metálica. O
Figura 11: Cofragem em pilar por via de
processo de preparação
chapas foi como se segue.
metálicas.
 Marcação da cota da base da viga nos pilaresFigura
e/ou paredes;
12: Cofragem aprumada em pilar por
via de chapas metálicas.

Figura 11: Cofragem em pilar por via de 26


chapas metálicas. Figura 12: Cofragem aprumada em pilar por
via de chapas metálicas.
 Colocação da cofragem da viga, com o respectivo escoramento; previamente, a cofragem
deve ser preparada com produto descofrante; os painéis devem ser convenientemente
aprumados e ajustados para as respectivas dimensões da viga;
 Montagem das armaduras, sobre o molde de cofragem;

Figure 2.13: Operário efectuando a Figura 2.14: Cofragem da Viga - 7/10/2015


cofragem da Viga - 7/10/2015 - IFAPA - IFAPA

2.5.3. Cofragem de lajes.

A cofragem de lajes foi em geral mais complexa do que os outros tipos de cofragem na medida
Figure 13: Operário efectuando a Figura 14: Cofragem da Viga.
em que envolveu mais elementos
cofragem e a sua montagem exigiu mais trabalho e cuidados. Os
da Viga.
principais elementos foram os prumos, as vigas e, em geral no caso de lajes maciças lisas, as
tábuas que receberam o betão.
O sistema racional à execução de lajes subdividiu-se nosFigura
seguintes elementos:
14: Cofragem da prumos
Viga. (para pés-
Figure 13: Operário efectuando a
direitos muito elevados, pôde-se
cofragem recorrer a cimbres, longarinas (vigas principais), carlingas
da Viga.
(vigas secundárias) e painéis de cofragem. Revelam-se como sistemas muito económicos
sobretudo na realização de lajes fungiformes maciças ou aligeiradas devido à sua rapidez e
Figura 14: Cofragem da Viga.
facilidade de montagem/desmontagem.
Figure 13: Operário efectuando a
 Marcação da cota de níveldado
cofragem fundo da laje nos pilares e/ou paredes;
Viga.
 Definição do local onde serão colocados os prumos (existem sistemas com calhas que
facilitam imenso este trabalho;
 Colocação dos prumos com a altura correcta (na situação em que os prumos têm tripé de
apoio e alavanca de aperto, esta operação é muito mais simples;
 Colocação das longarinas (vigas principais) apoiadas nos topos dos prumos e respectivo
nivelamento;

27
 Colocação de apoios intermédios;
 Colocação das carlingas sobre as longarinas;
 Quando os painéis de cofragem podem iniciar-se a colocação de armaduras, seguindo-se a
betonagem.

Figura 2.15: Prumos e cimbres para o suporte Figura 2.16: Cofragem de lajes - 8/11/2015 -
de cofragem de lajes - 8/11/2015 - IFAPA IFAPA

Figura 15: Prumos e cimbres para o suporte de


2.6. BETONAGEM. cofragem de lajes.
Figura
O betão a aplicar, utilizado nas betonagens, pode ser realizado em16: Cofragem
obra, de lajes.ou central
em betoneira
de betão, ou ser adquirido, já pronto a aplicar, a uma empresa fornecedora - betão pronto.
Figura 15: Prumos e cimbres para o suporte de
Para colocar o betão no interior
cofragem de lajes.da cofragem são utilizados principalmente dois meios de
elevação: a grua e o respectivo balde ou uma autobomba (Figura 17).
Figura 16: Cofragem de lajes.
Os operários necessários para realizar uma betonagem, além dos operadores das betoneiras e dos
Figura 15: Prumos e cimbres para o suporte de
manobradores dos cofragem
meios mecânicos
de lajes. de elevação de cargas, são: um operário e ajudante para a
descarrega do balde da grua ou manusear a mangueira da autobomba e pelo menos um
Figura 16: Cofragem de lajes.
vibradorista; um trabalhador para verificar a estabilidade e alinhamento dos elementos da
cofragem, e uma equipa de operários para acabamento de superfície, no caso de o elemento a
betonar ser uma laje. MICHAEL (2005).

28
Figura 2.17: Processo de betonagem de laje por via de
uma Autobomba.
Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos de betonagem em estaleiro – Universidade de Coimbra.

Os principais perigos inerentes aos trabalhos de betonagem são: os perigos associados ao


transporte e manuseamento
Figura de
17: cargas
Processosuspensas, a necessidade
de betonagem de laje por viadedeefectuar um esforço físico
Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos de betonagem em estaleiro – Universidade de Coimbra.
uma Autobomba.
elevado aquando da descarga do betão e exposição do betão às diversas condições climatéricas
(trabalhos normalmente efectuados no exterior) e a exposição a produtos químicos com alguma
perigosidade, designadamente, o cimento e o óleo descofrante.
Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos de betonagem em estaleiro – Universidade de Coimbra.
Figura 17: Processo de betonagem de laje por via de
uma Autobomba.
2.7. A SEGURANÇA NOS TRABALHOS DE BETONAGEM.
Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos de betonagem em estaleiro – Universidade de Coimbra.
Segundo BOULOGNE (1996), a segurança dos trabalhadores nas actividades de betonagem está
dependente da adequada selecção e utilização de diversos equipamentos, designadamente: a
Figura 17: Processo de betonagem de laje por via de
uma Autobomba.
cofragem, os equipamentos para transporte, elevação e aplicação de betão, e os equipamentos de
protecção colectiva e individual.
No âmbito deste trabalho de investigação foram visitados 22 estaleiros de construção, nos
concelhos de Paris e Sevilha, e analisados os equipamentos de protecção utilizados, colectiva e
individual, durante as betonagens. A avaliação foi efectuada de forma individual a cada tipo de
equipamento de protecção (individual ou colectiva), em cada um dos estaleiros, de forma
qualitativa, sendo efectuada uma correspondência para a escala quantitativa, de acordo com a
Tabela 2, para a análise dos resultados e o retirar de conclusões. A avaliação qualitativa tentou
retratar o cumprimento da legislação em vigor na selecção e utilização de equipamentos de
protecção: “Bom” distingue o cumprimento total; “Razoável” quando existem falhas em
situações pontuais e que não ponham em risco a vida dos trabalhadores; “Não aplicável” se a sua

29
utilização não é necessária; “Colocado indevidamente” no caso de serem colocados
equipamentos não adequados à situação ou colocados de forma incorrecta; e, “Em falta” quando
estes não foram colocados.

Tabela 2.2: Correspondência entre a avaliação qualitativa em estaleiro e a escala quantitativa.


Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.

Tabela 2: Correspondência entre a avaliação qualitativa em estaleiro e a escala quantitativa.


Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.

Tabela 2: Correspondência entre a avaliação qualitativa em estaleiro e a escala quantitativa.


Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.
Por forma a distinguir os diferentes tipos de edifícios, estes foram agrupados de acordo com os
padrões de construção correntes e enquadrados com o número de pisos em questão: moradias
unifamiliares (até 2 pisos); edifício colectivo corrente (até 4 pisos); e edifícios em altura (mais de
Tabela 2: Correspondência entre a avaliação qualitativa em estaleiro e a escala quantitativa.
4 pisos). A Fonte:
recolhaOrganisme
de dadosProfessionnel
foi efectuadadepor três licenciados
Prévention emetengenharia,
du Bâtiment des Travauxcom formação na
Publics.
área da segurança ocupacional (técnicos superiores de segurança e higiene no trabalho), que
visitaram os estaleiros aquando de trabalhos de betonagem e avaliaram a selecção e utilização de
equipamentos de protecção, de acordo com os critérios anteriormente apresentados.
Os dados foram compilados de forma a observar o resultado das avaliações, sendo analisados de
acordo com o tipo de edifício e de equipamento de protecção.
A Tabela 3 apresenta os resultados da avaliação efectuada a cada tipo de equipamento de
protecção, de acordo com o tipo de construção, estando os valores representados, Ver Anexo.

Com base nos resultados obtidos, constatou-se que continuam a existir algumas lacunas graves
na maioria das obras, contudo a avaliação global foi ligeiramente positiva. Verificou-se também
a inexistência de uma tendência nítida quanto à implementação dos equipamentos de protecção
relativamente à tipologia do edifício. O resultado da avaliação dos equipamentos de protecção
colectiva é semelhante à dos equipamentos de protecção individual, mostrando uma tendência
generalizada de incumprimento por parte de empregadores e de trabalhadores. Os resultados

30
negativos obtidos para os equipamentos de protecção utilizados nos edifícios colectivos correntes
(até 4 pisos) permitem concluir que existe uma ausência agravada de condições de segurança
neste tipo de obras durante os trabalhos de betonagem. No entanto, refira-se que a reduzida
dimensão da amostra para este conjunto poderá ter condicionado os resultados.

Tabela 2.3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de construção.
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.

Descofragem
Tabela 3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de construção.
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.

Tabela 3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de construção.
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.

Constatou-se que os empregadores continuam a não garantir a segurança dos trabalhadores, nem
a ministrar-lhes a formação e a consciencialização necessária para a temática, pois o nível de
Tabela 3: Avaliação
segurança da utilização
em estaleiro aquandodos dos
equipamentos
trabalhosdede
protecção de acordo
betonagem com o tipo de construção.
é insuficiente, as medidas
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.
preventivas que prevalecem são a experiência e a destreza dos trabalhadores, que continuam a
não utilizar ou a utilizar de forma desajustada, os equipamentos de protecção.
Numa análise mais detalhada do que a apresentada anteriormente, verificou-se que nos edifícios
em altura (+ 4 pisos), em particular os que possuem mais de 10 pisos, o resultado é mais
positivo, previsivelmente devido ao facto de as entidades executantes já possuírem uma política
de prevenção mais evoluída e rigorosa, visível na utilização adequada dos equipamentos de
protecção (ver anexo 3).

2.8. MÉTODOS DE BETONAGEM UTILIZADAS NO LOCAL DE OBRA DAS FUTURAS


INSTALAÇÕES DO IFAPA.
As atividades preparatórias da betonagem evitam um número significativo de desastres e erros
graves durante a execução das estruturas e podem incluir verificações sobre o estado das
armações de sustentação, a colocação correta das armaduras de aço, o estado das superfícies dos

31
betões previamente vertidos e qualquer outra que vá receber a mistura fresca, assim como a
comprovação das áreas e vias de acesso das equipes principais e auxiliares. Todavia, os
processos de betonagem em obra foram efectuados de acordo com o tipo de elemento estrutural e
a posição em que eles se encontram como indicam as descrições abaixo.

2.8.1. Betonagem de pilares.

A dificuldade em realizar trabalhos no topo dos elementos verticais, resultou da dificuldade em


ser criada uma plataforma elevada estável e segura para os trabalhadores, com um acesso
adequado à mesma. A solução para a betonagem dos pilares foram efectuados com o auxílio de
andaimes (Figura 17) ou de plataformas de trabalho acopladas à cofragem. Ambos tiveram que
ter dimensões suficientes para acomodar pelo menos três trabalhadores, dois para proceder à
descarga do balde ou manga da autobomba, e um para o vibradorista.
Em todo o desenvolvimento dos diversos elementos a betonar, permitindo a sua betonagem em
segurança sempre que a mesma for estável e possuir os respectivos equipamentos de protecção
(ex.: guarda corpos). No caso de ser utilizado um andaime, este poderá ser deslocado
manualmente se for do tipo móvel, ou caso seja fixo, movimentado após desmontagem parcial,
permitindo assim que se betonem diversos elementos, rentabilizando o equipamento de protecção
– solução mais utilizada em pilares.

2.8.2. Betonagem de vigas.

Os elementos estruturais a betonar mais frequentes, com desenvolvimento horizontal, foram as


vigas e as lajes. As vigas foram betonadas de duas formas: isoladamente ou simultaneamente
com lajes adjacentes. Quando betonadas isoladamente, foram com o auxílio de andaimes fixos
com o mesmo desenvolvimento do elemento e, como alternativa, foram utilizados andaimes
móveis facilmente deslocáveis. As vigas quando betonadas ao mesmo tempo que as lajes, foram
consideradas como estando integradas, que serviram de suporte para a fixação do equipamento
de protecção selecionado. A seguir, se explicam os processos decorridos no processo de
betonagem das vigas que são:
 Betonagem da viga com a devida vibração do betão;

32
 Após o betão ganhar resistência suficiente, podem se remover os painéis laterais, podendo
ficar os prumos, ainda durante mais alguns dias;
 Limpeza dos painéis de cofragem.

Figura 2.18: Operário efectuando a Figura 2.19: Operário efectuando a


betonagem da Viga - 20/11/2015 - vibração da betonagem da Viga -
IFAPA 20/11/2015 - IFAPA
Fonte: Autor Fonte: Autor
2.8.3. Betonagem de lajes.

As lajes, devido à sua dimensão espacial, obrigaram a que se usassem técnicas especificas desde
Fig. 18: Operário efectuando a Fig. 19: Operário efectuando a
o fabrico, o transporte e a colocação do betão em sua cofragem de modo a que não houvesse um
betonagem da Viga. vibração da betonagem da Viga.
prévio endurecimento Fonte:
do betão devido
Autor a altas temperaturas que seAutor
Fonte: faziam sentir no momento das
actividades executadas. Para as lajes de cobertura, sitiadas no segundo piso do edifício em
construção foram adoptadas as técnicas seguintes:
 Fabrico do
Fig.betão próximoefectuando
18: Operário ao local aapor betonar;
Fig. 19: Operário efectuando a
 betonagem
Içagem do betão da Viga.
num balde vibraçãodedaaltura;
por via de um guincho betonagem da Viga.
Fonte: Autor Fonte: Autor
 Introdução da massa do betão sobre armaduras da laje;
 Compactação por via de vibrador;
 Nivelamento do betão;
Fig. 18: Operário efectuando a Fig. 19: Operário efectuando a
 Secagem e rega.
betonagem da Viga. vibração da betonagem da Viga.
Fonte: Autor Fonte: Autor

33
Figura 2.20: Armadura da laje Figura 2.21: Operário introduzindo a Figura 2.22: Operários
do segundo piso do edifício - massa do betão num balde para a manuseando o guincho de içagem
24/11/2015 - IFAPA sua içagem - 24/11/2015 - IFAPA do betão - 24/11/2015 - IFAPA

Figura 20: Armadura da laje do


segundo piso do edifício.
Figura 21: Operário introduzindo a Figura 22: Operários
massa do betão num balde para a manuseando o guincho de içagem
sua içagem. do betão.

Figura 2.23: Operário aplicando a Figura 2.24: Processo de betonagem Figura 2.25: Operário
Figura do
massa 20:betão
Armadura
sobre da laje do
a armadura da laje - 24/11/2015 - IFAPA executando o nivelamento da laje
segundo piso do edifício.
da laje - 24/11/2015 - IFAPA - 24/11/2015 - IFAPA
Figura 21: Operário introduzindo a Figura 22: Operários
massa do betão num balde para a manuseando o guincho de içagem
sua içagem. do betão.
2.9. DESCOFRAGEM.
Figura 24: Processo de betonagem
OFigura
Figura 20:
23:Armadura
tempo necessáriodapara
laje do
Operário aplicando a a descoragem depende
da laje.do ritmo de endurecimento do executando
Figura 25: Operário betão, da
segundo
massa pisosobre
do betão do edifício.
a armadura o nivelamento da laje.
temperatura,dahumidade
laje.
e do tipo de peça em consideração. A descofragem deve ser feita de
forma a não originar impactos sobre e estrutura,
Figura sobrecarga
21: Operário excessiva
introduzindo a ouFigura
danos.
22:Os cimbres e as
Operários
massa antes
cofragens não devem ser desmontados do betão
de num balde
o betão terpara a manuseando
adquirido o guincho
a resistência de içagem
suficiente para
Figura 24:sua içagem.de betonagem
Processo do betão.
que: da laje. Figura 25: Operário executando
Figura 23: Operário aplicando o nivelamento da laje.
a eventuais danos resultantes da descofragem;
 Suas superfícies resistirem
massa do betão sobre a armadura
 Suportar da as
laje.
acções impostas ao elemento de betão nesta fase;
 Evitar deformações superiores às toleradas devidas ao comportamento elástico e plástico
Figura 24: Processo de betonagem
(fluência) do betão. da laje. Figura 25: Operário executando
As cargas sobre os cimbres devem ser aliviadas com uma sequênciaoque nivelamento
garanta da laje.
que outros
Figura 23: Operário aplicando a
elementos nãosobre
massa do betão fiquem submetidos a cargas excessivas. A estabilidade dos cimbres e das
a armadura
da laje.
cofragens deve ser mantida quando se aliviam as cargas e durante as operações de remoção.

2.10. PRAZOS MÍNIMOS DE A RETIRADA DOS MOLDES.

Nos casos correntes em condições normais de temperatura e humidade (nas regiões frias os
prazos são maiores) e para o betão de cimento portland normal, os prazos mínimos para a

34
retirada dos moldes e dos escoamentos, contados a partir da data de conclusão da betonagem, são
os indicados a seguir:
 Moldes de faces laterais em vigas, pilares e paredes – 2 a 3 dias
 Moldes de faces inferiores em lajes de vão inferior a 6 metros – 7 dias
 Moldes de face inferior em lajes de vão superior a 6 metros – 14 dias
 Moldes de faces inferiores em vigas – 14 dias
 Escoramento em lajes de vão inferior a 6 metros – 21 dias
 Escoramento e cofragem em lajes fungiformes de elevado peso – 28 dias
 Escoramento em vigas – 21 dias
Para as lajes e vigas que na ocasião de descimbramento estejam com solicitações muito próximas
da sua capacidade resistente, recomenda-se que a descofragem se faça aos 28 dias. MOURA
(1985).

Figura 2.26: Pilares e Vigas apos a sua descofragem Figura 2.27: Operário efectuando a descofragem da laje
- 29/11/2015 - IFAPA - 29/11/2015 - IFAPA

Figura 27: Operário efectuando a descofragem da laje.


Figura 28: Fotogrametria da localização das
instalações da Direcção Provincial das Obras
Públicas e Habitação da Zambézia – Delegação de
QuelimaneFigura 26: Pilares e Vigas apos a sua
descofragem.
Figura 27: Operário efectuando a descofragem da laje.

Figura 29: Fotogrametria da localização das


instalações da Direcção Provincial das Obras Figura 27: Operário efectuando a descofragem da laje. 35
Públicas e Habitação da Zambézia – Delegação de
Quelimane
3. CONCLUSÃO.

A análise dos resultados obtidos durante o período de estágio permitiu constatar que a atuação de
um supervisor em diversas etapas de construção é extremamente essencial às condições de
segurança nos trabalhos de construção, sendo descorada a correcta utilização dos equipamentos
de protecção, a boa gestão de empreitada e o uso de tecnologias de construção que se adequam às
características e as exigências do tipo de obra a implantar. Para tentar corrigir algumas lacunas
relativamente à selecção de equipamentos de protecção adequados ao tipo de elemento estrutural
a cofrar e betonar, e a sua colocação e utilização desajustada, foram apresentadas algumas
soluções com vista à melhoria das condições de segurança nos estaleiros aquando dos trabalhos
de betonagem, designadamente, protecção colectiva com andaimes de protecção e plataformas de
trabalho e protecção individual com arnês de segurança em situações pontuais ou a
complementar a protecção colectiva. Alguma legislação importante no domínio da segurança na
construção está desactualizada e dificilmente poderá cobrir a totalidade dos equipamentos de
protecção, no que culminará com a fraca qualidade de resultados de construção, portanto, há uma
necessidade de uma efectiva normalização destes, através de legislação que imponha a sua
obrigatoriedade, e os intervenientes sejam sensibilizados para a sua implementação.

36
4. RECOMENDAÇÕES.

Para que haja uma ordem no que concerne ao devido cumprimento das normas estabelecidas para
uma correcta e eficiente execução de obras públicas, recomenda-se que o supervisor de obra
exija com uma profunda rigorosidade os seguintes aspectos:
 Verificação urgente do projecto de execução pelas autoridades competentes;
 Nomeação de ao mínimo um técnico médio com mais de 2 anos de experiência (como
fiscal ou encarregado em obras similares) para o devido acompanhamento da obra, o qual
deverá preparar um plano de visita às obras;
 Assegurar que o representante do empreiteiro preencha diariamente o livro de obra, para
ser rubricado pelo técnico de obra local;
 Revisão do Plano de Segurança e Saúde pela Contratada, para ser analisado pela equipa de
Fiscalização e validado tecnicamente para posterior aprovação pelo Dono de Obra;
 Inspecção das obras públicas para verificar a qualidade da organização de estaleiro de obra
local e dos elementos estruturais, em particular dos betões e argamassa;
 Nomeação de um gestor permanente com experiência neste tipo de empreitada que deverá
assumir a coordenação e supervisão dos processos administrativos desta obra.

37
5. BIBLIOGRAFIA.

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Horizonte: Fórum, 2007.

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DECRETO DE 11 DE NOVEMBRO DE 1911. Diário do Governo. Regulamento geral das


direções e inspeções de obras públicas das colónias. II Série. 274 (1911-11-23) 4603-4610.

DECRETO N.º 24 621. Diário do Governo. Divisão administrativa da colónia de Moçambique e


o quadro dos respetivos funcionários. I Série. 256 (1934-10-31) 1942-1943.

DECRETO N.º 30 917. Diário do Governo. Obras públicas da colónia de Moçambique –


Ampliação do quadro do pessoal dos mesmos serviços – Revogação do decreto n.º 30 699. I
Série. 274 (1940-11-25) 1364.

DECRETO N.º 24 621, PORTARIA N.º 2 381, serviços centrais de obras públicas. Estudo,
fiscalização e coordenação. II Série. 10 (1941-05-20) 37-38.

DECRETO N.º 24 623. (Art. 6º, inciso VIII, da Lei nº 8.666/1993). Obras Publicas – 3a Edição.

DECRETO N.º 25 623. (Art.º 2, b do Regulamento Interno da DNEd), 1997 – 4a Edição.

DECRETO N.º 25 623. (Art. 6, do Regulamento Interno da DNEd), 1997 - 4a Edição.

38
DECRETO N.º 6/2006, (Art. 5, 4. a) do Regulamento Interno da DNEd, 1998 – 5a Edição.

DECRETO 2, Regulamento Interno da DNEd. Regime de Licenciamento de Obras Particulares.


Art. 615 – Código Civil, 2004 – 4a Edição.

DECRETO 3, Regulamento Interno da DNEd. Regime de Licenciamento de Obras Particulares.


Art. 616 – Código Civil, 2004 – 4a Edição.

DECRETO 4, Regulamento Interno da DNEd. Regime de Licenciamento de Obras Particulares.


Art. 617 – Código Civil, 2004 – 4a Edição.

DECRETO 4, Regulamento Interno da DNEd. Regime de Licenciamento de Obras Particulares.


Art. 618 – Código Civil, 2004 – 4a Edição.

D.M. Nº 217/98. Ministério das Obras Públicas e Habitação. Capitulo I Secção 1 Artigo 1 - 1998.

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PORTARIA N.º 4 301, Cf. PORTARIA N.º 4 301. Boletim Oficial da Colónia de Moçambique.
Reforma Administrativa Ultramarina. I Série. 8 (1941-02-19) 36-37.

PORTUGAL. Decreto-Lei n.º 349-C/83 de 30 de Julho de 1983. Aprova o Regulamento de


Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado. Diário da República, Lisboa.

Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado”, Decreto-Lei n.º 349-C/83 de 30


de Julho de 1983, na parte relativa à execução de trabalhos.

VERÇOSA, E. J. (1975). Materiais de Construção. 2º Vol. (3ª. Ed.). Brasil: Editora Sagra S.A.

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ANEXOS

i
Anexo 1: Permissao de acompanhamento de Obra enviada pela Direcção Provincial das Obras
Públicas e Habitacao da Zambezia à ENGECONCRET, empresa executora das futuras
instalações do Centro de Formação em Administração Publica e Autárquica da Zambézia
(IFAPA).

ii
Anexo2: Exemplo de ficha de preenchimento de relatório de visita de supervisão à obra de
construção pública. (Poema 2014).

Anexo 3: Gráfico representativo da utilização dos equipamentos de protecção.


(Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics).

iii

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