You are on page 1of 20

Base biológica da linguagem

Professora Adriana Leitão Martins


Linguística III
Relação linguagem / cérebro:
Breve histórico
 A relação entre linguagem e cérebro já havia
sido pensada há pelo menos cerca de 5 mil anos:
 Papiro Edwin Smith (1700 a.C., cópia de tratado
escrito entre 3000 e 2500 a.C.): relaciona perda
da fala a ferimento na cabeça.
 Hipócrates de Cós (460-377 a.C.) defende a
importância do cérebro no tratamento de
epilepsia e afirma que uso e compreensão de
uma língua dependem de um cérebro saudável.
Relação linguagem / cérebro:
Breve histórico
 Século XIX: conhecimento de anatomia do
sistema nervoso:
nervoso central (encéfalo e medula
espinhal) e periférico (rede de nervos);
conhecimento sobre o córtex cerebral:
cerebral padrão
de saliências (ou giros) e de sulcos e fissuras que
permitiu a divisão em lobos e a especulação
sobre a localização de áreas com funções
específicas.
Relação linguagem / cérebro:
Breve histórico
 Encéfalo:
Localização das funções
 Fraz Joseph Gall (1758-1828): em 1809, Gall
associa as saliências na superfície do crânio com
as convoluções na superfície do cérebro.
 Frenologia: Proposta de localização, em áreas
específicas do cérebro, de características do
comportamento humano (e.g. esperança e
benevolência).
 27 habilidades (43 no mapa) relacionadas a áreas
no crânio.
 legado para o debate relativo à linguagem: situou a
linguagem nos lobos frontais.
Localização das funções
 Fraz Joseph Gall
Localização das funções
 Pierre
Pierre--Paul Broca (1824-1880): cirurgião
francês.
Localização das funções
 Pierre
Pierre--Paul Broca
 paciente Leborgne (“Tan-Tan”): ataques de
epilepsia já adulto; aos 30 anos, pára de falar;
depois de 10 anos, paralisação progressiva do
lado direito do corpo; aos 51 anos, em 1861,
morre.
Localização das funções
 Pierre
Pierre--Paul Broca
 Cérebro de Leborgne: lesão no lobo frontal
esquerdo
Localização das funções
 Pierre
Pierre--Paul Broca:
Broca
 “tudo permitia [...] crer que [...] a lesão do lobo
frontal causou a perda da fala”. (Broca, 1861a).
 “Falamos com o hemisfério esquerdo”.
 Broca conclui que:
 lesão na área de Broca faz surgir a afasia;
 lesão semelhante na área correspondente do
hemisfério direito não afeta a linguagem.
Localização das funções
 Broca demonstrou que não se tratava de
paralisia dos músculos faciais porque:
 lesão equivalente no hemisfério direito deveria
provocar o mesmo resultado;
 a dificuldade envolvia a fala, mas não o canto;
 surgiam problemas gramaticais na fala.
Localização das funções
 Afasia de Broca:
Localização das funções
 Karl Wernicke (1848-1905)
Localização das funções
 Karl Wernicke:
Wernicke descreve pacientes com lesão
no lobo temporal do hemisfério esquerdo
(área de Wernicke) que perdiam a capacidade de
produzir enunciados com significado e de
compreender a fala de outras pessoas.
 Em 1874, Wernicke descreve afasia como a
“perda parcial ou completa da capacidade de
empregar linguagem após uma lesão
encefálica”.
Localização das funções
 A afasia poderia decorrer de uma lesão na área
de Wernicke (causando sintomas receptivos), na
área de Broca (causando sintomas expressivos)
ou na região que conecta ambas as áreas
(fascículo arqueado), gerando um tipo de afasia
que viria a ser conhecido como afasia de
condução.
Localização das funções
 Afasia de Wernicke
Localização das funções
 Afasia de condução:
condução compreensão e fala
espontânea intactas; dificuldade para a repetição
de palavras.
Localização das funções
 Linguagem seria o resultado da conexão de
duas áreas corticais descontínuas.
Localização das funções
 PET
Referências
 CEZARIO, M.M. & MARTELOTTA, M.E.
Aquisição da linguagem. In: MARTELOTTA,
Mário Eduardo. Manual de Linguística. São Paulo:
Contexto, 2009.
 ROSA, Maria Carlota. A base física da faculdade
da linguagem. In: Introdução à Bio(Linguística):
linguagem e mente. Rio de Janeiro: Contexto,
2010.

You might also like