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Processo Ensino-aprendizagem em Circuitos Lógicos

O processo ensino-aprendizagem muitas vezes conduz a uma grande angústia. Em especial


quando você atribui ao outro a responsabilidade pelo seu aprendizado. Quando, em particular,
o papel do outro é o de provocador (provoca a dor) da sua curiosidade, seu interesse por um
dado problema e avaliar a solução que você apresentou. O que vai lhe aprovar, levar uma
solução satisfatória não é só o desempenho do provocador, mas principalmente o seu esforço,
dedicação, foco e persistência em encontrá-la.

Tem mais. Se você continuar voltado ao problema encontrará uma nova solução. Assim, o
problema desempenha um papel relevante no processo de ensino aprendizado. Quanto mais
simples for um problema, o que vale dizer quanto melhor formulado ele for, maior a
probabilidade de que sejam encontradas soluções satisfatórias.

No curso de Engenharia Elétrica temos um problema cuja solução satisfatória ainda não foi
encontrada. Consiste em criar uma ponte entre a fundamentação científica, que em geral dura
no mínimo dois anos, e o ensino de tecnologia.

Uma solução que vem sendo testada é oferecer as disciplinas Circuitos Lógicos e Laboratório
de Circuitos Lógicos antes da formação cientifica seja concluída. Como fui um dos apoiadores
desta proposta, em particular quando fui o coordenador do curso de Engenharia Elétrica,
coloquei a minha experiência com o processo ensino-aprendizagem a disposição. De modo
que já tenho sido o responsável, em diversas oportunidades, pelo ensino das citadas
disciplinas. Umas vezes como professor da Teoria, outras como da prática e atualmente tenho
atuado nas duas disciplinas.

Tendo a concordar que a escolha das disciplinas que tratam de Circuitos Lógicos não foi uma
das melhores para ser a ponte. Por duas razões: i) a disciplina é pré-requisito para outra que só
será ofertada dois semestres mais tarde; ii) o aluno fica diante de um grande problema de
prioridade no momento de escolher quais as disciplinas, que está cursando simultaneamente,
deverá colocar mais esforço.

Em geral, dedica-se mais as disciplinas da fundamentação científica por existir um


encadeamento imediato de pré-requisitos. Por exemplo, ser reprovado em Cálculo II lhe
custará muito mais do que nas disciplinas que tratam com Circuitos Lógicos.

Todavia, este não é o maior problema. A gravidade encontra-se na insuficiente maturidade


para lidar com problemas que exigem uma articulação imediata entre a teoria e a prática.

Esta articulação não consiste apenas no sincronismo entre o que é ministrado na sala de aula
pelo professor da teoria subjacente a prática laboratorial e os experimentos propostos nas
aulas práticas.

O maior impedimento à solução do problema encontra-se na ínfima disponibilidade de repetir


o experimento mais de uma vez. Embora, todos saibam que quanto mais se repete um
experimento mais se aprende e maiores descobertas lhe serão apresentadas pelo próprio
experimento. Como são inúmeras as obrigações que o aprendiz se compromete ao longo do
semestre, ele tende a querer se livrar dos experimentos o mais rápido que lhe for possível.
Mesmo reconhecendo que trouxe a preparação copiada de outro colega, sem refletir no
significado dela e nem como ela for elaborada. E muitas vezes, tendo concluído o experimento
com uma grande ajuda do monitor. Mas, note, não estou colocando a culpa no aprendiz. Não
estou repassando para o outro a responsabilidade que tenho como professor. Apenas constato
um fato.

O que se espera da prática laboratorial é o aumento do interesse do aprendiz pela teoria e a


vontade de repeti-la outras vezes. Mas, raramente tenho observado qualquer manifestação
neste sentido. O que tenho observado com maior constância é a desistência com a disciplina
teórica ou a aprovação em uma e a desaprovação na outra. E, claro, um descontentamento
com o professor que ministra a disciplina, no caso particular, comigo.

Já tenho proposto na comissão de distribuição de encargos docentes a volta das disciplinas


que tratam de Circuitos Lógicos para o seu antigo lugar, portanto, tendo Dispositivos
Eletrônicos como pré-requisito. A proposta ficou para ser apreciada no momento da
atualização curricular.

Como não posso ficar inerte na espera do momento, venho elaborando um material de
suporte as práticas laboratoriais em busca de um maior sincronismo entre estas e as aulas
teóricas. Neste material de suporte apresento a possibilidade de simulações dos experimentos
com o uso do aplicativo Multsim. Feitas as simulações, acredito que a apreensão do
conhecimento contido nas práticas laboratoriais virá com mais leveza e, em acréscimo, com
prazer.

Outra coisa que precisa ficar claro é que a avaliação da aprendizagem, mediantes provas, não
só visa o aluno, também visa a avaliação do ensino ministrado pelo professor.

No semestre em curso, na avaliação da aprendizagem da Primeira Unidade tivemos: 33% de


notas maiores que cinco; 50% de notas iguais a cinco e; 17% de notas inferiores a cinco.

Considero que este quadro também é o resultado do meu ensino. E, claro, não estou satisfeito.
Em particular, quando este é o último semestre que leciono a disciplina.

Na Segunda Unidade reforçamos os fundamentos apresentados na Primeira Unidade de modo


que quem estudou para a próxima avaliação teve o seu aprendizado melhorado nos conteúdos
da Primeira Unidade. Na Terceira Unidade trataremos de Circuitos Lógicos Sequenciais. Ai o
grau de complexidade aumenta porque se trata de circuitos cujas respostas contemplam
memórias. De modo que é prudente não deixar pendências.

Considerando estes fatos, estou proporcionando no dia 6/02/2018 a avaliação da Segunda


Unidade e no dia 9/02/2018 a Reposição dos que faltaram a avaliação da Primeira Unidade ou
da Segunda Unidade.

Lembrando que quem desejar fazer uma nova avaliação da Primeira Unidade, no dia
9/02/2018 terá a oportunidade de trocar a nota obtida na primeira avaliação.

Campina Grande, 26/12/2017.

Prof. Dr. Hiran de Melo

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