A luta espiritual afeta todos os crentes e não apenas os
missionários que trabalham em terras dominadas pelo paganismo e trevas espirituais. O diabo existe mesmo e os demónios são em grande número. Assim, todos os crentes - queiram ou não, concordem ou não, tenham consciência disso ou não - acham-se engajados numa guerra, numa luta de vida ou morte contra um inimigo feroz; tanto faz ser um missionário, ou um ministro de música, ou um líder de células. A Bíblia nos adverte seriamente, para que estejamos sempre alertas (Efésios 6:10-18), nos fortalecendo, nos revestindo da armadura espiritual, para podermos enfrentar os ataques que vêm, não de pessoas, mas de seres invisíveis. I) A POSTURA DO CRENTE DIANTE DA BATALHA ESPIRITUAL. 1. RECONHECER QUE ESTÁ NUMA GUERRA A Bíblia ensina que precisamos-estar alertas, vigilantes, mantendo os olhos sempre em Jesus, mas atentos ao diabo. Não podemos ignorar os seus desígnios; devemos entender que nossos inimigos são seres que pensam, conversam, escutam, observam e planejam estratégias (II Coríntios 2:11; Efésios 6:11). É necessário identificar as estratégias do inimigo e a maneira como ele age. 2. RESISTIR AO DIABO E ELE FUGIRÁ Deus não irá resistir a ele por nós. Somos nós mesmos quem temos de fazer isso, rejeitando as suas tentativas de levar-nos a nos sentir magoados ou irritados, não ligando para as influências que ele tem arremessado contra nós. Ele pode tentar repetir sua estratégia algumas vezes, mas se permanecermos convictos da eficácia da obra de Cristo, a vitória certamente será nossa (Tiago 4:7; I Pedro 5:9). 3. TER UMA POSIÇÃO EQUILIBRADA Temos que evitar os extremos, prejudiciais para a vida espiritual: não devemos nos tornar “obcecados por demónios”, atribuindo tudo ao diabo; por outro lado, é preciso admitir que o diabo está agindo e que ignorá-lo não anula sua atuação. É preciso termos discernimento, estarmos cientes das coisas que o diabo faz, mas sem nos deixarmos influenciar por sua atividade. É bom estarmos cientes das ações de Satanás, mas passemos mais tempo estudando a Palavra de Deus e conhecendo o Seu poder. II) O EXERCÍCIO DA AUTORIDADE NA BATALHA ESPIRITUAL Quando Deus criou o homem, deu-lhe o livre arbítrio, bem como autoridade sobre o planeta Terra (Salmo 115:16), e o poder de decisão. Se pecarmos, permitimos o inimigo agir; se, com autoridade, exercitarmos nosso livre arbítrio, podemos expulsar o inimigo. Adão desobedeceu e perdeu sua autoridade. Jesus veio ao mundo e a retomou (Colossenses 2:15; Isaías 61:1). Deus quer formar um exército, mobilizar pessoas que sabem que possuem autoridade espiritual e que a exercitem. É necessário que os crentes se empenhem nessa guerra, tanto defensiva quanto ofensivamente, colocando-se nas brechas em favor das instituições, derrotando os principados, derrubando as fortalezas e expulsando as trevas, agindo de forma bem específica e definida, lutando com oração e buscando o poder do Espírito Santo, para que haja transformações na família, na sociedade e na nação. Deus nos fornece as armas e a armadura, o que significa que estamos preparados tanto para atacar como para nos defender. Cristo é nossa armadura, nossa justiça, salvação e verdade (II Coríntios 10:4; I Coríntios 1:30). III) GUERRA DEFENSIVA. A luta defensiva se trava individualmente (Efésios 6:13). Devemos defender nosso compromisso com Cristo dos ataques, mentiras, tentações e seduções que o inimigo atira contra nós. Há três áreas que devem ser protegidas: 1. A MENTE O diabo gosta de colocar certas ideias em nossa mente. Qualquer um de nós pode estar lutando com pensamentos que comprometam sua vida cristã. Se tais pensamentos estiverem relacionados com orgulho, incredulidade, lascívia, depressão ou condenação, precisam ser expulsos de nossa vida. Entreguemos nossa mente a Deus, pondo-a em harmonia com a Palavra (II Coríntios 10:3-5). 2. O CORAÇÃO (ATITUDES E EMOÇÕES) O diabo só pode atuar no mundo por intermédio do pecado e do egoísmo. A Bíblia nos adverte que, para não dar lugar ao diabo, devemos resolver o problema das atitudes erradas (arrogância, rebeldia, rancor, contendas) em nossa vida, no casamento, na igreja, na nação e, regularmente, corrigirmos tais atitudes (Efésios 4:26-27; Provérbios 4:23). 3. A LÍNGUA O diabo sabe que ela possui um enorme poder, podendo ser usada tanto para o bem como para o mal (Tiago 3:10). O inimigo gosta de levar-nos a expressar incredulidade, difamar outros, passar mexericos, falar sarcasticamente. Cuidemos do nosso falar (Salmo 37:30). IV) GUERRA OFENSIVA A guerra ofensiva tem por alvo o mundo que nos cerca, a fim de ganharmos mais terreno para o reino de Deus. Não podemos entrar nessa batalha só para nos defender; é preciso partir para o ataque contra as portas do inferno (Mateus 16:18), usando as estratégias da oração e adoração para derrubar tais portas (Efésios 6:12). 1. OS DOMINADORES DESTE MUNDO O inimigo procura ocupar as posições de autoridade, atacando as estruturas organizacionais e as instituições, para tentar governar a terra. A autoridade é uma forma de proteção para a organização. A maneira como a liderança é exercida e como o subalterno se submete a seu superior, determina a vitória na batalha espiritual (Romanos 13:1-3; Tito 3:1). 2. PRINCIPADOS Biblicamente, são territórios governados por um príncipe, designando a organização das hostes de Satanás em termos geográficos. Precisamos conhecer as áreas de atuação do diabo, nos opondo a ele e usando a autoridade dada por Cristo para derrubar tais domínios, orando pelos grupos humanos e pregando- lhes o evangelho. 3. POTESTADES Quanto mais pecarmos, maior será o domínio do inimigo sobre nós. Esse domínio varia com o tipo de mal que é praticado. Deus pode revelar-nos qual é a potestade dominante em cada situação. Então podemos repreendê-los em nome de Jesus e adotar uma atitude oposta à influência delas. 4. DOMINADORES DO MUNDO TENEBROSO Uma das principais táticas de Satanás é manter a mente do homem em trevas, através do ateísmo, das heresias, seitas, etc. Devemos viver a verdade e pregar o evangelho. Não podemos dissociar a batalha espiritual da obra de evangelismo; é preciso acender a luz para acabar com as trevas (Mateus 4:16,17).