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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SEÇÃO

JUDICIÁRIA DE.....

Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais da Educação,pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o nº..., com sede domiciliada em..., através
de sua advogada que este subscreve, com procuração anexa e endereço profissional em..., onde receberá as
comunicações processuais, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso
LXIX e LXX, da Constituição Federal de 1988, artigo 1º e seguintes da Lei n 12.016/09 (Lei do Mandado
de Segurança) e artigo 282 do Código de Processo Civil impetrar MANDADO DE SEGURANÇA
COLETIVO COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR, em face do ato do ilustríssimo senhor Diretor do
órgão...., vinculado a pessoa jurídica de direito público interno em face dos fatos e fundamentos expostos.

I – DOS FATOS

O Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais da Educação é a pessoa jurídica de direito
privado incumbida de fiscalizar e representar os interesses dos servidores públicos federais da área de
educação e, diante de flagrante ato ilegal e abusivo de poder do Direto do órgão.... que determinou o
desconto, nos salários dos respectivos profissionais, do valor correspondente aos dias de paralisação em
decorrência de greve.

Com efeito, os servidores públicos federais da área de educação, a fim de promover suas
reivindicações junto à Administração Pública Federal, realizaram uma greve nacional cuja duração foi de
23 (vinte e três) dias. Não obstante a Direção do órgão público ter promovido medida judicial contrária ao
movimento grevista, com fito de impedi-la, não obteve êxito, restando afirmado na decisão judicial (em
anexo) que “ante a inexistência de lei que regulamente a greve do servidor público, deve-se aplicar por
analogia a Lei nº 7.783/89”.

Ocorre que, ao fim da greve, a Direção do referido órgão público determinou os supramencionados
descontos e, em decorrência, para muitos servidores, isso representou a perda de quase todo o salário,
coagindo-os a contrair dívidas para o custeio das necessidades básicas dos seus núcleos familiares. Em
suma, verificou-se uma redução drástica de suas possibilidades financeiras.

Assim, outro caminho não resta que não a impetração do presente writ, a fim de restabelecer o
direito líquido e certo dos servidores públicos federais da área de educação que restou violado.

II – DA LEGITIMIDADE ATIVA

O Mandado de Segurança coletivo é disciplinado na Constitucional Federal de 1988 em seu artigo


5º, inciso LXX, que dispõe:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;

Por sua vez, a lei nº 12016/09, que regula o mandado de segurança, prevê que:
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo


podem ser: Ver tópico (67 documentos)

I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de


natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas
entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os


decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

Por conseguinte, constituindo-se a impetrante de organização sindical dos servidores públicos


federais da educação, cuja incumbência principal é de fiscalizar e representar os respectivos servidores, de
modo que resta inclusa a defesa judicial dos seus membros, preenchendo o requisito legal de pertinência à
finalidade, conclui-se que é parte legitima para impetrar o presente writ, em favor dos seus membros.

Ademais, trata-se de direito individual homogêneo, pois de origem comum e identificáveis seus
titulares.

III – DA AUTORIDADE COATORA

Por sua vez, no polo passivo da ação constitucional, figura o agente público que por ato ilegal ou
abusivo de poder ameaçou ou violou direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas
data. Nesse sentido é a redação do artigo 5º, inciso LXIX:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e


certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

A lei reguladora do mandado de segurança tratou a matéria de modo pormenorizado, ao dispor


que:

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e


certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes


ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas,
bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a
essas atribuições.
Considerando que a decisão administrativa, que contrariou expressamente decisão judicial, partiu
da Direção do órgão.... pessoa jurídica de direito público interno, afeta à União, há que se concluir pela sua
legitimidade passiva.

III DA TEMPESTIVIDADE E DO DIREITO LIQUÍDO E CERTO

O presente Mandando de Segurança com pedido de medida liminar é tempestivo, visto que
impetrado dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias, legalmente estabelecido no artigo 23 da Lei
12016/09, contados da ciência, pelo impetrante, do ato impugnado, in casu, da decisão administrativa que
determinou o desconto nos salários dos servidores públicos federais de educação.

Ademais, trata-se de direito líquido e certo, desnecessitando de produção probatória, pois que
possui sede Constitucional, como adiante se demonstrará, bem como resta devidamente comprovadoa a
decisão judicial que pautou legitima o movimento grevista

IV – DO DIREITO

II – DO DIREITO: O EXERÍCIO DO DIREITO DE GREVE COMO DIREITO HUMANO

O movimento grevista surge como decorrência do regime de trabalho assalariado, fruto da


Revolução Industrial. Se em um primeiro momento foi arduamente combatido, o desenvolvimento do
direito do trabalho tratou por normatizá-lo como direito social. Com efeito, as constituições de um número
considerável de países solapam o direito de greve como direito fundamental, a exemplo da Espanha, França,
Itália e Portugal.

Por sua vez, ao tratar dos direitos humanos Flávia Piovesan indica que compõem um instrumento
imprescindível no resgate e promoção da dignidade humana, caracterizados por sua universalidade e
indivisibilidade. No dizer da autora1:

[...] Universalidade porque clama pela extensão universal dos direitos


humanos, sob a crença de que a condição de pessoa é o requisito único para a
titularidade de direitos, considerando o ser humano como um ser
essencialmente moral, dotado de unicidade existencial e dignidade.
Indivisibilidade porque a garantia dos direitos civis e políticos é condição para
a observância dos direitos sociais, econômicos e culturais e vice-versa [...]Os
direitos humanos compõem, assim, uma unidade indivisível, interdependente
e inter-relacionada, capaz de conjugar o catálogo de direitos civis e políticos
ao catálogo de direitos sociais, econômicos e culturais.

Desta forma, partindo do pressuposto de que os direitos humanos são marcados pela
universalidade, pode-se elencar basicamente dois requisitos que os distinguem: (a) titularidade inerente ao
ser humano e (b) reconhecimento universal.

Ora, torna-se fácil perceber que o movimento de normatização do direito de greve, enquanto
Direito Fundamental dos trabalhadores, ensejou seu reconhecimento a um nível global enquanto direito
social.

Ademais, o exercício do direito de greve possibilita a melhora das condições sociais do


trabalhador, a significar um instrumento de concretização da dignidade do homem que labora.
Indiscutivelmente, trata-se de direito fundamental.

III – O DIREITO DE GREVE ENQUANTO DIREITO FUNDAMENTAL NA CONSTITUIÇÃO


FEDERAL DE 1988

1
PIOVESAN, Flávia. Cadernos de Direito Constitucional: Direitos Humanos e o Direito Constitucional
Internacional. Escola Da Magistratura Do Tribunal Regional Federal Da 4ª Região, 2006. Disponível em: <
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/flaviapiovesan/piovesan_dh_direito_constitucional.pdf>.
A Carta Constitucional destaca-se por ser extremamente garantista, constando em seu bojo um
enorme elenco de direitos alavancados ao status de verdadeiras garantias individuais. Antes, contudo, é
necessário ressaltar que logo em seus primeiros artigos aduziu o lesgislador constitucional que:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
[...]
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
[...]
Não satisfeito, enunciou ainda que:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
[...]

A compreensão é importante, como logo se demonstrará. Ressalte-se, portanto, que longe de ter por
fundamentos, dentre outros, a cidadania, dignidade da pessoa humana e valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa, constituindo princípios norteadores da interpretação das demais normais constitucionais e
infraconstitucionais, o legislador constituinte preocupou-se em elencar os objetivos primordiais da
República Federativa do Brasil, os quais demandarão um esforço conjunto dos Poderes no sentido de
concretizá-los.

Logo à frente, após discriminar, não exaustivamente, um catálogo de direitos fundamentais que
incluem garantias individuais e sociais, o artigo 5º, §2º prevê:

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

A previsão já seria suficiente para se admitir a existência do direito de greve, enquanto direito
fundamental. Mas o legislador constituinte, não satisfeito, optou por enuncia-lo em todos os seus termos no
artigo 9º, afeto ao Capítulo dos Direitos Sociais:

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir


sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender.

Por conseguinte, não restam dúvidas de que, efetivamente, a greve foi reconhecida como direito
social fundamental do homem trabalhador.

IV – DA REGULAMENTAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL DO DIREITO DE GREVE – LEI


Nº 7.783, DE 28 DE JUNHO DE 1989.

O diploma normativo, como bem esclarece “dispõe sobre o exercício do direito de greve, define
as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras
providências.” E, logo em seu artigo primeiro, enuncia o que já reiteradamente tem-se afirmado: a greve é
um direito do homem trabalhador, ressalvando, todavia, que o exercício legítimo da referida garantia deve
ater-se aos parâmetros estipulados pela lei.

Com efeito, o próprio legislador estipulou o que se compreende por legítimo exercício do direito
de greve, logo em seu artigo 2º:
Artigo 2º - Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de
greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação
pessoal de serviços a empregador.

Desta forma, desde que realizado mediante meios pacíficos e de forma temporária a greve será
legítima. Todavia, é salutar esclarecer que o referio diploma legal não disciplina a greve no âmbito do
funcionalismo público, embora, diante da ausência, até o presente momento, de disciplinamento especifico,
seja aplicado de modo subsidiário.

V – DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELO SERVIDOR PÚBLICO

Na esteira do entendimento de que a greve é direito fundamental, a Constituição Federal dispôs:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e também, ao seguinte:(...)

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em
lei específica.

No mesmo sentido o artigo 16 da Lei de greve:

Art. 16. Para os fins previstos no art. 37, inciso VII, da Constituição, lei
complementar definirá os termos e os limites em que o direito de greve poderá
ser exercido.

O ordenamento jurídico nacional não visualizou, até o presente momento, a edição da respectiva
lei especifica. Nessa toada, até o advento do julgamento relativo ao mandado de injunção nº 670/712,
compreendia-se ser impossível o exercício do direito fundamental de greve pelos servidores públicos,
entendimento que contraria, expressamente, o disposto no artigo 5º, § 1 º da Lei maior:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação


imediata.

Ocorre que com o advento do mandado de injunção nº 670/712, o Supremo Tribunal Federal
consignou que é aplicável ao serviço público, enquanto não for disciplinada pelo Legislativo, a lei de greve
do setor privado, qual seja, a Lei nº 7.783/1989. Assim, inexistindo qualquer irregularidade no exercício da
greve, não há que se falar em descontos proporcionais.

Nesse sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL E


ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. DIREITO DE
GREVE. DESCONTO SALARIAL DOS DIAS PARADOS (DECRETO Nº
1480/95). ILEGALIDADE.

1. Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação dos efeitos


da tutela recursal, contra decisão proferida pelo Juízo a quo, que, em sede de
mandado de segurança por aquele impetrado, contra ato imputado a Diretora
de Gestão Administrativa do INCRA e do SUPERINTENDENTE
REGIONAL DO INCRA NO ESTADO DO CEARÁ, visando obstar o corte
de ponto dos grevistas, deferiu a liminar requestada.

2. Conquanto o inciso VI do art. 37, da Constituição Federal de 1988 reconheça


o direito de greve do servidor público, a sua a sua eficácia plena necessita de
regulamentação infraconstitucional, conforme já entendeu o Supremo Tribunal
Federal. Deve-se observar, que embora não exista lei específica
regulamentando o direito de greve, também não existe lei que obrigue o
desconto dos vencimentos dos servidores grevistas, dos dias parados. O art. 45
da Lei nº. 8.112/90 veda o desconto, salvo nas hipóteses de imposição legal ou
mandado judicial.

3. Deste modo, não pode a Administração Pública, com fundamento no


Decreto 1480/95 que dispôs sobre os procedimentos a serem observados nas
hipóteses de paralisações dos serviços públicos federais, impor o desconto nos
vencimentos dos servidores participantes de movimento grevista, porquanto
aquele diploma legal não é lei em sentido formal, mas decreto autônomo não
permitido pelos arts. 84, IV, 5º, II e 37, caput, da Constituição Federal de 1988,
conforme vem entendendo o Supremo Tribunal Federal.

4. Agravo de Instrumento improvido. Agravo Regimental prejudicado.


(TRF/5ª - Processo: AGTR 80018 CE 0052495982007405000001.
Relator(a):Desembargador Federal Hélio Sílvio Ourem Campos (Substituto).
Julgamento: 03/04/2008).

Ademais, restou violado outro direito fundamental: a vida e seu consectário saúde e alimentação.

É de recordar que o salário tem natureza alimentar, vez que se destina a garantir a manutenção do
sustento do servidor e de sua família. Ora, por meio da alimentação garante-se, por sua vez, a saúde e, num
modo mais amplo, a vida. Dessa forma, qualquer medida que prive o servidor público de quase da totalidade
de seu salário, é ilegal e violadora de direitos constitucionais, ainda que fundada em legitima razão, o que
não se verifica no caso em comento.

Ora, estar-se ia penalizando os servidores públicos federais pelo legitimo exercício de um direito
que o assiste, sendo reconhecido pela carta constitucional e ratificado pela maior instancia judiciária do
país. Não há como argumentar a manutenção da penalidade, descabida e desprovida de quaisquer
fundamentos legais. Assim, outra conclusão não resta que não o julgamento procedente do presente writ.

V – DA MEDIDA LIMINAR SEM EXIGÊNCIA DE CAUÇÃO, FIANÇA OU DEPÓSITO

A lei nº 12016/09, que disciplina o Mandado de Segurança, trata, em seu artigo 7º, inciso III, a
possibilidade de concessão de medida liminar, ante ao preenchimento de 03 (três) requisitos: prova
inequívoca, fumus boni iuris e periculum in mora.

Com efeito, o fumus bonis iuris bem como a prova inequívoca restam consubstanciados no
dispositivo constitucional que assegura o direito à greve, ainda que dependente de regulamentação
infraconstitucional, bem como no decidido no mandado de injunção nº 670/712.

Em relação ao fumus boni iuris, como já dito, os servidores públicos federais foram praticamente
privados de seus salários, obstruindo a boa gestação do núcleo familiar. Dessa forma, restou violado o
direito fundamental à alimentação, bem como ameaçados o direito à saúde e a vida.

Por fim, não há fundamento para a contracautela, pois suficientemente demonstradas as razões do
impetrante. Dessa forma, faz-se necessário conceder a respectiva medida liminar com o fito de determinar,
incontinenti, a devolução dos valores indevidamente descontados, corrigidos e atualizados.

VI – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) a concessão da medida liminar, ante a presença de seus requisitos, o fumus boni iuris e o
periculum in mora, a fim de determinar a devolução dos valores indevidamente descontados,
corrigidos e atualizados.
b) a notificação da autoridade coatora, a fim de prestar esclarecimentos, em conformidade com
art. 7º, I, da Lei do Mandado de Segurança;
c) a cientificação do órgão de representação judicial da pessoa jurídica de direito público
interessada, consoante art. 7º, II, da Lei do Mandado de Segurança;
d) a manifestação do Ministério Público, conforme art. 12 da Lei do Mandado de Segurança;
e) a concessão da segurança em caráter definitivo, ratificando a medida liminar anteriormente
deferida, reconhecendo como líquido e certo o direito do impetrante à devolução dos valores
indevidamente descontados, corrigidos e atualizados, haja vista inexistir fundamental legal
que assim determine;
f) a condenação da parte ré em custas judiciais.

Dá-se a causa o valor de R$....

Termos em que pede deferimento.

Local, data.

Advogada, OAB nº

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