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A Tábua de Flandres

Exposição

AUTOR – Arturo Pérez – Reberte

 Nasceu em Cartagena (Espanha) em 1951


 Licenciado em Ciências Politicas e Jornalismo
 Trablahou durante 12 anos no jornal Pueblo e 9 ano nos serviços informativos da
Televisão Espanhola (TVE), sendo especialista em temas de terrorismo, tráficos
ilegais e conflitos armados
 Há já alguns anos que se dedica exclusivamente à literatura
 Obras famosas: Homens Bons; A Rainha Do Sul; A Tábua de Flandres; O
Francoatirador Paciente

OBRA

 Livro fundamental para os amantes de mistério


 Foi a obra que tornou Arturo Pérez-Reverte no escritor espanhol contemporâneo mais
lido em todo o mundo
 Já adaptado ao cinema
 Capa: apresenta evidenciada uma peça de xadrez (cavalo), o rosto de uma das
personagens (Julia?), o titulo da obra, o autor, a editora (ASA)
 Contracapa: apresenta um muito breve resumo da obra e uma apreciação critica ao
autor

TEMA E ORGANIZAÇÃO

 Está organizado em 15 capitulos e apresenta 335 páginas.

Julia – jovem restauradora de obras de arte


César – homossexual; antiquário; confidente e melhor amigo de Júlia que sempre
esteve a seu lado desde a morte de seu pai
Álvaro – ex-namorado de Júlia no qual Júlia foi amante; historiador
Menchu – amiga de Júlia; galerista; namorado: Max
Mûnoz – jogador de xadrez
D.Manuel – proprietário do quadro
Montegrifo – patrão da Claymore

1. Julia é uma jovem restauradora de obras de arte e o seu último trabalho é o restauro
de uma valiosa pintura do século XV, denominada “A Tábua de Flandres”, que está
prevista ir a leilão.
A obra, pintada por Pieter Van Huys, retrata uma partida de xadrez entre dois
importantes cavalheirots da corte ostenburguesa e também uma dama vestida de
negro que se encontra a ler.
Após uma investigação com recurso a Raios X, Júlia descobre uma inscrição oculta:
Uis necavit equitem? (Quem matou o cavaleiro?).
Assim, o que, até então, seria uma mera representação de algo comum, transformou-
se num grande e misterioso enigma.

2. Julia vê-se obrigada a pedir auxilio a Álvaro (ex-amante de Júlia). Julia não é a
primeira pessoa a pedir ajuda a Álvaro, mas este não revela quem foi o primeiro.
Com auxilio de Álvaro, Júlia consegue identificar as personagens retratadas no quadro
(Fernando Altenhoffen, duque de Ostenburgo; Roger de Arras, guerreiro/cavaleiro;
Beatriz da Borgonha, casada com Fernando Altenhoffen). Após uma investigação
histórica de Julia ainda com o auxilio de Álvaro, descobre que havia um possivel
triangulo amoroso sendo Roger de Arras amante de Beatriz da Borgonha. Este
triângulo amoroso teria acabado em trajédio quando Roger de Arras fora assasinado.
Mais tarde, César envia, por correio, um envelope a Júlia com todos os dados
reunidos.
Tudo indica que a inscrição oculta referia-se ao jogo de xadrez devido ao facto de que
um dos cavalos brancos ter já sido comido e assim, interligando os factos, este cavalo
branco simbolizava Roger Arras que já teria sido assasinado quando o quadro fora
pintado.
Decididos a desvendar o enigma, Júlia e César pedem auxilio a Mûnoz e este
compromete - se a desvendar que peça do tabuleiro retratado no quadro comeu o
cavalo reconstituindo a partida para tras, uma especie de xadrez ao contrário.

3. Entretanto, Júlia recebe a noticia de que César foi assasinado. O que mais alarmou
Júlia é que César foi assasinado antes de este supostamente lhe ter enviado o
envelope o que permitiu concluir que foi o assasino a enviar estes envelopes. Porque
teria o assasino interesse em enviar este envelope a Júlia?!!!

4. Júlia e César encontram-se com Mûnoz e finalmente desvendam o mistério…. Quem


comeu o cavalo foi a DAMA PRETA. Ou seja, Beatriz de Borgonha. O motivo?!
Impossivel saber… Mas esta descoberta iria triplicar o valor do quadro no leilão.

5. E quando todos pensavam que todo o mistério estava desvendado eis que Júlia
recebe um cartão com um hieróglifo: Tb3?... Pd7 d5+. Ou seja, quem entregou este
cartão sugere continuar o jogo a partir da posição que as peças ocupam no quadro.
No desenrolar da história Júlia vai recebendo mais cartões com hieróglifos e com a
ajuda de César e Mûnoz continua o jogo de xadrez. Ter em conta que Júlia não
apenas recebia os cartões com hieróglifos – Júlia sentia-se várias vezes perseguida,
recebia vários telefonemas em que ela atendia e ninguém falava e num momento da
história chega até a haver uma tentativa de homicídio contra Júlia.

6. Num momento da história, Menchu fica em casa de Júlia por uma noite com o objetivo
de roubar o quadro devido ao facto de que a percentagem do valor que ia receber
após o leilão deste não a agradava, mas, depois de Júlia se ausentar de casa por
breves instantes, alguém entra em casa de Júlia, mata a Menchu e acaba este por
roubar o quadro deixando outro cartão com um hieróglifo.
Este assassinato permite chegar a uma conclusão: Menchu foi assassinada sob a
identidade da Torre Branca, Álvaro sob a identidade de Cavalo Branco e o adversário
identificava-se com a Rainha Preta pois as únicas peças que a dama preta comeu até
agora foram exatamente a Torre Branca e o Cavalo Branco que se traduziram em
tenebrosos assassinatos. A pergunta é: ONDE SE ENQUADRAM AS RESTANTES
PERSONAGENS NESTE JOGO DE XADREZ??????

7. Alguns dias após isto, Júlia recebe outro cartão com um hieróglifo e, após telefonar a
Mûnoz a informar o conteúdo deste, Mûnoz tem um comportamento diferente. Mûnoz
descobriu a identidade do adversário… CÉSAR!!!!!!!!!!!! Por cobiça, roubou e escondeu
o quadro. Por amor matou. A sua homossexualidade castrava o amor que sentia por
Júlia.
Quando César viu o quadro apresentado por Júlia reparou logo no valor deste,
procurou mais informações junto de Álvaro sobre este e foi nesse momento que, após
uma discussão de César com Álvaro sobre o possível amor que este sentia por Júlia,
César teve a certeza: ele tinha que morrer. Foi mais ou menos nesse momento que
tudo ficou claro para ele: um jogo de xadrez representativo à vida real. César quis, de
uma forma considerada um pouco surreal, dar uma experiência inesquecível a Júlia
renovando-a, ficando assim mais dura e forte, mesmo isso custando duas vidas.

8. Vários indícios levaram Mûnoz a chegar a César: reparou que o adversário tinha
recusado comer a Dama Branca (que representava Júlia) por 3 vezes o que se o
fizesse teria tido o jogo a seu favor, o facto de ter descoberto uma foto de César num
livro de xadrez e o decisivo foi o papel simbólico do bispo branco (que representava
César) como peça de suposta confiança junto do rei e da rainha que atuava de um
lado como próprio bispo branco e trasvestia-se como rainha preta por outro lado
traindo a confiança destes, a peça que mais se aproxima da homossexualidade com o
seu movimento diagonal e profundo.

9. Quanto ao quadro, César transferiu-o para um cofre de um banco suíço com Júlia a
deter 75% das ações e Mûnoz 25% das ações desse quadro, para que, daqui a alguns
meses, este seja vendido no mercado clandestino de obras de arte.

10. César revelou neste momento final da história que tem uma doença restando-lhe
apenas seis meses de vida. César suicida-se…. FOI ESTE O GRANDE JOGO DA
VIDA DESTAS PERSONAGENS. A GRANDE PARTIDA!

Apreciação critica

Começo por dizer que, para quem não tem nenhum conhecimento relativamente ao xadrez
ou/e para quem não gosta de xadrez, A Tábua de Flandres pode ser, em longas passagens,
um pouco aborrecido com todas as suas jogadas, regras e teorias de xadrez que vão pouco a
pouco reconstituindo a partida retratada na pintura de Van Huys.

Por isso digo que em muitas passagens o livro pode ser bastante monótono. Porém, o autor
soube explorar terrivelmente bem o campo da dúvida, expondo-nos questões aparentemente
insolúveis quando entra em cena um novo assassino que passa a jogar, das sombras, com as
vidas de Julia e de seus aliados. Um novo jogador cujos crimes, de alguma forma, estavam
ligados ao quadro. Faz-nos ficar na dúvida: Quem seria esta pessoa? Qual a sua relação com
o quadro e com o enigma que Julia tentava decifrar? Quais os seus objetivos? Que trama
obscura se desenvolvia pelos bastidores de tudo aquilo?

Por muito tempo Arturo consegue manter no ar o suspense de um segundo enigma, que
para o leitor é bastante difícil de sugerir uma resolução, quer seja para a identidade do
assassino que entra no jogo, mas principalmente, para os seus objetivos. Foram estas
dúvidas, este novo enigma proposto pela narrativa, que me fizeram levar o livro até a última
página, e o desfecho, para mim, foi inesperado e surpreendente.

Arturo conseguiu em sua trama desenvolver personagens extremamente complexos e


difíceis de analisar e descrever, a exemplo de César, um antiquário quinquagenário,
homossexual e de costumes que misturavam o seu gosto e admiração pelos povos e
clássicos (gregos e romanos) com a modernidade da sua época.

Para concluir, afirmo que gostei do livro, mas mais dos capítulos que se encaminhavam
para o desfecho. Se não entendesse minimamente as regras e algumas táticas de xadrez não
teria suportado os diálogos e explicações dos capítulos iniciais e de desenvolvimento e
abandonaria o livro sem chegar ao mais intrigante da narrativa. Foram as dúvidas
implantadas pelo autor ao longo da história que me deram motivação de ir até o fim e não me
arrependi, porque não fui capaz de deduzir o assassino e suas intensões até que o livro me
revelasse tudo.

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