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Beira
2015
Universidade Zambeze
Supervisor
Beira
2015
DECLARAÇÃO
Eu, Hélio Caetano Galhardo declaro que este Trabalho de Conclusão de Curso, em forma de
Relatório de Estágio é resultado do meu próprio trabalho e está a ser submetido para a
obtenção do grau de licenciado na Universidade Zambeze - Beira. Ele não foi submetido
antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma outra universidade.
i
RESUMO
O presente trabalho, refere-se a um relatório de estágio que foi levado a cabo a partir de um
estágio integral efectuado na Direcção Provincial da Obras Públicas e Habitação da Zambézia,
departamento de Quelimane. O mesmo culmina com o trabalho de conclusão do curso de
licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Zambeze e que tem como foco a descrição das
actividades supervisionadas em obra de construção de um Centro de Capacitação em
Administracao Pública e Autárquica da Zambézia. As actividades ora supervisionadas durante o
estágio, relacionaram-se com os aspectos de organização de estaleiro, técnicas de cofragem,
técnicas de betonagem e descofragem de elementos estruturais. O trabalho realizado teve auxílio
de profissionais experientes na área de supervisão de obras públicas da instituição proprietária da
Obra e estando sob a supervisão do orientador do estágio.
ii
ABSTRACT
This paper refers to a probation report which was carried out from a full stage made the
Provincial Directorate of Public Works and Housing of Zambézia, Quelimane department. The
same culminates with the work of completing the degree course in Civil Engineering at the
University Zambeze and which focuses on the description of activities supervised at work
building a Training Centre for Public Administration and Local Zambézia. The activities now
supervised during the stage, were related to aspects of shipyard organization, formwork
techniques, Concrete stripping techniques and structural elements. The work had help from
experienced professionals in public works supervision Area proprietary institution of work and
being under the supervision of the stage director.
Key words: Supervision, Shipyard, formwork, concreting Striking and concreting stripping
iii
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................................. i
RESUMO ...................................................................................................................................................... ii
ABSTRACT................................................................................................................................................. iii
LISTA DE FIGURAS. ................................................................................................................................. vi
LISTA DE TABELAS. ............................................................................................................................... vii
LISTA DE ABREVIATURAS. .................................................................................................................. vii
1. INTRODUÇÃO. ................................................................................................................................... 1
1.1. APRESENTAÇÃO. ...................................................................................................................... 1
iv
1.11.2. Obrigações da fiscalização. ......................................................................................................... 17
2.4.1. Cofragem....................................................................................................................................... 22
v
3. CONCLUSÃO. ................................................................................................................................... 36
4. RECOMENDAÇÕES. ........................................................................................................................ 37
5. BIBLIOGRAFIA. ............................................................................................................................... 38
ANEXOS ....................................................................................................................................................... i
LISTA DE FIGURAS.
Figura 1.1: Fotogrametria da localização das instalações da Direcção Provincial das Obras
Públicas e Habitação da Zambézia – Delegação de
Quelimane………………………………………………………………………………………...9
Figura 2.6: Fotogrametria das obras das futuras instalações do Centro de Formação em
Administração Publica e Autárquica da Zambézia (IFAPA) ……………………………………19
vi
Figura 2.19: Operário efectuando a vibração da betonagem da Viga……………………………………..33
Figura 2.21: Operário introduzindo a massa do betão num balde para a sua içagem……………………..34
LISTA DE TABELAS.
Tabela 1.1: Dimensionamento e organização de um estaleiro. ..................................................... 20
Tabela 2.2: Correspondência entre a avaliação qualitativa em estaleiro e a escala quantitativa. . 30
Tabela 2.3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de
construção. ............................................................................................................................. 31
LISTA DE ABREVIATURAS.
DPOPH – Direção Provincial das Obras Publicas e Habitação.
CGC – Condições Gerais de Contratos.
IOP – Inspecao de Obras Públicas.
DNEd – Direcção Nacional de Edifícios.
SDPI – Sede Distrital de Planificação e Inspeção.
DED – Departamento de Edificações.
POEMA – Planificação, Orçamentação, Execução, Monitoria e Avaliação.
NUIT – Numero Único de Identificação Tributaria.
BR – Boletim da República.
INNOQ – Instituto Nacional de Normalização e Qualidade.
NM – Norma Moçambicana.
vii
1. INTRODUÇÃO.
1.1. APRESENTAÇÃO.
A Universidade Zambeze tem como uma das exigências no seu plano curricular, para os
estudantes que tenham já concluídas as cadeiras e que pretendem aderir ao certificado de
habilitações literárias, a elaboração de um trabalho de conclusão do curso. Para os estudantes dos
cursos de Licenciatura na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Zambeze, o
estágio é uma ferramenta que dá suporte ao alcance de um trabalho de conclusão do curso por
via de um relatório que descreve as actividades efectuadas durante o período de estágio numa
determinada instituição seja ela privada ou pública que opera em área correspondente ao ramo do
curso frequentado pelo estudante e dando a ele a oportunidade de conciliar a teoria obtida na
academia à prática encontrada no campo.
Portanto, o trabalho tem como objectivo descrever as actividades efectuadas pelo estudante Hélio
Caetano Galhardo durante o período em que esteve integrado no processo de construção da obra
em questão na área de supervisão de obra executada pela empresa ENGECONCRET na cidade
de Quelimane.
Devido ao que o período do estágio fora muito curto e por não ter sido dado o tempo do
acompanhamento das restantes actividades que já haviam sido desenvolvidas anteriormente,
1
houve a necessidade de aproveitar no máximo o tempo de estágio com vista a recolher dados
necessários para a colheita dos dados do trabalho de uma forma organizada, em função do
objetivo do estágio e compila-los.
Enquanto colónia do governo Português, Moçambique beneficia do setor das obras públicas,
onde naturalmente se insere, pela sua natureza, a produção arquitetónica e urbanística, da criação
na sua estrutura organizativa de uma Repartição Técnica dos Serviços de Obras Públicas,
organizada de acordo com o Regulamento Geral das Direções e Inspeções de Obras Públicas das
Colónias (DECRETO DE 11 DE NOVEMBRO DE 1911), com atribuições genéricas no estudo,
construção e conservação de edifícios e monumentos, e melhoramentos urbanos.
Simultaneamente é reorganizada a própria divisão administrativa da colónia (DECRETO N.º 24
621) e ao longo do resto da década de 1930 são os serviços da Repartição Técnica reestruturados
no sentido de se adaptarem a esta nova divisão administrativa (PORTARIA N.º 2 381) e de
darem resposta aos problemas colocados pelas políticas de fomento delineadas para os territórios
ultramarinos em geral, e para Moçambique em particular.
Esta reestruturação culmina, no início da década 1940, na criação da Direção dos Serviços de
Obras Públicas (DECRETO N.º 30 917), organizada em serviços centrais, serviços provinciais e
organismos anexos. Nos serviços centrais é criada a Repartição de Edifícios e Monumentos,
2
funcionando como a 1.ª Repartição, onde são centralizados, na sua generalidade, os assuntos
relativos ao estudo, construção, conservação e cadastro de edifícios e monumentos públicos, e
estudos de urbanização, incluindo abastecimento de águas e saneamento (PORTARIA N.º 4
301). Os serviços provinciais (Decreto n.º 24 621 e Portaria n.º 2 381), constituídos por direções
provinciais e secções distritais, vão executar localmente, entre outras, as competências atribuídas
à Repartição de Edifícios e Monumentos.
Entre as demais direções provinciais e secções distritais introduzidas neste período, uma delas
fora denominada como Direção Provincial de Obras Públicas da Zambézia que tinha como
sede em Quelimane, abrangendo os distritos de Quelimane e Tete, e composta pela secção de
Obras Públicas de Quelimane - Sede em Quelimane e Secção de Obras Públicas de Tete.
A Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação da Zambézia possui órgão Provinciais com
as seguintes atribuições/Funções:
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b) Departamento de Habitação e Urbanismo.
c) Assegurar em coordenação com as autarquias e órgãos locais a reserva do solo urbano
destinado a projectos de investimento público e privado;
e) Departamento de Edificações.
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Elaborar, rever e aprovar os projectos destinados à construção e conservação dos edifícios
do Estado ou quaisquer construções dentro da sua competência técnica e que nos termos da
legislação em vigor lhe caiba projectar, informar ou aprovar;
Promover a fiscalização de obras dos edificios do Estado;
Preparar processos de elaboração de projectos e de concursos de empreitadas;
Elaborar cadernos de encargo-tipo a observar nas construções de edifícios do Estado;
Manter actualizado o registo, cadastro e identificação dos edifícios do Estado.
Planificar a gestão dos recursos humanos do sector de acordo com as directrizes, normas e
planos do Governo;
Elaborar propostas relativas ao quadro de pessoal do sector, de acordocom as normas e
procedimentos estabelecidos;
Organizar e gerir ao nível sectorial o sistema de informação de recursos humanos.
Para além dos seus órgãos e funções, a Direcção Provincial da Zambézia dispõe de um leque
considerável de instituições que funcionam sob a sua tutela que são:
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ANE - Administração Nacional de Estradas e Pontes: Planifica e implementa os programas
provinciais de manutenção, construção e reabilitação de estradas, elabora a contagem de
tráfego rodoviário, o levantamento das condições de conservação da rede de estradas,
fornece dados requeridos pela Direcções de Manutenção e de Planificação para a
elaboração de estudos e projectos.
FFH - Fundo Para o Fomento de Habitação: É uma Instituição Pública criada pelo Decreto
24/95 de 6 de Junho, para ser instrumento do Governo para promover habitação social para
famílias de renda baixa, técnicos qualificados e jovens casais.
FIPAG - Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água: fornece água
potável a população da cidade de Pemba e seus arredores através de uma gestão efectiva e
participativa, assegurando o uso adequado das infra-estruturas de abastecimento de água de
forma sustentável e garantindo o retorno do investimento e equidade social.
Figura 3.1: Fotogrametria da localização das instalações da Direcção Provincial das Obras
Públicas e Habitação da Zambézia – Delegação de Quelimane.
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Além dos Departamentos acima referidos funcionam ainda nesta Instituição a Secção Provincial
de Inscrição de Empreiteiros e a Comissão Provincial de Alienação e Avaliação de Imóveis do
Estado. A DPOPH - ZAMBEZIA é membro da Comissão Provincial de Estradas órgão de
consulta, presidido por S.Excia O Governador da Província onde a ANE - Delegação assume a
função de Secretário e relaciona-se directamente com o sector privado através da Associação de
Empreiteiros da Zambézia.
a) Missão
Divulgar, orientar as políticas do sector do Ministério das Obras Publicas e Habitação exercendo
o controlo da atividade de construção e conservação de edifícios do Estado, estradas,
abastecimento de água e controlar as atividades dos empreiteiros de obras públicas e da indústria
de construção civil.
b) Visão
c) Valores
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Criatividade, modernidade e motivação;
Qualidade de vida no trabalho;
Responsabilidade.
Contribuir para o desenvolvimento do país tendo como foco a província da Zambézia, seus
pontos distritais e Locais;
Respeitar o património e infraestruturas públicas e conservá-los com responsabilidade para
o bom uso do próximo;
Honrar com os compromissos laborais e preservar os princípios e legislações da ordem
pública;
Fortalecer o laço de ligação entre o sector público e o privado optando sempre na
transparência e integridade no âmbito da construção, manutenção e conservação dos bens
públicos;
Exigência de boa qualidade de serviço e igualdade de oportunidades aos intervenientes
concorrentes para os serviços públicos;
Proteger o meio ambiente das acções protagonizadas pelos agentes do uso e
aproveitamento do bem público, assim como das instituições que operam ao seu meio.
1.7. GENERALIDADES.
8
Empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo e total;
Empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas;
Tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais;
Empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias.
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1.7.2 Atores da execução e supervisão da Empreitada.
a) Entidade contratante;
b) Entidade contratada;
c) Fiscalização;
d) Gestor de contrato.
Entidade Contratante: Órgão ou instituição que promove a abertura do concurso e que celebra
o contrato (Art.3, alínea “n”). As atribuições e os impedimentos da entidade contratante estão
respetivamente indicados no Art. 12 e no Art. 13 do Decreto 15/2010 de 24 de Maio.
Gestor do contrato: Pessoa designada nas Condições Especiais do Contrato pelo Dono da Obra,
que é responsável por supervisionar a execução das Obras e administrar o Contrato. (CGC, Art.
1).
Os Estatutos Orgânicos dos órgãos aos níveis central, provincial e distrital definem o papel da
Obras Públicas como sendo:
a) Nível central:
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- Promover a supervisão das empreitadas em coordenação com as DPOPH’s e SDPI’s (Art. 6, do
Regulamento Interno da DNEd);
b) Nível provincial:
- Promover a supervisão, inspeção e controlo da qualidade das obras a realizar ou em
curso na província;
c) Nível distrital:
- Assegurar a construção, manutenção, reabilitação de infraestruturas e edifícios públicos.
(Decreto 6/2006, Art. 5, 4. a)).
É igualmente importante destacar o papel da Inspeção de Obras Publicas (IOP), que respondendo
diretamente ao Ministério das Obras Publicas e Habitação, tem a função de inspecionar obras
promovidas por entidades públicas. Desta forma, de entre outras várias responsabilidades, a IOP
têm a função de inspecionar o trabalho dos projetistas, empresas de fiscalização e empreiteiros
de obras públicas, embargar e propor a demolição das obras que não observem os regulamentos e
prescrições técnicas e administrativas em vigor.
O mecanismo pelo qual são monitorados vários processos em que o controle dos mesmos foi
delegado a outros agentes. Como o nome já diz, a supervisão é a visão dos que têm a
possibilidade de ver de cima (super), isto é, a possibilidade de ver mais do que um elemento do
sistema no que tange ao controlo no seu global. Ela é assumida por vários atores acima
mencionados, pois, cada um deles deve ter a supervisão de uma parte do sistema.
O “supervisor” é dado em alguma instância como fiscal da obra, o qual tem um papel importante
de supervisão. Ele é responsável pela verificação do cumprimento do projeto em termos de
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qualidade, prazo e preço. Ele tem um papel de supervisão deste pequeno sistema que é
constituído pelo empreiteiro-obra por via de preenchimento um relatório de visita de supervisão
à obra (ver anexo 2).
12
As informações do projeto devem registar, quando couber, para a caracterização de cada produto
ou objeto (edificação, elemento de edificação, instalação, instalação predial, componente
construtivo e material para construção), os atributos funcionais, formais e técnicos considerados,
contendem as seguintes exigências prescritivas e de desempenho:
a) Identificação;
b) Descrição;
c) Condições climáticas, de localização e de utilização;
d) Exigências e caraterísticas relativas ao desempenho no uso;
e) Aplicações;
f) Estaleiro de obra;
g) Uso: operação e manutenção;
h) Condições de venda ou de aquisição;
i) Suprimento;
j) Serviços técnicos;
k) Referencias.
a) Desenhos;
b) Textos (memórias, relatórios, ralações e listagens);
c) Planilhas e tabelas;
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d) Fluxogramas e cronogramas;
e) Fotografias;
f) Maquetes;
g) Outros meios de representação.
Os empreiteiros de construção devem estar licenciados pelo Ministério de Obras Públicas nos
termos do Diploma Ministerial n° 83/2002 de 22 de Maio, do Regulamento do Licenciamento da
Atividade de Empreiteiro de Obras Públicas e de Construção Civil, e do Decreto n° 68/99 de 5
de Outubro, o Regulamento do Exercício da Atividade de Empreiteiro de Obras Públicas e de
Construção Civil, com as emendas introduzidas pelo Decreto 29/2001 de 11 de Setembro.
Deste modo, os empreiteiros dividem-se em duas categorias: os licenciados para executar obras
públicas e os licenciados para executarem obras de construção civil. Os empreiteiros de
construção civil devem fazer parte de uma empresa ou representação comercial legalmente
constituída e especificamente licenciada em Moçambique para executar obras de construção.
Não existe um quadro legal específico para a contratação de engenheiros, empreiteiros ou outros
técnicos. Contudo, quando se apresenta um pedido de uma licença de construção para obras
particulares, é preciso apresentar uma declaração de compromisso de fiscalização da obra,
juntamente com uma cópia da licença da pessoa responsável pela fiscalização.
As obras podem ser fiscalizadas por um empreiteiro, um técnico (em obras de construção
fiscalizadas pelo próprio dono) ou pela pessoa que executa o projeto. (Decreto 2/2004, de 31 de
Março, o Regime de Licenciamento de Obras Particulares). Os regulamentos referentes às obras
públicas são mais limitativos, exigindo o licenciamento específico de empreiteiros e técnicos
para executar tais obras, e exigindo que a contratação seja feita de acordo com o Regulamento de
Aquisições do Governo. Esta secção trata destes requisitos. A atividade de empreiteiro pode ser
exercida por sociedades comerciais ou por empresas em nome individual, sob condição de a
empresa ter o respetivo alvará.
14
1.10.1. O papel do empreiteiro.
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receber o pedido, o representante governamental irá verificar que os documentos estão completos
e irá emitir um recibo.
Os pedidos são dirigidos ao Ministro das Obras Públicas e Habitação e são apresentados através
da Direção Provincial de Obras Públicas e Habitação da província onde se situa a sede social do
candidato a empreiteiro. Contra a receção do requerimento será entregue um recibo como prova
da apresentação. O pedido deve conter os dados completos do requerente, da seguinte maneira:
Fiscalização é a atividade que deve ser realizada de modo sistemático pelo contratante e seus
prepostos, com a finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e
administrativas em todos os seus aspetos. O contratante manterá, desde o início dos serviços até
o recebimento definitivo, profissional ou equipe de fiscalização constituída de profissionais
habilitados, os quais deverão ter experiência técnica necessária ao acompanhamento e controle
dos serviços relacionados com o tipo de obra que está sendo executada. Os fiscais poderão ser
servidores do órgão da Administração ou pessoas contratadas para esse fim. No caso da
contratação da fiscalização, supervisão ou gerenciamento da execução da obra, essas atividades
podem ser incluídas no edital de elaboração do projeto básico.
A empresa contratada para execução da obra deve facilitar, por todos os meios ao seu alcance, a
ação da fiscalização, permitir o amplo acesso aos serviços em execução e atender prontamente às
solicitações que lhe forem dirigidas. OBRAS PÚBLICAS - Belo Horizonte (2007).
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1.11.1. O papel da fiscalização.
Constituem obrigações do fiscal segundo JUSTEN FILHO, 12. Ed. São Paulo (2008).
Garantir que as obras sejam executadas observando o fiel cumprimento dos projetos, das
normas e especificações estabelecidas e das demais condições contratuais;
Alertar e aconselhar o Contratante quanto às condições de cumprimento dos cronogramas
físico e financeiro das obras;
Dar o apoio necessário ao Contratante com vista a reduzir o impacto ambiental das obras,
na manutenção da segurança durante a sua execução e no cumprimento de outras
determinações pertinentes;
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Reportar falhas e omissões no projeto, solicitando esclarecimento ao projetista;
Representar o dono da obra perante as autoridades locais.
2. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS.
As actividades do estágio tiveram como inicio no dia 26 de Agosto de 2015 nas instalações da
cede da Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação da Zambézia, no Departamento de
Edificações. Durante uma semana, foram-se apresentadas as partições, as actividades e
responsabilidades do departamento com vista a se compreender a razão da sua existência como
indicam as fotos:
Figure 2.3: Fachada frontal da Figura 2.4: Fachada frontal do Figura 2.5: Repartição de
DPOPH-Zambézia - 7/7/2015 Departamento de Edificações - Supervisão de Projetos e Gestão
7/7/2015 de Contratos - 7/7/2015
Neste período, apreciaram-se actividades relativas aos processos burocráticos que visam a
legalizar
Figureos
3: demais
Fachada processos
frontal da contratuais de empreitadas para os serviços públicos tais como a
Figura 4: Fachada frontal do Figura 5: Repartição de
DPOPH-Zambezia
aprovação de elaboração de Cadernos de Encargos,
Departamento mapas de Supervisão
de Edificações quantidades e supervisão
de Projetos e Gestãode
de Contratos
projectos de construção e reabilitação.
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Figura 2.6: Fotogrametria das obras das futuras instalações do Centro de Formação em Administração
Publica e Autárquica da Zambézia (IFAPA).
O estaleiro tem a finalidade de tornar possível a execução de uma obra no prazo previsto e nas
melhores condições técnicas Fonte: Google Earth
e económicas, - 10/6/2015
assegurando um- 3:45 pm
determinado nível de qualidade e de
segurança e minimizando o custo. Na construção distinguem-se dois tipos de estaleiro: central e
local.
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O estaleiro local, ou estaleiro de obra, é aquele que serve de apoio à execução de uma
determinada obra. Nele se instalam todos os elementos que as características da obra a executar
exigem. É um estaleiro que ocupa, em regra, terrenos pertencentes ao dono da obra ou outros nas
proximidades, sejam privados ou públicos (como por exemplo a ocupação da via pública)
Na Tabela 1 é possível ver os aspectos que devem ser tomados em consideração para o
dimensionamento e organização de um estaleiro.
Fonte: Materiais de Construção. 2º Vol. (3ª. Ed.). Brasil: Editora Sagra S.A
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Fazer coincidir ao máximo as linhas (os traços) das redes temporárias com os das redes
definitivas (técnicas, rodovias, etc).
As instalações e lojas que produzem cheiros ruins polvilhem gases ou outros produtos
nocivos devem se localizar do lado oposto ao que sopram as brisas reinantes.
As facilidades sócio – administrativas (os gabinetes) devem ser localizadas (situar se) de tal
maneira que estejam expostas ao sol ao menos possível.
Não localizar facilidade ou loja temporária aonde este prevista a construção de uma das
partes definitivas da obra. (excluindo aquelas partes que por sua forma definitiva sirvam de
uma vez de facilidade temporária (exemplos: armazene cozinha, etc)
Localizar fora da área da obra aquelas facilidades que tenham uma duração semelhante à
duração da obra.
A área do trabalho, de ser necessário, deve estar provida de meios de segurança pessoal
[cercados em borde de ravinas (desfiladeiros) ou sarjetas fundas (profundas), estações
elétricas isoladas, etc].
Isolar os depósitos de água potável (bebível) ou de limpeza e esfregão dos de construção.
Sinalizar os alinhamentos por onde passam condutos soterrados, (cabos coaxiais, elétrico,
etc).
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As outras atividades como reuniões, vestiários, entre outras, são efetuadas reaproveitando os
espaços das facilidades existentes de modo a uma boa gerência do espaço visto que este não é
suficientemente cabível para aglomerar as demais facilidades como indicam as fotos abaixo:
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materiais diversos: metálicos, plásticos e madeira (maciça, contraplacado, lamelada ou
aglomerada), sendo normalmente reutilizada. BRANCO (1993)
A madeira é ainda o material mais utilizado nas cofragens tradicionais pelas seguintes razões:
É abundante na natureza estando desde logo praticamente apta a ser utilizada;
É um material com resistência significativa e leve, o que facilita o seu transporte e
movimentação na obra;
É fácil de cortar e ligar e permite a obtenção de boas superfícies de acabamento;
É relativamente barato, o mesmo tendo em conta a mão-de-obra subsequente;
É passível de ser transformado industrialmente em outros materiais para cofragens
(aglomerados de madeira e contraplacado marítimo);
Garante um bom isolamento térmico ao betão fresco;
Permitem o ajuste a qualquer forma geométrica;
Sua condutibilidade térmica baixa minimiza as retracções devidas as variações de
temperatura;
A madeira permite a liberdade da parte do ar contido no betão, devido à sua porosidade.
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2.4.4. Cofragens de metal.
Permite um maior número de utilizações, mas são menos adaptáveis do que as cofragens de
madeira. Todavia, alguns processos engenhosos permitem a adaptação, com uma aproximação de
alguns centímetros, de cofragens metálicas para pilares e pavimentos nervuras. Utiliza-se,
sobretudo a chapa de aço quinado ou reforçado com perfis, mas de há alguns anos para cá se
procura desenvolver o emprego de cofragens em liga de alumínio moldado, o que é interessante
por causa da sua leveza. Tal como nas cofragens de madeira, devem utilizar-se óleos
descorantes.
De entre as várias características das cofragens metálicas podem-se destacar
Grandes dimensões que conduzem a pouca quantidade de mão-de-obra;
Permitem um grande número de reutilizações;
Muito duráveis quando bem utilizadas;
Permitem a obtenção de superfícies muito regulares;
Possuem alta condutibilidade térmica que dificulta as betonagens a temperaturas baixas;
Possuem um preço elevado, cerca de sete vezes mais caras que as cofragens de madeira.
24
e) Cofragem flexível (pneumática)
São constituídas por uma tela de borracha insuflável que é esvaziada no momento da
descoragem. Bastante utilizadas no pré fabricação de tubagem de secção celular. Permitem de
100 a 200 utilizações e a utilização do próprio terreno como cofragem exterior.
25
A cofragem de pilares fez-se com recurso à painéis verticais com largura aproximada à do pilar
objecto de construção e espessura de cerca de 2 a 3 cm. Foi comum o uso de cofragens metálicas
em pilares por serem de múltiplo uso, pois, de acordo com as suas medidas, elas também
poderiam servir para a cofragem de outros elementos. A cofragem foi feita tendo em conta a
forma do pilar, sendo as formas mais comuns a quadrangular, rectangular, em L, octagonal e
circular. De um modo geral o processo de cofragem dos pilares foi o seguinte:
Figura 2.11: Cofragem em pilar por via Figura 2.12: Cofragem aprumada em pilar por
de chapas metálicas - 1/10/2015 - IFAPA via de chapas metálicas - 1/10/2015 - IFAPA
A cofragem de lajes foi em geral mais complexa do que os outros tipos de cofragem na medida
Figure 13: Operário efectuando a Figura 14: Cofragem da Viga.
em que envolveu mais elementos
cofragem e a sua montagem exigiu mais trabalho e cuidados. Os
da Viga.
principais elementos foram os prumos, as vigas e, em geral no caso de lajes maciças lisas, as
tábuas que receberam o betão.
O sistema racional à execução de lajes subdividiu-se nosFigura
seguintes elementos:
14: Cofragem da prumos
Viga. (para pés-
Figure 13: Operário efectuando a
direitos muito elevados, pôde-se
cofragem recorrer a cimbres, longarinas (vigas principais), carlingas
da Viga.
(vigas secundárias) e painéis de cofragem. Revelam-se como sistemas muito económicos
sobretudo na realização de lajes fungiformes maciças ou aligeiradas devido à sua rapidez e
Figura 14: Cofragem da Viga.
facilidade de montagem/desmontagem.
Figure 13: Operário efectuando a
Marcação da cota de níveldado
cofragem fundo da laje nos pilares e/ou paredes;
Viga.
Definição do local onde serão colocados os prumos (existem sistemas com calhas que
facilitam imenso este trabalho;
Colocação dos prumos com a altura correcta (na situação em que os prumos têm tripé de
apoio e alavanca de aperto, esta operação é muito mais simples;
Colocação das longarinas (vigas principais) apoiadas nos topos dos prumos e respectivo
nivelamento;
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Colocação de apoios intermédios;
Colocação das carlingas sobre as longarinas;
Quando os painéis de cofragem podem iniciar-se a colocação de armaduras, seguindo-se a
betonagem.
Figura 2.15: Prumos e cimbres para o suporte Figura 2.16: Cofragem de lajes - 8/11/2015 -
de cofragem de lajes - 8/11/2015 - IFAPA IFAPA
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Figura 2.17: Processo de betonagem de laje por via de
uma Autobomba.
Fonte: Manual de Segurança nos trabalhos de betonagem em estaleiro – Universidade de Coimbra.
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utilização não é necessária; “Colocado indevidamente” no caso de serem colocados
equipamentos não adequados à situação ou colocados de forma incorrecta; e, “Em falta” quando
estes não foram colocados.
Com base nos resultados obtidos, constatou-se que continuam a existir algumas lacunas graves
na maioria das obras, contudo a avaliação global foi ligeiramente positiva. Verificou-se também
a inexistência de uma tendência nítida quanto à implementação dos equipamentos de protecção
relativamente à tipologia do edifício. O resultado da avaliação dos equipamentos de protecção
colectiva é semelhante à dos equipamentos de protecção individual, mostrando uma tendência
generalizada de incumprimento por parte de empregadores e de trabalhadores. Os resultados
30
negativos obtidos para os equipamentos de protecção utilizados nos edifícios colectivos correntes
(até 4 pisos) permitem concluir que existe uma ausência agravada de condições de segurança
neste tipo de obras durante os trabalhos de betonagem. No entanto, refira-se que a reduzida
dimensão da amostra para este conjunto poderá ter condicionado os resultados.
Tabela 2.3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de construção.
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.
Descofragem
Tabela 3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de construção.
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.
Tabela 3: Avaliação da utilização dos equipamentos de protecção de acordo com o tipo de construção.
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.
Constatou-se que os empregadores continuam a não garantir a segurança dos trabalhadores, nem
a ministrar-lhes a formação e a consciencialização necessária para a temática, pois o nível de
Tabela 3: Avaliação
segurança da utilização
em estaleiro aquandodos dos
equipamentos
trabalhosdede
protecção de acordo
betonagem com o tipo de construção.
é insuficiente, as medidas
Fonte: Organisme Professionnel de Prévention du Bâtiment et des Travaux Publics.
preventivas que prevalecem são a experiência e a destreza dos trabalhadores, que continuam a
não utilizar ou a utilizar de forma desajustada, os equipamentos de protecção.
Numa análise mais detalhada do que a apresentada anteriormente, verificou-se que nos edifícios
em altura (+ 4 pisos), em particular os que possuem mais de 10 pisos, o resultado é mais
positivo, previsivelmente devido ao facto de as entidades executantes já possuírem uma política
de prevenção mais evoluída e rigorosa, visível na utilização adequada dos equipamentos de
protecção (ver anexo 3).
31
betões previamente vertidos e qualquer outra que vá receber a mistura fresca, assim como a
comprovação das áreas e vias de acesso das equipes principais e auxiliares. Todavia, os
processos de betonagem em obra foram efectuados de acordo com o tipo de elemento estrutural e
a posição em que eles se encontram como indicam as descrições abaixo.
32
Após o betão ganhar resistência suficiente, podem se remover os painéis laterais, podendo
ficar os prumos, ainda durante mais alguns dias;
Limpeza dos painéis de cofragem.
As lajes, devido à sua dimensão espacial, obrigaram a que se usassem técnicas especificas desde
Fig. 18: Operário efectuando a Fig. 19: Operário efectuando a
o fabrico, o transporte e a colocação do betão em sua cofragem de modo a que não houvesse um
betonagem da Viga. vibração da betonagem da Viga.
prévio endurecimento Fonte:
do betão devido
Autor a altas temperaturas que seAutor
Fonte: faziam sentir no momento das
actividades executadas. Para as lajes de cobertura, sitiadas no segundo piso do edifício em
construção foram adoptadas as técnicas seguintes:
Fabrico do
Fig.betão próximoefectuando
18: Operário ao local aapor betonar;
Fig. 19: Operário efectuando a
betonagem
Içagem do betão da Viga.
num balde vibraçãodedaaltura;
por via de um guincho betonagem da Viga.
Fonte: Autor Fonte: Autor
Introdução da massa do betão sobre armaduras da laje;
Compactação por via de vibrador;
Nivelamento do betão;
Fig. 18: Operário efectuando a Fig. 19: Operário efectuando a
Secagem e rega.
betonagem da Viga. vibração da betonagem da Viga.
Fonte: Autor Fonte: Autor
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Figura 2.20: Armadura da laje Figura 2.21: Operário introduzindo a Figura 2.22: Operários
do segundo piso do edifício - massa do betão num balde para a manuseando o guincho de içagem
24/11/2015 - IFAPA sua içagem - 24/11/2015 - IFAPA do betão - 24/11/2015 - IFAPA
Figura 2.23: Operário aplicando a Figura 2.24: Processo de betonagem Figura 2.25: Operário
Figura do
massa 20:betão
Armadura
sobre da laje do
a armadura da laje - 24/11/2015 - IFAPA executando o nivelamento da laje
segundo piso do edifício.
da laje - 24/11/2015 - IFAPA - 24/11/2015 - IFAPA
Figura 21: Operário introduzindo a Figura 22: Operários
massa do betão num balde para a manuseando o guincho de içagem
sua içagem. do betão.
2.9. DESCOFRAGEM.
Figura 24: Processo de betonagem
OFigura
Figura 20:
23:Armadura
tempo necessáriodapara
laje do
Operário aplicando a a descoragem depende
da laje.do ritmo de endurecimento do executando
Figura 25: Operário betão, da
segundo
massa pisosobre
do betão do edifício.
a armadura o nivelamento da laje.
temperatura,dahumidade
laje.
e do tipo de peça em consideração. A descofragem deve ser feita de
forma a não originar impactos sobre e estrutura,
Figura sobrecarga
21: Operário excessiva
introduzindo a ouFigura
danos.
22:Os cimbres e as
Operários
massa antes
cofragens não devem ser desmontados do betão
de num balde
o betão terpara a manuseando
adquirido o guincho
a resistência de içagem
suficiente para
Figura 24:sua içagem.de betonagem
Processo do betão.
que: da laje. Figura 25: Operário executando
Figura 23: Operário aplicando o nivelamento da laje.
a eventuais danos resultantes da descofragem;
Suas superfícies resistirem
massa do betão sobre a armadura
Suportar da as
laje.
acções impostas ao elemento de betão nesta fase;
Evitar deformações superiores às toleradas devidas ao comportamento elástico e plástico
Figura 24: Processo de betonagem
(fluência) do betão. da laje. Figura 25: Operário executando
As cargas sobre os cimbres devem ser aliviadas com uma sequênciaoque nivelamento
garanta da laje.
que outros
Figura 23: Operário aplicando a
elementos nãosobre
massa do betão fiquem submetidos a cargas excessivas. A estabilidade dos cimbres e das
a armadura
da laje.
cofragens deve ser mantida quando se aliviam as cargas e durante as operações de remoção.
Nos casos correntes em condições normais de temperatura e humidade (nas regiões frias os
prazos são maiores) e para o betão de cimento portland normal, os prazos mínimos para a
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retirada dos moldes e dos escoamentos, contados a partir da data de conclusão da betonagem, são
os indicados a seguir:
Moldes de faces laterais em vigas, pilares e paredes – 2 a 3 dias
Moldes de faces inferiores em lajes de vão inferior a 6 metros – 7 dias
Moldes de face inferior em lajes de vão superior a 6 metros – 14 dias
Moldes de faces inferiores em vigas – 14 dias
Escoramento em lajes de vão inferior a 6 metros – 21 dias
Escoramento e cofragem em lajes fungiformes de elevado peso – 28 dias
Escoramento em vigas – 21 dias
Para as lajes e vigas que na ocasião de descimbramento estejam com solicitações muito próximas
da sua capacidade resistente, recomenda-se que a descofragem se faça aos 28 dias. MOURA
(1985).
Figura 2.26: Pilares e Vigas apos a sua descofragem Figura 2.27: Operário efectuando a descofragem da laje
- 29/11/2015 - IFAPA - 29/11/2015 - IFAPA
A análise dos resultados obtidos durante o período de estágio permitiu constatar que a atuação de
um supervisor em diversas etapas de construção é extremamente essencial às condições de
segurança nos trabalhos de construção, sendo descorada a correcta utilização dos equipamentos
de protecção, a boa gestão de empreitada e o uso de tecnologias de construção que se adequam às
características e as exigências do tipo de obra a implantar. Para tentar corrigir algumas lacunas
relativamente à selecção de equipamentos de protecção adequados ao tipo de elemento estrutural
a cofrar e betonar, e a sua colocação e utilização desajustada, foram apresentadas algumas
soluções com vista à melhoria das condições de segurança nos estaleiros aquando dos trabalhos
de betonagem, designadamente, protecção colectiva com andaimes de protecção e plataformas de
trabalho e protecção individual com arnês de segurança em situações pontuais ou a
complementar a protecção colectiva. Alguma legislação importante no domínio da segurança na
construção está desactualizada e dificilmente poderá cobrir a totalidade dos equipamentos de
protecção, no que culminará com a fraca qualidade de resultados de construção, portanto, há uma
necessidade de uma efectiva normalização destes, através de legislação que imponha a sua
obrigatoriedade, e os intervenientes sejam sensibilizados para a sua implementação.
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4. RECOMENDAÇÕES.
Para que haja uma ordem no que concerne ao devido cumprimento das normas estabelecidas para
uma correcta e eficiente execução de obras públicas, recomenda-se que o supervisor de obra
exija com uma profunda rigorosidade os seguintes aspectos:
Verificação urgente do projecto de execução pelas autoridades competentes;
Nomeação de ao mínimo um técnico médio com mais de 2 anos de experiência (como
fiscal ou encarregado em obras similares) para o devido acompanhamento da obra, o qual
deverá preparar um plano de visita às obras;
Assegurar que o representante do empreiteiro preencha diariamente o livro de obra, para
ser rubricado pelo técnico de obra local;
Revisão do Plano de Segurança e Saúde pela Contratada, para ser analisado pela equipa de
Fiscalização e validado tecnicamente para posterior aprovação pelo Dono de Obra;
Inspecção das obras públicas para verificar a qualidade da organização de estaleiro de obra
local e dos elementos estruturais, em particular dos betões e argamassa;
Nomeação de um gestor permanente com experiência neste tipo de empreitada que deverá
assumir a coordenação e supervisão dos processos administrativos desta obra.
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5. BIBLIOGRAFIA.
BRANCO, J. PAZ. Dicionário Técnico de Construção Civil, Escola Profissional Gustave Eiffel,
1993.
Behm, MICHAEL. Linking construction fatalities to the design for construction safety concept.
Safety Science, 43, 2005
DECRETO-LEI N.º 23 228. Diário do Governo. Carta Orgânica do Império Colonial Português.
I Série. 261 (1933-11-15) 1891-1915
DECRETO N.º 24 621, PORTARIA N.º 2 381, serviços centrais de obras públicas. Estudo,
fiscalização e coordenação. II Série. 10 (1941-05-20) 37-38.
DECRETO N.º 24 623. (Art. 6º, inciso VIII, da Lei nº 8.666/1993). Obras Publicas – 3a Edição.
38
DECRETO N.º 6/2006, (Art. 5, 4. a) do Regulamento Interno da DNEd, 1998 – 5a Edição.
D.M. Nº 217/98. Ministério das Obras Públicas e Habitação. Capitulo I Secção 1 Artigo 1 - 1998.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 12a ed.
São Paulo: Dialética, 2008.
MOURA, H.(1985).Tecnologia dos Materiais. 10º. Ano de escolaridade. (1ª. Ed.). Porto: Edições
Asa.
OBRAS PÚBLICAS, Manual de Instrução para empreiteiros de obras públicas - Belo Horizonte
(Brasil), 2007 – 2a Edição.
39
PORTARIA N.º 2 381. Boletim Oficial da Colónia de Moçambique. Reforma Administrativa
Ultramarina. Art..º 11o, I Série. 51 (1934-12-19) 699.
PORTARIA N.º 4 301, Cf. PORTARIA N.º 4 301. Boletim Oficial da Colónia de Moçambique.
Reforma Administrativa Ultramarina. I Série. 8 (1941-02-19) 36-37.
VERÇOSA, E. J. (1975). Materiais de Construção. 2º Vol. (3ª. Ed.). Brasil: Editora Sagra S.A.
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ANEXOS
i
Anexo 1: Permissao de acompanhamento de Obra enviada pela Direcção Provincial das Obras
Públicas e Habitacao da Zambezia à ENGECONCRET, empresa executora das futuras
instalações do Centro de Formação em Administração Publica e Autárquica da Zambézia
(IFAPA).
ii
Anexo2: Exemplo de ficha de preenchimento de relatório de visita de supervisão à obra de
construção pública. (Poema 2014).
iii