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1.

METABOLISMO DO OSSO

• O osso é um tecido vivo  o tecido ósseo “antigo” é removido pelos osteoclastos e substituído por
um novo produzido pelos osteoblastos.

Os osteoclastos destroem ou ab-


sorvem o tecido ósseo para liberar
cálcio.

Os osteoblastos têm a função de


construir ou substituir o tecido ós-
seo.

• Durante a juventude a taxa de absorção óssea é menor do que a taxa de construção  a aquisição
de massa óssea é gradual durante a infância e acelerada durante a adolescência até a fase adulta.

• O pico de massa óssea é a quantidade máxima de massa óssea que um indivíduo acumula desde o
nascimento até a maturidade do esqueleto, que ocorre aproximadamente aos 20 anos  depois de
ter atingido a maturidade óssea e o pico de massa óssea for atingido na idade adulta, a taxa de
reabsorção óssea torna-se ligeiramente maior do que a taxa de formação, resultando em uma dimi-
nuição gradual da massa óssea com a idade.

• A raça negra apresenta DMO maior do que a raça branca e esta, maior do que a raça amarela.
• Quase todos os ossos do corpo são afetados de alguma forma, com os padrões de perda variando
de osso para osso.

• O volume ósseo total, ou seja, seu tamanho, permanece inalterado com o avançar da idade, pois a
perda de massa óssea ocorre dentro do osso.

2. OSTEOPOROSE

• A osteoporose é uma doença crônica intimamente relacionada ao envelhecimento que se desenvolve


em decorrência de um desequilíbrio no processo de remodelação óssea, com a reabsorção predo-
minando sobre a formação, resultando na diminuição da massa óssea e deterioração da microarqui-
tetura do tecido ósseo, causando fragilidade e, consequentemente, aumentando o risco de fratura.

• A osteoporose é uma doença sistêmica multifatorial, podendo ser dividida em primária, secundária e
idiopática.

• É assintomática e progressiva, e por ser silenciosa faz com que seu diagnóstico seja tardio em mais
de 60% dos casos.

Osteoporose primária: Osteoporose secundária: Osteoporose idiopática:


É quando as causas da osteo- É quando há uma causa primá- É quando as causas são
porose são naturais  meno- ria  medicamentos corticóides desconhecidas.
pausa e senilidade. e heparina, artrite reumatóide,
mieloma múltiplo e alterações
endócrinas.

• A osteoporose é uma doença silenciosa, e muitas vezes, o diagnóstico só fica conhecido após a
ocorrência de uma fratura  os locais onde as fraturas atribuídas à doença ocorrem mais na coluna
vertebral, antebraço e quadril  destas, a fratura de quadril representa maior morbimortalidade e
queda significativa na qualidade de vida.

• A população idosa feminina é a mais susceptível ao desenvolvimento da osteoporose, pois além de


ter uma expectativa de vida maior, apresenta diferenças no pico de massa óssea e uma maior pre-
valência de fatores externos que levam a fraturas, como quedas.

• Logo após a menopausa, ocorre uma aceleração da perda de massa óssea, em resposta ao hipoe-
strogenismo.
• O diagnóstico de osteoporose é feito pela medida da Densidade Mineral Óssea (DMO)  valores
menores do que 2,5 desvio padrão (DP) ou mais abaixo da DMO média em adultos jovens saudáveis
apontam para osteoporose, enquanto valores entre -1 e -2,5 DP são considerados osteopenia.

Fatores de risco para a osteoporose:


• Gênero feminino;
• Idade avançada;
• Etnia amarela e branca;
• Menopausa precoce;
• Hereditariedade (história familiar de osteoporose ou fratura por osteoporose);
• Fatores nutricionais (baixa ingestão de cálcio, baixa ingestão de vitamina D,
ingestão excessiva de café, álcool, etc.).
• Sedentarismo;
• Exposição solar insuficiente;
• Uso de medicamentos (glicocorticóides e anticonvulsivantes);
• Algumas doenças (artrite reumatóide, mieloma múltiplo, etc.).

3. DENSIDADE MINERAL ÓSSEA (DMO)

• Uma vez que a força do osso é proporcional à massa óssea, a medição da massa óssea ou DMO,
fornece os meios para o diagnóstico de osteoporose.

• A DMO representa a massa de cálcio expressa em gramas em uma área de 1 centímetro quadrado
de tecido (1 g/cm2)  parâmetro medido para a análise quantitativa da massa óssea presente, sendo
importante para monitorar as mudanças de massa óssea com o tempo.

• A medida isolada da densidade mineral óssea de um indivíduo não oferece um diagnóstico específico
de osteoporose  a medida da DMO de um paciente deve ser comparada com valores normais de
jovens do mesmo sexo e idade e, em alguns casos, mesma etnia e peso  os valores são, então,
expressos como porcentagem ou desvio padrão em relação a essa população. Para isso, são usados
os índices T-score e Z-score.

T-score: Z-score:
Compara a DMO do paciente com a Compara a DMO do paciente com a DMO média
DMO da população jovem normal. da população da mesma idade, sexo e etnia.

• Os critérios de diagnóstico da osteoporose usando o resultado T-score foram propostos pela OMS
em 1994.

• Esta classificação está bem estabelecida para mulheres pós-menopausa, mas não há consenso no
uso destes critérios em jovens, homens e em casos de osteoporose secundária.

• Resultados de Z-score iguais ou abaixo de -2,0 podem sugerir causas secundárias de osteoporose,
e em crianças, o Z-score é usado para avaliação da massa óssea.

4. DENSITOMETRIA ÓSSEA

• A densitometria óssea é considerada o padrão‐ouro para medir a DMO e diagnosticar a osteope-


nia/osteoporose.

• É o método de diagnóstico que avalia o grau de mineralização óssea do esqueleto ou de segmentos


do esqueleto.

• Segmentos mais comuns para o exame  coluna vertebral, quadril e antebraço.

4.1. Princípios Físicos da Densitometria Óssea

• Os equipamentos de densitometria óssea são baseados na medida da atenuação do feixe de radia-


ção quando ele passa através do osso.
• Nas energias usadas em equipamentos de densitometria óssea, a radiação interage com o tecido
ósseo e tecido mole do paciente, principalmente por dois processos:

Espalhamento Compton:
Efeito fotoelétrico: Somente uma parte da energia do fóton in-
O fóton interage com um elétron do cidente é perdida para o meio e a interação
meio e é totalmente absorvido. resulta em um fóton espalhado com direção
alterada e com energia reduzida.

• No exame de densitometria óssea, considera-se que somente dois materiais contribuem para a ate-
nuação do feixe  o tecido mole (músculos, gordura, pele e vísceras) e o tecido ósseo (colágeno,
medula óssea e osso mineral).

• Resumindo  a densitometria óssea mede a quantidade de radiação absorvida pelo corpo ou seg-
mento.

4.2. Equipamentos
• Uma fonte emissora de fótons, podendo ser um radioisótopo (SPA e DPA) ou um tubo de raios X
(DXA), emite fótons que são colimados em um feixe  o feixe de fótons passa através do paciente
até chegar ao detector, onde é registrado a intensidade do feixe transmitido  o mecanismo realiza
a varredura no qual ira compor a imagem  uma vez obtida a imagem, regiões de interesse (ROI –
Region of interest) são selecionadas conforme a região corporal examinada e os valores da DMO
são calculados, assim como os índices T-score e Z-score.
4.3. Indicações para o exame de densitometria óssea

• Mulheres com idade > a 65 anos e homens com idade > a 70 anos.

• Mulheres acima de 40 anos, na transição da menopausa e homens acima de 50 anos de idade, com
fatores de risco.

• Adultos com antecedente de fratura por fragilidade, condição clínica ou uso de medicamentos asso-
ciados à baixa massa óssea ou perda óssea.

• Indivíduos para os quais são consideradas intervenções farmacológicas para osteoporose.

• Indivíduos em tratamento para osteoporose, para monitoramento de sua eficácia.

• Indivíduos que não estejam sob tratamento, porém nos quais a identificação de perda de massa
óssea possa determinar a indicação do tratamento.

• Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH).

4.4. Contraindicações

• Gravidez;
• Ingestão recente de contraste;
• Exame recente de medicina nuclear;
• Impossibilidade em se manter em decúbito dorsal na mesa de exame sem se movimentar durante o
tempo do exame

4.5. Fatores que afetam os resultados

• Técnica do operador para posicionamento e análise do exame;


• Calibração inadequada do equipamento;
• Presença de outras fontes de radiação no ambiente;
• Desconhecimento da história do paciente;
• Presença de artefatos;
• Contraste oleoso;
• Calcificações na aorta abdominal;
• Cálculos renais e biliares;
• Contrastes baritados;
• Área de análise inadequadamente selecionada;
• Variação de temperatura na sala;
• Envelhecimento do detector de cintilação;
• Exames de medicina nuclear recentes;
• Uso de cálcio 24 horas;
• Distorções da arquitetura esquelética.

4.6. Posicionamentos

a) Coluna lombar em AP:

b) Quadril:

c) Antebraço:
d) Corpo inteiro:
Referências

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